1597- Blas Rivera, Chico Lobo e Ricardo Gomes lançam Vertentes, mais um álbum da eclética grife Kuarup

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Já disponível nas plataformas digitais, disco instrumental de composições autorais e clássicos da MPB forma caldeirão de sons e arranjos

Águas que transbordam, jorram, vertem pelas encostas, pelos declives. Assim três artistas com suas histórias, seus instrumentos, suas raízes e seus estilos formam, cada um, uma nascente de águas musicais que, ao escorrer, gera riachos de arranjos e de sons e dá vida a um rio fértil, de leito profundo. Essa é a descrição que mais bem pode definir o encontro de Chico Lobo (mineiro, natural de São João Del Rei), com Blas Rivera (natural de Córdoba, Argentina, radicado na cidade do Rio de Janeiro) e Ricardo Gomes (mineiro, de Belo Horizonte), um “power trio” universal que une viola caipira, sax e piano, e baixo elétrico, respectivamente. Formação inusitada, o talento do triunvirato ganhou liga e força com a presença do produtor musical Sérgio Lima Netto e resultou em Vertentes, disco gravado em parte no Estúdio Araras (encravado nas montanhas da região serrana da capital fluminense) e parte no estúdio RG, em Belo Horizonte) que apresenta composições de Rivera e de Chico Lobo mescladas a releituras de clássicos nacionais. São sons que têm raízes nas milongas argentinas, nos toques mágicos da viola dos sertões de Guimarães Rosa e também passam pela linha jazzística da fina flor da música popular brasileira e constituem o eclético mosaico de mais um ótimo disco lançado e distribuído pela Produtora e Gravadora Kuarup, estabelecida na cidade de São Paulo .

Vertentes é um caldeirão de músicas instrumentais e arranjos que emociona. Milonga Sudaca, Vazante, Réquiem, Agreste, O Mundo é Um Moinho vão se misturando às demais faixas executadas com a precisão comum aos três artistas. Cada qual com seu estilo, eles se juntaram e conseguiram produzir tons de cores sonoras mais quentes em músicas instrumentais que deslizam de forma leve. E os ouvintes ainda são brindados com as participações especiais de Walther Castro (bandoneon) e do inglês David Chew, ao violoncelo. O resultado é mesmo belíssimo, com alma tanto regional, quanto universal, tradicional e contemporânea.

1) Milonga Sudaca é uma composição de Blas Rivera, que tem forte rítmica e execução, reforçada pela participação de Walther Castro ao bandoneon, junção que confere ao álbum um início vigoroso;

2) Vazante: um dos principais temas instrumentais de Chico Lobo e que simboliza a vida, pois a vazante ocorre quando há cheia nos rios e formam-se lagoas adjacentes, nas quais os peixes procriam e a terra se torna mais fértil para o plantio;

3- Ave Maria no morro: um dos maiores sucessos do compositor e cantor Herivelto Martins em Vertentes ganhou versão inédita e inusitada, releitura que permitiu o encontro poético entre sax, viola caipira e baixo, um conjunto perfeito para emocionar e homenagear a música popular brasileira;

4- Córdoba: composição de Chico Lobo para o álbum, esta música homenageia a cidade natal de Blas Rivera. Com ares de guarânia e de milonga, nasceu a partir da vivência do violeiro mineiro com a música da América do Sul e de sua aproximação com o argentino. O baixo bem marcado de Ricardo Gomes contribui para criar o belo chão para o diálogo afinado entre viola caipira e sax;

5- Réquiem: Blas Rivera compôs para Osvaldo Bayer, querido, admirado, respeitado historiador, jornalista, pesquisador e escritor. O réquiem é uma missa com música e texto que celebra a memória de um falecido, mas aqui não existe luto, só emoção. Réquiem tem ritmo de milonga. Embora seja para a memória de Dom Osvaldo, mais que tudo, tem a intenção de fazer muito barulho para ele voltar, acordar ao invés de descansar! Por isso Rivera optou pela Milonga, não pelo Sanctus;

6- O mundo é um moinho é uma das mais clássicas composições do mestre carioca Cartola, apontado como o maior sambista que o Brasil já conheceu e ganha agora versão instrumental, com levada de jazz;

7- Alma perdida: balada em ritmo de zamba, uma dança (danza) folclórica argentina, composta por Rivera para recordar um ser querido. O lamento é completamente acolhido pelo trio para poder assim passear junto a uma alma que se foi;

8- Luar do sertão: joia de Catulo da Paixão Cearense vertida para violas e baixo que promove um diálogo de cordas em tributo ao sertão brasileiro;

9- Até a sua volta: mais uma música de Rivera, especialmente para o violoncelista inglês David Chew. No álbum promove conversa mágica entre os quatro instrumentos; além do ritmo, do tempo, do espaço e dos limites formais do som;

10- Agreste: assinada por Chico Lobo em uma de suas idas a Portugal. Ao ver o Alentejo amarelo seco, o mineiro fez um contraponto com o agreste brasileiro. É um tema dramático, que flerta com a música armorial nordestina.

