1614 – Álbum inédito do paulistano Grupo Um, guardado desde 1975, é lançado pelo selo inglês Far Out Recordings

#MPB #MúsicaInstrumental #SãoPaulo #Inglaterra #SescInstrumental #UtopiaStudios #FarOutRecordings #ProdutoraeGravadoraKuarup

Starting Point marcaria o início de um dos conjuntos instrumentais mais ousados do Brasil, quando, há quase 50 anos, os autores ainda formavam um trio que, como outros artistas na época, não encontrou gravadora

* Com Irati Antonio, Utopia Records

Uma raridade formada por seis faixas instrumentais, inédita desde 1975, acaba de ser gravada em formato laser e vinil pela gravadora inglesa Far Out Recordings¹: o disco Starting Point, que, apesar de enfim receber por um selo gringo merecidíssima atenção quase 50 anos depois, é do Grupo Um, formado naquele ano pelos irmãos Lelo Nazario e Zé Eduardo Nazario e que convidaram Zeca Assumpção para se juntar às suas experiências musicais. Na época, os Nazario e Assumpção já integravam a patota de Hermeto Pascoal ao lado do guitarrista Toninho Horta e do saxofonista Nivaldo Ornelas. O trio formava a seção rítmica (piano, baixo e bateria) e ficou conhecido como “cozinha paulista” do Bruxo dos Sons, pois eram os únicos do estado de São Paulo.

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1600 – Roberta Spindel e Ney Matogrosso regravam Sangue Latino para celebrar os 50 anos da música em nova versão e videoclipe

#MPB #Secos&Molhados #SecoseMolhados

Releitura do clássico que integra o álbum de estreia do grupo Secos e Molhados apresenta elementos mais modernos no arranjo e já está chegou às plataformas digitais pela Kuarup

Em maio de 2023 a gravação original de Sangue Latino completará 50 anos. A música abre o bolachão de estreia do grupo Secos e Molhados, gravado entre maio e junho de e lançado em agosto de 1973. Para celebrar este marco, a cantora Roberta Spindel convidou Ney Matogrosso e, juntos, ambos regravaram o clássico que já está nas plataformas digitais com assinatura da gravadora e produtora Kuarup, em parceria com o selo Algorock. A distribuição em todas as plataformas coube à The Orchard. Sangue Latino é uma composição de João Ricardo e Paulinho Mendonça e a releitura contou comdireção artística de Lúcio Fernandes Costa, A produção musical foi de Rodrigo Campello, que também cuidou do arranjo e tocou violões, guitarra e teclados; a regravação traz, ainda, Marcos Suzano (percussão), Federico Puppi (cello) e Pedro Mibieli (violinos e viola). Gravada e mixada no estúdio MiniStereo, no Rio de Janeiro, por Rodrigo Campello, as gravações adicionais da versão é do Sambatown (RJ), por Marcos Suzano. A canção foi masterizada no Classic Master, por Carlos Freitas.

O time de músicos convidados para esta nova gravação de Sangue Latino é dos mais experientes. Já tocou com Cazuza, Marisa Monte, Roberta Sá e Maria Gadú, entre outros nomes da MPB. Esta releitura contemporânea de Sangue Latino será o primeiro single do segundo epê de Roberta Spindel, que em breve pretende lançar. Em 2022 a jovem compositora carioca lançara Alma Água, seu primeiro epê, com participações de Suricato e Zeca Baleiro. Em 2010, Roberta pôs no mercado seu primeiro trabalho, Dentro do Meu Olhar, álbum que contou com participação especial de Caetano Veloso e que emplacou duas faixas em trilhas de novelas da Rede Globo: de novelas da TV Globo: Esquinas (Morde e Assopra) e Se Eu Quiser Falar com Deus (Amor Eterno Amor). O lançamento contará com apoio de vídeo clipe dirigido por China Trindad, mais ações promocionais em redes sociais.

