1565- Zimbher (DF) lança disco em parceria com Baleiro e homenagem a Laerte Coutinho

#MPB #Teatro #CulturaPopular

O cantor e compositor Zimbher está lançando seu novo álbum, Cordas, Nós e Voz, com participação de Ná Ozzetti e parceria com Zeca Baleiro, projeto no qual o músico se apropriou do conceito de movimentos comum no estilo erudito e no disco descritos como 1° movimento (silente), 2° (ausente) e 3° (premente). Com distribuição pela Tratore, Cordas, Nós e Voz (www.tratore.com.br) tem um conceito que o próprio título já explica e que Zimbher reforçou ao afirmar que “veio a vontade de agregar às ‘cordas’ (instrumentos) o ‘nós’ (pronome e referência às ‘cordas’ da palavra anterior), que também podem significar limites”, Ainda conforme o autor, “assim como ‘voz’ é o som vindo das pregas que vibram com a entrada e saída do ar, mas também o pronome e uma parte da composição musical, é a materialização de quem se é”. Zimbher reforçou: “Somos porque temos voz e, por ela, nos livramos de amarras, de ‘nós’ que nos aprisionam, possibilitando o ‘desenforcar’. Gosto de explorar essas dualidades, esses sentidos outros”.

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1546 – Flávvio Alves e Elaine Frere iniciam parceria com Alamedas*

#MPB #Literatura #Circo #Teatro

*Com Adriana Bueno

Já está nas plataformas digitais em forma de single a primeira canção da cantora e compositora Elaine Frere em parceria com o poeta e produtor musical Flávvio Alves. Gravado no estúdio Canto da Coruja, em Piracaia (SP), Alamedas chega ao público pelo selo Sete Sóis, com distribuição da Tratore. 

A parceria começou quando Flávvio viu uma publicação de Elaine junto com a filha. “A foto era tão significativa, eivada de amor fraterno e de tantos outros sentimentos implícitos, que, emocionado, resolvi comentar”, contou Flávvio. “Receber um poema de Flávvio Alves para musicar é como atingir a maioridade!”, disse Elaine. “O comentário numa postagem na rede social era tão perfeito, que musiquei sem que ele soubesse”, prosseguiu ela, e emendou: “A coragem de mostrar demorou, mas rendeu uma enxurrada de escritos que me foram enviados pelo Flávvio, com uma mensagem para que eu escolhesse um para musicar”.

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1492 – Composição Ferroviária homenageia Mercedes Sosa em retorno do público à estação de Poços de Caldas*

#MPB #MúsicaSulMineira #MinasGerais #PoçosDeCaldas #CidadeDasRosas #CulturaPopular #ComposiçãoFerroviária #MercedesSosa

*Com João Marcos Veiga

Projeto cultural retoma ocupação criativa de plataformas ferroviárias no Interior de Minas Gerais com Soy Sosa, protagonizado por Lívia Itaborahy, e abertura de Isabela Morais

O projeto Composição Ferroviária retomará as aguardadas e sempre celebradas apresentações presenciais em Poços de Caldas, cidade do Sul de Minas Gerais, nesta quarta-feira, 22 de dezembro. A apenas três dias de mais um Natal — momento de festa e congraçamento, sem dúvida, mas ideal para refletir e agradecer, em uma data especial que significa tanto a chegada de uma vida nova, quanto a gratidão por estarmos vivos neste momento ainda perturbador –, a atração será a cantora Lívia Itaborahy, fluminense, de Volta Redonda (RJ), mas radicada em Minas Gerais desde os 8 anos. Precedida a partir das 19 horas por Isabela Morais, de Três Pontas (MG), Lívia Itaborahy cantará em homenagem à argentina Mercedes Sosa, oferecendo à plateia o espetáculo Soy Sosa, na Estação Mogyana da antiga Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa).

