1573 – Lu Nóbrega (SP) canta repertório de Nara Leão em espetáculo único no teatro paulistano União Cultural

#MPB #BossaNova #Samba #SambadeMorro #Tropicália #CulturaPopular

Em 2022, Nara Leão completaria 80 anos de idade, marco que, recentemente, atingiram, por exemplo, Caetano Veloso e Gilberto Gil, para nossa alegria, alegria ainda entre nós para continuarmos andando com fé. Para relembrar a cantora e influenciadora da Bossa Nova e da MPB, Lu Nóbrega estará na noite da terça-feira, 13 de setembro, no palco do Teatro União Cultural. A partir das 20 horas, o público poderá conferir um espetáculo envolvente, com um duo em leitura mais jazzistas, levada já característica da cantora e compositora de Bauru (SP), autora dos álbuns In My Daydreams e Bossa InJazzado.

Em 80 Anos Nara Leão Da Bossa Nova ao Samba do Morro, Lu Nóbrega ocupará a cena apoiada por piano e bateria para dar voz a clássicos atemporais interpretados pela capixaba (sim, ela não é carioca, apesar do jeitinho dela andar!) Nara Leão e buscar conectar um público de todas as idades. O repertório passeará pela Bossa Nova, Samba de Morro e Tropicália — o que revela a pluralidade que marcou Nara Leão. A plateia ouvirá, por exemplo: A Banda (Chico Buarque); O Barquinho (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli); Carcará (João Do Vale); João e Maria (Chico Buarque e Sivuca); Lindonéia (Caetano Veloso e Gilberto Gil), entre outras.

‘Musa da Bossa Nova’, status para o qual dava de ombros, nascida em 19 de janeiro de 1942, Nara Lofego Leão conquistou a cidade do Rio de Janeiro integrando o “clubinho da Bossa Nova” e se tornou de cara uma referência do gênero musical da zona Sul carioca no final dos anos 1950. Em 13 de novembro de 1959, estreou como cantora em Segundo comando da operação bossa nova, realizado na Escola Naval. Cantou Se é tarde me perdoa e Fim de noite. Em 1966 brilhou durante o II Festival da Música Popular Brasileira (TV Record): interpretou A Banda (Chico Buarque) e dividiu o primeiro lugar com Disparada (Geraldo Vandré e Théo de Barros), defendida por Jair Rodrigues. A Banda alçou Nara Leão definitivamente ao posto de uma das maiores estrelas da música brasileira a partir da década de 1960.

Nara Leão foi chamada de “A Musa da Bossa Nova”, mas mulher de temperamento forte e crítico, logo rompeu com o movimento musical carioca que ganhou o Brasil e o mundo (Foto: Armando Borges/CEDOC)

Mas Nara Leão não se apegava a rótulos, como mulher e como artista. E por esta postura, sempre crítica e independente, logo deu um pé na bunda do bossanovismo e passou a cantar outros gêneros, tais como samba de morro, incursão que a levou a célebres parcerias com João do Vale e Zé Keti, entre outros. Infelizmente faleceu bem antes do combinado (para lembrar o Sr. Brasil, Rolando Brasil), em 7 de junho de 1989. Estava com parcos 47 anos e vinha de um derradeiro concerto com o parceiro e amigo de infância, Roberto Menescal.

O legado de Nara Leão soma 28 álbuns gravados. Pelas livrarias e estantes virtuais, há inúmeras publicações sobre ela; recentemente um ótimo documentário, lançado por um canal de TV por assinatura, ocupou as rodinhas de conversas e vale a pena ser assistido. Em 2001, por exemplo, o jornalista e pesquisador musical Sérgio Cabral (o pai, que fique esclarecido!) lançou Nara Leão, uma biografia (Companhia Editora Nacional). No ano passado, Tom Cardoso também se debruçou sobre a trajetória dela e publicou Ninguém pode com Nara Leão: Uma biografia, pela Editora Planeta.