Roberta Spindel lançou o primeiro álbum da carreira, Dentro do Meu Olhar, em 2011, pela gravadora Universal, com a participação de Caetano Veloso. O baiano gravou com Roberta Como Dois e Dois neste disco gravado em Los Angeles, com produção de Max Pierre e músicos como o baixista Neil Stubenhaus, o baterista Vinnie Colaiuta e outros da nata californiana. Em 2011 Roberta foi indicada na categoria Revelação do Prêmio Multishow e já dividiu os palcos e faixas, além de Caetano Veloso, com Zeca Baleiro, Hyldon Souza, Oswaldo Montenegro, George Israel, Sandra de Sá e Luís Melodia. Ela lançou os singles autorais Fina Flor e regravou o clássico Nuvem de Lágrimas; em março saiu seu single Depois do Temporal, faixa que completa Alma Água ao lado de Mais Uma Vez, com Suricato, Alma Água, Perdida em Alto Mar, Queda Livre, e Eu Chamo de Coragem com participação especial de Zeca Baleiro. A cantora também integrou a banda do programa musical Popstar, da Rede Globo.

Redes Sociais Roberta Spindel

Instagram, Facebook, YouTube e Tik Tok: @robertaspindel

Link do videoclipe de Sangue Latino – Roberta Spindel & Ney Matogrosso: https://youtu.be/AovRsTstveU

Ouça a música na sua plataforma digital preferida: https://orcd.co/robertaeney_sanguelatino

Secos & Molhados é o álbum de estreia do grupo homônimo, lançado em agosto de 1973. Unindo a poesia de autores como Vinícius de MoraesManuel Bandeira e João Apolinário, pai de João Ricardo, idealizador do grupo, com danças e canções do folclore português e de tradições brasileiras, traz as músicas mais famosas do trio tais como Sangue Latino, O Vira, Assim Assado e Rosa de Hiroshima. O disco, assim como a própria banda, surgiu em meio à censura e à Ditadura Militar que a impunha  no Brasil, o que também retrata a liberdade de expressão, o racismo e as guerras. Um fenômeno de vendas para a época, o bolachão mais famoso dos Secos e Molhados, aquele que os projetou no cenário nacional, vendeu mais de 1 milhão de cópias pelo país, das quais mais de 1500 só na primeira semana

O disco inovou o estilo musical da música popular brasileira com um som mais pesado que o usual e com o uso de maquiagem forte na capa, que remete ao glam rock, e desenvolveu gêneros como o pop psicodélico e o folk. Além de receber certificação de disco de platina em 1997 da Associação Brasileira dos Produtores de Disco (ABPD)  pelo relançamento em cedê, o álbum ocupa o 5º lugar na Lista dos 100 maiores discos da música brasileira de acordo com a revista  Rolling Stone Brasil em 2007, e a 97.ª posição no Los 250: Essential Albums of All Time Latin Alternative – Rock Ibero-americano, da All Bord de 2008. As duas chancelas provam que o disco continua a ser popular e criticamente admirado nos dias de hoje.

COM FOME, SOBRE TIJOLOS, DE CABEÇA QUENTE

Fazendo jus ao nome do grupo, o fotógrafo do jornal carioca Última Hora, Antônio Carlos Rodrigues, produziu uma mesa de jantar com produtos vendidos em armazéns (cujo nome genérico era secos e molhados). Na montagem a broaslinguiçascebolasgrãos de feijão e  vinho barato,  da marca Único, entre outros] O nome do grupo, em cima da mesa, está grafado em tipologia roxa brilhante em alusão à placa que João Ricardo teria visto numa visita à Ubatuba  (SP) e que lhe deu a ideia para o nome do conjunto. Dentro das bandejas, estão as cabeças de Ney MatogrossoJoão RicardoGérson Conrad e Marcelo Frias (baterista que não aceitou integrar o grupo mais tarde).

Rodrigues já fotografara a cabeça da esposa servida em um prato para a revista Fotoptica, inspirado por meninas na praia com o rosto pintado e, por trabalhar no mesmo jornal que João Apolinário, não demorou a conhecer o grupo. “Eu ainda não conhecia e quando fiquei sabendo do nome, montei uma mesa no meu estúdio com vários secos e molhados, coloquei a cabeça deles ali e os maquiei”, contou em entrevista à revista Bizz. No estúdio fotográfico, demoraram uma madrugada para a sessão de fotos da capa.