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1437 -Wolf Borges (MG), cantor e compositor, lança oitavo álbum e comemora 40 anos de carreira

#MPB #PoçosdeCaldas #MinasGerais #MúsicaIndependente #CulturaPopular

Wolf Borges, por Simone Guimarães

­O cantor e compositor Wolf Borges (MG) reuniu um time de respeitados músicos para gravar o oitavo álbum de sua carreira, em comemoração aos 40 anos de estrada: Canto Para Manter Viva a Nossa Arte. O título não poderia ser mais sugestivo diante não apenas da pandemia de Covid-19,  flagelo que tomou conta do mundo e vem causando dor, desespero, empobrecimento crônico, o aumento de mazelas sociais e mortes mundo afora, mas também face à destruição gradativa da cultura e da arte que vem sendo posta em prática como política pelo governo de Jair Bolsonaro. O disco de Borges, com 12 faixas, enviado de Poços de Caldas (MG) pelo autor ao Barulho d’água Música, abriu as audições matinais deste sábado, 11/9, aqui no Solar do Barulho, onde está a redação do blogue, em São Roque, interior de São Paulo.

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1435 – Só o antidepressivo não está ajudando, mano(a)? Aí: ouça Kleber Albuquerque. E sem moderações: não há contraindicações!

#MPB #MúsicaPsicoativaBrasileira #WesternSpaghetti #BangBangÀItaliana #CulturaPopular

O Barulho d’água Música recebeu da Sete Sóis Produções Artísticas, estabelecida em Atibaia (SP), os álbuns Os Antidepressivos Vão Parar De Funcionar e CONTRAVENENO, os dois mais recentes do cantor, compositor, e artista gráfico Kleber Albuquerque, o segundo gravado em parceria com Rubi. Kleber Albuquerque, que também escreve composições para o teatro, é paulista de Santo André indicado, em 2018, para o 29º. Prêmio da Música Brasileira e vencedor dos prêmios da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e Coca-Cola Femsa, Suas canções já foram gravadas por artistas como Fábio Jr., Zeca BaleiroCeumarVanuza, Eliana Printes e Márcia Castro, entre muitos outros.

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1286- Selma Fernands emplaca “Samba de Maria”, dedicado à irmã, em lista dos 100 melhores de 2019

Disco com 11 canções, lançado em São Roque, no Interior paulista, reúne 10 composições de parceiros da cantora paulista criada em rodas de samba e uma releitura de clássico de Pixinguinha

#forabolsonaro

O Barulho d’água Música acompanhou no sábado, 7, a apresentação da cantora Selma Fernands na Casa Rosa Manjericão, em São Roque (SP), durante a qual, ao lado de Daniel Conti, ela lançou o disco Samba de Maria. O álbum, gravado no ano passado, traz 11 faixas e é dedicado à irmã Maria Aparecida Fernands, que em abril de 2014 partiu antes do combinado vítima de um câncer que interrompeu sua carreira de cantora lírica.

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1279 – Conversa Ribeira (SP) lança Do Verbo Chão, terceiro álbum do trio

 Andrea Guimarães, Daniel Muller e João Paulo Amaral tecem em 11 faixas, mais uma vez, um desdobramento singular da música caipira cultivando, ao mesmo tempo, o vínculo essencial com a tradição e a liberdade de recriá-la em novas concepções de arranjo e de interpretação. Disco está na lista dos 100 melhores de 2019

Com Tânia Bernucci

Os 17 anos de formação do trio Conversa Ribeira estão sendo comemorados pelos amigos e fãs de Andrea dos Guimarães, Daniel Muller e João Paulo Amaral com Do Verbo Chão, terceiro álbum da trajetória de meticulosa e entusiasmada pesquisa na qual buscam trazer à superfície joias lapidadas por destacados autores do cancioneiro caipira. Neste novo trabalho, já disponível nas plataformas digitais e lançado após bem-sucedida vaquinha virtual (clique aqui e ouça), o trio tece um desdobramento singular do gênero cultivando, ao mesmo tempo, o vínculo essencial com essa tradição e a liberdade de recriá-la em novas concepções de arranjo e interpretação.

