1633 – Rodrigo Delage e Ivan Pestana são as próximas atrações do 6º Viola de Feira, em Belo Horizonte (MG)

#ViolaCaipira #ViolaInstrumental #BeloHorizonte #Beagá #MG #MinasGerais #MinasNovas/MG #Pirapora/MG #Turmalina/MG #CulturaPopular #MPB #MúsicaCaipira #MúsicaInstrumental #MúsicaLatinoAmericana

Cantores vão embalar a hora do almoço com canções autorais em concerto do tradicional projeto elaborado pela  Picuá Produções, com entrada franca, marcado para o Centro Cultural da Lagoa, situado no bairro Itapoã

*Com Lilian Macedo

Preservar valores da cultura popular e das tradições do país se tornou cada vez mais importante à medida que desejamos manter sólidas conexões com as raízes que formam a diversificada identidade do brasileiro. Depois do distanciamento forçado no auge da pandemia da Covid-19, aos finais de semana resgatar a boa música entre familiares, ainda mais temperados com música de viola caipira, propicia a oportunidade de curtir um “calorzinho” a mais. E de graça é ainda melhor! Esta é a proposta da Picuá Produções Artísticas com as apresentações programadas para o 6º Viola de Feira Circulação nos Centros Culturais, projeto que conta com recursos da Lei Municipal de Belo Horizonte (MG) de Incentivo à Cultura nº 2194/2021 e patrocínio do Instituto Hermes Pardini S/A.

O Viola de Feira é idealizado por Nilce Gomes e Wilson Dias. Neste ano as rodadas, presenciais, sempre a partir das 11 horas, começaram em 26 de março. Violeiros de Minas Gerais e de outros estados convidados pelo casal embalam a hora do almoço com concertos de música raiz em ambiente de feira livre como farão os próximos a subirem ao palco: Rodrigo Delage e Ivan Pestana, escalados para entreter a plateia no Centro de Referência e Cultura Popular Tradicional Lagoa do Nado, no domingo, 28 de maio. Conforme o formato dos concertos, as atrações se revezarão no palco com o intuito de conectar gerações, estilos, pesquisas e estudos que revelam sob a ótica de cada uma a versatilidade e a riqueza da viola caipira — instrumento que recentemente foi alçado a patrimônio cultural e imaterial de Minas Gerais.

Continuar lendo

1632 – Cole no Parque Villas Lobos, em Sampa, curta a sonoridade universal da banda paulista e comece a seguir a eclética Nomade Orquestra

#MPB #MusicaInstrumental #Jazz #Funk #Dub #Rock #Afrobeat #SantoAndré #ABCPaulista #CulturaPopular

Grupo da emblemática região onde se situa Santo André sobrevive ao coronavírus da mesmice e sem perder a identidade chega aos dez anos de estrada, celebrado pelo público e formando unanimidade entre críticos mundo afora. Inédita e arrojada fusão de ritmos, agora contemplada para uma concorrida turnê pelo ProAc, gerou uma sólida árvore em cujos galhos o quinto álbum já frutifica 

Uma das mais badaladas bandas do momento na cena paulista, que já faz sucesso também junto a plateias de outros estados brasileiros e de países do Exterior, a Nomade Orquestra completou 10 anos em janeiro, quando deu largada à concorrida turnê que faz parte do projeto contemplado pelo edital PROAC  14/2022 Circulação de Espetáculo e já passou por capitais como Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e municípios populosos como Ribeirão Preto (SP) e da região do ABC, onde despontou. O grupo também foi atração em espaços cobiçados como o Teatro Elis Regina (São Bernardo do Campo/SP), Blue Note e Casa Natura (São Paulo/SP) e o Parque do Ibirapuera — uma das áreas verdes mais frequentadas de Sampa. Acostumada a juntar e talhada para animar com música de excelente qualidade públicos numerosos, a Nomade agora será atração do Parque Villa Lobos, situado na zona Oeste paulistana, tão procurado como o Ibirapuera. Com entrada franca, a apresentação da Nomade está prevista para começar a partir das 16 horas, quando os portões que dão acesso ao entorno do palco serão abertos para o concerto.