Por debaixo da mesa os músicos se sustentaram sentados sobre tijolos uma madrugada inteira “e fazia um frio horroroso debaixo da mesa”, recordou Ricardo. Ney Matogrosso se lembra de que “em cima queimava, por causa das luzes” e de que comprara os mantimentos em supermercado. A toalha foi improvisada com um plástico qualquer, e a mesa era uma chapa de compensado fino que eles mesmos serraram para encaixar as cabeças.Ainda de acordo com João Ricardotínhamos fome, mas estávamos duríssimos e fomos tomar café com leite. Não sei porque, mas não me lembro de termos comido os alimentos da mesa.”

Alguns autores notam que já na capa do disco existe uma cena e um comprometimento antropofágico, com as cabeças sobre bandejas numa mesa “para o deleite gastronômico dos ouvintes”. A capa integrou uma exposição em junho de 2008 no Centro Cultural da Espanha, em Miami, que reuniu as 519 melhores capas do pop e rock latino-americano. Em 1995, a banda Titãs produziu o clipe da música Eu Não Aguento com a introdução do baixo de Sangue Latino e com a cabeça de seus integrantes à mesa, em pratos. Em 2001, a Folha de S.Paulo a elegeu como a melhor capa para discos de vinil de toda a história da música popular brasileira

SOBRE A KUARUP

Especializada em música brasileira de alta qualidade, o seu acervo concentra a maior coleção de Villa-Lobos em catálogo no país, além dos principais e mais importantes trabalhos de choro, música nordestina, caipira e sertaneja, MPB, samba e música instrumental em geral, com artistas como Baden Powell, Renato Teixeira, Ney Matogrosso, Wagner Tiso, Rolando Boldrin, Paulo Moura, Raphael Rabello, Geraldo Azevedo, Vital Farias, Elomar, Pena Branca & Xavantinho e Arthur Moreira Lima, entre outros.

1520 – Nego Moura & Os Camarás estreiam álbum em homenagem ao povo afro-brasileiro

#MPB #MúsicaNegra #Funk #Soul #House #HipHop #Trap #AfroPop #CulturaPopular #PoçosdeCaldas #MinasGerais #PSB #AgênciaBrasil

Disco feito para refletir, mas também para dançar, traz a mistura das raízes rítmicas negras brasileiras, pelo selo Camará Records 

*Com Chiara Carvalho, Carvalho Agência Cultural.

Está disponível nas plataformas digitais Nego Moura & Os Camarás, projeto do mineiro Nego Moura e seu time de produtores que formam os Camarás, lançado por meio do selo próprio Camará Records. As 12 faixas trazem crônicas cotidianas com temas que denunciam o racismo estrutural e religioso e tentam reforçar o empoderamento que o povo negro vem buscando ao longo do tempo, no país e mundo afora, com músicas baseadas em uma pauta densa, mas feitas para dançar, inspiradas na mistura das raízes rítmicas negras mundiais com o funk, o soul, o house, o hip hop e o trap. Com esta receita, sem perder a verve de protesto e de denúncia, o álbum permite curtir uma bem elaborada sonoridade afro pop, aliada ao batuque orgânico de tambores que ruflam em terreiros e da percussão de diversos ritmos brasileiros, que ainda se mesclam a beats eletrônicos, sintetizadores e guitarras. 

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1160 – “Álibi”, de Maria Bethânia, é o tema de fevereiro da série “Clássico do Mês”

Lançado em 1978, o disco é o primeiro de uma cantora brasileira a ultrapassar a marca de 1 milhão de cópias vendidas, embora não seja o recordista de vendas da chamada “Abelha Rainha” detentora de cinco Discos de Ouro

O álbum Álibi, lançado em 1978 pela cantora baiana Maria Bethânia, com título inspirado em canção homônima do alagoano Djavan, é o escolhido da redação para ser destacado em fevereiro pela série Clássico do Mês, na qual o Barulho d’água Música traz informações sobre um disco que marcou época na canção brasileira. Apenas pelo belo repertório de 11 faixas que trouxe e que há mais de 40 anos muita gente ainda canta, este oitavo disco de Bethânia já seria motivo mais que suficiente para figurar nesta atualização especial, mas e talvez justamente pela seleção de canções que ela interpreta — de expoentes como Djavan,  Gonzaguinha, Chico Buarque e Gilberto Gil, Rosinha de ValençaPaulo Vanzolini, o mano Caetano Veloso, Dona Ivone Lara, entre outros — é preciso acrescentar que Álibi tornou-se ícone por ser o pioneiro de uma cantora brasileira a bater a marca de 1 milhão de cópias vendidas. Além do time de compositores, Bethânia ainda contou com as participações de Gal Costa (Sonho Meu, Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho) e Alcione (O meu amor, Chico Buarque).