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1165- Kuarup lança “Canta Inezita”, álbum que homenageia Rainha da Música Caipira

Consuelo de Paula, Maria Alcina, As Galvão e Cláudio Lacerda interpretam 15 clássicos eternizados na voz da dama da viola,  a imortal Inezita Barroso

Ontem, 8 de março, data dedicada ao Dia Internacional da Mulher, completaram-se quatro anos da morte de Inezita Barroso — apenas quatro dias depois de ela ter completado 90 anos de vida.  Em homenagem à data global e para reverenciar a memória e a obra da Rainha da Música Caipira, o selo Kuarup lançou nas plataformas digitais e nas lojas Canta Inezita, aproveitando o espetáculo gravado ao vivo reunindo intérpretes de diferentes estilos e gerações no teatro do SESC Santo André, em São Paulo, nos dias 17 e 18 de agosto de 2018, com sucessos da apresentadora do programa Viola Minha Viola, cantora, atriz, violonista, professora e folclorista, uma das principais personagens da história da música popular brasileira. O álbum, gentilmente enviado à redação pela Kuarup, pelo qual mais uma vez agradecemos ao amigo Rodolfo Zanke e equipe, foi o escolhido para as tradicionais audições aos sábados pela manhã neste dia 9 de março aqui no Barulho d’água Música.

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1118 – Leia entrevista com Ceumar (MG), a primeira do Clube Cantautores, organizador do festival Mostra Cantautores

 
Amigos e seguidores:
Esta atualização do Barulho d’água Música traz uma entrevista com a cantora e compositora mineira Ceumar produzida e editada por Eduardo Lemos, da Navegar Comunicação, empresa que atua na organização e  na divulgação do festival Mostra Cantautores,  e que inaugura a série Conversas com cantautores, com artistas que já se apresentaram na Mostra Cantautores, acerca dos mistérios e belezas que cercam a produção daquele que compõe, toca e canta. Ceumar foi uma das atrações da quinta edição, em 2016.

 

Para saber mais sobre a Mostra Cantautores, fica a dica: faça uma assinatura, gratuita  Clube Cantautores e tenha acesso às entrevistas com compositores, promoção de ingressos para o festival, dicas de discos, playlists criadas pelos próprios artistas e muito mais. Para assinar com o seu e-mail basta visitar bit.ly/clubecantautores

 

Mostra Cantautores: Cantar, tocar um instrumento e compor: o cantautor é essa figura que reúne em si os três elementos essenciais da música popular. Me parece uma condição de grande liberdade: ser capaz de, em algum momento, depender apenas de si para fazer a música estar no mundo. Como é pra você essa condição de cantautor?

CeumarAcho que você falou uma palavra fundamental: liberdade. No meu caso, tem a ver com liberdade, amadurecimento e encontro comigo mesma. Eu demorei um pouco para me descobrir como compositora. Havia uma insegurança de me expor na canção. “Como eu posso funcionar como autora das minhas canções? Como isso vai refletir nas pessoas? Será que elas vão gostar?” Foi no meu segundo disco, Sempre Viva [2003], que eu gravei músicas minhas pela primeira vez [Avesso, parceria com Alice Ruiz, e  Boca da Noite, parceria com Chico César e Tata Fernandes]. Ali eu comecei a perceber que eu tinha também esse caminho de expressão.

Ceumar, entre Lui Coimbra (esq.) e Paulo Freire, com os quais gravou Viola Perfumosa, um tributo a Inezita Barroso (Foto: Leo Aversa)

Hoje em dia, faço letras com muito mais liberdade. É bem comum sentar para compor. Mas foi um processo. Eu não comecei compondo, eu não comecei cantautora. Eu comecei intérprete, e só depois de um tempo — de um amadurecimento, talvez — eu tenha encontrado esse viés de liberdade total, que é onde eu estou mais inteira na minha música. Quando a gente toca as canções próprias, eu sinto que as pessoas se entregam e vem mais com a gente. Elas compactuam de outra maneira. E tudo reverbera de uma forma maior.

Você tem se apresentado em diferentes formatos, e um deles é este em que fica sozinha no palco. De que maneira essa experiência de se apresentar solitariamente te afeta como artista? Há coisas que só se vê quando sozinho?