Continuar lendo

1631 – Matheus Pezzotta disponibiliza faixas de Descendente, reverência à ancestralidade e à força das ma­trizes africanas da cultura familiar e de São Roque (SP)

#MPB #MúsicaAfro #MovimentoNegro #ResistênciaQuilombola #QuilombodoCarmo #SãoRoque/SP #EstânciaTurísticadeSãoRoque/SP #CulturaNegra #CulturaPopular

O cantor, compositor e multi-instrumentista disponibilizou para audição nas plataformas digitais o disco extendido (EP) Descendente, que traz quatro músicas do autor de São Roque, estância turística do Interior paulista a cerca de 60 quilômetros da Capital. Pezzotta propõe por meio do projeto um convite para os ouvintes reverenciarem a ancestralidade e a força das ma­trizes africanas presentes na cultura local. Em tom ritualístico, Descendente reverencia os ante­passados de Pezzotta, perso­nagens entrelaçados com a história e resistência e manifestações culturais das populações negras da região. O ponto de referência é o Quilombo do Carmo, comunidade tradicional de São Roque, instalada desde o início do século XVIII e ainda em luta pela titulação das terras e acesso as ser­viços públicos básicos.

O violão do autor conduz a narra­tiva e rege a escalada sonora em ciclos. Nesta toada, desperta tambo­res que rompem o tempo presente para pedir coro e, também, socorro. Pezzotta canta, evoca outras vozes e entoa letras marcadas por signos de luta, mas também de festa. A gravação contou com a participação do músico e pesquisador em Culturas Ne­gras, Salloma Salomao. As cantoras Marina Rosa e Sel­ma Fernands, junto aos vo­cais de Edson D’aisa (pai de Pezzotta) e João Bid, sustentam os coros. A percussão cabe a Manu Neto, Adriano Sambatti comanda o con­trabaixo, enquanto Alaécio Martins executa sons no trombone e ao clarinete e sax-tenor atua Paulo Man­tovani. Outro destaque é a participação especial do percussionista João Mário, que trouxe o bumbo tradi­cional Cangussú, da comu­nidade Cururuquara (bairro de Santana de Parnaíba, cidade histórica próxima a São Roque) em Terras Paulistas. O designer gráfico da capa é de autoria de Henrique Pi­colo. Descendente foi grava­do e finalizado no Estúdio JCP, do produtor musical Júlio Paz, residente em Sorocaba.

Continuar lendo

1629- Kuarup disponibiliza À beira do abismo, uma das novidades do próximo álbum de Élcio Dias e Amorim (SP) e com lançamento previsto para agosto

#MPB #MúsicaCaipira #MúsicaRegional #MúsicaLatinoAmericana #ÉlcioDias&Amorim #ÀBeiradoAbismo #CantigadeSonhos #EmbudasArtes #SP #ProdutoraeGravadoraKuarup #CulturaPopular 

Dupla residente em Embu das Artes estreou há dois anos com elogiado tributo a Pena Branca & Xavantinho, também pelo selo paulistano, e dará sequência à promissora carreira com repertório seleto de 11 faixas: as músicas mesclam composições autorais e releituras surpreendentes de sucessos consagrados do cancioneiro caipira e regional

Quem nunca curtiu uma ‘fossa’ pule para a próxima faixa! Élcio Dias assina a melodia e compôs esta música, que tem jeito de pura sofrência, em parceria com a irmã Elisa Dias, cantora e compositora de carreira independente e que já participou de vários programas na televisão. A letra relata a tristeza provocada por lembranças de uma paixão perdida no passado, mas que deixou marcas profundas, trouxe um persistente sentimento de solidão em um homem que se sente fadado a enfrentar noites frias como se atravessasse um interminável inverno em uma casa vazia e escura que ele compara a uma gaiola na qual, tal qual um passarinho, está aprisionado e não consegue bater asas para fora e além do próprio ninho. Com o coração em pedaços e feito estilhaços caídos pelo chão, ele sonha com a chegada de um novo tempo, uma estação comparável à primavera para que possa, enfim, renascer e se libertar do fadário que o consome.”