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1496 – Walter Pinheiro e sua Gafieira do Pinheiro lançam álbum novo no JazzB, em São Paulo

#MPB #Samba #Gafieira #Choro #Baião #Jazz #MúsicaInstrumental #JazzB

*Com Tambores Comunicações

Flautista, saxofonista, arranjador e compositor paulistano, Walter Pinheiro está lançando a versão física de 2 por 3, seu terceiro álbum solo (a versão digiltal está nas plataformas desde agosto de 2020), premiado pelo ProAc e cujas dez faixas estarão no repertório de sua apresentação programada para começar às 21 horas deste sábado, 8 de janeiro, no tradicional JazzB, onde ocupará o palco acompanhado da Gafieira do Pinheiro. Walter e os amigos Zé Barbeiro (violão de 7 cordas), Robertinho Carvalho (baixo) e Vitor Cabral e Giba Favery (bateria) abrirão os trabalhos na casa situada na região central da cidade de São Paulo a partir das 21 horas, mesclando ao programa, também, músicas dos dois discos anteriores, Som Na Brasa e Regional Brasileiro, ambos de 2010. A intenção é resgatar e fazer pulsar no ambiente a alegria dos bailes de gafieira que agitavam as décadas dos anos de 1940 e 1950, com linguagem sonora bem brasileira marcada por choro, samba, baião, gafieira, samba-jazz e outros ritmos que não deixa sentado nem quem estiver fazendo chá de pêra.

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1282 – Do concreto armado ao horário nobre: como, após ser apresentado a Elis, Tunai ganhou notoriedade na MPB

Cantor e compositor que emplacou vários sucessos em trilhas de telenovelas e a exemplo de Belchior morreu dormindo, resolveu trocar o diploma de Engenheiro Civil pelo microfone e pelo violão depois de a Pimentinha gravar As aparências enganam, uma das mais de 200 criações da obra do autor de Frisson. E o projeto de um DVD, com algumas inéditas, pode, em breve, chegar para amenizar a dor dos amigos e fãs

O feeling de Elis Regina para sacar músicas de outros autores que ela podia interpretar com a graça e o talento que possuía se não ajudaram Belchior, Renato Teixeira, Adoniran Barbosa e Ivan Lins a chegarem aonde chegaram após ela dar voz a Como Nossos Pais, Romaria, Tiro ao Álvaro e Madalena, entre outros compositores e canções, no mínimo, deu um empurrãozinho. Entre eles os que por ventura já não estavam depois caíram no gosto do público, e pelos próprios méritos se tornaram ícones incontestáveis da MPB, construindo trajetórias de tamanha grandeza que as canções deles interpretadas pela Pimentinha hoje são “apenas” uma das pulsantes estrelas das próprias constelações que iluminam as respectivas carreiras. Para o mineiro Tunai, a influência de Elis Regina não foi menor; na verdade talvez, conforme ele mesmo chegara a declarar aos dar os primeiros passos rumo á fama, tenha sido decisiva, levando-o a trocar sem pestanejar projetos de engenharia civil pelos palcos, microfones e seu violão.

Para tristeza dos que gostam do perfil da música do qual estamos tratando aqui, na manhã do domingo, 26, Tunai foi encontrado pela esposa, morto, em sua casa, no bairro carioca de Santa Tereza. O atestado de óbito indica que ele sofreu parada cardíaca enquanto dormia — assim como Belchior em abril de 2016, entretanto no caso do cearense autor de Como Nossos Pais devido ao rompimento de uma parede da artéria aorta, conforme foi confirmado mais tarde pela autópsia. Tunai era José Antônio de Freitas Mucci, e estava com 69 anos, foi cremado na tarde da segunda-feira, 27, depois do velório no Memorial do Carmo, no bairro carioca do Caju, situado na zona portuária do Rio de Janeiro, para onde acorreram à despedida amigos, admiradores e familiares, dentre os quais o irmão, o sambista João Bosco, também natural de Ponte Nova, município da Zona da Mata mineira, mas quatro anos mais velho.