Desde que eu descobri a potência de estar só com o meu violão e as minhas canções, eu descobri um lugar onde eu sou mais humana. Porque ali eu tô inteira e não posso me esconder. Quando eu descobri esse sabor, isso me pegou muito. Eu nunca entendi a música e a expressão artística como algo acabado, finalizado, perfeito — embora eu admire e aprenda muito com os artistas virtuoses, que tem essa busca pela perfeição. No meu caso, é muito mais revelar as imperfeições humanas e aceitar os erros. Eles acontecem, né? Você está sozinha e pode errar um acorde ou uma letra. E isso fica muito transparente. Aí, eu descobri nisso um prazer e uma delícia tão grandes em poder revelar — para além da música e da perfeição artística — que está ali um ser humano totalmente entregue para aquela situação e para aquele momento. As músicas que eu componho são simples. Eu tenho esse desejo de encontrar formas simples, para que elas cheguem fácil nas pessoas comuns, que não estudam ou vivem a música. 

Acho, portanto, que o cantautor humaniza o espetáculo. Porque cada show é um. Cada momento é único. É diferente do show que se ensaia com a banda, que tem um roteiro programado. Quando estou sozinha, eu faço shows sem roteiro! Imagina? Há uns anos atrás eu tinha essa insegurança… hoje em dia, não! Eu começo meu show e vou. Fluindo e vendo o fluxo do momento. Tem horas que me vêm canções que eu me pergunto: “nossa, porque eu estou cantando isso?” Mas eu canto. Se ela chegou ali, é porque está me pedindo para ser expressada.

Em 2017, você se apresentou na Mostra Cantautores. Há alguma memória especial daquele show e de sua passagem por Belo Horizonte? É importante que exista um festival dedicado à figura do cantautor?

Puxa, para mim, especialmente naquele momento, foi muito importante. Eu estava voltando para o Brasil depois de cinco anos morando na Holanda. E justamente a minha grande inquietação ao morar fora foi a questão da palavra, da língua. Então, teve uma dimensão muito grande, primeiro, ter sido convidada como cantautora, porque a minha obra de compositora é pequena. Não faço música aos quatro ventos. Eu demoro, tenho um ritmo muito próprio. Então, ter sido convidada já foi incrível. E poder cantar na minha língua e contar aquelas histórias — em letras minhas ou de parceiros -, para um público super aberto, curioso e envolvido, foi demais, foi lindo, foi muito especial. E, estando em Belo Horizonte, eu conheci uma cena incrível de músicos mineiros, vi shows maravilhosos.

Lembro da minha surpresa quando assisti ao espetáculo do Juan Quintero. Nós tocamos na mesma noite. Eu não o conhecia e fiquei em êxtase com a potência dele. E ele é argentino, está tão próximo de nós… Por isso eu acho fundamental que existam esses espaços e esses encontros. É tão importante que haja troca! É tão importante que a gente veja os outros e se veja também no contexto de autores e de canções. Por mim, eu estaria na mostra todo ano! (risos). Desejo vida longa!

Foto: Pablo Bernardo

De todos os cantautores que possam ter influenciado sua trajetória, qual te causou efeito mais fulminante com seu modo de cantar, tocar e compor?

Eu me lembro do impacto de quando eu vi o Itamar Assumpção pela primeira vez. Eu estava chegando em São Paulo, vinda de Minas, meio tímida, e fui ver um show dele sozinho em voz e violão. E ali virou uma chave pra mim. Eu vi um homem completamente livre na sua loucura — a loucura mais sã que eu pude ver ao vivo. E o violão dele me soou muito simples, com umas levadas de baixo. Eu me reconheci naquilo. Pensei: “eu não preciso fazer acordes mirabolantes. Eu posso simplificar meu jeito de tocar para que a palavra seja a mais crua possível”. Ele se tornou uma grande escola, e é até hoje. Quando eu preciso beber na fonte da canção pura, escuto Itamar Assumpção.