Serviço:

Lu Nóbrega – 80 Anos Nara Leão Da Bossa Nova ao Samba do Morro

Projeto Terças Musicadas, 13/9, 20h

Teatro União Cultural: Rua Mário Amaral, 209 Paraíso, a cerca de 650 m da Estação

Ingressos: R$ 50,00 / R$ 25,00 (meia-entrada) – https://bileto.sympla.com.br/event/76393/d/157391/s/1048690

Informações: (11) 3885 – 2242

Greco Comunicação/(11) 98586 – 2166 (Whats)/(11) 97189 – 7425

1514 – Brasil e a cultura latino-americana perdem Míriam Miràh, eternizada em 1985 com a música Mira Ira, em sua homenagem

#MPB #MúsicaLatinoAmericana #MíriamMirah#RaícesdeAmérica #Tarancón #FestivaldosFestivais1985 #MiraIra

O Brasil perdeu uma das suas maiores cantoras e eu uma grande amiga: Míriam Miràh. O coração que recebia a todos e todas com imenso carinho não toca mais a melodia da alegria, que sempre foi a sua marca. Falar que deixará saudade é redundância e não dará a grandeza de sua importância. Para mim, além de uma das vozes mais lindas que conheci, ficarão as lembranças dos vários trabalhos que realizamos juntos, ela como cantora e eu como apresentador ou produtor. Foram momentos de extrema alegria, daqueles que são guardados para a eternidade (…)

Míriam, onde você estiver, continue fazendo os seus lindos shows…”

Franklin Valverde,escritor, jornalista, poeta e professor universitário

Hoje você fez sua travessia. Tão prematura, inesperada… E toda a sua música se foi. Levou com você todo seu amor, contagiante, por Victor Jara, Violeta Parra. Mas voce deixou filhotes… E nós, que aqui ficamos, aqui te saudamos: gratidão pela sua vida! Seguimos com a sua obra, te amando, como encantada nossa, Míriam Miràh! Boa noite, até amanhã!”

Nani Braun, atriz e arte-educadora

Fico assim, estarrecida, desentendida, partida ao meio. Descanse em paz, Míriam Miràh, e que essa luz imensa e generosa que você é continue a nos iluminar dos altos céus, onde você faz morada com as estrelas Meus mais forte abraço a todos os familiares.”

Grazi Nervegna, cantora, compositora e escritora

[Míriam Miràh] foi se encontrar com a querida Mariana Avena II para formar um belo dueto, quem sabe junto com Mercedes e tantas outras que partiram. Sem palavras. Bom retorno a pátria espiritual e obrigado por tudo.”

Zé Roberto Vaicenkovas

Míriam Miràh de Tarancón. Miriam Mirah de Raíces de América.Miriam Mirah de Gracias a La Vida, de Violeta Parra, de Mercedes, de Pablo Milanés. Miriam Mirah minha, nossa, de Mira Ira, de Lula Barbosa, de Jica Benedito e de todos que se iluminaram num palco de uma América Latina. Miriam Mirah, nossa dama latina, OBRIGADA! Siga pelos traços cintilantes da nossa América.

Seu sopro de luz ecoará sempre pelas matas e suas divindades.”

Márcia Cherubin, cantora e compositora

Morreu Míriam Miràh, uma das vozes responsáveis pela popularização do canto latino-americano no Brasil (…). Míriam trazia luz e leveza em sua voz.”

Cardo Peixoto, cantor e compositor

A apenas dez dias da data em que ela completaria 69 anos, o Brasil perdeu na terça-feira, 22 de março, Míriam Miràh. Cantora e compositora paulistana, vocalista a partir de 2002 do grupo Raíces de América e também uma das fundadoras do emblemático Tarancón, em 1972, Míriam, segundo informações da família, sofreu um infarto. Assim, calou-se uma das vozes mais marcantes do Cone Sul e de toda América Latina, à altura da argentina Mercedes Sosa e da chilena Violeta Parra, por exemplo – ambas, como a brasileira, identificadas com o compromisso de cantar como causa e sem amarras, apenas por valores imprescindíveis na cultura continental como liberdade, democracia, autonomia dos povos latino-americanos, respeito aos direitos humanos e das minorias (em cada canto do planeta), às causas populares, pela igualdade socioeconômica, valorização do trabalho e da fraternidade, com coragem e sem concessões aos modismos e aos apelos comerciais. Quem escolhe ouvir as canções que a tríade canta ou compôs (como verdadeiros legados) encontra, ainda, profundas e inadiáveis lições de amor ao próximo, independentemente de sua origem, em versos e letras marcados por engajamento, resistência, denúncia e protesto.

