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Os cantores e compositores Renato Teixeira e Zeca Collares voltarão a se apresentar, juntos, nos dias 26 e 27 de fevereiro, agora no palco da unidade Bom Retiro do SESC paulistano — ambos já estiveram lado a lado no SESC de Bauru (SP), no final de semana anterior, e em julho de 2019, antes, portanto, da pandemia de Covid-19, quando o projeto em parceria decolou. Os protagonistas estarão coadjuvados por Natan Marques (violão) e Cião (baixo) cantando e tocando sucessos dos repertórios próprios a partir das 20 horas do sábado e das 18 do domingo, com ingresso limitado a quatro por pessoa, em um único CPF, em ambas as rodadas.
*Com dados informados pelo artista, por Denil Nogueira, extraídos do blogue Em Canto Sagrado da Terra e do Dicionário Cravo Albin da Música Brasileira
As tradicionais audições aos sábados pela manhã aqui no Solar do Barulho, redação do Barulho d’água Música em São Roque (SP), começaram neste dia 14 de agosto com LARAS, título do álbum que está sendo preparado pelo cantor e compositor mineiro Zé Paulo Medeiros. O disco, em cujo título o autor prestará homenagem às netas Clara e Lara, terá ao todo 10 faixas, 6 das quais já estão disponíveis em seu canal do Youtube, plataformas digitais e também podem ser ouvidas durante a programação da Rádio Sudeste FM, pilotada por Denil Nogueira, emissora que fica 24 horas no ar via satélite com acessos pelo site e aplicativos gratuitos. Em LARAS, Zé Paulo Medeiros celebrará novas parcerias que incluem o produtor e maestro goiano Eliel Carvalho e o radialista Nogueira, ambos respectivamente compositores de Esqueci de te esquecer e Terapia Rural. Carvalho ainda responde pelos arranjos, violões e ukulelê. Outra parceria terá Sergio Turcão, da dupla Jica y Turcão, e uma das faixas na voz de Zé Paulo será Estradeiro, por enquanto gravada apenas por Cláudio Lacerda em seu álbum Cantador.
As tradicionais audições matinais aos sábados aqui no Solar do Barulho, onde fica o boteco do Barulho d’água em São Roque, Interior de São Paulo, começaram neste dia 1 de maio com Viola Paulista II, agora disponibilizado na integra desde meados de março nas plataformas virtuais do seloSesc Digital com os cinco epês que formam a coletânea, totalizando 20 canções. Omapeamento do instrumento no estado bandeirante, portanto, agora está completo e mereceu, inclusive, o programa levado ar em 15 de abril no Revoredo, da USF FM, com apresentação do maestro José Gustavo Julião Camargo e cujo linque para ser ouvido e baixado estará ao final desta atualização.
O projeto Viola Paulista tem a curadoria do violeiro, compositor, professor universitário e pesquisador Ivan Vilela, que convidou inclusive violeiras tais quais Adriana Farias e Juliana Andrade, representantes de um crescente protagonismo feminino no mundo da viola.
O Selo Sesc lançou na quarta-feira, 3 de março, o terceiro epê da coletânea Viola Paulista II, desta vez dedicado a violeiros da região Sudeste do estado de São Paulo. Nesta rodada nomes importantes que se dedicam a tocar o instrumento (Ricardo Anastácio,Zeca Collares,Fernando DeghieRicardo Vignini) representamSorocaba e região, e assim vai sendo completado o mapeamento do instrumento no estado bandeirante, que já disponibiliza nas plataformas digitais do selo Sesc Digital as coletâneas que formam os epês 1 e 2; em 10/3 será lançado o 4 e, uma semana depois, em 17 de março, as faixas do 5.
O projeto Viola Paulistatem a curadoria do violeiro, compositor, professor universitário e pesquisadorIvan Vilelae reúne, ao todo,20artistas de carreiras consagradas, incluindoAdriana Fariase Juliana Andrade, representantes de um crescente protagonismo feminino no mundo da viola.Continuar lendo →
O Barulho d’água Música apresenta aos amigos e seguidores Lu Pasinato, nascido em Parapuã (SP). Por influências de um berço no qual a música sempre teve vez, desde muito cedo Lu Pasinato se sentiu despertado pela música e à medida que cresceu descobriu suas aptidões naturais para instrumentos de cordas, Em 1989, como ocorre com muitos que acabam conhecendo a viola caipira, rendeu-se à sonoridade singular das dez cordas e ela passou a ser seu instrumento de trabalho, juntamente com a guitarra.