Argentino de Córdoba, as origens de Rivera misturam ainda raízes francesas, italianas e espanholas e, atualmente, o multi-instrumentista mora na cidade do Rio de Janeiro (Foto: Arquivo do Facebook de Rivera)

Blas Rivera é saxofonista, pianista, compositor e arranjador nascido em Córdoba, na Argentina, cidade na qual estudou piano, sax e composição. Rivera cresceu sob a influência do rock e da música clássica, mas se apaixonou pelo jazz e pela bossa nova. Nos Estados Unidos da América estudou jazz, música para cinema e música étnica como aluno do conceituado Berklee College of Music e também no New England Conservatory. Depois de viver durante 15 anos no Brasil, mudou-se para a Espanha, mas já regressou ao nosso país.

As origens de Rivera misturam raízes francesas, italianas e espanholas. O multi-instrumentista levou seu tango-jazz por todo o continente americano, além da Nova Zelândia, da Indonésia e por vários países da Europa tais quais: França, Alemanha, Dinamarca, Inglaterra, Itália, Espanha, Grécia, Islândia e Suíça, onde, em 1999, foi reconhecido como músico revelação no Festival de Jazz de Montreux. Desde então já lançou oito álbuns, o mais recente em 2018, Jaque Mate, produzido entre as cidades do Rio de Janeiro, Buenos Aires, Córdoba, Madrid e Paris.

Suas apresentações variam desde solo (em sax tenor e piano), a duetos, passando por trios, quartetos (inclusive de cordas), quintetos e orquestra de cordas, entre outras formações. Rivera sempre turbina suas turnês com seminários e workshops não só para instrumentistas e compositores, mas também para bailarinos e coreógrafos. Na capital fluminense participa de projetos sociais de musicalização para jovens de comunidades carentes; já dividiu o palco com mestres como Fernando Suarez Paz e Pablo Ziegler, músicos do Quinteto de Astor Piazzolla, Paulo Moura, Marcos Suzano, Yamandu Costa, David Chew, Vitor Biglione e Carmen Paris, entre outros.

Apresentador de televisão, de rádio, produtor musical, escritor, cantor, o violeiro inquieto faz com que sua obra torne a aldeia global mais caipira (Foto: Ricardo Gomes)

Chico Lobo é natural de São João Del Rey e já completou mais de 40 anos de carreira. É considerado pela crítica um dos artistas mais atuantes no cenário nacional pela divulgação e valorização da cultura de raiz brasileira. Com 27 discos, dois DVDs e um livro lançados protagoniza shows por todo o Brasil e já encantou plateias em Portugal, Itália, China, Canadá, Argentina, Chile, Colômbia cantando suas raízes, mas sempre conectado à contemporaneidade.

Folias, catiras, modas, batuques, causos e toques de viola desfilam com alegria em seus concertos. Chico Lobo é tetracampeão (2015, 2016, 2017 e 2021) do Prêmio Profissionais da Música (PPM) como Melhor Artista Regional, troféus que recebeu em Brasília (DF). O violeiro mantém na cidade natal o Instituto Chico Lobo e por meio dele desenvolve projetos de ensino de viola e da cultura raiz para crianças das zonas rurais.

Desde 2006, Chico Lobo mantém relação artística com Portugal por meio do Encontro de Violas de Arame, em parceria com o músico e parceiro português Pedro Mestre, representante maior da viola campaniça da região do Alentejo. Esses encontros geraram o álbum Encontro de Violas e o DVD De Minas ao Alentejo e deu vida ao congraçamento de um projeto que caminha para o 11° Encontro de Violas de Arame. Chico Lobo já trouxe duas edições presenciais ao Brasil, além de uma virtual, fortalecendo a amizade e a partilha pelas cordas da viola que unem Brasil e Portugal. Em 2015 Maria Bethânia escolheu Criação, de autoria de Lobo, para compor o repertório do show e do DVD Abraçar e Agradecer, em comemoração aos 50 anos de sua carreira. Depois Bethânia gravou participação no álbum Viola de Mutirão, no qual canta a moda de viola Maria, que Chico Lobo fez em homenagem à baiana. Apresentador de televisão, de rádio, produtor musical, escritor, cantor, o violeiro inquieto faz com que sua obra torne a aldeia global mais caipira.

