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O cantor e compositor cearense radicado em São Paulo chega ao quarto álbum e comemora o amadurecimento artístico aos 20 anos de carreira *
* Com Eliane Verbena
Após lançar, em 2015, um disco em homenagem ao “cantor das multidões”, Orlando Silva, o cantor Zé Guilherme deixou de lado o viés confortável de ser “apenas” intérprete para lançar Alumia, seu quarto álbum, com repertório em sua maioria de músicas autorais. Cearense radicado em São Paulo, Zé Guilherme conta:“Nunca tive pretensões de ser um compositor, pois meu ofício maior é o de cantor. A poesia é um exercício que me acompanha desde a adolescência, mas só agora, depois de 20 anos de dedicação à música, eu me sinto mais à vontade para mostrar também o meu lado autoral.”
Orlando Silva, nascido no Engenho de Dentro, bairro do Rio de Janeiro a 3 de outubro de 1915, na rua que hoje recebe o nome de Augusta (era General Clarindo outrora), é um daqueles artistas de quem recorrendo às palavras de Rolando Boldrin “viajou antes do combinado”, com apenas 62 anos, vítima de um ataque do coração. O curto período de vida, entretanto, não impediu que Orlando Silva ficasse eternizado como “O cantor das multidões”, título ao qual faz jus por em seu ofício de intérprete primoroso transformar em marcantes sucessos com aquela que até hoje vem sendo considerada a mais bela voz do Brasil obras de Assis Valente, Noel Rosa, Pixinguinha, Wilson Batista, Ataulfo Alves, Nássara, entre tantos outros compositores.
Artista cearense radicado em São Paulo, Zé Guilherme coordenou um árduo e minucioso trabalho de pesquisas do repertório que Orlando Silva apresentava e desta tarefa selecionou 18 canções para gravação do memorável álbum Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva no qual homenageia o centenário de nascimento do carioca. Nesta delicada releitura estão, por exemplo, a canção que batiza o disco, a qual se tornou sucesso do Carnaval em 1938 e que lança o convite de Zé Guilherme para o público com ele apreciar o legado de Orlando Silva.
“Abri a janela do meu coração para me apossar, com respeito e reverência, dos sucessos de Orlando Silva e reapresentá-los ao público pela minha voz, pela minha forma de cantar”, afirmou Zé Guilherme, tornando realidade um projeto sobre o qual e para o qual se debruçou por dez anos. “Estava ansioso por resgatar e reler a obra desse artista que foi, desde a minha infância, o combustível para a chama do desejo de ser cantor”, observou. “Minha principal diversão era ouvir no rádio a voz majestosa e brejeira do cantor, considerado a maior voz masculina do Brasil”, finalizou comunicando aos fãs e amigos que agora vive “momento ímpar na minha carreira”.
Abre a Janela– Zé Guilherme Canta Orlando Silva será lançado em show programado para 11 de dezembro, a partir das 21 horas, na unidade do Sesc Belenzinho, em São Paulo. Além da faixa título, a plateia ouvira Zé Guilherme recordar joias que Orlando Silva interpretava tais quais Cidade Brinquedo, Malmequer, A Jardineira, A Primeira Vez, Pela Primeira Vez, Curare, Dama do Cabaré, Lábios Que Beijei, Preconceito, Aos Pés da Cruz, O Homem Sem Mulher Não Vale Nada, Meu Consolo É Você, Lealdade, Meu Romance, Cidade do Arranha-céu, Faixa de Cetim e Alegria.
Foto: Alessandra Fratus
Zé Guilherme também tecerá entre as canções comentários a respeito da vida e da obra de Orlando Silva, bem como sobre o contexto social da época e as razões que nortearam sua escolha do repertório. Com ele estarão Adriano Busko (percussão), Bré Rosário (percussão), Cezinha Oliveira (direção musical, violão, baixo e vocal), Luque Barros (violão de 7 cordas, baixo e vocal), Maik Oliveira (cavaquinho e bandolim) e Pratinha Saraiva (flautas e bandolim). O espetáculo musical terádireção de cena assinada por Mario Tommaso, figurino de Elísio Kamers e iluminação de Silvestre Júnior.
A trajetória de Orlando Silva é marcada por apurado critério, pois ele mesmo deixou registrado que apenas escolhia para o repertório canções que tocavam a alma dele. Zé Guilherme apontou entre outros critérios que a brasilidade da obra norteou a escolha das 18 faixas e que ele optou por contemplar “um perfil mais leve e alegre do cantor” como na maioria dos sambas que trazem sempre um toque de humor nas letras. Já o diretor Cezinha Oliveira inseriu elementos clássicos nos arranjos como piano, baixo acústico, acordeon, trombone e violão de sete cordas, entre outros, conferindo desta forma requinte sonoro ao disco, sem cair no mero saudosismo.
