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Starting Pointmarcaria o início de um dos conjuntos instrumentais mais ousados do Brasil, quando, há quase 50 anos, os autores ainda formavam um trio que, como outros artistas na época, não encontrou gravadora
* Com Irati Antonio, Utopia Records
Uma raridade formada por seis faixas instrumentais, inédita desde 1975, acaba de ser gravada em formato laser e vinil pela gravadora inglesa Far Out Recordings¹: o disco Starting Point, que, apesar de enfim receber por um selo gringo merecidíssima atenção quase 50 anos depois, é do Grupo Um, formado naquele ano pelos irmãos Lelo Nazario e Zé Eduardo Nazario e que convidaram Zeca Assumpção para se juntar às suas experiências musicais. Na época, os Nazario e Assumpção já integravam a patota de Hermeto Pascoal ao lado do guitarrista Toninho Horta e do saxofonista Nivaldo Ornelas. O trio formava a seção rítmica (piano, baixo e bateria) e ficou conhecido como “cozinha paulista” do Bruxo dos Sons, pois eram os únicos do estado de São Paulo.
Com Tambores Comunicações – Assessoria de Comunicação
#MPB #Jazz #Baião #Boogie
Álbum, que está sendo lançado no Brasil e nos Estados Unidos da América, também em formato físico, chega depois dopianista dedicardiscos anteriores às obras de Milton Nascimento e de Tom Jobim
O pianista, compositor e arranjador carioca Antonio Adolfo, com mais de cinco décadas de carreira, reconhecido internacionalmente como uma personalidade do jazz latino, está lançando digitalmente e em formato físico Octet and Originais(selo AAM Music), no qual retoma o repertório próprio. Entre inéditas como Boogie Baião e Toada Moderna,o disco revisita as consagradas Teletemae Pretty World,que é a versão em inglês de Sá Marina, sucesso internacional gravado, entre outros, por Wilson Simonal e Stevie Wonder.
Octet and Originais, destaca não apenas composições autorais, mas também a banda estelar do carioca. Para Adolfo, hão há nada melhor do que poder contar “com músicos maravilhosos, que gravaram nos meus projetos recentes”. É aos parceiros que o pianista dedico esse novo trabalho: Ricardo Silveira (guitarra), Rafael Barata (bateria), Jorge Helder (baixo), Jessé Sadoc (trompete/flugelhom), Rafael Rocha (trombone), Danilo Sinna (sax alto) e Marcelo Martins (sax-tenor/ flauta).
Álbum Você Você – Anna Paes Canta Guinga traz música inédita e participação do prestigiado compositor e violonista carioca, além de parcerias com Aldir Blanc, Paulo César Pinheiro, Chico Buarque entre outros
O compositor e violonista Guinga tem já no Brasil uma obra extensa, com mais de 20 álbuns gravados, além do prestígio dentro e fora do país. A cantora Anna Paes, uma das suas admiradoras, mergulhou neste universo para lançar Você Você – Anna Paes Canta Guinga, mais um projeto da Gravadora e Produtora Kuarup com edição física e já disponível nas plataformas digitais. A compositora interpreta sucessos de Guinga acompanhada pelo homenageado, ao violão. O repertório, de 11 faixas, é composto por valsas, canções e toadas em parcerias com Aldir Blanc, Paulo César Pinheiro, Chico Buarque, José Miguel Wisnik e Thiago Amud.
O disco é o segundo de Anna Paes e o primeiro no qual atua como intérprete de canções não-autorais. Gravado entre março e abril de 2022 no Studio Araras, a produção artística, a gravação, a mixagem e a masterização são assinadas por Sérgio Lima Netto.
Xeque Mate. segundo trabalho do baterista e músico paulista Mário Negrão Borgonovi, comemora os 50 anos de carreira do músico. À época do primeiro, Madeira Em Pé (1980), o autor ainda assinava apenas Mário Negrão e trouxe a público um álbum autoral considerado como um dos pioneiros da música instrumental brasileira, revelando um olhar musical sobre o meio ambiente, Conhecido como músico de estúdio, passou boa parte de sua carreira tocando com astros da música popular brasileira como Baden Powell, Antonio Adolfo, Paulo Moura, Raphael Rabello, Carlos Lyra, Claudete Soares, Clara Nunes, Chico Buarque, Egberto Gismonti, Leila Pinheiro, MPB-4, Paulinho Nogueira, Quarteto em Cy, Rosinha de Valença, Sérgio Ricardo, Toquinho, Vinícius de Moraes e Orquestra Sinfônica Brasileira, entre tantos outros. Agora, fez questão de observar que Mário Negrão foi uma marca que o acompanhou durante toda a carreira, pois Negrão é o sobrenome de sua mãe, mas neste segundo resolveu homenagear o pai, já falecido, motivo pelo qual o sobrenome dele, Borgonovi, é usado no álbum e na assinatura.