Autodidata e amante de MPB e jazz , Ricardo Gomes estreou na cena musical, em Belo Horizonte, há 30 anos (Foto: Ayra Mendes)

Ricardo Gomes é produtor musical e baixista de carreira e está em atividade desde 1992. Iniciou a carreira tocando em casas noturnas de Belo Horizonte, acompanhando cantores sertanejos e de música popular brasileira. Autodidata, sempre curtiu jazz e música brasileira até que em 1992 estreou no mercado de produções e gravações atuando em centenas de criações de músicas. Já trabalhou como produtor para Chico Lobo, Luiz Carlos Sá (parceiro de Guarabyra), Luís Kiari, Marcelo Kamargo e João de Ana, entre outros. Atualmente, mantém o Estúdio RG na capital mineira.

Especializada em música brasileira de alta qualidade, o acervo da Kuarup, que está prestes a alcançar a marca de 45 anos no mercado, concentra a maior coleção de Villa-Lobos em catálogo no país, além dos principais e mais importantes trabalhos de choro, música nordestina, caipira e sertaneja, MPB, samba e música instrumental em geral. Em seus discos pode-se encontrar o melhor de Baden Powell, Renato Teixeira, Ney Matogrosso, Wagner Tiso, Rolando Boldrin, Paulo Moura, Raphael Rabello, Geraldo Azevedo, Vital Farias, Elomar, Pena Branca & Xavantinho e Arthur Moreira Lima, entre outros.

1538 – Chico Lobo lança O Tempo É Seu Irmão e celebra mais de 40 anos de carreira com convidados especiais

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27º álbum do violeiro mais atuante da cena brasileira tem participações especiais de Luiz Caldas, da dupla Kleiton & Kledir, da cantora Tetê Espíndola e do cantor Sérgio Andrade

Segundo especialistas em inovação, a necessidade de se reinventar existe há muito tempo, faz parte da história da humanidade. Tanto quanto mudar é questão de sobrevivência. Assim o violeiro mineiro, compositor e cantador Chico Lobo, em 2021 consagrado com o quarto troféu do Prêmio Profissionais da Música (PPM) na categoria Melhor Artista Raiz Regional e com a Medalha de Honra da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pela sua relevante atuação na cultura e sociedade, colocou em prática justamente isso, em plena pandemia de Covid-19. Após lançar Alma e Coração, em 2020, já nesse processo de ousar e criar, tornar-se outro, Chico Lobo não parou e no ano passado produziu, em parceria com a Kuarup, mais um álbum nesses tempos difíceis.

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1368 – III Mostra Internacional Violas D’Arame reúne brasileiros e portugueses

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Chico Lobo será idealizador do evento e curador do festival virtual que terá três dias de duração, concertos, oficinas e palestras 

Com recursos da Lei Emergencial Aldir Blanc, em edital aprovado pela Secretaria de Cultura de Minas Gerais (MG) e com a realização da Viola Brasil Produções, será promovida entre os dias 25 e 27 de março a III Mostra Internacional de Violas D’Arame do Brasil Edição Especial MG/Portugal , com transmissões das atrações pelo canal de YouTube do violeiro Chico Lobo, em http://youtube.com/chicolobooficial. A abertura, na quinta-feira, 25, está programada para as 19h30, com a presença de Leônidas Oliveira, secretário de Governo da Cultura e Turismo de Minas Gerais. Depois, na sexta-feira, 26, os violeiros convidados vão se revezar em cantorias a partir das 18 horas. O encerramento, no sábado, 27, a partir das 17 horas, prevê palestras e oficinas dos violeiros.

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1308 – A identidade lusófona nas dez cordas da viola, por Ivan Vilela (MG)

Em 30 de maio, o compositor, pesquisador e professor de viola caipira Ivan Vilela (Itajubá/MG) concedeu entrevista a José Carlos da Silva, correspondente brasileiro residente em Campinas (SP) do Portal Galego da Língua (PGL), sítio eletrônico que visa a informar acerca da atualidade da língua na Galiza cujo conteúdo abaixo reproduzimos, na íntegra, e formato de perguntas e respostas (ping-pong).

Um dos maiores incentivadores deste Barulho d’água Música, Ivan Vilela é professor na Faculdade de Música e no Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) na área de musicologia e etnomusicologia, onde também leciona na graduação viola brasileira, história da Música Popular Brasileira, Percepção Musical, Rítmica, Música de Câmera e Produção Radiofônica. Doutor em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo, mestre e graduado em Composição Musical pela Universidade de Campinas (Unicamp), suas produções e pesquisas acadêmicas estão voltadas ao estudo das culturas populares e da música popular brasileira e portuguesa. Atua como compositor, arranjador e instrumentista e mantém intensa atividade artística musical e didática no Brasil e no exterior. Atualmente é pesquisador principal do Projeto AtlaS (Atlântico Sensível) e estuda os trânsitos e as relações sociais de instrumentos portugueses, notadamente a viola e o cavaquinho, pelo Atlântico lusófono, projeto acolhido no Instituto de Etnomusicologiada Universidade de Aveiro (Inet-md) no triênio 2018-2021.