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1095 – Lírica, engajada e cáustica, obra de Gonzaguinha ganha brandura e delicadeza na voz de Mirianês Zabot (RS)

“A voz suave de Mirianês Zabot desliza com segurança pelas canções de Gonzaguinha. A delicadeza dos arranjos ressalta um estilo próprio e é mais do que um convite para se deliciar com os dois: Mirianês e Gonzaguinha”.
Regina Echeverria. Jornalista e biógrafa, autora de Gonzaguinha e Gonzagão Uma História Brasileira, em que se baseou o filme Gonzaga De Pai pra Filho.
Marcelino Lima, com  texto de Oscar Pilagallo, jornalista e escritor

No ano em que o país lembrou um 25 anos do adeus prematuro a Gonzaguinha (2016), a cantora Mirianês Zabot “com voz distinta, suave e límpida” renovou entre nós,  amigos e fãs da obra do filho do Velho Lua, a certeza da eterna presença do compositor carioca, conforme observou à época o jornalista e escritor Oscar Pilagallo. Marianês acabar de gravar o álbum que recentemente enviou para o Barulho d’água Música em tributo ao cantor e compositor de Sangrando,  “com um poder balsâmico capaz de ao cantar transformar aspereza em brandura, rascância em delicadeza, derramamento em contenção”, ainda conforme o texto de Pilagallo — que, abaixo, a partir do segundo parágrafo, seguirá na integra. “E tudo isso enquanto, mais do que preservar a essência do cancioneiro do homenageado, empresta-lhe novas e insuspeitadas possibilidades de interpretação.”

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1050 – Nova temporada de “Concertos para Pixinguinha” volta ao Sesc Bom Retiro (SP), ponto de partida do sucesso que já dura cinco anos

O espetáculo, que uniu no palco pela primeira vez a cantora Vânia Bastos e o baixista Marcos Paiva, ajudou a atualizar a obra do carioca Alfredo da Rocha Vianna Filho

Marcelino Lima, com Petterson Mello

O espetáculo que há cinco anos lota espaços, teatros e casas por onde passa abrirá sua sexta temporada na sexta-feira, 20 de abril, retornando ao local onde estreou e começou a fazer sucesso, em 2013. Concerto para Pixinguinha, aclamado por público e crítica e premiado em 2017, será novamente atração da unidade paulistana Bom Retiro, do Sesc, a partir das 21 horas — apenas três dias antes dos 121 anos de nascimento de Pixinguinha na cidade do Rio de Janeiro (RJ), data na qual também se comemora o Dia Nacional do Choro, conforme consta no calendário oficial do país. No palco, Vânia Bastos, a dona da impecável voz que tem emocionado a plateia com interpretações marcantes de sucessos do maestro, compositor e arranjador carioca, desta vez, excepcionalmente, estará acompanhada pelo baixista Gustavo Sato — que substituirá o  maestro, arranjador e diretor artístico Marcos Paiva que está em viagem fora do país  Jônatas Sansão (bateria), César Roversi (sopros) e Nelton Essi (vibrafone).

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1013 – Composições instrumentais de Mark Knopfler embalam Altamira, longa do autor de Chariots of Fire*

O Barulho d’água Música abre os trabalhos de 2018 dedicando a primeira atualização do ano (e abrindo uma rara exceção) ao mais recente álbum da discografia de um ícone da guitarra internacional, autor de belas trilhas sonoras para cinema, cantor e compositor líder de uma das bandas mais cultuadas do rock entre 1977 e 1994. O escocês de Glasgow Mark Freuder Knopfler se destacou à frente do grupo ao longo dos 17 anos nos quais o Dire Straits pegou estradas, e, em 1996, inaugurando sua história solo, lançou Golden Heart. Mas ainda no auge do Dire Straits, em 1983, já estreara como compositor de trilhas assinando as canções instrumentais de Local Hero, 35 mm do britânico Bill Forsyth, produzido por David Puttnam. De lá para cá, alternando concertos e turnês mundo afora (que invariavelmente lotam salas de espetáculos, incluindo a majestosa Royal Albert Hall, de Londres) com a gravação de novos discos autorais ou em duplas (com Chat Atkins, por exemplo, Neck and Neck, ou com Emylou Harris, All the Roadrunning, ambos indicados e premiados pelo Grammy) sir Mark Knopfler também não deixou de atender às convocações de diretores dedicados à sétima arte.

