1613 – Louça Fina, um dos discos da consagrada Sueli Costa, embala homenagem no Solar do Barulho

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Morte de cantora e compositora carioca deixa saudades e colegas do meio musical, ao expressarem pesar, reafirmam sua admiração ao destacarem a importância para o país da obra da autora de sucessos como Jura Secreta, Canção Brasileira e Primeiro Jornal

As tradicionais audições matinais aos sábados no Solar do Barulho, redação do Barulho d’água Música, na Estância Turística de São Roque, no Interior paulista, começaram no dia 11 com Louça Fina, álbum gravado em 1979 por Sueli Costa. Carioca nascida Sueli Correa Costa, em 1943, a autora partiu de causas não reveladas há uma semana, no dia 4 de março, também na cidade do Rio de Janeiro, prestes a completar 80 anos. Sua morte ao ser repercutida em vários meios de comunicação voltou a causar comoção entre amigos, fãs e no meio artístico devido à popularidade que ela alcançou ao vivenciar momentos de estrela de sensível inspiração melódica no cenário musical brasileiro que marcaram a composição e a interpretação de sucessos que incluem Primeiro Jornal, gravada por Elis Regina e Jura Secreta, que Fagner e Simone interpretaram, por exemplo. O cantor cearense também popularizou Canção Brasileira e a baiana Cordilheiras.

A mãe de Sueli Costa tocava piano e ministrava aulas de canto coral e a jovem, estimulada por este ambiente, ainda na adolescência tornou-se autodidata e aprendeu a tocar violão ao lado dos irmãos (Élcio, Lisieux, Telma e Afrânio), que também seguiam os passos da matriarca. Aos 18 anos, Sueli debutou ao compor a bossa nova Balãozinho. Por esta época, conciliava a incipiente carreira musical com a faculdade de Direito, que cursava em Juiz de Fora, localizada na Zona da Mata mineira e próxima à Cidade Maravilhosa. Na terra natal do violeiro Tavinho Moura, dos poetas Murilo Mendes e Pedro Nava, e do jornalista e escritor Fernando Gabeira Sueli Costa compôs e cantou todas as canções da montagem teatral Cancioneiro de Lampião, encenada pelo Grupo Divulgação em 1967. Ela também contribuiu para a trilha da peça Bodas de Sangue, no mesmo ano. Sua produção como compositora atraiu a admiração de intérpretes como a capixaba de Vitória Nara Leão e a levou a participar de variados em festivais, além de lecionar música em colégios cariocas.

Arte da capa de Louça Fina, que em detalhe revela uma lágrima derramada por Sueli Costa na hora da produção da foto de autoria, infelizmente, não descoberta

Seu período de maior projeção ocorreu na década dos anos de 1970. Nesta década a lista de admiradores que despertaram para o talento da compositora aumentou e passou a incluir Ney Matogrosso, Simone, Cauby Peixoto, Pedro Mariano, Joanna, Fagner, Fafá de Belém, Alaíde Costa, Ângela Rô Rô, Elis Regina, Ivan Lins, Zélia Duncan, Zizi Possi, Agnaldo Rayol, Gal Costa e Wanderléa, Ithamara Koorax, entre outros, consagrando-a como nome de elite da MPB. Não demorou muito, a EMI a contratou e, em 1975, Sueli Costa gravou o primeiro bolachão, com produção de Gonzaguinha e arranjos de Paulo Moura e Wagner Tiso. Dois anos depois, o segundo disco, batizado Sueli Costa como o anterior, foi produzido por João Bosco e Aldir Blanc. O time de parceiros de estrada não é menos brilhante e vão de Cacaso a Tite de Lemos a Aldir Blanc, Ana Terra, Paulo César Pinheiro e Abel Silva, com quem formou uma dupla de sucesso e é coautor de Jura Secreta.

A discografia de Sueli Costa ainda inclui Vida Louça fina; Íntimo (1984); Vida de Artista (1994); e Minha arte (2000), além de Sueli Costa -Série Dois em Um, relançamento em formato laser dos vinis Sueli Costa e Vida de artista. Entre os projetos que participou e a lev aos palcos estão em seu currículo Projeto Pixinguinha, Com Paulinho da Viola, Moraes Moreira, Fagner e Terezinha de Jesus (1975); Projeto Pixinguinha, com Simone (1978); Canção Brasileira, com Abel Silva, no Teatro Estação Beira-Mar/ RJ (1997); Sueli Costa no Bar do Tom/RJ (1999) e Minha Arte, Mistura Fina/RJ (2000).