Viola caipira, viola sertaneja, viola de dez cordas, viola cabocla, viola de arame, viola de folia, viola nordestina, viola de repente, viola brasileira. Não se assuste leitor, comecei listando tantos nomes, para mostrar o quanto a viola caipira (de 10 cordas) é popular no Brasil, sendo um dos porta-vozes do interior do Brasil.

Mesmo com tanta identidade por todo o Brasil, a origem da viola é lusitana, navegou com os portugueses por todo o Globo, quando o “mar com fim era grego ou romano e, o mar sem fim era português”. “No século XVI (16) vários tipos de viola de mão coexistiam na Península Ibérica”.

O Espaço Brasil entrevistou Ivan Vilela, um dos mais renomados instrumentistas brasileiros, com uma sólida carreira de 18 discos gravados e ainda, Professor Doutor e criador do primeiro curso de viola brasileira em âmbito universitário no mundo, na Universidade de São Paulo (USP) e que agora está na Universidade de Aveiro, Portugal, envolvido no Projeto AtlaS, uma importante pesquisa sobre os instrumentos de corda, em especial o cavaquinho e a viola portuguesa (e a viola caipira, obviamente).

Ivan Vilela além de destacado músico e pesquisador, é o responsável por colocar a Cultura Caipira e a viola em um patamar mais elevado na arte. Sua obra, musical e acadêmica, ocupa lugar de excelência na música mundial.

Apesar de nos remeter ao mundo rural, a viola tem um passado urbano, tanto em Portugal quanto no Brasil.

Desde 2018, você está em Portugal, pesquisando na Universidade de Aveiro. Qual é o objetivo do Projeto “Memória e mediação das práticas e dos instrumentos musicais na circulação entre comunidades interligadas”?

O projeto se chama AtlaS, Atlântico Sensível e pretende estudar as relações sociais e mudanças organológicas alavancadas pelos instrumentos de cordas dedilhadas portugueses no espaço da lusofonia no Atlântico. Mais notadamente as violas e os cavaquinhos, mas também dando atenção ao bandolim.

Tem havido uma revitalização no uso desses instrumentos supracitados bem como uma manifesta mobilidade de seu uso para outros segmentos musicais e funções nas celebrações. Cremos que uma série de fatores internos, em cada país, e externos têm movido esta roda de transformações como um efeito colateral à tentativa de globalização como uniformização dos mercados pela via do consumo. Isto gerou manifestações contrárias, de afirmação das culturas locais em todo o planeta. O próprio mercado fonográfico, percebendo isto, incorporou este fazer de fusões sonoras dando caminho a um novo segmento que foi chamado em meados da década dos anos 1980 de World Music, ou música étnica, música dos povos; quando não apresentadas em seu estado natural, estas manifestações eram fundidas a elementos de uma música porque tem pretensões de universalidade no mercado fonográfico.

Também há a ideia de pensamento ecológico que acabou por valorizar a diversidade cultural e, nisto, as manifestações das culturas populares perceberam um espaço de divulgação de suas naturezas.

No caso do Brasil, uma certa desilusão com o viver numa grande cidade fez as pessoas, impossibilitadas de retornar ao campo ou cidades pequenas, buscarem valores que outrora fizeram parte de suas vidas, muitos ligados aos seus universos de origem, frequentemente um mundo mais ruralizado e onde as relações humanas passavam por um outro crivo, diferente do imposto pelo capitalismo nas cidades mais populosas.

É importante repararmos que todos estes países em foco têm uma realidade de sobreposição de tempos históricos em seus territórios, ou seja, há uma diversidade de valores convivendo contemporaneamente num mesmo país. Como exemplo podemos apontar que há vários Brasis, o Brasil do século XXI das grandes cidades, o Brasil de 1940 dos interiores, o Brasil de 1910 dos interiores mais profundos. O mesmo ocorre em Portugal e em Cabo Verde. Enfim, há uma malha de sobreposição de tempos históricos que de certa forma resulta, também, na sobreposição de valores culturais. E certamente a viola e o cavaquinho protagonizam ações dentro desses diferentes tempos históricos.

A presença de artistas como o Almir Sater em telenovelas, a presença de artistas cabo-verdianos no cenário da música mundial como a Cesária Évora, dentre outros mais jovens, e a revitalização das culturas locais em Portugal também são fatores que muito ajudam na exposição e aceitação desses instrumentos em uma prática mais contemporânea de música e de cultura.