E, da música contemporânea, há quem chame sua atenção nesses quesitos?

Eu poderia citar vários nomes. O Luiz Gabriel Lopes, que tem toda aquela beleza mineira misturada com o mundo inteiro. Ou o Flávio Tris, que se tornou meu amigo e parceiro, e que foi um grande encontro que eu tive em São Paulo. Mas eu queria também lembrar de alguns nomes que talvez não sejam tão conhecidos no Sudeste, como o de um menino que conheci em Recife, num sarau, que se chama PC Silva. Ele é de Serra Talhada, interior de Pernambuco. Fiquei impressionada com a dinâmica de violão e com as letras dele. E, puxando a sardinha pro meu lado, eu acabei de fazer a direção artística do disco da Manu Saggioro, uma cantautora incrível de Bauru. E também tem a Camila Costa, carioca, que conheci quando morava na Europa — eu em Amsterdã, ela em Paris. Ela tem músicas incríveis. Eu teria muita gente pra citar aqui, mas acredito que esses três nomes precisam ser mais escutados.

Casa musical

Ceumar é natural de Itanhandu, localidade encravada exatamente no Sul mineiro, viveu em São Paulo por 14 anos em Amsterdã, capital da Holanda, onde conviveu com “gente de todo lugar”, pode “ouvir as mais diversas línguas e dialetos na rua, andar de bicicleta, aprender com uma nova cultura”. Em sua biografia ela conta que cresceu cercada por música, hábito da casa onde viveu e observa que os pais ainda cantam e as irmãs tocam. Assim, nas festas de família, sempre havia cantorias. Já no colégio, um violão fazia companhia para ela animar encontros na praça e durante as madrugadas. “Aos pés da Serra da Mantiqueira experimentei os sabores da vida interiorana e simples”, comentou.

A chegada a Sampa ocorreu em 1995, antes do embarque para a Holanda. Na mais agitada e maior cidade do Brasil, cinco anos depois, Ceumar gravou o primeiro álbum da discografia, Dindinha, aproveitando os versos Dindinha divinha o quê primeiro vem amor ou vem din-din, dindinha dê dinheiro, carinho e calor pra mim, que o amigo e produtor Zeca Baleiro dedicou a ela. Baleiro participou dos trabalhos do disco, “parceria muito especial”, de acordo com a cantora, lembrando que Tata Fernandes também fez parte da obra. 

Já em 2.000 começaram as viagens, Brasil afora e pelo exterior. Ceumar passou por capitais como São Luís (MA), Salvador (BA), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e países da Europa e da Ásia. Ao levar as cores brasileiras em sua música mesclada por ritmos como coco, marchinha, samba de roda, recordou: tive muitas alegrias ao encontrar gente de ouvidos abertos, ávida pelo frescor da novidade e do que não está, digamos assim, aparecendo nas telas da TV no domingo”.

Com a carreira afirmando-se a cada ano, Ceumar, desde então, já nos legou seis magníficos álbuns autorais. O mais recente saiu em 2014, Silencia. Entre este e Dindinha, os fãs ganharam, Sempre-viva (Ceumar assina a produção musical e arranjos, e marca sua estreia como compositora, com músicas deKleber Albuquerque, Zeca Baleiro e em parceria com Chico César);Achou!(produzido em parceria com Dante Ozzetti), e Meu Nome (quarto disco da cantora, por meio do qual apresenta ao público seu lado menos conhecido: o de compositora; produzido pelo músico e produtor holandês Ben Mendes, é o registro ao vivo dos shows realizados no Teatro Fecap, entre maio e junho de 2008, em que Ceumar apresentou 20 canções, todas de sua autoria, acompanhada quase que unicamente de seus violões). Já na Holanda, gravou com um trio local Live in Amsterdam, ao vivo, em 2010. Os holandeses são Mike del Ferro(piano), Olaf Keus (bateria) e Frans van der Hoeven (baixo acústico) e o disco traz releituras de canções da carreira e uma inédita de Zeca Baleiro: Iá Iá.