É costume recorrente entre alguns apresentadores de programas musicais populares de rádio e também de provedores de conteúdos na internet atribuir a autoria de composições que estão sendo tocadas ou divulgadas, em determinados momentos, a quem as interpreta, quando não deixam de mencionar o compositor. Estes erros podem ser apenas pura e simples ignorância ou desatenção, mas são equívocos que podem contribuir de maneira impactante na desvalorização da carreira dos criadores, dos mais tarimbados aos menos criativos, ajudando, inclusive, a mantê-los no ostracismo ou longe da fama que mereceriam, permitindo a outros fazerem fortuna com o chapéu alheio. Sem contar que podem ser entendidos como violação, ainda que involuntária, da propriedade intelectual e imaterial de um trabalho artístico que levou tempo e exigiu algum grau de elaboração para tirar o branco do papel.
Quem viveu a adolescência e a juventude na virada dos anos 1970 para os 1980, como eu, ouviu bastante e cantou em rodinhas, animadas por um violão, Serafim e Seus Filhos e Marcas do Que se Foi, por exemplo. A primeira varou o tempo e chegou bastante conhecida ainda nos dias atuais; a segunda, mais propriamente um jingle, embalou as chamadas de final de ano da Rede Globo, em 1976: em uma de suas versões, levava o telespectador a passear por bucólicas paisagens rurais; eu, com 12 para 13, “viajava” nas imagens que me colocavam a bordo da velha “jaú”¹ azul marinho do motorista Zé Portes subindo e descendo a empoeirada estrada de ligação entre Juiz de Fora e Chácara, cidades da Zona das Mata mineira, onde mor(ava)m tios e avôs paternos. Serafim e Seus Filhos, arrisco defender, tem uma das letras mais interessantes e poéticas de nosso cancioneiro (leia matéria a respeito, de José Mário Espínola, médico e escritor, clicando aqui), foi bastante difundida quando “estourou” e, justamente por virar um sucesso atemporal, muita gente gosta de regravá-la – na maioria das versões que conheço, felizmente e ao menos, preservando o seu arranjo original, com poucas alterações.
Marcas do Que Se Foi chegou a ser sulcada em um bolachão (Estrelas, de 1977), com sua autoria atribuída aos The Fevers, enquanto a mística Serafim e Seus Filhos aparece citada por ai ora como composição de Zezé Di Camargo & Luciano, ora, ainda, de Sergio Reis, por exemplo. Consuma-se, assim, um dos erros citados acima, posto que entre os autores de ambas um deles é Ruy Maurity, fluminense que partiu para o Plano Maior há alguns dias – embora, justiça seja feita: há pouco tempo envolvido no centro de uma infeliz polêmica política, o cantor sertanejo/caipira, em um dos shows do seu projeto Sergio Reis e Filhos que promoveu há anos, disse em bom e alto tom quando começava a executá-la em um concerto da turnê que Maurity é o autor, em parceria como José Jorge, da épica saga que se passa em noite alta de lua mansa. A dupla Maurity/Jorge, arco e flecha na biografia de ambos, também é devidamente mencionada nos créditos do álbum que as apresentações ao vivo do projeto SR renderam – disco por sinal belíssimo, lançado pela Atração Fonográfica, em 2003 e daqueles que valem a pena ter e ouvir, sempre… mesmo se você tenha “cancelado” o Sergião no ano passado, talquêi?!. Marcas Do Que se Foi também é de Maurity e de Jorge, com Paulo Sérgio Valle, Tavito (1946 – 2019), Ribeiro e Márcio Moura, embora de autoria oficialmente creditada à produtora de jingles Zurana.