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1504- Cultura popular do Brasil perde mestre Vidal França, cantor, compositor e maestro baiano

#MPB #Aporá #Bahia #CulturaPopular

Na minha terra, as estradas são tortuosas e tristes/Como o destino de seu povo errante/

Viajou?/Se ardes em sede/Bate sem susto ao primeiro pouso e terás/Água fresca para a tua sede/Rede cheirosa e branca para teu sono/

Na minha terra o cangaceiro é leal e valente/Jura que vai matar e mata/Jura que morre por alguém e morre/

Nasci nos tabuleiros mansos do Quixadá/Me criei nos canaviais do Cariri/Entre caboclos belicosos e ágeis/

Eu sou o seringueiro que foi destravar a selva virgem do Amazonas/

Eu sou o sertanejo que planta de sol a sol o algodão para vestir o Brasil/

Brasil onde mais energia?/Nas águas de um só destino do teu Salto de Sete Quedas/Ou na vida de mil destinos do teu jagunço?/Aventureiro e nômade/Filho de gleba/Fruto em sazão ao sol dos trópicos!/

Eu sou o índice de um povo:/Se o homem é bom, eu o respeito/Se gostar de mim, morro por ele/Se no entanto, por ser forte, entender de humilhar-me:/Ai, sertão, viverei o teu drama selvagem/Te acordarei ao tropel de meu cavalo errante/Como antes te acordava/Ao choro de minha viola.

Terra Bárbara, faixa do álbum Fazenda, de Vidal França, que interpreta texto de Jader de Carvalho

Da minha parte, continuo com o meu compromisso com a arte, e os meus parceiros têm essa mesma visão: de não se deixar levar pelo sistema, pela falsa democracia, lutando contra a correnteza, preservando a cultura e o povo (Vidal França)

O cantor, compositor e instrumentista Vidal França morreu de causas naturais no sábado, 12 de fevereiro, na cidade de São Paulo, onde foi velado e sepultado no Cemitério de Vila Alpina no dia seguinte. Filho do cantor, compositor e repentista Venâncio (da dupla Venâncio e Corumba), o pai há 76 anos o batizara como José Calixto de Souza, após nascer em Aporá, no sertão da Bahia, em 7 de outubro de 1946. Venâncio queria seguir a carreira artística e com o garoto ainda com 7 anos veio com a família para a cidade de São Paulo, em 1953. Na terra que o acolheu e onde dezenas de pessoas entre familiares e amigos durante a despedida prestaram a Vidal França as últimas homenagens cantando sucessos de sua discografia, o músico cursou a Faculdade Superior de Música São Paulo, onde se formou maestro arranjador, outra de suas habilidades.

Composições do mestre maestro Vidal França são tocadas em meus aparelhos de som desde o começo da juventude, em sua própria voz, por João Bá e Dércio Marques (estes dois dos seus principais parceiros, também já chamados ao Plano Maior) ou Diana Pequeno e Katya Teixeira, por exemplo. Em maio de 2015, muito honrado, estive com ele em um dos saraus que o Instituto Juca de Cultura (IJC) costumava promover, no bairro paulistano Sumarezinho, sob a batuta do anfitrião poeta e compositor Paulo Nunes, suspensos há já quase dois anos por conta do flagelo da Covid-19.