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962 – Concerto para Pixinguinha, melhor disco de choro de 2016, será atração no Teatro Itália (SP)

O premiado Concerto para Pixinguinha, que põe em cena Vânia Bastos, uma das mais importantes intérpretes da música brasileira, chega ao palco do teatro Itália, situado em um dos mais majestosos e emblemáticos cartões postais de São Paulo, o Edifício Itália, situado no Centro paulistano. O tributo ao consagrado maestro carioca em apresentação única que a paulista de Ourinhos protagonizará será atração do projeto Terças Musicadas na noite de 20 de junho, a partir das 21 horas. A cantora que entre outras também já gravou marcantes releituras de sucessos de Caetano Veloso, Edu Lobo, Tom Jobim e do Clube da Esquina ao longo da carreira que despontou no áureo período da Vanguarda Paulistana estará acompanhada pelo quarteto do maestro, arranjador e diretor musical do espetáculo Marcos Paiva, formado por ele, Jônatas Sansão (bateria), César Roversi (sopros) e Nelton Essi (vibrafone).

Concerto para Pixinguinha foi idealizado em 2013 pelos produtores culturais Fran Carlo e Petterson Mello, hoje sócios do selo Conexão Musical. A morte do homenageado completava 40 anos quando eles vislumbraram a possibilidade de resgatar a grandeza da obra pixinguiniana e conseguiram o que se chama de “tiro na moeda”, tamanho foi o sucesso da ideia. Os shows foram se sucedendo em várias cidades brasileiras, sempre com lotações máximas, até chegar ao formato de álbum, em agosto de 2016, quando ocorreu o lançamento no teatro J.Safra, em São Paulo. Ao final do ano passado, o disco já era apontado entre os melhores da temporada por críticos variados, tanto na imprensa especializada, quanto na blogosfera, e em abril deste ano provou que os elogios eram merecidos: arrebatou em Brasília  (DF) o troféu de melhor álbum da categoria Choro do Prêmio Profissionais da Música, em festa celebrada no Cota Iate Clube.    

Vânia Bastos e o quarteto de Marcos Paiva envolvem a plateia ao relembrarem entre outras joias do repertório de Pixinguinha a valsa Rosa, o samba Urubu Malandro e o clássico Carinhoso  — chorinho que completa um século neste ano e faz parte da memória afetiva de diversas gerações. O público ainda tem a oportunidade de ouvir Mundo Melhor, Isso é que é Viver e Fala Baixinho, que embora menos conhecidas que aquelas, carregam a genialidade do músico cujo nome de batismo era Alfredo da Rocha Viana Filho.

“Ele é tratado popularmente como gênio, além de ser tema de estudos acadêmicos, mas tem mais valor hoje que no final de sua vida”, observou Marcos Paiva sobre Pixinguinha. “Apesar do grande prestígio, na década dos anos 1930 e e 1940, quando o entretenimento começou a ser mais valorizado, houve um ‘embranquecimento’ do mercado”, complementou o baixista. “E por fatores históricos, Pixinguinha e sua turma se tornaram ‘tradição da cultura nacional’, que necessitava se modernizar.”

“O Pixinguinha, musicalmente, é uma imensidão sonora que ganhei de presente”, disse Vânia Bastos ao O Estado de S. Paulo. A estrela acredita que, para interpretá-lo, seguiu o que Pixinguinha teria pensado. “Ele não fez nada em vão, então, se colocou certas notas ali, é para fazer isso, não é para ficar inventando muito”. E completou: “Acho legal ter esse respeito aos compositores, em geral. No mais, é se deliciar mesmo!”

Com produção impecável, da iluminação ao elegante figurino dos músicos, tudo no espetáculo é marcado pelo bom gosto e perfeito entrosamento dos músicos. “Os arranjos de Marcos Paiva são de uma delicadeza que, de fato, se encaixam com perfeição com a interpretação aveludada – e versátil – de Vânia Bastos ”, escreveu Adriana Del Ré, do O Estado de S. Paulo. Mauro Ferreira reforçou a declaração da jornalista: “Com o toque refinado do Marcos Paiva Quarteto, Vânia Bastos dá voz com segurança a Gavião Calçudo, Rosa e Fala baixinho. (…) A abordagem resulta classuda e jamais trai a obra de Pixinguinha”, afirmou o produtor do sítio G1/Música.