Antonio Adolfo (de óculos), abraçado por Ruy Maurity, escreveu: “Uma notícia muito triste: meu querido irmão e grande compositor, Ruy Maurity, foi embora para sempre essa noite. Ficará sua obra lindíssima e as lembranças da maravilhosa pessoa que sempre foi. Fique em Paz. Você sempre mereceu o nosso amor! Viva Ruy Maurity!” Já Carol Saboya comentou: “Nessa madrugada, meu tio Ruy Maurity nos deixou. Uma pessoa muito amorosa, um compositor incrível! Vai fazer muita falta!” (Foto: Acervo da família)
Ruy Maurity de Paula Afonso nasceu em Paraíba do Sul (RJ) e saiu de cena em 1º de abril, aos 72 anos, após dias em coma provocada por duas paradas cardíacas, decorrentes de um exame de endoscopia. Era filho da primeira violinista a integrar a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal da cidade do Rio de Janeiro, Iolanda. Seu irmão é o pianista e compositor Antonio Adolfo, pai da bela cantora Carol Saboya. Contudo, a obra de Maurity na cena musical nacional não alcança o mesmo reconhecimento da de Adolfo — que segue ativo, reside nos Estados Unidos da América e desenvolveu sólida carreira no Exterior gravando, por exemplo, ótimos tributos a Milton Nascimento e Tom Jobim, entre trabalhos autorais de fôlego. Esta obliteração do irmão pela mídia, somada aos equívocos das autorias creditadas a seus interpretes, configura outro pecadilho contra o legado de Maurity – algo muito semelhante ao que até hoje sofre Sidney Miller, embora a genialidade de ambos os deixe nos mesmos patamares, por exemplo, de Belchior e de Chico Buarque, embora estes tenham estilos mais bem definidos ou pouco menos ecléticos dentro do guarda-chuva da MPB.
Muito mais do que Serafim e Seus Filhos e Marcas Do Que Se Foi, Maurity emplacou várias de suas composições em novelas da Vênus Platinada como A Escalada, Fogo Sobre Terra e Dona Xepa (na trama de 1977, a original, da Globo³, é dele o tema de abertura), em época na qual a vendagem de discos de vinil com as respectivas trilhas dos folhetins globais era turbinadora das receitas e carro-chefe da gravadora Som Livre. A ele é dado o status de um dos percursores do Rock Rural – gênero pelo qual também transitou concomitantemente e talvez com maior identificação Sá, Zé Rodrix, Guarabyra, Tavito e, no qual, até hoje, Zé Geraldo põe bolas no ninho da coruja – e às do segmento contido na ampla etiqueta #MúsicaRegional. Maurity, contudo, talvez seja, mesmo, com maior e indiscutível mérito, um dos baluartes mais iluminados entre compositores e intérpretes (como Geraldo Filme, Luiz Américo, Clara Nunes, Clementina de Jesus e Martinho da Vila) de um terreno no qual hoje se destacam Mateus Aleluia, Mariene de Castro e o violeiro mineiro Paulo Mourão, só para começar a riscar a pemba: o do samba que dialoga com elementos da religiosidade de matriz africana, trajado quase que essencialmente de branco, com os dois pés bem fincadinhos nos sagrados terreiros da Umbanda e do Candomblé!