A morte de Vidal França nos pegou todos de surpresa e ocorreu no mesmo dia em que partiu – bem antes do combinado – também minha ex-esposa, Rosa Barna, fechando uma semana em que já haviam nos deixado outro amigo querido, aqui de São Roque (SP), e um tio de minha atual companheira, Andreia Beillo. Quatro pauladas para  lutos que ainda me abatem, fases para as quais jamais estaremos totalmente prontos para experienciar e compreender, ainda mais quando nos privam de pessoas que se dedicaram ao bem comum e promoveram a cultura do amor e da paz entre seus valores.

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1479 Renato Teixeira (SP) e Fagner (CE) gravam Naturezas, disco inédito registrado em estúdio inaugurado pela Kuarup

#MPB #Ceará #Ubatuba #Santos #SãoPauloSP #GravadoraKuarup #CulturaPopular

Artistas celebram  amizade de anos com lançamento de álbum e parceria de músicas captadas no porão onde fica o endereço atual da gravadora que, por coincidência, foi residência de Renato nos anos 1970.

A amizade entre Renato Teixeira e Raimundo Fagner vem de longa data. Os músicos compõem juntos há alguns anos e resolveram colocar como prioridade o desejo de lançar um álbum em dupla, ideia que surgiu com a troca de mensagens (e-mails) e tomou forma com o surgimento dos aplicativos de áudios e de textos que permitem e facilitam a troca de músicas e de letras. O projeto ganhou vida na Kuarup, gravadora com mais de 40 anos de estrada, que tem seis álbuns de Renato Teixeira em seu catálogo e que ele costuma chamar com carinho de sua casa fonográfica e sua antiga casa por uma inexplicável coincidência de endereços. Outro evento que tornou possível a realização de Naturezas, as gravações, ensaios e o lançamento do trabalho foi a inauguração do estúdio da Kuarup, espaço para atender artistas contratados e parceiros da gravadora.

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1455- Heraldo do Monte (PE) ganha publicação com sua história, obras em partituras e coletânea em disco

#MPB #Violão #ViolãoInstrumental #Viola #QuartetoNovo #Recife #InstitutoÇare

O músico pernambucano Heraldo do Monte tem uma carreira tão extensa quanto importante para a história da música popular brasileira instrumental.  Aos 85 anos, o músico ganha agora uma publicação dedicada à sua obra: As cordas livres de Heraldo do Monte. O livro traz a sua história e a maneira como ela se confunde com a própria história da guitarra elétrica no Brasil. Traz também o conjunto completo de sua obra em partituras, além de um álbum coletânea que esboça sua trajetória musical. A publicação é a primeira da série Brasil de Dentro, criada pelo Instituto Çarê para sistematizar, editar e difundir obras de compositores brasileiros, e conta com a parceria da editora Contraponto. 

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1451 -Cantor franco-brasileiro lança primeiro álbum em português para mandar mensagem ao Brasil

#MPB #CulturaPopular #França

A única faixa do disco em francês é La Mamma, em homenagem à mãe francesa que faleceu de Covid-19

Já está disponível em todas as plataformas digitais O Tempo, novo álbum do cantor franco-brasileiro Fábio Jorge. Quinto projeto da carreira de Fábio Jorge, o disco possui 10 faixas e contou com a consultoria artística de Thiago Marques Luiz, que lançou o cantor há 17 anos, e arranjos de base a cargo do multi-instrumentista Joan Barros. A gravação, mixagem e masterização são de Rovilson Pascoal, do Estúdio Parede e Meia. O repertório reúne canções de diversos músicos e compositores consagrados como: Cuide-se bem e Nosso fim, nosso começo (Guilherme Arantes), A paz (João Donato e Gilberto Gil), Pra fazer o sol adormecer (Gonzaguinha), Canção do Medo (Gianfrancesco Guarnieri e Toquinho), Porta estandarte (Geraldo Vandré e Fernando Lona), que conta com participação especial da cantora mineira Consuelo de Paula, entre outras. “Escolhi as canções para esse disco pensando muito seriamente sobre um tema específico, que foi a turbulência que aconteceu na vida das pessoas mundialmente, em todos os aspectos, a partir do início da pandemia”, contou o autor.