A cabo-verdiana Cesária Évora

Note o fenômeno das quase duas centenas de ensembles de viola (chamados de Orquestras de viola) no Brasil, das orquestras de bandolins e de cordofones dedilhados de Portugal Continental e da Madeira, dos grupos de cavaquinhos (braguinhas e machinhos) na Madeira, dos grupos de violas nos Açores. Há todo um universo de reapropriação destes instrumentos afirmando as suas raízes e agora dando-lhes asas para voar por outras paisagens sonoras.

Enfim, há todo um campo a ser estudado e onde esses instrumentos podem ser vistos agora como agentes de uma expressiva modificação cultural e não apenas como objetos passivos nas mãos dos tocadores e fabricantes.

Os instrumentos de cordas ganharam os mares e o mundo com as navegações portuguesas e foram “alterados” em cada país. Podemos dizer que cada nativo colocou a sua identidade nesses instrumentos?


Sim. Partindo da ideia de que os efeitos específicos das forças globais dependem da maneira como são mediados em esquemas locais, uma ideia afirmada pelo antropólogo estadunidense Marshall Sahlins, é muito claro como cada povo foi criando soluções de adaptação dos instrumentos à sua cultura específica. Haja vista no Brasil as violas feitas de buriti, de lata, de cabaça, de bambu. Os multiformatos dos instrumentos, as adaptações a recursos eletrônicos como os cavaquinhos de Cabo Verde e também as violas do Brasil, algumas de corpo sólido como as utilizadas pelos violeiros que tocam rock’nroll. A criatividade humana se manifesta para que não falte nunca a música em seus ritos, festas e manifestações de louvor à vida, à amizade, ao amor.

Explique qual é a situação atual da viola de Portugal (braguesa, amarantina, beiroa, toeira e campaniça)

Notamos que tem havido uma revitalização no uso destes instrumentos nos países em questão (Brasil, Cabo Verde e Portugal; não conseguimos verba para chegar em São Thomé e Príncipe, na Guiné e em Angola) mas estes processos têm sido diferente em cada país, o que nos motivou a entender quais as razões de tantas diferenças e, no caso do Brasil e de Portugal, um dos fatores esteve ligado a como o chamado Estado Novo – Getúlio Vargas, no Brasil e Salazar, em Portugal – trataram as suas culturas populares a partir dos anos 1930.

Antonio Ferro, um dos idealizadores do projeto cultural salazarista, nas décadas dos anos 1930-40, percebeu que os grupos folclóricos (em Portugal chamados de ranchos folclóricos) poderiam muito bem ser a estampa de manifestação identitária de Portugal diante da Europa e, por conseguinte, do mundo. Desta forma buscou-se algo idílico como uma Portugal do século XIX (19) que ainda estivesse manifesta nesses grupos (difícil imaginar como eram exatamente essas manifestações no século XIX pela própria falta de registros mais detalhados, dada a ausência de recursos fotográficos, videográficos e até iconográficos desta época).

Assim foi ocorrendo um engessamento dessas manifestações no sentido de uniformizá-las e as tornarem mais “artísticas” e performáticas que folclóricas no que tocam às suas coreografias, instrumental e canto. Até encontros lugares onde as pessoas vivenciavam como era viver na idade média, com ritos, vestimentas e comportamentos que ocorreram neste período em questão.

Ora, acabaram por inventar uma nova tradição, por recontarem a história à maneira que imaginariam que ela serviria melhor ao ideário do regime ditatorial de Salazar.

Nesta medida, o que era a manifestação de um conjunto de crenças, de um conteúdo, que chamamos de folclore, passou a ser uma manifestação de uma ideia preconcebida onde a forma, outrora resultante de uma percepção de mundo passasse agora a viver por si própria e pelo ideário político-ideológico que a orientava. No Brasil tratamos estas manifestações pelo nome de parafolclórico, pois as expressões estão desconectadas das cosmologias que as geraram.

Aí, as vestimentas e a maneira de se tocar os instrumentos passaram de uma forma livre e espontânea para uma forma fixa, predeterminada. Ocorreu então uma musealização do folclore enquanto expressão natural e espontaneidade de um povo. A viola acabou entrando nesta circunscrição, o que impediu que ela se desenvolvesse no quesito de tocabilidade, de ser mais afeita a um desenvolvimento performático mais amplo, pois a própria estrutura física (organológica) do instrumento muitas vezes não favorece a essas demandas.

 A viola caipira, no final dos anos 1980, ganhou novos adeptos, formas de tocar e despertou interesse em uma juventude acostumada com música estrangeira, chegando à Universidade de São Paulo como curso de graduação, com centenas de inscritos. O que é preciso para a viola portuguesa alcançar esse patamar?