O texto acima apresenta À beira do abismo, primeiro single que a Produtora e Gravadora Kuarup disponibilizou nas plataformas digitais na sexta-feira, 12 de maio, estratégia que ara a terra para o lançamento de Cantiga de Sonhos, segundo álbum da dupla Élcio Dias e Amorim, previsto para 19 de agosto. Ambos moradores da Estância Turística de Embu das Artes, cidade da Grande São Paulo (a cerca de 35 quilômetros da Capital), Dias e Amorim já gravaram o disco de estreia pelo selo paulistano (casa de um dos melhores elencos musicais de todos os tempos no país, completando 45 anos de mercado, marca que brindará o público com vários lançamentos de qualidade ao longo deste ano!), com releituras de sucessos do cancioneiro caipira e regional consagrados nas vozes de Pena Branca & Xavantinho, tema da atualização 1397 do Barulho d’água Música publicada m 28 de maio de 2021 (https://barulhodeagua.com/2021/05/28/1397-disco-de-estreia-da-dupla-elcio-dias-amorim-celebra-a-obra-de-pena-branca-xavantinho/).

Continuar lendo

1618 – Ivan Vilela (MG) grava álbum com Pablo Castaño e vai à Espanha para série de concertos com o renomado saxofonista galego

#MPB #MúsicaCaipira #MúsicaInstrumental #MúsicaGalega #ViolaInstrumental #ViolaBrasileira #ViolaInstrumental #Saxofone #Itajubá #SantiagodeCompostela #MinasGerais #Galiza #Galícia #Espanha #CulturaPopular

Violeiro é um dos mais renomados músicos do cenário nacional, aplaudido na Europa e em MAT[R]IZ, seu vigésimo disco, que, ao lado do novo parceiro de gravações, brinda o público com o toque pessoal da dupla à world music, mesclando suas criações entre os contextos acadêmico e popular

O compositor mineiro de Itajubá, violeiro e pesquisador, Ivan Vilela, professor da Escola de Comunicação de Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), protagonizará em maio, em Santiago de Compostela (Espanha), cinco espetáculos durante os quais apresentará o repertório do recém-lançado álbum MAT[R]IZ. O disco integralmente instrumental, por lá gravado em formato vinil, é uma parceria de Vilela com o saxofonista Pablo Castaño, nome de referência do novo jazz galego, e está disponível nas plataformas digitais. Um dos concertos transcorrerá a 6 de maio, no teatro principal da cidade, a partir das 20h30 do horário local. Neste inusitado encontro da viola caipira com o sax, a dupla brindará o público com seu toque pessoal e original à world music, naturalmente mesclando suas criações entre os contextos acadêmico e popular, a improvisação do jazz, o encanto dos ritmos da música brasileira e o lirismo enérgico da canção popular galega.

Continuar lendo

1612 -Blas Rivera e David Chew lançam pela Kuarup álbum dedicado a Johann Sebastian Bach*

#MPB #MúsicaClássica #Jazz #Tango #JohanSebastianBach #RiodeJaneiro #Córdoba #Argentina #Londres #Inglaterra

Back To Bach já está disponível nas plataformas digitais com melodias criadas pelos premiados músicos que vivem no Brasil: um saxofonista argentino e um violoncelista britânico

* Texto baseado em original da Produtora e Gravadora Kuarup

Jazz, tango e clássico. Os três estilos juntos, misturados, vivos, eternos, rebeldes, conversando constantemente, reverenciam o mestre dos mestres, o compositor Johan Sebastian Bach. Nada mais “carioca” que dois estrangeiros se apaixonarem pelo Brasil e ficarem por aqui para sempre, abraçados na própria música: o impecável e profundo violoncelo do músico britânico David Chew e os irreverentes sax tenor e piano do instrumentista argentino Blas Rivera. A dupla vive no país e se emociona, há tempos, com uma música única, delicada e exultante. Conversa, cala, improvisa, chora e nos envolve com composições de Astor Piazzolla, Bach, Carlos Gardel, Tom Jobim e de Rivera.