Religiões que têm milhares de adeptos espalhados pelo país, embora ainda sejam alvos de intolerância e preconceitos injustificáveis, a Umbanda e o Candomblé, referências claras aos seus rituais e costumes de ambas aparecem no repertório de Maurity, de forma bem demarcada como uma batida de atabaque em Barravento. Revelam-se em letras e arranjos apoiados em instrumentos típicos como a da clássica Nem Ouro Nem Prata, faixa-título do, talvez, melhor entre tantos ótimos álbuns de Ruy Maurity, este lançado em 1976, que sobrevive na memória popular embalada pelos versos de um ponto cantado largamente em giras Brasil adentro: Samborê, pemba, é folha de jurema; Oxóssi reina de Norte a Sul… Esta veia também pulsa em Quizumba de Rei; e Xangô, o Vencedor (do mesmo álbum de 1976); aparecera antes em Cajeré (Safra/74, 1974); retornou em Festa Crioula, Sete Cavaleiros,Ganga Brasil e Pai João (Ganga Brasil, 1977) e repetiu-se, por exemplo, em Ponto Final (Bananeira Mangara, 1978) e Casamento de São Jorge e Réquiem De Uma Princesa Nagô (Natureza, 1980),
O talento de Ruy Maurity e sua ampla identificação com as tradições e costumes da brasilidade, portanto, constituem uma obra copiosa e entranhada na cultura popular.Mas, ainda assim (ou talvez por isso?) tão logoo moço recebeu de Oxóssi permissão para andarlivremente pelas matas, para ver o mundo do alto das montanhas de Xangô ou fluir como espírito livre feito as águas abençoadas por Mãe Oxum, não mereceunem na mídia especializada pouco mais do que notas curtas ou textos burocráticos em obituários. Mas como provavelmente ainda no ventre de Dona Iolanda o menino escutou a gargalhada do Tranca Ruas. ao abrir a porteira para vir ao mundo já baixou com moral junto a baianos, boiadeiros, marinheiros, pretos velhos e logo aprendeu a tocar violão, sozinho.Como muita gente boa, deu os primeiros passosna carreira em festivais a partir do efervescente 1968, ano de chumbo em que sua Arruaça (composta com José Jorge) foi defendida no I Festival Universitário de Música Brasileira pela cantora Sônia Lemos, conforme lembrou em seu blogue Pop & Arte o jornalista Mauro Ferreira, do portal G1. Maurity teve outras duas parcerias com José Jorge gravadas por Maysa, em 1969, Estranho Mundo Feliz e Quebranto, antes de faturar o III Festival Universitário de Música Brasileira, em 1970, com a música Dia cinco, mais uma das muitas parcerias com José Jorge, ainda conforme Ferreira.
Brasil ame-o ou deixe-o, tricampeão de futebol no México. Naquele mesmo anosaiu o primeiro elepê – Este é Rui Maurity, que faz uma alusão à Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, e ara o roçado para Serafim e Seus Filhos, apresentada, pela primeira vez, em 1971, entre as faixas deEm busca do ouro². Três anos depois, Ruy Maurity assinou Safra/74, que teve canções incluídas nas trilhas sonoras de Escalada eFogo Sobre Terra. Em 1976 e 1977, brindou-nos com Nem Ouro Nem Pratae Ganga Brasil, que inclui a globalDona Xepa. Bananeira Mangará, no ano seguinte, renovou a discografia, mais uma vez com bônus de louvor dados pela crítica a começar pela música de abertura, Pelo Sinal; depois, na década dos anos 1980, voltou aos estúdios para gravar Natureza (da capa em que ele está pescando uma bota em um riacho) e A Viola no Peito. Em 1998, com arranjos de temática caipira, produziu De Coração, no qual reinterpretou, por exemplo, Serafim e Seus Filhos e Menina do Mato, reavivando diversas parcerias com José Jorge.
Nem Ouro Nem Prata foi regravada por Teresa Cristina, em 2007, quando a filha de Paulinho da Viola lançou o álbum Delicada. Dos sete álbuns do período durante o qual Maurity esteve em alta na década dos anos 1970, Este é Ruy Maurity é o único que não tem o selo da Som Livre, marca distintiva dos demais que são: Em busca do ouro (1972), Safra/74 (1974), Nem Ouro Nem Prata (1976), Ganga Brasil (1977), Bananeira Mangará (1978) e Natureza (1980); Safra/74 teve produção de Eustáquio Sena e arranjos de Antonio Adolfo, e dele Ferreira destacou “músicas inspiradas” como Parábola do Pássaro Perdido e Com Licença, Moço, ambas compostas por Maurity e José Jorge. De Bananeira Mangará Mauro Ferreira pinçou a parceria então inédita de Maria Bethânia com a violonista e compositora Rosinha de Valença em Cana caiana (1978), “música afinada com o Brasil rural cantado com inspiração por Ruy Maurity.”
Os discos, ainda observou o blogueiro do G1, apresentam títulos que já evocam a brasilidade entranhada na obra do artista. “Após esse período áureo, Maurity gravou poucos discos a partir dos anos 1980. Mas os álbuns que deixou ainda guardam pérolas que merecem ser pescadas no baú”, emendou Ferreira. Citando versos da canção atribuída ao The Fevers, Mauro Ferreira terminou sua matéria com a frase “os passos de Ruy Maurity pelo chão do Brasil vão ficar”. Laroyê!