Ótima pergunta. Um dia numa loja de discos vi uma estante de souvenires musicais como pequenos instrumentos, avulsos e em suas várias formações. Assim, tinha uma pequena orquestra na vitrine. Havia também uma big band, um grupo de fado e instrumentos avulsos. Enquanto manifestação identitária da cultura do país, a guitarra portuguesa, ou guitarra de fado como aqui é chamada, tinha em suas várias formas e formações. Em nenhum momento encontrei nesta vitrine uma viola, nenhum modelo de uma das cinco violas existentes em Portugal. Isso pra mim disse muito de como a viola é vista e sentida de maneira geral pela cultura portuguesa.

É certo também que esta situação vem se modificando desde a criação de um projeto no Alentejo, em Castro Verde, onde um jovem em 2003 aprendeu os toques da viola campaniça com os velhos tocadores e passou a ensiná-los a outros jovens. Pedro Mestre, este notável músico, acabou por protagonizar um movimento de resgate das violas portuguesas que a cada dia se fortalece mais aqui em Portugal. Em Braga, aqui no Norte do país, já se criou a Associação da Viola Braguesa (Avibra) que promove encontros e cursos permanentemente. A viola e o cavaquinho têm entrado

Pedro Mestre protagoniza um movimento de resgate das violas portuguesas que a cada dia se fortalece mais naquele país 

em alguns currículos de ensino público aqui em Portugal continental. Na Madeira, este processo já se encontra bem mais andado e com visíveis resultados musicais de disseminação e apropriação desses instrumentos em questão pelas camadas mais jovens da população. Isto ocorre a partir do trabalho de músicos e professores locais como é o caso da Associação Xarabanda. Nos Açores, a viola também está no ensino da rede pública e há muitos anos é um instrumento presente no ensino musical em conservatórios com cadeira de viola, métodos e bons professores.

Tem ocorrido em diversas cidades aqui de Portugal, Encontros de Cultura Popular onde fabricantes, músicos, pesquisadores e artista de outros segmentos podem trocar impressões entre si e com o público que lota esses espaços. Vários deles com participação de músicos e agentes culturais galegos como Ramón Almuinha e Mauro Sanin, dentre outros. Cidades como Braga, Odemira, Santo Tirso, Vila Real, Caminha e Amarante mantém encontros permanentes de ensino pesquisa e difusão desses instrumentos em questão.

Creio que a viola em Portugal caminha a passos largos para um reconhecimento e aceitação. Este movimento se dá por simpatizantes e também por ações nas Câmaras onde legislações e apoio físico e financeiro são criados a estas manifestações.


Quais serão os desdobramentos dessa pesquisa? Livros, discos, concertos, cursos, palestras etc.

Exatamente. O AtlaS é projeto para uma vida inteira e pretendemos, cada qual em sua universidade, manter uma frente de estudos na pós-graduação com este fim. Estamos trabalhando em videodocumentários, a edição de, pelo menos, dois livros, dos quais um será escrito a partir das indagações levantadas nas entrevistas. Cursos e palestras já começaram a ocorrer desde o ano passado. Também a apresentação acadêmica em congressos nacionais e internacionais. Quanto aos discos temos ideia de fazer um com as vozes dos cantadores entrevistados e também outros para o quais chamaríamos cantores da lusofonia para interpretar músicas tradicionais recolhidas por nós ou já muito presentes nesses cancioneiros.

A viola de Braga, típica da região do Minho, obviamente teve (e ainda deve ter) grandes tocadores galegos. Este projeto pretende incluir a Galiza e suas obras para viola?


Certamente. Esta foi uma das minhas primeiras propostas quando aqui cheguei e curioso que depois comecei a constatar o imenso trânsito cultural que existe entre a Galiza e o Norte de Portugal. Não podemos nos esquecer que as origens de Portugal se dão num território galego, se não me falha a memória histórica. Falam a mesma língua, tem afeições um pela cultura do outro, e universos culturais muito aproximados. Curioso também com a Galiza é a proximidade com alguns povos de regiões do Brasil. Guimarães Rosa explorou muito esta questão em sua literatura.

O pesquisador Ivan Vilela está em pleno desenvolvimento em Aveiro. E o músico Ivan Vilela, com 17 discos gravados, como está aparecendo no continente europeu?


De maneira muito acanhada (risos) e depois desta pandemia então, nem se fala. Embora haja um estímulo do coordenador do AtlaS, o professor Jorge Castro Ribeiro, e da diretora do Instituto de Etnomusicologia da Universidade de Aveiro (Inet), a professora Susana Sardo, onde o projeto está sediado, eu não me sinto muito à vontade de fazer desse tempo de pesquisa, para o qual fui contratado, um período de desenvolvimento pessoal de minha carreira artística.