Silencio, preparem os corações: o show vai começar. O disco Back to Bach foi gravado e produzido em Araras, nas montanhas do Rio de Janeiro, pelo produtor Sergio Lima Netto e conta com participações especiais do músico e produtor Ricardo Gomes (baixo) e César Ehmann (violão). David Chew e Blas Rivera já assinaram quatro álbuns: Ojala Que me Escuche (Tributo a Astor Piazzolla), Two Faces (Tributo a David Chew), Entre as Cordas, Jaque Mate e, agora Back to Bach, lançado e distribuído pela gravadora e produtora Kuarup. Back to Bach permite ao ouvinte uma turnê pela Europa, finalizando a grande viagem que começa em nossos trópicos.

Continuar lendo

1605 – Apoie a campanha de assinaturas do Barulho d’água Música lançada pela Catarse

#MPB #CulturaPopular #VaquinhaVirtual #Crowdfunding #JornalismoIndependente

O Barulho d’água Música conta com seu apoio para seguir divulgando a produção e os projetos do segmento independente da música brasileira que revelam o Brasil profundo, mas são historicamente ignorados pela mídia!

O Barulho de Água Música (BaM) completará em junho deste ano nove anos de atividade ininterrupta, autônoma e imparcial, com um trabalho que já soma mais de 1.600 matérias (atualizações) produzidas com o rigor e o zelo profissionais que pautam o bom jornalismo na construção de um veículo de comunicação ético e que seja referência para seu público, seguidores e leitores. Desde a apuração das informações até a redação do texto que é publicado, nunca deixando de observar regras e critérios previstos nos melhores escolas e manuais da categoria — como, por exemplo, atribuição de créditos a fotógrafos e colaboradores –, este trabalho tem sido exercido sem concessões, com dedicação em período quase integral e sem remuneração, contando apenas com apoios eventuais de parceiros e de amigos.

Parafraseando o saudoso mestre Rolando Boldrin e guardadas as devidas proporções, o que nos deixa feliz é ajudar “a tirar o Brasil da gaveta”. Nosso trabalho abre espaço para apresentação de obras valiosas, diversas e plurais por conterem elementos que preservam nossas raízes e tradições populares, mas são pouco divulgadas. Esta nossa apaixonante causa, no entanto, sempre demandou recursos que ora se tornam ainda mais difíceis de se obter, colocando em risco a manutenção desta tarefa.

POR QUÊ?

Porque o Jornalismo que exercemos, a Comunicação como pensamos, com qualidade inquestionável, plural, diversa e abrangente, para ser de fato independente (nossa mais cara bandeira e exigência) provoca consequências que incluem, paradoxalmente, dependência em juntar recursos que permitam suprir gastos na sua maioria permanentes e crescentes. Captar e transmitir dados à medida que se quer e se busca crescer, custa alto! Recolher, conferir, checar, pesquisar, locomover-se, entrevistar e cobrir eventos para registrar e redigir dados geram despesas e investimentos! E nesta conta se incluem remunerar o profissional, ter e manter os serviços de tecnologia de informação e divulgação, como um domínio registrado, para que o texto e a imagem cheguem até você!

Por este motivo, lançamos o projeto de apoio coletivo e recorrente do BaM. A partir de R$20,00 mensais, você se tornará um amigo apoiador. Nossa meta de arrecadação está divulgada e o ideal é que consigamos ao menos atingi-la, o que nos permitirá não apenas pagar os custos para a geração de matérias, bem como investir em modernização do próprio blog e em maneiras de oferecermos justas contrapartidas aos amigos apoiadores!