¹ Jaú é como meu pai, Geraldo Caetano de Lima, chamava uma “jardineira”, antigo modelo de ônibus como era o de Zé Portes. O trajeto entre Juiz de Fora e Chácara é de 28 quilômetros, hoje, asfaltados.
² A música Serafim e Seus Filhos teve uma segunda versão, a continuidade da saga, gravada como As Artimanhas de Lourenço, Filho de Serafim, como faixa 11, em Natureza.
³ A novela Dona Xepa primeiro foi exibida pela TV Globo, entre 24 de maio a 24 de outubro de 1977, em 132 capítulos, no horário das 18 horas. Era baseada na peça teatral homônima, escrita em 1952, por Pedro Bloch, adaptada por Gilberto Braga, com direção de Herval Rossano. O elenco reuniu Yara Cortes, Reinaldo Gonzaga, Nívea Maria, Edwin Luisi, Rubens de Falco, Cláudio Cavalcanti e Ana Lúcia Torre nos papéis principais. Em 2013, a Record pôs uma segunda versão no ar, em 91 capítulos, sempre às 221h15de 21 de maio e 24 de setembro de 2013.
4 A “paternidade” de Marcas do Que se Foi, na internet, também aparece para Zezé Di Camargo & Luciano, Roupa Nova e Padre Marcelo Rossi, entre outros equívocos.
Marcelino Lima é jornalista formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 1991, atuou como repórter, editor e revisor dos mais importantes jornais de Osasco e região, em diversas coberturas da área esportiva, cultural, política e sindical, em assessoria de imprensa para várias entidades e prefeituras, além de campanhas eleitorais. Também é fotógrafo e há oito anos coordena as publicações do Barulho d’água Música. Para contribuir com o blogue, deposite qualquer quantia no PIX 04992937896 ou 992590769.
Álbum ocupa há quatro semanas o topo na parada da revista Jazz Week e traz no repertório The Girl From Ipanema, A Felicidade e Wave
Um exemplar do novo álbum de Antonio Adolfo foi enviado à redação do Barulho d’água Música pela Tambores Comunicações, dos amigos Beto Previero e Moisés Santana, aos quais agradecemos. O pianista, compositor e arranjador carioca Antonio Adolfo, com mais de cinco décadas de carreira, reconhecido internacionalmente como uma personalidade do jazz latino americano, lançouJobim Forever (do selo AAM Music), no qual apresenta sua versão da obra de Tom Jobim (1927-1994) e privilegia composições da década dos anos 1960, um importante momento da música no Brasil, quando as inovações de Jobim ajudaram a tornar o Rio de Janeiro e todo o país o centro de uma cultura musical mundial impulsionada pelo surgimento da Bossa Nova. O álbum, que abriu mais uma audição matinal aqui no Solar do Barulho, em São Roque (SP), está disponível nas plataformas digitais e em https://antonioadolfomusic.com/,
Leia mais sobre a Tambores Comunicações ou conteúdos a ela relacionados ao visitar os linques abaixo:
Cego desde 1986, quando atuava na cena musical carioca, o músico explica que os nomes do álbum e da banda têm a ver com sua condição. Por isso, o grupo “guarda” a música na memória e toca com vendas nos olhos em Visão para Ritmo
“Vanderlei arrisca. Hoje ele é, talvez, o mais ‘brasileiro’ baterista da cena nova-iorquina. Chegou lá no peito e na raça. Conquistou e venceu. Salve!” Antonio Adolfo
“A música de Vanderlei tem influenciado músicos do mundo inteiro que vão para Nova York em busca daquele suporte que raramente se consegue no Brasil. O seu primeiro CD solo é uma prova de ritmo, musicalidade e bom gosto.” Flora Purim
“Vanderlei é um músico excepcional com uma ‘antena & sensibilidade’ fora do comum!” – Dom Salvador
*Com Tambores Comunicação
O baterista Vanderlei Pereira vive em Nova York há 30 anos e é um dos mais atuantes do ‘jazz brasileiro’ naquela metrópole. Em quase todos os ensaios de sua banda, Vanderlei chegava com mudanças de arranjos até que um dia os músicos reclamaram que as partituras estavam ficando impossíveis de serem lidas com os rabiscos. Vanderlei sugeriu, então, que decorassem as músicas, como ele mesmo, cego, sempre fizera, e talvez, devessem vendar os olhos ao tocarem as músicas mais difíceis. Deu certo, a banda toda topou! E assim nasceu a Blindfold Test, em português a Banda Teste de Olhos Vendados, que lança, agora, para o mundo, o primeiro álbum, Vision for Rhythm (www.jazzheads.com).