Roberto Prado escreveu recentemente para o programa especial Grandes talentos da música brasileira do Paraná, apresentado por Rogéria Holtz na Rádio Educativa do Paraná (FM 97,1), que o compositor e instrumentista Luciano Pasinato, o Lu Pasinato, nasceu em 1975. Descendente de italianos e espanhóis, filho de Domingos Pasinato e Antônia Errerias Pasinato, Lu teve o privilégio de ser o mais novo entre cinco irmãos de uma família extremamente musical, na qual a arte fazia parte do dia a dia. Os pais de Lu, conforme apontou Prado, sustentaram a família por muito tempo como barbeiro e costureira, mas logo depois do nascimento dele, decidiram se tornar comerciantes.
A nova atividade dos pais os levou a mudarem várias vezes para cidades de São Paulo e do Paraná, uma vivência que possibilitou ao caçula conhecer muitas pessoas, culturas, paisagens diferentes, formando um vasto arquivo de memórias que até hoje inspiram sua criação. No final dos anos 1980, os Pasinato se fixaram na cidade de Rancharia, na região da Alta Sorocabana, onde Lu passou a infância e a juventude. Nessa cidade do Interior de São Paulo, ele teve um encontro fundamental com a viola caipira, que se tornaria sua grande paixão.
O irmão mais velho de Luciano, Ruba Pasinato, músico profissional, sempre foi a inspiração dele e sua guia no mundo da música brasileira de qualidade. Outra forte referência foi o tio do violeiro, José Errerias. Zequinha do Acordeon, como ficou popularmente conhecido, tocou e gravou com diversos artistas da música sertaneja de raiz na década dos anos 1950 e 1960, pois além da qualidade técnica e criativa, era exímio leitor de partituras. Entre outras funções, Zequinha atuou como acordeonista oficial da dupla Tonico & Tinoco, participando, inclusive, de filmes dos famosos irmãos, ícones até hoje do universo caipira.
Nesta atmosfera musical, desde sempre Lu soube que seria músico profissional, mas com a diferença que, em sua casa, ao contrário da grande maioria, um filho ser músico era visto com ótimos olhos. Assim. desde piá — na escola, nas festas e com os amigos –, os violões sempre acabavam nas mãos de Lu Pasinato. Até que em agosto de 1989, quando tinha 14 anos de idade, Lu viveu uma experiência definitiva: em uma exposição folclórica, realizada no colégio no qual estudava, em Rancharia, travou seu primeiro contato com a viola; deste dia, até hoje, ele nunca mais se separou do instrumento.
Viola caipira Lu Pasinato aprendeu a tocar ouvindo e vendo os grandes violeiros da sua terra, tais quais Espirro, Zé Vilela, Flávio da Amoreira e tantos outros, além de beber nas fontes de mestres como Tião Carreiro, Renato Andrade, Almir Sater, Goiano e Mazinho Quevedo. A partir deste aprendizado, foi adquirindo identidade sonora, experimentando, criando, agregando o toque de viola original que desenvolvia ouvindo outros ritmos em sua casa.
Lu Pasinato começou a carreira profissional ainda aos 15 anos, tocando guitarra em bandas de bailes de Rancharia e região, enquanto, ao mesmo tempo, desenvolvia sua técnica pessoal de encantar com a viola caipira. Em 1996, veio para Curitiba a convite do baterista Wagner Venceslau, o Waguinho Batera, hoje radicado em Maringá (PR), para tocar guitarra em uma casa noturna. Mas o que Lu Pasinato queria, mesmo, como ele próprio recorda, era mostrar sua violinha na grande Capital, abrir espaço para o seu modo diferente de tocar e compor com o instrumento.
A vinda para Curitiba, portanto, significou uma importante guinada na formação e na carreira de Lu Pasinato. Foi naquela cidade que pode trocar ideias e aprimorar a técnica e a criatividade em contato com grandes instrumentistas. Na Capital do estado gravou também seus dois álbuns autorais, Mudernage e Aldeia, e vem atuando intensamente como instrumentista em gravações e em concertos no Brasil e no Exterior, acompanhando artistas como João Pedro Teixeira, Hermeto Pascoal e Cacao de Queiroz, para ficar apenas em alguns exemplos. Além disso, ministra frequentes workshops e oficinas de viola caipira nas quais divide com os alunos a técnica, a história e a paixão pelo instrumento.
Lu Pasinato também tem atuado como violeiro e guitarrista em teatros, casas de shows, bares, estúdios de gravação e como side-man, além de participar ativamente de gravações de discos, DVDs e jingles. Em sua trajetória já acompanhou, gravou e/ou dividiu palcos com João Pedro Teixeira, Hermeto Pascoal e Cacao de Queiróz, Almir Sater, Ivan Lins, Toquinho, Ney Matogrosso, Kleyton e Kledyr, Moraes Moreira, Johnny Alf, entre outros.