Temos consciência de que o mar não está para peixe e que na imensa comunidade musical com a qual interagimos todo mundo rala, e muito, para não perder a corrida contra os boletos, as contas de consumo, as despesas domésticas e pessoais – para enfim, manter a dignidade sem apertos ou, no mínimo, receber para o gasto do dia a dia -, prova que nem sempre se consegue vencer sem malabarismos, endividamentos ou renúncias e sem ser ultrapassado por um estouro qualquer não previsto no orçamento, por exemplo. Entretanto, a economia colaborativa e solidária e dentro dela a categoria do financiamento coletivo (vaquinha virtual/crowdfunding), sem se falar nos editais públicos de fomento às manifestações artístico culturais, têm se tornado em âmbito global não apenas um modelo de negócios cada vez mais aceito e em voga, mas, e sobretudo, uma saída honrosa e legal para, justamente, fazer frente às dificuldades que se agravaram neste momento de recessão e pós pandemia de Covid-19 e que impedem vários projetos de inegável valor e importância decolarem e se sustentarem!

Participe deste projeto, colabore com o mínimo ou com o que lhe for possível! Ajude este trabalho dedicado de tirar o Brasil da gaveta, ampliar o público que ama, respeita e preserva as tradições da nossa cultura popular e revelar trabalhos de excelência dos mais diversos gêneros e ritmos ignorados pela mídia comercial!

O trabalho do Sr. Brasil Rolando Boldrin para tirar o Brasil da gaveta e revelar suas joias culturais é um dos inspiradores do Barulho d’água Música (Foto: Marcelino Lima/Acervo BaM)

“JOGA ÁGUA NELE…!”

Marcelino Jesus de Lima, produtor do Barulho d’água Música, é natural de Bela Vista do Paraíso (PR) e reside na Estância Turística de São Roque, no Interior paulista. Formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), começou o curso em 1986. Exerce a profissão desde 1984 e depois de passar por redações como as dos jornais Primeira Hora, Diário de Osasco, Terça-Feira e Página Zero, para o qual ainda é redator freela da editoria de Esportes, criou o Barulho d’água Música em junho de 2014. Nos citados veículos de imprensa, foi revisor, repórter, editor, e fotógrafo.

Antes de se tornar blogueiro atuou, ainda, como assessor de imprensa em órgãos públicos e entidades como sindicatos e a 56ª Subsecção Osasco da Ordem dos Advogados do Brasil. Em 2014 ouviu o coração: afastou-se da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Jandira, na Grande São Paulo, e lançou o Barulho d’água Música movido pela paixão por música popular brasileira, em especial a caipira e as modas de viola/regionais que o arrebataram ainda na infância, quando ouvia ao amanhecer em rádios de pilha e aos pés da cama do pai, Geraldo Lima, programas como o comandado por Zé Béttio e, mais tarde, já na adolescência, Viola Minha Viola (com Inezita Barroso e Moraes Sarmento) e Empório Brasil e Sr. Brasil, com Rolando Boldrin. Foram os icônicos locutor e apresentadores de emissoras de rádio e de televisão o inseriram no apaixonante universo campesino e das tradições devocionais e populares brasileiras cantadas por Cascatinha & Inhana, Lio e Léu, Duo Glacial, Zilo e Zalo, Irmãs Galvão, Pedro Bento e Zé da Estrada, Milionário & José Rico, Belmonte e Amaraí, Angelino de Oliveira, Raul Torres, Léo Canhoto & Robertinho, Pena Branca e Xavantinho, José Fortuna, Dércio Marques, Diana Pequeno, João Bá, Ivan Vilela, Levi Ramiro, Paulo Freire e Katya Teixeira, entre outros.