Sueli, Sueli Costa, quantas sublimes melodias você criou e deixou nesse mundo que será sempre mais bonito cada vez que uma canção sua soar nos ares do país e do universo. Talvez entre as melodias mais bonitas do Brasil, as suas sejam as mais ricas e divinas. Quem compôs belezas assim só pode estar num lugar maravilhoso agora, inundado de arte e plenitude. Obrigada.

Consuelo de Paula

Quando tenho arrepios de alma por conta de emocionantes letras ou melodias, agradeço a Deus, à vida, à musa música por me permitir tais presentes nesta passagem chamada vida. E como isso me é comum na ‘Canção Brasileira’ em geral.

Sueli Costa, nos presenteou, em parceria com Abel Silva, com uma dessas maravilhas de arrepios em lindeza: Canção Brasileira! Agora, ela se torna uma estrela no céu, a brilhar com os anjos. Muito obrigado, Sueli Costa por teres iluminado nossas vidas, nossos ouvidos, nossas almas.

Tavinho Limma, que gravou Canção Brasileira ao lado de Paulinho Pedra Azul, com arranjos e piano de Salomão Soar em O Mundo de Raimundo, da Kuarup;

“O meu coração ateu quase acreditou

Na sua mão que não passou de um leve adeus

Breve pássaro pousado em minha mão

Bateu asas e voou … “

Ah, Sueli Costa. Sem dúvida uma das maiores! Compositora gigante! Referência total!

Lembro-me de quando gravei meu primeiro CD: tal como uma contracapa de livro, foi ela a assinar o encarte do meu disco. Palavras para lá de carinhosas, que foram de grande importância pra mim.

Obrigada, Sueli, vai em paz

Cristina Saraiva

Sueli Costa: uma das maiores compositoras da música brasileira. Muitas canções em tantas diversas interpretações. Essa nossa gente precisa conhecer mais e entender de Brasil, de sua arte, cultura e poesia.

A bênção @suelicosta1213!

Aplausos em pé para sua eternidade e tudo que nos deu em vida.

Lenir Boldrin

Minha querida Sueli Costa, me perdoe por não poder estar com você nos últimos anos. Um pouco antes da pandemia marcamos um encontro, que infelizmente não aconteceu. Trocamos algumas palavras por mensagem sempre na esperança de nos encontrar. Agora, essa triste notícia.

Durante muitos anos Sueli acalentava um sonho, gravar as composições feitas dos poemas de o Romanceiro da Inconfidência de Cecília Meireles, sonho que infelizmente não se concretizou devido às questões entre os herdeiros da poeta.

Gravei os demos no meu estúdio com ela cantando ao piano, um registro emocionado e inesquecível. Tive a sorte e o privilégio de produzir o CD Sueli Costa – Minha Arte, de 1999, com o apoio do querido Mario Rosito. Fomos parceiros de noitadas em torno de uma mesa, regadas a música e poesia, seguimos afastados por um tempo, porém nunca esquecemos um do outro. Não vou dizer que Sueli Costa estará cantando lá no céu porque o lugar dela é aqui. Como grande criadora da música popular brasileira jamais será esquecida.

Suelen, era assim que eu e [Maria] Bethânia a tratávamos, fica a saudade eterna, amada amiga.

Jaime Além

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1460 – Filó Machado (SP) comemora 60 anos de estrada com duas apresentações presenciais em SP*

#MPB

* Com Eliane Verbena, Verbena Assessoria

SESI de São Paulo reservou dois dos seus palcos para nos dias 29 e 30 de outubro promover o espetáculo presencial Filó Machado 60 Anos de Música, com o Filó Machado Sexteto, ambos começando às 20 horas e sem cobrança de ingressos. Na primeira noite, o concerto será promovido na unidade do bairro A.E. Carvalho, na cidade de São Paulo; a segunda rodada está prevista para Piracicaba, no Interior do estado. O ingresso deverá ser reservado pelo portal sesisp.org.br.

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1328- Clube da Esquina ao cair da tarde: Márcio Hallack lança Desse Modo, pela produtora e gravadora Kuarup

#MPB #MúsicaInstrumental #MúsicaIndependente #ClubeDaEsquina

Sexto disco do pianista traz canções inéditas e versões de músicas de Lô Borges e Milton Nascimento

Já está disponível nas plataformas digitais Desse Modo, novo trabalho da carreira do arranjador e pianista mineiro de Juiz de Fora Márcio Hallack, lançado pela produtora e gravadora Kuarup. Agora com seis álbuns em sua trajetória e já premiado em duas edições do BDMG Instrumental, além da indicação ao Prêmio Tim de 2003, o compositor assina os arranjos e presta homenagem a importantes nomes da nossa MPB, aqui numa versão estritamente instrumental.