Zé Guilherme e Cezinha buscaram conceber um álbum com base no tripé interpretação, arranjos e composições, mostrar que a chamada “música antiga” do Brasil pode se manter clássica em sua origem, popular em sua apresentação e sofisticada em sua concepção. “Para todos os sambas, busquei inspiração nos conjuntos regionais da época e nas orquestras que acompanhavam os artistas nas rádios”, explicou Cezinha. “O instrumental era, geralmente, formado por acordeon, violão, percussão e instrumento solo de sopro”, ponderou o produtor. “Apenas as marchinhas A Jardineira e Malmequer seguem outro caminho: a primeira tem introdução influenciada pela música barroca e a segunda ganhou um andamento mais jazzístico”
Zé Guilherme é de Juazeiro do Norte, e lá cresceu ouvindo além de Orlando Silva expoentes como Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, entre outros. Cantadores, repentistas e violeiros e ritmos tais quais maracatu, frevo e boi-bumbá também influenciaram seu sonho de ser cantor. Em São Paulo desde 1982, cantou no circuito de casas noturnas da cidade e participou de inúmeros shows ao lado de amigos e parceiros musicais como Maurício Pereira, Cris Aflalo, Madan, Cezinha Oliveira, Marcelo Quintanilha, Péri, entre outros. Em 2004, estreou Canto Geral, com canções do primeiro disco e músicas inéditas de Marcelo Quintanilha, Carlos Careqa, Péri, Alexandre Leão. Em 2006, saiu Tempo ao Tempo, com produção e arranjos de Serginho R., direção artística do próprio Zé Guilherme, que assina também a coprodução em parceria com Marcelo Quintanilha. Já em 2007, gravou participação no disco ao vivo Com os Dentes – Poesias Musicadas, de Reynaldo Bessa.
Orlando Silva foi filho de José Celestino da Silva, violonista parceiro de Pixinguinha no grupo Os Oito Batutas. José Celestino morreu vítima da gripe espanhola quando o garoto tinha três anos, mas a inclinação à música não se perdeu com a perda do pai. Na adolescência, Orlando Silva já curtia Carlos Galhardo e Francisco Alves, o “Rei da Voz”, este um dos responsáveis por seu sucesso depois de ser a ele apresentado pelo compositor Bororó.
Francisco Alves imediatamente decidiu lançar o novo amigo em programa que mantinha na rádio Cajuti e em menos de dez anos o afilhado já se tornara o intérprete cuja voz ainda encanta pela naturalidade mesmo nos agudos mais vigorosos, os quais não pareciam requerer dele qualquer esforço. Orlando Silva ainda tocou artistas como João Gilberto, seu admirador confesso, e a quem confere sua paternidade vocal e estética. Entre 1935 e 1942, vivendo o auge, Orlando Silva atraía os fãs de tal forma que o radialista Oduvaldo Cozzi resolveu passar a apresentá-lo como “o cantor das multidões”. Com tamanho carisma, Orlando Silva chegou no final da década dos anos 1930 a ser literalmente “atacado” por fãs alucinadas durante passagem por São Paulo.
Roger Guitarra há dez anos desenvolve a técnica pouco explorada no Brasil de tocar lines e slaps, de contrabaixo, na guitarra, característica que já é sua marca registrada
O músico Roger Guitarra encerrará a programação de abril do projeto do Sesc Osasco (SP) Ecos Musicais, que abre espaço sempre nas tardes dominicais para trabalhos autorais e de pesquisa musical dos novos artistas da cidade e região. Sobre a curadoria do trombonista Bocato, Roger Guitarra começará a apresentação às 16h45, na Tenda 2. Há 10 anos ele desenvolve a técnica pouco explorada no Brasil de tocar lines e Slaps, de contrabaixo, na guitarra, característica que já é sua marca registrada. O duo de guitarra e voz Tuck and Patty é sua maior influência.
Claúdio Lacerda, observado por Herodoto Barbeiro e por Thadeu Romano: projeto Olhos d’água aborda o tema que está na pauta de todos os debates ambientais do momento: a crise hidríca
O cantor e compositorCláudio Lacerda(SP) participou recentemente do quadro Talentos, apresentado pelo jornalista Herodoto Barbeiro no encerramento do telejornal da Record News, emissora do grupo Record, cuja sede fica em São Paulo. Cláudio Lacerda esteve acompanhado pelo acordeonista Thadeu Romano e cantou para os telespectadores e internautas que sintonizaram os canais abertos e online músicas do repertório do projeto Olhos d’água. Por meio deste espetáculo, ele procura sensibilizar e estimular o público a retomar a relação fundamental de respeito aos nossos mananciais, assegurando o bem estar das próximas gerações, sobretudo neste momento de grave crise hídrica.
Por meio de Olhos d’água, Cláudio Lacerda procurará sensibilizar os ouvintes sobre a crise hídrica que ganha as pautas das principais discussões ambientais do momento, a partir das 16 horas do dia 26, em Campinas (Foto: Adriano Rosa)
O cantor e compositor Cláudio Lacerda estará em Campinas neste domingo, 26 de outubro, para a apresentação do projeto Olhos d’água. O espetáculo está programado para começar às 16 horas, no teatro do SESC Campinas, e não haverá cobrança de entradas. O ingresso estará disponível Central de Atendimento no dia da atividade, em quantidade limitada.
Cláudio Lacerda concebeu a ideia do projeto “Olhos d’água” durante uma viagem fluvial com o amigo Paulo Simões, em 2008, e agora vai compartilha-la com o público do SESC Campinas (Fotos de Adriano Rosa)
O cantor e compositor Cláudio Lacerda estará em Campinas no domingo, 26/10, para a apresentação do projeto “Olhos d’água”, marcada para começar às 16 horas, no teatro do SESC Campinas. O espetáculo procura sensibilizar os ouvintes a retomarmos uma relação fundamental de respeito aos nossos mananciais, assegurando o bem estar das próximas gerações.