Casado com a advogada Andreia Regina Beillo, é pai de Jorge Henrique Barna de Lima.

https://www.catarse.me/barulhodeaguamusica

https://www.facebook.com/barulhodaguamusica

1604 – Ao completar meio século, consagrado conto reportagem de João Antônio ganha disco de Thiago França (MG)

#MPB #Literatura #CulturaPopular #RevistaCruzeiro #Conto #Reportagem

Já há mais de dois meses partiu para um plano mais elevado o querido Rolando Boldrin, que se notabilizou como ator, cantor, compositor, escritor, contador de causos como convém aos melhores violeiros e que, pilotando o Sr. Brasil, programa que é inda é sucesso na TV Cultura, celebrizou mais do que uma frase, um compromisso: tirar o Brasil da gaveta. Boldrin sempre se esforçou para assim como Marcus Pereira e Dércio Marques colocar luz sobre trabalhos musicais de excelente qualidade e reveladores da nossa múltipla e diversificada cultura popular assinados pelo país adentro, mas jamais valorizados e, quando muito, pouco divulgados na mídia comercial.

Sim, é preciso que se guarde as devidas proporções. Mas influenciado pelo moço de São Joaquim da Barra, há oito anos este Barulho d’água Música também tenta dar sua contribuição à causa de abraçar e de abrir espaço à moçada que não tem vez com Faustão e quejandos, calderolas nas quais o Brasil Profundo e suas peculiaridades passam bem longe das pautas.

Neste trampo, garimpar é a regra! Fuçar, escavar, sair a campo, encontrar o que estaria perdido por aí, baixar, correr atrás do disco, de contatos e de entrevistas é lida quase que diária! Estaria porque, felizmente, alguns outros doidos doídos como nós aqui no Solar do Barulho também levantaram esta bandeira e, cada um ao seu modo, geralmente heroico e nada recompensador em se falando de “cascalho”, também produzem blogues e portais de combate, teimosia e resistência, os quais possibilitam acesso a material farto, incluindo raridades já fora de qualquer catálogo, tanto de gravadoras ainda na ativa, quanto de ilustres desconhecidas e independentes. Aqui batemos cartão, por exemplo, entre outros, no Em Canto Sagrado da Terra e no Terra Brasilis (que deram um tempo nas atualizações e espero que voltem logo!), no Música do Nordeste, no Quadrada dos Canturis, no Música Eleva a Alma, no Forró em Vinil, no Embrulhador, na Revista Ritmo Melodia, no Ser tão Paulistano e, mais recentemente, no Cenaindie este de pirar o cabeção, pois oferece um catálogo de endoidecer e que, automaticamente, vicia o “seu vizinho” na tecla de daunloude, liberando álbuns dos mais bem produzidos projetos de gêneros diversos, geralmente, lançados fora das casinhas do caolho mainstream.

O Cenaindie (cenaindie – Download de Música Independente – Baixar MP3 do Brasil e do Mundo) arrebenta com qualquer rótulo, é para quem curte mergulhar em águas nas quais a criatividade, o talento e a independência são regras básicas a serem seguidas para a qualidade musical desde a capa dos projetos. Traz maravilhas de vários cantos do país que vão do metal e do rock alternativo, progressivo e psicodélico (de hoje e de ontem) ao folk e ao hardcore, passando, generosa e copiosamente, pela música eletrônica, indie, instrumental, lo-fi, pop, samba, MPB e ritmos como rap, reggae e jazz brazuca. Já passam de cinquenta os álbuns que baixei de lá salvos em uma pasta especifica só para reunir os arquivos do Cenaindie, todos devidamente apresentados por brilhantes textos jornalísticos com informações completas sobre os autores extraídos de revistas, jornais, programas de rádio e de televisão, mídias virtuais e apoiados por vídeos, por exemplo.