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1424 – Zé Paulo Medeiros (MG/SP) prepara LARAS, álbum com faixas já disponíveis nas plataformas digitais

#MúsicaRegional #MúsicaCaipira #MPB #ViolaCaipira #ViolaBrasileira #CulturaPopular #LimaDuarte(MG) #JuizDeFora

*Com dados informados pelo artista, por Denil Nogueira, extraídos do blogue Em Canto Sagrado da Terra e do Dicionário Cravo Albin da Música Brasileira

As tradicionais audições aos sábados pela manhã aqui no Solar do Barulho, redação do Barulho d’água Música em São Roque (SP), começaram neste dia 14 de agosto com LARAS, título do álbum que está sendo preparado pelo cantor e compositor mineiro Zé Paulo Medeiros. O disco, em cujo título o autor presta homenagem às netas Clara e Lara, terá ao todo 10 faixas, 6 das quais já estão disponíveis em seu canal do Youtube, plataformas digitais e também podem ser ouvidas durante a programação da Rádio Sudeste FM, pilotada por Denil Nogueira, emissora que fica 24 horas no ar via satélite com acessos pelo site e aplicativos gratuitos. Em LARAS, Zé Paulo Medeiros celebra novas parcerias que incluem o produtor e maestro goiano Eliel Carvalho e o radialista Nogueira, ambos respectivamente compositores de Esqueci de te esquecer e Terapia Rural. Carvalho ainda responde pelos arranjos, violões e ukulelê. Outra parceria terá Sergio Turcão, da dupla Jica y Turcão, e uma das faixas na voz de Zé Paulo será Estradeiro, por enquanto gravada apenas por Cláudio Lacerda em seu álbum Cantador

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1348 – Burro Morto, Zabé da Loca, Jackson Envenenado, Flávio José: conheça, ouça e curta conterrâneos de Genival Lacerda no blogue Música da Paraíba

Álbuns de ritmos e gêneros tradicionalmente nordestinos ou resultantes de fusões aparentemente incongruentes  compõem o  eclético cardápio de músicos e  de grupos conterrâneos de Zé Ramalho, Chico César e Socorro Lira disponíveis para serem baixados na faixa

“Nós somos irmãos por afinidade/já que a humanidade ergueu-se do pó/a mãe Natureza não tem preconceito/nem separa o peito para um filho só…” Otacílio Batista

A Covid-19 levou, recentemente, Genival Lacerda, um dos ícones da nossa cultura popular, que deixou como legado uma copiosa obra de valorização de ritmos nordestinos como o forró, o xote e o coco.

O Rei da Munganga conquistou várias gerações e sua majestade de quase sete décadas se espraiou para além do Nordeste a partir de sua cidade natal, Campina Grande (PB), contagiando o Brasil inteiro. Seu legado, certamente, ainda terá força e representatividade por muitos mais anos; o mercado comercial da música pode, logo menos, até começar a interferir e se mexer para que seja imposto ao gosto popular um novo ídolo, à feição do mainstream, contudo, assim como as contribuições de Luiz Gonzaga e outros nordestinos, será muito difícil, mesmo que a indústria do entretenimento force a barra, desidratar a marca do criador de Severina Xique Xique e todo o conteúdo cultural que seu nome carrega!

Mas, por outro lado, a internet tem amantes e críticos e tanto pode entrar na roda para promover, quanto para denegrir e esvaziar talentos, ajustando seus holofotes para incensar A ou B segundo conveniências de emissoras, mídias e empresas do mercado fonográfico. Vendo pelo lado bom, trata-se uma ferramenta capaz de integrar e ampliar boas ofertas de entretenimento e trabalhos culturais dos mais interessantes, reduzindo por meio do compartilhamento as distâncias e tornando mais democrático o contato entre o artista e os fãs, ajudando a formar novos públicos; fazendo aquilo que o Sr.Brasil, Rolando Brasil, chama de “tirar o Brasil da gaveta”. E os blogues cumprem bem este papel à medida a qual seus idealizadores e mantenedores (geralmente idealistas e um pouco desparafusados) se esforçam para garimpar e trazer à luz obras escondidas ou esquecidas pelo Brasil profundo à dentro.