Por este precioso currículo, é dos mais requisitados e aplaudidos na cena curitibana e cidades próximas, onde em seus workshops de viola caipira aborda as inúmeras e inusitadas possibilidades sonoras deste instrumento que no estado tem, ainda, representantes tais como Fernando Deghi (embora também paulista, lá radicado), Cláudio Avanso, Emiliano Pereira, João Triska, Oswaldo Rios, o pai e filho Rogério e Victor Gulin, Ricardo Denchuski e Lydio Roberto. Pasinato é endorser das Palhetas Cerne, para a qual assina a palheta Gota 3mm Lu Pasinato, e também do luthier Marcos Jackel, de Curitiba.
A discografia solo é composta pelos dois álbuns anteriormente mencionados, ambos dedicados à viola instrumental. O primeiro, Mudernage (2008), apresenta composições próprias, e o segundo, Aldeia (2014), resgata a viola caipira e seus ritmos tradicionais como o Pagode, a Catira, o Chamamé, a Folia de Reis em composições autorais, mantendo sua identidade tanto nas composições, quanto na execução do instrumento.
Atualmente, Lu Pasinato vem se apresentando em diversas formações de música instrumental, com música brasileira, música regional e jazz. Em 2018, viajou para Paris e na capital francesa gravou Encontro Universal, de João Pedro Teixeira e Cacao de Queiróz. Há alguns dias, em 11 de outubro, foi atração no Centro Cultural Teatro Guaíra da Exposição Ars Sonora que abordou a obra de Hermeto Pascoal, durante a 14ª Bienal de Arte Contemporânea de Curitiba.
Para saber mais sobre e contratar Lu Pasinato ele disponibilizou o número de telefone (41) 99716-9460 e o endereço eletrônico lu_pasinato@yahoo.com.br. Pelos linques abaixo se poderá ouvir seus dois álbuns e baixar e assistir vídeos de suas apresentações e trabalhos. Os dois álbuns podem ser encomendados tanto com o próprio violeiro, quanto com a gravadora e distribuidora curitibana Gramofone, cujo endereço é Rua Curupis, 450, bairro Santa Quitéria, Curitiba, CEP 80310. Para mais informações, os telefones da Gramofone são +55 41 98516-5131 e +55 41 3228-1044 e o endereço eletrônico gramofone@gramofone.com.br
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Com direção musical do violeiro Rogério Gulin e primeiro álbum em fase de lançamento, Emiliano Pereira, Júnior Bier e João Triska tentam sem deixá-las de lado ir além das tradições da viola caipira
O Trio Serra Acima, na estrada desde 2012, quando surgiu em Curitiba (PR), será atração na quinta-feira, 12, do Teatro Municipal Calil Haddad, situado na cidade de Maringá (PR), quando a partir das 20 horas terá como convidados Renato Teixeira e Yassir Chediak.
Com direção musical do violeiro Rogério Gulin, o Trio Serra Acima atualmente reúne Emiliano Pereira, Júnior Bier e João Triska com a missão de tentar ir além das tradições da viola caipira, sem deixá-las de lado, posto que o instrumento – também conhecido por viola brasileira ou viola de arame — tem história muito forte ligada ao campo, por meio do gênero caipira, além do fandango do litoral paranaense e sul-paulistano. Entretanto, a partir de Renato Andrade, alguns violeiros têm se esmerado a levar a viola a outros patamares, seja ele de repertório ou de interpretação, inserindo-a em ambientes que vão de concertos de música erudita a festivais de rock’n roll e hoje ele é presente desde os mais remotos rincões aos grandes centros urbanos.
Ivan Vilela, Paulo Freire, Roberto Correa, Rogério Gulin e Fernando Deghi são alguns dos nomes que predominam neste cenário em que a viola ultrapassa a fronteira de instrumento da música caipira. E a proposta da tríade curitibana é justamente contribuir nesse sentido, ao explorar os arranjos em trio, uma formação pouco usual na viola, conjugando aspectos da música tradicional, erudita e popular brasileira.
A musica tradicional de viola faz parte da ideia do grupo por meio da incorporação de alguns ritmos que estão tradicionalmente ligados ao universo da viola. Tais ritmos já fazem parte da própria linguagem do instrumento e aparecem naturalmente nos arranjos do trio. A música erudita está presente principalmente na concepção do trabalho, nas ideias contrapontísticas dos arranjos, nas nuances de dinâmica, numa tentativa de se explorar a sonoridade do instrumento de formas variadas, no apuro técnico, sempre com um foco muito grande na interpretação do que está sendo tocado.
