
O cantor e compositor Fábio Porte, jovem violeiro paulistano, acaba de lançar o álbum Trilhos da Vida, trabalho que vem ganhando sucessivos elogios no meio regional e motivou entre outros convites sua ida ao programa de rádio Siga bem Caminhoneiro, durante o qual foi entrevistado por Sergio Reis e que em breve irá ao ar. Trilhos da Vida também mereceu um programa exclusivo, no dia 19, em um emissora de Amparo (SP), e mostra bem as dimensões que a viola caipira possui: além de folclore e sertão, o instrumento contem MPB em seu DNA.
Ritmos como Guarânia, Xote, Toada e Rasqueado Paulista estão presentes nas dez faixas deste que é o terceiro trabalho de Fábio Porte e dão forma a inspiradas canções e melodias que retratam o Centro-Oeste do Brasil, o Pantanal mato-grossense, os casarões antigos da Avenida Paulista e as riquezas da literatura mineira, além da história do Tropeirismo — movimento dos Bandeirantes que viajavam com seus muares de Viamão a Sorocaba, no interior de São Paulo, trilhando e desbravando o caminho do ouro. Com a tessitura da viola caipira mesclada com flauta transversal, gaita, ukulele, violoncelo e acordeon, entre outros instrumentos, Fábio Porte também recorre à linguagem da música nordestina para reverenciar o poeta cearense Patativa do Assaré, em linda homenagem, com Patativa e os olhos da Alma. E arremata a obra com Oração do Sertanejo, dele e de Pedro Campos.
O álbum ainda soa como um brado em defesa do meio-ambiente, bandeira que os artistas regionais vêm empunhando com afinco, repercutindo mensagens como a da preservação dos nossos mananciais, posto que as águas são nossa maior fonte da vida, mas se tornaram recurso cada vez mais escasso. Recanto das Águas, por exemplo, retratando a Serra do Japi (considerada o “Castelo das Águas”, na região sudeste de São Paulo) acentua poeticamente este recado, enquanto descreve particularidades como a fauna e a flora do bioma.
Trilhos da Vida marca a afirmação de Fábio Porte como violeiro e cantor da atual safra da música regional, e, em síntese, é amor à poesia em parceria com a Natureza — que é inspiração divina, observa o autor, músico e compositor nascido em São Paulo e que desde criança alimenta raízes sertanejas. Ainda menino, Fábio Porte pode conviver com consagrados violeiros durante noites de cantorias das quais participava levado pela sua grande inspiração, com a qual aprendeu os primeiros acordes e o caminho para o universo musical: o pai. Também violeiro e luthier, o artesão Luís Porte conviveu, entre outros, com o mestre Bambico. Foi o senhor Porte quem fez a primeira viola em que o filho começou a “arranhar” as cordas. A medida que crescia, Fábio Porte também recebeu influências de elementos das culturas dos estados de origem dos seus pais, Minas Gerais e Paraná.

Já experiente no trato das dez cordas, Fabio Porte passou a se dedicar entre outros instrumentos ao violão e ao cavaquinho, tornando-se cantador não apenas de músicas caipira, mas também de MPB e de choros. Lecionando em conservatórios de São Paulo e de Jundiaí, cidade onde atualmente reside, desenvolveu métodos musicais de sua própria autoria e se tornou criador de jingles e de trilhas para programas de televisão, com arranjos e produção. Participou como baixista e guitarrista convidado para projeto Tem Viola no Forró, do violeiro João Ormond, nascido da reunião de amigos e cantadores que em suas apresentações relembram clássicos do autêntico forró de raiz. Fábio Porte também toca violão, bandolim e guitarrinha baiana no álbum de Ormond Tem Viola no Forró.
A trajetória solo de Fábio Porte começou em 2012, com o disco que marcou sua inserção como cantor de música regional e de raiz. Caboclo Folgado contém músicas inéditas e releituras de aclamados sucessos da MPB, com destaque para a faixa título, de Luiz Porte e Gedeão da Viola. O segundo trabalho, Jacarandá do Brasil, completamente instrumental, destaca a intimidade que Fábio Porte desenvolveu com a viola caipira após dar os primeiros passos em suas incursões com o pai e a evolução obtida após anos de estudos, hábito que jamais abandonou e o levou, inclusive, a buscar aprimoramento com João Paulo Amaral, regente da Orquestra Filarmônica de Violas (Campinas) e pupilo de Ivan Vilela.
As faixas de Jacarandá do Brasil são homenagens ao país e à pluralidade da nossa cultura. Como a riqueza rítmica do Brasil é diferente de um estado para outro, para mostrar com fidelidade estas particularidades presentes em cada região, às composições ganham cuidadosa maneira de serem interpretadas por Fabio Porte.
Saiba mais e obtenha o álbum Trilhos da Vida por meio dos telefones 11 973518503 e 11 965700980, e em http://www.fabioporte.com.br
No Sr.Brasil, com Pedro Boi
O talento de Fábio Porte poderá ser conferido neste domingo, 30 de agosto, durante a exibição do Sr. Brasil, a partir das 10 horas. O programa apresentado por Rolando Boldrin terá nos três primeiros blocos a presença de Pedro Boi, cantor e compositor de Ibiracatu (MG) que gravou sua participação acompanhado no palco do teatro do Sesc Pompeia, em São Paulo, pelo violeiro e o percussionista Bré.

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