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1312 – Bacurau abriga o desbunde tropicalista, o lirismo de Chico e o engajamento de Vandré

#FiqueEmCasa #MáscaraSalva #IsolamentoSocial

#Liberdade #Respeito #Tolerância #Diversidade #Pluralismo #Democracia #ImprensaLivre #JornalistasAntifascistas

#CinemaNacional #MPB #Bacurau #RevistaForum

#ForaBolsonaro

Os seguidores dos tropicalistas achavam os de Vandré caretas e os dois consideravam Chico excessivamente lírico e passadista

Por Julinho Bittencourt

Julinho Bittencourt, músico, jornalista e editor do caderno de Cultura da Revista Fórum, escreveu na segunda-feira, 22, o artigo de opinião que vocês, amigo e seguidor, poderão ler abaixo, na íntegra, sobre um dos mais aclamados filmes nacionais de todos os tempos, lançado e exibido no circuito comercial de cinemas há menos de um ano, após entrar em cartaz no dia 23 de agosto de 2019.

Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, foi indicado ao Oscar 2020 e desde a sua estreia mundial no 72º Festival de Cannes choveram convites para ser atração em mais de 100 outros festivais e mostras mundo afora. Por onde passou, Bacurau arrebatou público e crítica, faturando o Prêmio do Júri do evento francês e vencendo como melhor filme no Festival de Cinema de Munique, entre outras láureas. Em seu texto, cujo linque poderá ser acessado clicando aqui, Julinho aponta possíveis relações entre a trama e os estilos e canções das obras de três dos nossos mais consagrados cantores e compositores: Caetano Veloso, Geraldo Vandré e Chico Buarque.

Em contrapartida à autorização de Julinho Bittencourt e da Revista Fórum para compartilharmos o artigo, pelo que agradecemos, reforçamos aqui a campanha on-line dos produtores da revista para mantê-la ativa e cumprindo seu ofício de bem informar sobre assuntos diversos, com independência, qualidade e seriedade. Saiba como fazer doações ou se tornar um sócio Fórum ou assine um dos planos de apoio disponíveis em https://revistaforum.com.br/socio-forum/financiamento-coletivo-e-recorrente/

Boa leitura a todos!

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1248 – Kuarup e Saravá Discos se unem para lançar raridades de Taiguara

De cantor romântico em festivais dos anos 1960 a compositor mais censurado do Brasil na década seguinte, exilado duas vezes pelos militares, o uruguaio deixou uma fita cassete com quatro gravações inéditas, agora recuperadas pelo colecionador Marcello Borghi; em uma delas, apresenta sua versão para Caminhando, de Geraldo Vandré, em outra, exalta o escritor negro Lima Barreto

A gravadora Kuarup e a Saravá Discos, do cantor e compositor Zeca Baleiro, lançaram em todas as plataformas digitais nesta sexta-feira, 18 de outubro, quatro gravações inéditas de Taiguara reunidas no EP Taiguara Como Lima Barreto, aproveitando o mês de nascimento do artista, que é de 9 de outubro. Os áudios foram recuperados de fitas cassetes do colecionador Marcello Pereira Borghi,  que também assina a produção dessa raridade. Além da minuciosa recuperação do áudio das fitas originais, a direção artística de Zeca Baleiro envolveu a gravação por estrelas da MPB de novos instrumentos e de um coral.

Taiguara Chalar da Silva (1945-1996) nasceu em Montevidéu (Uruguai) e morreu precocemente, vítima de um câncer, em São Paulo. Depois de grandes sucessos românticos nos festivais dos anos da década  de 1960, Taiguara se tornou o compositor mais censurado do Brasil na década seguinte. Perseguido pelo regime militar, foi para o exílio duas vezes. No segundo retorno, já nos anos 1980, Taiguara incluía as chamadas “canções de protesto” em seus shows.

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