A música popular brasileira é o guarda- chuva que abarca todo o universo de repertórios e possibilidades exploradas pelo grupo. Ela chega naturalmente pelas experiências prévias de cada integrante, e assim, diversos ritmos brasileiros fazem parte do trabalho como baião, pagode de viola, toada, choro, fandango, maracatu, entre outros. Todos esses elementos somados, dão ao Trio Serra Acima uma identidade única, aguçada pela valorização das raízes paranaenses da viola, e pelo desejo de contribuição com um novo repertório a partir de composições próprias dos integrantes do grupo.
Em julho, o Trio Serra Acima protagonizou duas noites de shows para lançamento do primeiro álbum, levando grande público ao renomado Teatro Paiol, um dos mais tradicionais do país, situado em Curitiba. O repertório do disco explora, justamente, a viola caipira em suas de diversas formas e apresenta músicas de Roberto Corrêa, Heitor Villa-Lobos, Waltel Branco e Tião Carreiro, entre outros compositores, permitindo aos curitibanos explorarem a sonoridade das dez cordas em arranjos instrumentais de músicas paranaenses e temas folclóricos do estado, mesclando-os a ritmos brasileiros.
Renato Teixeira e Yassir Chediak, dois dos mais conceituados violeiros do país, estarão no Paraná
A entrada para o concerto do Trio Serra Acima com Teixeira e Chediak é franca, mas como forma de contribuição solidária será aceito um brinquedo, em bom estado de conservação, para doação posterior ao Provopar — associação civil, com personalidade jurídica de direito privado, sem fins econômicos e lucrativos, com a finalidade de assistência social, educacional, beneficente, cultural, ambiental, saúde e geração de renda, com o fito de contribuir para a melhoria da qualidade de vida, cidadania e humanização da sociedade paranaense.
João Triska, autor dos álbuns Iguassul é Nos Braços dos Pinherais, é finalista do 5° Prêmio Profissionais da Música na modalidade Criação, categoria Artistas Interpretes Violas e Violeiros. O Troféu Parada da Música será entregue aos vencedores em 3 de novembro, em Brasília (DF).
Júnior Bier, ao lado de Rogério Gulin e Oswaldo Rios, violeiro do grupo curitibano Viola Quebrada, mensalmente apresenta a Roda de Viola Caipira, encontro musical da Fundação Cultural de Curitiba. A cantoria ocorre sempre no Conservatório de MPB de Curitiba, com entrada franca, e o próximo convidado do trio será Daniel Vicenti, na quarta-feira, 25 de setembro, a partir das 17 horas. O Conservatório fica na rua Mateus Leme, 63, Largo da Ordem..
Emiliano Pereira, formado em música pela Faculdade de Artes do Paraná, desde 2007, desenvolve trabalhos de pesquisas sobre toques, ritmos e sonoridades da viola caipira de 10 Cordas, desde suas tradições, até sua expressão mais contemporânea. Trabalha ainda com world music, música regional brasileira, música infantil e participou de projetos como o Fandango Paranaense e Orquestra à Base de Cordas de Curitiba. Também é professor e ministra aulas e oficinas de música.
É autor do álbum Clareando, de dez canções, de composição própria, que fazem o ouvinte viajar por campos, riachos e paisagens que não podem ser vistas – mas sentidas – sem sair do lugar. No disco a gostosa sonoridade da viola caipira se soma a arranjos de artistas parceiros na gravação. Cada canção teve um diferente processo de criação, mas têm em comum a inspiração vinda de grandes nomes da música brasileira – como Almir Sater, João Paulo Amaral, Hermeto Pascoal e Dominguinhos – e de músicos e grupos locais – como Rogério Gulin, Terra Sonora e Rosa Armorial
Serviço:
Trio Serra Acima recebe Renato Teixeira e Yassir Chediak 12/9, 21 horas Local: Teatro Teatro Calil Haddad Endereço: Avenida Doutor Luiz Teixeira Mendes, 2500, Maringá, PR
Natural de Unaí (MG), o premiado músico era apaixonado pelo instrumento desde os 8 anos, também tocava violão e sanfona e fez seu último espetáculo em São Paulo há duas semanas, ao lado de Manelim e Paulo Freire
A cultura popular do país, em especial o universo da viola caipira, está de luto mais uma vez desde a madrugada do sábado, 3/11, quando desencarnou Badia Medeiros, em Formosa, cidade de Goiás. Capitão de Folia do Divino, além de exímio dançador de catira e lundu, mestre Badia, como era reconhecido no meio entre outros expoentes por discípulos dos quilates de Roberto Corrêa e Paulo Freire — que com ele tiveram larga convivência e participaram de inúmeros projetos — estava com 78 anos. O Barulho d’água Música fez várias pesquisas antes de redigir esta atualização, mas entre as escassas informações a respeito de Badia Medeiros nada encontrou sobre sua morte, decorrente de um infarto que sofreu devido a complicações durante uma cirurgia, em Brasília (DF). Os dados sobre a biografia dele, por sinal, além de parcos, são bastante antigos, o que fica evidente sempre que nos deparamos com o dever do ofício de noticiar a partida de um artista do povo, que faz carreira fora dos circuitos comerciais: a imprensa, em geral, e o mercado do entretenimento, vivem apartados, de costas para nossas tradições e os protagonistas que levantam e empunham suas bandeiras, o que é lamentável não apenas para as gerações presentes, mas para as futuras, que não têm e ficarão vazias de referências sobre seus agentes e correm o risco de viver em um país cada vez mais sem memória e com sua múltipla identidade empobrecida e generalizada.