O disco traz na formação um trio que reúne Márcio Hallack, ao piano, Enéas Xavier (baixo acústico) e Esdras Ferreira “Neném” (bateria), apresentando convidados em algumas faixas. Dos compositores mineiros, Hallack escolheu Tudo Que Você Podia Ser, de Lô e Márcio Borges, imortalizada por Milton Nascimento no disco Clube da Esquina, de 1972.

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1139- Aos 81 anos, Miúcha (RJ) é mais uma estrela que se apaga em 2018

Cantora e intérprete carioca, irmã do compositor  Chico Buarque, estreou em disco em 1975 e ao longo de 40 anos gravou e se apresentou ao lado de expoentes como Vinícius de Moraes, Toquinho, Tom Jobim e João Gilberto

Em seu apagar de luzes, 2018 está levando consigo mais uma voz das mais queridas e aclamadas do país e com centenas de admiradores fora dele: a cantora e compositora Heloísa Maria Buarque de Hollanda, popularmente conhecida como Miúcha, uma das estrelas da Bossa Nova, sepultada na tarde de dia 28/12 no Cemitério São João Batista, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), onde morreu na véspera, aos 81 anos completados no final de novembro, devido a problemas respiratórios decorrentes de um câncer pulmonar. Miúcha era irmã de Chico Buarque e das cantoras Ana de Hollanda e Cristina Buarque e  foi a primeira esposa do cantor e compositor João Gilberto. Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e da pintora e pianista Maria Amélia Cesário Alvim.

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1120 – Dani Lasalvia, João Omar e Cao Alves lançam álbum em tributo a Dércio Marques

Disco lançado em São Paulo traz 12 composições do mineiro que ajudou a projetar o cantor e compositor  Elomar — que o define como “o último menestrel” –,  é seguido por vozes marcantes da música regional e tem destacada importância para a cultura popular latino-americana 

A cantora Dani Lasalvia e os violonistas Cao Alves e João Omar lançaram na noite de sábado, 20 de outubro, Recantos – ao Apanhador de Cantigas, com o qual reverenciam a memória e a obra do mineiro de Uberaba Dércio Marques, violeiro, cantor, compositor e pesquisador dos mais emblemáticos e representativos da música brasileira. O trio recebeu amigos e admiradores no palco da galeria Itaú Cultural, em São Paulo, para o tributo a Marques, falecido em 2012, em Salvador (BA).

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Almoce no Mercado Municipal de São Paulo ao som da viola do mineiro Wilson Dias (MG)

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O violeiro e compositor Wilson Dias estará nesta quinta-feira, 18, no Mercado Municipal de São Paulo, ponto turístico da Capital paulistana, como convidado do Sesc do Carmo para apresentar entre 13 e 14 horas as músicas do álbum Lume, o sexto de sua carreira. Neste e em outros de seus trabalhos, Wilson Dias  reforça uma característica que historicamente se verifica em Minas Gerais: o de ser um estado fértil e terra inesgotável da qual já brotaram nomes consagrados em vários setores da arte e da cultura.

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Público de São Paulo assistirá “na faixa” três apresentações de Renato Braz

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Renato Braz apresenta-se à frente da Orquestra Filarmônica de Violas interpretando a guarânia Índia, em julho de 2014, em São Paulo (Fotos: Marcelino Lima)

O cantor paulistano Renato Braz é um daqueles que conseguem desfrutar de unanimidade no cenário nacional e ser admirado por praticamente todos os públicos, dos amantes da música camerística à caipira. E, neste caso, que me perdoem os rodriguianos, a admiração generalizada não é burra, muito menos genérica.  Capaz de interpretar magistralmente tanto um samba de Noel Rosa, quanto a guarânia paraguaia Índia, acompanhando a Orquestra Filarmônica de Campinas, Renato Braz já se consolidou como uma das melhores vozes da atualidade, recurso que varia do agudo ao grave por meio de toda gama possível de timbres, sem engasgar ou desafinar.

Por esta virtude, recebe convites para enriquecer trabalhos de diversos músicos e além dos sete álbuns já gravados e o Prêmio Visa de 2002 assina parcerias, por exemplo, com Zé Renato, em Papo de Passarim, com Zé Modesto, em Xiló, com Breno Ruiz (Cantilenas Brasileiras, um trabalho autoral de Ruiz, ao piano, com  a voz de Renato Braz) e Consuelo de Paula. Com Consuelo, nas palavras dela, “fizemos juntos um show que se chamava Vozes e Versos, no lendário Vou Vivendo”, a casa de shows de Eduardo Gudin e Elton Altman, na avenida Pedroso de Morais, em Pinheiros (SP). Era o início da década de 1990, bem antes de ambos gravarem CDs.

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