Minhas saídas foram poucas e rápidas. Em 2019, no Rudolstadt Festival, na cidade de Rudolstadt, Alemanha; também em Berlim, no Sarau Mundi, e em Weimar, na comemoração dos dez anos da criação pela Unesco da Cátedra de Estudos Transculturais na Universidade de Weimar, sob a batuta do antropólogo Tiago de Oliveira Pinto. Por ocasião de uma palestra que fiz na Universidade de Viena, aproveitei para tocar em Viena e em Krems, a convite da professora de línguas românicas Marina Ellend Corrêa.

Em abril eu faria duas apresentações em Paris e em algumas cidades de Portugal com a violeira francesa Fabienne Magnant, mas fomos impedidos pelas condições de confinamento impostas pelos governos em função da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Neste mês de junho iria para a Madeira e possivelmente para os Açores, em outubro, mas tudo ficará suspenso até segunda ordem.

Fiz algumas apresentações em Portugal nesses encontros acima citados e em outras ocasiões de festivais e encontros.

Para conhecer mais a viola caipira, Ivan Vilela é o professor do curso livre e gratuito de viola caipira idealizado pelo Sesc São Paulo, disponível aqui.

Contatos

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Instagram = @ ivanvilela10cordas

E-mail = contato.ivanvilela@gmail.com

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1297 – Autor de cinco álbuns instrumentais, Rafael Carvalho é referência maior da viola da terra dentro e fora de Portugal

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Paisagens

1294 – Conheça Doze Cantos Ibéricos & Uma Canção Brasileira, premiado disco que remete às nossas origens

Gaúcho Martim César, um dos autores do álbum em parceria com Marco Aurélio Vasconcellos, tem mais de 80 prêmios pelo conjunto da prolífica obra musical e literária

Em 14 de março publicamos matéria especial sobre Além das cercas de pedra, um belo trabalho de registro e de divulgação da música nativista gaúcha, destacando um dos três músicos que gravaram o álbum –, o cantor e compositor Marco Aurélio Vasconcellos, que se juntou ao também cantor e compositor, poeta e escritor, Martim César, e ao violeiro, produtor artístico e arranjador do álbum, Marcello Caminha.

Vasconcellos, que fez parte do grupo Os Posteiros e é uma das vozes mais conhecidas e admiradas do Sul do país pelas emocionadas interpretações do que canta, foi quem enviou à redação do Barulho d’água Música um exemplar do Além das cerca de pedra, que a nós chegou acompanhado de Doze Cantos Ibéricos & Uma Canção Brasileira, sucesso anterior dele com César, mais as participações de Caminha (arranjos, contrabaixo e percussão). Elias Barbosa (bandolim) e Rafael Ferrari (bandolim em Sobre os telhados de Lisboa), gravado de março de 2015 a maio de 2016.

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963 – Chico Lobo recebe Pedro Mestre em Beagá para celebração de dez anos do álbum Encontro de Violas

Os dez anos do projeto que une dois músicos dos mais gabaritados em seus países e aproxima Minas Gerais do Alentejo serão comemorados na quarta-feira, 21, em Belo Horizonte, quando a partir das 20h30 vão se reencontrar, desta vez no palco do Sesc Palladium, o brasileiro Chico Lobo e o português Pedro Mestre. Em 2007, ambos gravaram Encontro de Violas, álbum com canções que remetem a tradições de Brasil e de Portugal ao som das violas caipira, de Lobo, e campaniça, de Mestre. O anfitrião, que recentemente excursionou em além-mar por Évora, Castro Verde, Serpa e Charneca de Caparica, receberá o ilustre visitante acompanhado por Marcos Aur (baixo acústico) e Carlinhos Ferreira (percussão) — o que será a primeira novidade nas apresentações que o duo protagoniza já que, até então, Chico Lobo e Pedro Mestre revezavam-se ao microfone, sozinhos, pelas casas e teatros pelos quais passaram neste período, sempre alcançando lotações máximas e aplausos efusivos. Continuar lendo

658 – Nossos parabéns além-mar para o aniversariante José Barros, de Braga, Portugal!

Lirio Roxo

O Barulho d’água Música atravessa os oceanos para levar um abraço até o lisboeta José Barros, aniversariante em 27 de setembro,  e que entre 11 e 13 de setembro esteve em Belo Horizonte (MG)  para abrilhantar a I Mostra Internacional de Violas de Arame do Brasil, evento organizado pela Fundação Municipal de Cultura e Viola Brasil Produções que uniu os músicos Chico Lobo, João Araújo e os patrícios de José Barros, os também violeiros Eduardo Costa, e Pedro Mestre e Vitor Sardinha. Chico Lobo, nascido em São João Del Rey e expoente da viola caipira, residente atualmente na Capital mineira, como anfitrião recebeu os convidados portugueses, cada qual representando uma viola típica de suas regiões — Amarante, Braga, Alentejo e Ilha da Madeira.  

mestre e barros

José Barros trouxe a viola braguesa, abriu o evento tocando uma versão do Hino de Portugal e depois, após oferecer uma amostra da sonoridade de seu instrumento, cantou canções típicas acompanhando Pedro Mestre. A I Mostra Internacional de Violas de Arame foi promovida nos moldes das que ocorrem em Portugal desde 2009 e inserida como atração da III Virada Cultural de Belo Horizonte e ofereceu, ainda, um concerto no Parque Municipal, no domingo, 13, seguido por uma oficina, novamente no CRM.