Foto: Bem Mendes

Silencia revela momentos de reflexão e descobertas pessoais e espirituais e também é gravado “ao vivo”, em estúdio, produzido pelo cellista francês Vincent Ségal. Registrado ao vivo em estúdio, o trabalho resulta em um som dinâmico, cheio de silêncios e momentos sutis. Acompanhada por Adriana Holtz (violoncelo), Daniel Coelho (baixo acústico) Webster Santos (bandolim, cavaquinho, violão de aço e viola caipira) e Ari Colares (percussão), Ceumar mostra um repertório composto de músicas próprias, além de composições de artistas como Vitor Ramil, Kiko Dinucci, Miltinho Edilberto, Kléber Albuquerque, Sérgio Pererê e Déa Trancoso, entre outros.

Em junho, com Lui Coimbra (RJ) e Paulo Freire (SP), Ceumar lançou Viola Perfumosaem um concorrido show no auditório Oscar Niemeyer do Ibirapuera, em São Paulo. O disco é um tributo à rainha da música caipira, Inezita Barroso, e resgata sucessos como Luar do Sertão; Tamba-TajáÍndiae Marvada Pinga, eternizados por Inezita que ganharam releitura camerística unindo viola caipira e violoncelo, rabeca e alfaias e se mesclam a composições de Villa-Lobos e a canções do repertório autoral do trio.

O trabalho doViola Perfumosa procura resgatar e reciclar a genialidade e a sofisticação das melodias e da poesia da música que se convencionou chamar “caipira”, compondo um mosaico comovente e alegre do Brasil “de dentro”, “dos interiores”, ressaltando a singularidade desta obra poético-musical que é um retrato fiel deste país profundo.

Para ficar ligado!

A 7ª Mostra Cantautores será promovida entre os 3 e 10 de novembro no Cine Theatro Brasil Vallourec, em Belo Horizonte, Minas Gerais, e entre outras atrações terá apresentações com Affonsinho, Cátia de França, João Bosco, Angela Ro Ro, Jards Macalé e Chico Saraiva, entre outros nomes de vários estados do país. A Mostra Cantautores é um encontro de criadores da canção contemporânea com apresentações solo de cantores e compositores acompanhados apenas por seu instrumento. Além de apresentar 16 artistas em suas múltiplas expressões, o evento deste ano também conta com uma programação de debates e atividades diurnas.

Leia também no Barulho d’água Música:

Ceumar canta acompanhada por Daniel Coelho na abertura do Composição Ferroviária, em Poços de Caldas (MG)

1106 – Ocupação Dandô, na Unibes (SP), marca cinco anos de premiado projeto itinerante

Vários eventos em torno da música independente que vem motivando a promoção do circuito cultural em homenagem a Dércio Marques serão oferecidos entre quarta-feira e domingo, na estação Sumaré do Metrô SP

Para celebrar cinco anos de estrada do Circuito Dandô de Música Dércio Marques, a União Brasileiro-Israelita de Bem Estar Social (Unibes) Cultural acolherá entre 12 e 16 de setembro a Ocupação Dandô. O evento, entre a quarta-feira, dia da abertura, e o domingo, oferecerá palestras, rodas de conversa, sarau, a exposição fotográfica Olhar da Utopia, oficinas de música e de dança latino-americanas, contações de histórias, mostras regionais e shows já confirmados com João Bá e João Arruda (12/9), Ceumar (13/9), Zé Geraldo (14/9), Alzira E. (15/9), José Delgado, Cecilia Concha Laborde e Analia Garcetti (16/9), além do lançamento da segunda coletânea do projeto, produzida em parceria com a Tratore, e que tem repertório apresentando 27 artistas do Brasil, do Chile, da Argentina e da Venezuela.  Paralelamente à Ocupação, será realizado o 2º Encontro Latino-americano do Dandô com representantes de circuitos parceiros do Chile, da Venezuela e da Argentina, que terá abertura na terça-feira, 11. 

Para ingressos e mais informações visite www.facebook.com/circuitodando e veja abaixo a guia Serviços.

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