Um exemplar do disco de Vanderlei Pereira foi gentilmente enviado à redação pelos jornalistas Beto Previero e Moisés Santana, da Tambores Comunicações Assessoria de Comunicação estabelecida na Capital de São Paulo, aos quais agradecemos!
O garoto que aos oito anos despontou tocando “uma sanfoninha”, hoje aos 80 um dos mais reconhecidos e queridos músicos populares do país, é celebrado em disco que registra apresentação dele e vários dos seus inúmeros amigos no Teatro Itália, em São Paulo
O músico Caçulinha, aos 80 anos, está lançando novo disco, pela produtora e gravadora Kuarup. O álbum, em comemoração aos seus 60 anos de carreira, está disponível em todas as plataformas digitais e em edição física. Caçulinha é o carinhoso nome artístico de Rubens Antonio da Silva, compositor, multi-instrumentista nascido em 15 de março de 1940, em São Paulo. Filho do violeiro Mariano e sobrinho do também violeiro Caçula, com quem o pai formou urna das primeiras duplas caipiras a gravar discos, ganhou o apelido de Caçulinha como homenagem do pai ao tio. No ano de 1959, lançou pela primeira vez um disco 78 rpm solo, pela gravadora Todamérica. O primeiro elepê seria gravado em 1963 pela Chantecler com o título Música Dentro da Noite – Caçulinha e seu Conjunto, Ainda na década de 1960, lançou mais cinco álbuns.
Elogiado por Zuza Homem de Mello, paulista de Rio Claro interpreta canções consagradas de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gilberto Gil e Tom Jobim, entre outros, além de uma parceria dele com Sérgio Natureza
As audições matinais dos sábados aqui no boteco do Barulho d’água Música começaram neste dia 24 com A Roma, de Zé Luiz Mazziotti, mais um lançamento do selo Kuarup e do qual recebemos o exemplar gentilmente nos enviado pelo amigo Moisés Santana, que ao lado de Beto Priviero responde pela agência Tambores Comunicação, na cidade de São Paulo. Somos gratos, mais uma vez, a ambos, e também cumprimentamos Rodolfo Zanke, diretor artístico da Kuarup e equipe, por mais esta valiosa contribuição à divulgação e compartilhamento da boa música e dos cantores, duplas, grupos, compositores e intérpretes brasileiros.
“Sendo a soma de tudo me aceito humana e divina e numa espécie de mágica a música nunca termina” Luhli
Ainda mal digerindo a perda neste mundo terreno do “capitão” Antonio Roberto Espinosa, que ocorreu na terça-feira, 25/9, em Osasco— emblemática cidade da Grande São Paulo onde eu o conheci, pelas mãos dele ingressei no Jornalismo e me tornei o profissional que conforme dizem hoje eu seria –, recebi na noite de quarta-feira, 26, e novamente pela voz de minha companheira Andreia Regina Beillo, a notícia de que cantoras e amigas queridas como Consuelo de Paula e Socorro Lira estavam lamentando a morte de Luhli. Um pouco perturbado pela morte do Espina, puxei pela memória, mas não consegui, no ato da conversa com Andreia, recordar quem fora Luhli; momentos depois, entretanto, outro golpe: constatei que perdíamos nada mais, nada menos, que uma das mais inovadoras, revolucionárias e férteis cantoras e compositoras de todos os tempos da música brasileira, que em minha juventude amei tanto quanto os Beatles, os Rolling Stones, o Pink Floyd, o Iron Maiden, a moçada da Vanguarda Paulista, o 14 Bis, o Chico, o Fagner, o Milton, o Belchior, o Ednardo, a Elis, a Rita Lee, a Lucia Turnbull, a Dulce Quental, o Tarancón, as duplas Tião Carreiro e Pardinho e Tonico e Tinoco; artista que cantando em dupla com Lucina, àquela época ainda Luli, embalou meus anos de utopia durante os quais sonhávamos com o país que o Espinosa defendeu quase que com a vida (aos 20 e poucos anos!) e nos impelia a construir (“ousar sonhar, ousar lutar!”).