Ao amigo de além-mar nosso fraterno e forte abraço! Felicidades e sucesso em nome dos amigos Marcelino Lima, Andreia Beillo, Nalu Fernandes, Elisa Espíndola, Babu Baia (cuja família é de Portugal!), Thiago Barreto, Cíntia Wakayma e e seguidores do blogue!

José Barros nasceu em 1960, cerca de 20 anos depois despertou interesses pelos instrumentos tradicionais de cordas, entre eles a viola braguesa. Paralelamente descobre o gosto pelos cantares tradicionais de todas os regiões do país. Frequentou o Juventude Musical Portuguesa e a Academia dos Amadores de Música de Lisboa onde cursou o disciplino de Canto. É responsável pelo projeto Trinado de dinamização e de divulgação dos instrumentos tradicionais de cordas. Fundador e do grupo José Barros e Navegante.

braguesaViola Braguesa – Instrumento popular do Noroeste Português, entre Douro e Minho e, sobretudo do Minho, figurando nas rusgas (as rusgas minhotas são grupos festivos que se podiam ver a caminho das festas e romarias e nos trabalhos coletivos da região, acompanhando a dança que espontaneamente se organizava), chulas e desafios, que são as formas músico-instrumentais dominantes na região. Ela toca-se a solo ou a acompanhar o canto, ou mais correntemente, ao lado do cavaquinho, e, modernamente, da guitarra (mais raramente com a rabeca e bandolim), harmônica e acordeon a par dos idiofones rítmicos e fricativos, como o tambor, os ferrinhos e o reque-reque.

 

644 – Chico Lobo recebe portugueses em Beagá (MG) para I Mostra de Violas de Arame

Lirio Roxo

Ao final da noite de abertura da I Mostra de Violas de Arame em Belo Horizonte os cinco violeiros ofereceram ao público uma cantiga com temas do Brasil e de Portugal (Fotos: Marcelino Lima/Acervo Barulho d’água Música)*  *Reprodução autorizada apenas pelos artistas, em quaisquer meios, tempo ou lugar

Belo Horizonte (MG)  transformou-se entre os dias 11 e 13 de setembro em ponto de encontro para duas formas de manifestações culturais e artísticas do Brasil e de Portugal, durante a I Mostra Internacional de Violas de Arame do Brasil, evento organizado pela Fundação Municipal de Cultura e Viola Brasil Produções que uniu os músicos Chico Lobo, Eduardo Costa, José Barros, Pedro Mestre e Vitor Sardinha. O primeiro, nascido em São João Del Rey e expoente da viola caipira, residente atualmente na Capital, como anfitrião recebeu os convidados, quatro portugueses, cada qual representando uma viola típica de suas regiões — Amarante, Braga, Alentejo e Ilha da Madeira. Eduardo Costa, assim, trouxe a viola amarantina, José Barros a viola braguesa, Pedro Mestre a viola campaniça e Vitor Sardinha a viola madeirense, instrumentos cujo conjunto se designa como Violas de Arame, com sonoridades diferentes, mas que ao serem tocadas por seus embaixadores revelaram nítidas semelhanças com as que soam por aqui nas dez cordas caboclinhas.

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639 – Chico Lobo recebe violeiros portugueses em Beagá para I Mostra Internacional de Violas de Arame

pedro chico e lobo mestre

O violeiro, compositor e cantor Chico Lobo (MG), com apoio do Fundo Municipal de Cultura e da Viola Brasil Produções promoverá entre 11 e 13 de setembro, em Belo Horizonte, a I Mostra Internacional de Violas de Arame do Brasil, evento no qual receberá para concertos e palestras os portugueses Eduardo Costa (Amarantina), José Barros, Pedro Mestre e Vitor Sardinha, representantes das violas amarantina, braguesa, campaniça e madeirense. A abertura solene está programada para começar às 20 horas da sexta-feira, 11, no Centro de Referência de Moda, situado na rua Bahia, 1149. Antes, pela manhã, Chico Lobo receberá os ilustres convidados de Portugal em seu programa da TV Horizonte Viola Brasil.

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