Sobre os artistas

Vânia Bastos decolou como estrela da banda Sabor de Veneno, de Arrigo Barnabé, com quem gravou discos importantes como Tubarões Voadores (1984). Em 30 anos de carreira, firmou-se como uma das mais competentes vozes em âmbito nacional, como comprova a discografia que reúne títulos antológicos dedicados, entre outras, às obras de Tom Jobim, Caetano Veloso e ao Clube da Esquina. Na Boca do Lobo, um dos mais recentes, é dedicado à singular produção de Edu Lobo. Uma das referências da Vanguarda Paulistana, Vânia Bastos lançou também três discos no Japão e quatro na Europa.

Baixista, compositor e arranjador de Viçosa (MG), Marcos Paiva é referência em música instrumental e assina vários discos autorais, entre eles Meu Samba no Prato – Tributo a Edison Machado (2012). A homenagem ao carioca Edison Machado (1934 – 1990) rendeu críticas positivas na Folha de S. Paulo, n’O Globo e na Rolling Stone por destacar essa ‘lenda’ da bateria brasileira. Paiva atua também ao lado de artistas como Bibi Ferreira e Zizi Possi, além do cubano Fernando Ferrer e da portuguesa Teresa Salgueiro, com quem viajou pela América e Europa.

“Se você tem 15 volumes para falar de toda a música popular brasileira, fique certo de que é pouco. Mas se dispõe apenas do espaço de uma palavra, nem tudo está perdido; escreva depressa: Pixinguinha.” A frase do crítico e historiador Ari Vasconcelos (1926-2003) sintetiza de forma clara e direta a importância de Alfredo da Rocha Viana Filho para a música brasileira.

Pixinguinha deu vida a clássicos que guardam lugar na memória afetiva e de qualquer gosto musical brasileiro e embalam sucessivas gerações, obra que completou com consagradas orquestrações para cinema e teatro e arranjos para intérpretes contemporâneos à época, como Carmem Miranda

Gênio incontestável, Pixinguinha é considerado um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos e um dos grandes músicos de choro – a música instrumental brasileira.

Flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro, Pixinguinha fez parte do grupo Caxangá, cujos integrantes eram, também, Donga e João Pernambuco. Depois, o músico formou o conjunto Oito Batutas, na década dos anos 1920. Já na década seguinte, foi arranjador pela gravadora RCA Victor, e nos anos 1940, integrou o regional de Benedito Lacerda, tocando saxofone tenor. Algumas de suas principais obras foram feitas nessa época, quando deu vida a clássicos que guardam lugar na memória afetiva e de qualquer gosto musical brasileiro e embalam sucessivas gerações, obra que completou com consagradas orquestrações para cinema e teatro e arranjos para intérpretes contemporâneos à época, como Carmem Miranda.

Pixinguinha celebrizou parcerias ao lado de Braguinha, Vinícius de Moraes e Hermínio Bello de Carvalho. O grupo Oito Batutas tornou-se o primeiro regional brasileiro a excursionar para fora do país: a turnê pela Europa agradou tanto às plateias que se prolongou por seis meses, contra os inicialmente planejados 30 dias. Alguns biógrafos apontam que o apelido com o qual o músico ganhou o mundo derivaria do modo carinhoso como a avó Eurídice o tratava na infância, chamando-o de Pizindim (cujo significado seria “menino bom”). Pixinguinha pode ainda, ser a resultante de Pizindim com Bexiguinha, pois ainda na infância Alfredinho teve a face marcada pela varíola, doença popularmente conhecida como “bexiga”.

O Teatro Itália fica na rua Ipiranga, 344, subsolo, há poucos metros da estação República das linhas 3/Vermelha e 4/Amarela do Metrô de São Paulo. O telefone para mais informações e contatos tem os números 2122-2474. O ingresso do Concerto para Pixinguinha está cotado em R$ 50,00. Estudantes que apresentarem carteirinha e idosos acima de 60 anos pagam meia, R$ 25,00.