Capa do disco dedicado à primeira obra de João Antonio

Um destes álbuns baixados é Malagueta, Perus e Bacanaço, de Thiago França, compositor que o Cenaindie apresenta como “uma das figuras mais ativas do independente nacional no momento”. O Cenaindie vai além e conta que França integra o grupo Metá Metá, tem vários projetos próprios (como o Sambanzo e o trio de improviso MarginalS). Inspirado em Malagueta, Perus e Bacanaço, do livro homônimo do escritor João Antônio, o disco nasceu em homenagem aos 50 anos do lançamento do famoso conto — um dos meus preferidos desde antes da faculdade de Jornalismo na PUC-SP e de foca dedicado e esforçado no combativo jornal Primeira Hora, em Osasco, Grande São Paulo. No livro, entre causos, códigos e personagens, João Antônio nos apresenta a três malandros que varam as noites paulistanas pelos salões de sinuca em busca de encaçapar, bolas e minas. É um relato tipicamente paulistano, cru, cinzento e pouco esperançoso, em que Sampa é pano de fundo e personagem da trama que envolve seus protagonistas.

Continuar lendo

1594 – Direto do Mineirão, a última apresentação de Milton Nascimento, por Makely Ka

#MPB #ClubedaEsquina #CulturaPopular #EstádioMineirão #BeloHorizonte #MinasGerais

Em 13 de novembro, um público estimado entre 55 e 60 mil pessoas acorreu ao estádio Mineirão, um dos palcos sagrados do futebol brasileiro [no qual, em 8 de julho de 2014…], situado em Belo Horizonte (MG), desta vez não para presenciar uma partida do Galo (Atlético Mineiro) ou da Raposa (Cruzeiro), mas para acompanhar, e o quanto mais de perto possível, a derradeira apresentação da turnê A Última Sessão de Música. Tanta gente assim para não ver a bola correr tinha uma razão das mais especiais, única e inesquecível por se tratar de um concerto: era Milton Nascimento quem estaria por 120 minutos no centro das atenções para protagonizar sua despedida da cena musical que iniciara, precocemente, ainda na adolescência, já em Minas Gerais, onde primeiro residiu na minha querida Juiz de Fora (muito em breve, provavelmente, perto de onde terei minha nova casa, na Zona da Mata) embora seja carioca. A trajetória de Milton Nascimento, o Bituca, perante os microfones, estava chegando ao fim naquele simbólico domingo, após 42 álbuns próprios lançados, aos 80 anos de idade. E num momento particularmente de dor e de euforia, pois o país absorvia, ainda, o amargor das partidas de Gal Costa e de Rolando Boldrin, embora mergulhado na esperança e na alegria por termos eleito para a presidência da República, pela terceira vez, Luís Inácio Lula da Silva.

Frases surradas como “a biografia de tal pessoa desobriga sua apresentação” a qual recorro agora não configura tática preguiçosa de um jornalista em fuga do trampo da pesquisa minuciosa e da redação generosa e irretocável em dados, mas vamos lá a outra: tentar escrever de próprio punho algumas linhas, ainda mais inéditas, a respeito deste ícone até sou capaz, uai! Contudo seria, indiscutivelmente, chover no molhado, né, bobo! Ademais, sobre a luminosa, consagrada e premiadíssima carreira dele há incontáveis matérias e referências, das mais breves às mais caudalosas e ricas, em vários veículos e suportes – sem contar que propriamente o gran finale em Beagá rendeu uma pororoca de comentários, imagens, fotos, trocas de mensagens em redes sociais e outras formas de repercussão ainda frescos (ou quentes, fica a gosto do freguês).

A última apresentação, por sinal, foi mostrada ao vivo e com sinal aberto pelo canal Globoplay e ficará disponível na plataforma até 13 de fevereiro de 2023. Mas este Barulho d’água Música não deixará sem um registro em suas atualizações este momento que emocionou o Brasil e vários lugares do planeta nos quais Milton Nascimento faz bater corações e é reverenciado como um dos maiores do ramo em todos os tempos.

Milton Nascimento tocou e cantou por duas horas a relembrar parte dos seus sucessos, consagrados em seis décadas de premiada carreira. E dedicou o concerto à amiga Gal Costa.