Repertório da compositora e intérprete passeia desde as feiras populares do Nordeste brasileiro aos elegantes concertos eruditos de casas europeias , passando por tradições ibérico-mouriscas e manifestações africanas
Marcelino Lima
A violonista e violeira francesa Fabienne Magnant, em turnê pelo Brasil, após passar pelas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, será atração em Curitiba neste sábado, 11 de agosto. Fabienne, primeiro, protagonizará das 14 às 17 horas um workshop durante o qual falará sobre suas formação musical e influências, seu encontro com a viola e também ministrará conselhos técnicos, mas apenas para previamente inscritos; mais tarde, a partir das 20 horas, promoverá para o público em geral um concerto solo. Ambos os eventos serão oferecidos pelo Sesc da Esquina, respectivamente no auditório e no teatro daquela unidade, com apoio de Fernando Deghi (Violeiro Andante) e Claudio Avanso (Viola & Cantoria).
Paulistano que adotou Goiânia e marca presença em Brasília como músico, maestro e professor profissionalizante explora diversas sonoridades em álbum com 12 faixas com participações de Pedro Macedo, Thomas Roher, André Rass e Milla Tuli
Marcelino Lima
Pedro Vaz, violeiro e compositor paulistano, goiano de coração e músico dos mais destacados na atual cena cultural de Brasília (DF) e do Planalto Central, está comemorando 15 anos de carreira com o lançamento do primeiro álbum solo, Dê Espaço ao Tempo. Com 12 faixas instrumentais nas quais dá seu recado com a viola caipira – companheira de estrada já há dez anos -, o disco produzido por Ricardo Vignini no estúdio Bojo Elétrico (SP) é uma síntese de belos arranjos e composições do músico que já foi pupilo dos mestres Roberto Corrêa e Marcos Mesquita, graduou-se em Música pela Universidade de Brasília (UnB), tocou guitarra e percussão e, atualmente, é professor do CEP/EMB – Escola de Música de Brasília, além de maestro da Orquestra Roda de Viola — entre outros projetos e participações em grupos de referência como Cega Machado, Caboclo Roxos, Banda Judas e Encontro Violado.
“O violão de Cabelo vale por uma orquestra inteira. Só assim para dar noção do talento desse músico paranaense. Mas, mesmo prevenido, você ainda pode sofrer de queixo caído quando ouvir a mágica” Beto Feitosa**, crítico musical fluminense
O Paraná despediu-se em 27 de fevereiro de 2015 de João Batista Nunes, um dos mais talentosos e virtuosos multi-instrumentista do Estado. Cabelo, como ficou conhecido pelos admiradores de todo o país, também utilizava o nome artístico Romano Nunes, sofria de trombose e morreu na véspera, em Curitiba, em consequência do entupimento de uma das vias do coração por um coágulo, após sofrer uma queda. O corpo do músico que estava com 65 anos encontra-se sepultado em Jacarezinho –– cidade para a qual a família se mudou em 1951 (oriunda da terra natal, Carlópolis) formada pelos pais, Juvêncio Antônio e Rosa, e mais quatro filhos — um deles a menina Maria Margarida, com a qual, aos 7 anos, João Batista já cantava no programa A Bola da Semana, produzido em Jacarezinho. Aos 17 anos, levando entre os itens da bagagem a primeira guitarra elétrica, Cabelo trocou o Interior pela Capital, onde apesar da natureza humilde e tímida amadureceu profissionalmente, desenvolvendo a maior parte da carreira de violonista, de violeiro, de cavaquinista e de guitarrista, além de compositor, diretor musical e arranjador.