Com a devida licença nos dada pelo poeta, compositor, cantor, produtor cultural, violonista e violeiro Makely Ka (PI) publicaremos a partir do próximo parágrafo o depoimento dele sobre o que presenciou e sentiu como um dos fãs de Bituca presente àquele concerto histórico. Makely Ka compartilhou o texto em uma de suas páginas de mídia social após tê-lo escrito, ainda sob o calor do arrebatamento que experimentara e sentia, horas depois de já ter deixado o Mineirão. Mais do que um relato emocionado, é uma descrição exata do show e, como é peculiar a Makely Ka, costurada com críticas, devidas e bem apontadas, já que o evento [e aqui sou eu quem opina] não deixou de ser explorado e transmitido como uma ação nada barata [aos bolsos dos que sobrevivem sabe-se lá como nos bailes da vida] do mainstream, em detrimento da coletividade que sempre foi onde Milton Nascimento esteve!

Obrigado, Makely Ka!

Continuar lendo

1593 – Paulim Amorim (RJ) atravessa o rio antes do combinado após dar asas a um dos seus passarinhos, mas deixa baú de canções inéditas

Morte precoce do poeta, cantor, compositor e educador fluminense marca o Natal de 2021,  poucos dias depois do lançamento do primeiro disco do músico que formara com Josino Medina Os Embaixadores da Lua.  “Manoamigos” lembram, com saudade e gratidão do “eterno menino” e ressaltam valor de sua pouco divulgada obra, construída por sofisticadas letras e incansável esmero   

Ao longo deste ano e mais recentemente nas últimas semanas o país chorou  a morte de alguns dos seus mais consagrados cantores e compositores, como a baiana universal Gal Costa e o Sr. Brasil Rolando Boldrin, além do “tremendão” Erasmo Carlos e, por que não?, do cubano trovador Pablo Milanés, curiosamente, os dois primeiros em 9, a dupla seguinte em 22 de novembro. As homenagens aos quatro são mais do que justas, mas, ainda no Natal de 2021, a música e a literatura perderam também o poeta, escritor, cantor, compositor e professor de História Paulo Roberto Amorim de Almeida, pouco conhecido pela mídia até por vontade própria, mas admirado e elogiadíssimo entre os amigos e fãs para os quais era conhecido pelo nome artístico Paulim Amorim. Fluminense de Paracambi, cidade da região Metropolitana do Rio de Janeiro, a cerca de 80 quilômetros da Capital, Amorim partiu muito antes do combinado, como Boldrin gostava de afirmar quando um artista desencarna ainda jovem, sem chegar aos 60 anos de idade. Semanas antes da partida, decorrente da evolução de uma doença relacionada a problemas de dentição, ele acabara de lançar Passagem de Rio, seu primeiro álbum, que gravara com 12 faixas após longo período de maturação e apoio de vários dos inúmeros parceiros de estrada. Um deles, o violeiro Bilora, revelou, ainda, que Amorim deixou entre outros inéditos, pronto e pré-gravado, Olho Grande do Rei, com 10 trilhas e anterior a Passagem de Rio, um título que, por sinal tem muito de profético.

Os dois álbuns, mais Canções da África da Gente: Liquinha, o Capitão Menino (2011, livro pela Editora Território Livre e Cia Pra Sonhar), chegaram à redação deste Barulho d’água Música enviados pelo cantor e compositor André Luís e pelo filho do autor, Tiê Amorim. Liquinha… tem ilustrações, diagramação e capa feitas pelo também violeiro mineiro Gustavo Guimarães, que assina várias das fotos disponíveis de Amorim nos arquivos de Tiê ou na internet — um meio que não atraia muito a simpatia do educador, assumidamente pouco afeito às badalações e aos contatos midiáticos geralmente impregnados de moralismos e julgamentos cabotinos. Mas Tiê revelou em entrevista ao blogue que, apesar de aparentemente arredio e de “ter um pé atrás com a tecnologia”, o pai era intenso em tudo o que fazia, quer fosse se dedicar à composição de uma nova música, quer fosse em um momento de descontração como empinar pipas ou se entreter em brincadeiras de roda com a criançada.

Continuar lendo