1620 – Fábio Jorge mergulha no universo do múltiplo artista Charles Aznavour e apresenta 12 canções de um dos mais populares cantores da França

#MPB #MúsicaFrancesa #França #Paris #Armênia

Cantor franco-brasileiro produziu seu mais novo álbum com interpretações emocionadas e arranjos sofisticados para reavivar sucessos e músicas “alternativas” do ícone parisiense que desafiou críticos, conquistou o mundo e gravou mais de 850 canções, enfocando com audácia entre outros temas que pinçava de notícias em jornais, assuntos como violência, acidentes de trânsito, divórcio e homossexualismo

O cantor Fábio Jorge acaba de lançar Fábio Jorge/Aznavour, com 12 canções do cantor Charles Aznavour, um dos mais populares e longevos cantores da França. “É um prazer celebrar Aznavour. Ele foi o maior ícone masculino da música francesa do século passado, trabalhou por mais de 60 anos. Trata-se de um dos maiores artistas do século passado, não somente da França, mas do mundo, além de ter cantado em muitos idiomas o que mostra sua versatilidade e universalidade”, afirmou Fábio Jorge.

No repertório há canções conhecidas como La Bohème, She, Que C’Est Triste Venise e outras alternativas como Ètre, Le Temps e Trousse Chemise. “O universo de Aznavour é muito rico, ele compôs mais 850 canções e gravou 2 mil. A escolha do repertório não foi fácil, se eu gravasse tudo que gosto, daria uns 6 álbuns pelo menos”, observou Fábio Jorge. “Optei por algumas clássicas, mas também por algumas nem tão conhecidas do grande público, escolhi as mais representativas para mim.”

Neste projeto o intérprete volta ao universo francês, após lançar o disco O Tempo com canções em português em 2021. “Fiz um hiato na música francesa, eu precisava falar para os brasileiros, sobre a situação sociopolítica e econômica durante a pandemia de Covid-19, agora volto ao francês porque é meu universo, é onde sou conhecido e reconhecido”. Embora adentre o universo de Aznavour, Fábio Jorge toma posse e traz sua personalidade às canções. “Eu leio a letra e visto a música. Eu sou um intérprete, muito mais do que um cantor. Tenho um trabalho intuitivo, transporto minha intuição como intérprete para canções já conhecidas”.

O projeto conta com a produção do próprio Fábio Jorge, com direção musical, piano e arranjo de Alexandre Vianna. Já a masterização ficou por conta de Edielson Aureliano, a arte de capa é de Gustavo Gontijo e o projeto gráfico de Leandro Arraes.

GIGANTE” REVOLUCIONÁRIO E GENEROSO

O homem que reinventou a chanson francesa, Charles Aznavour compôs mais de 600 canções e vendeu mais de 100 milhões de discos e ainda é uma estrela e um dos últimos grandes clássicos no estilo. Um dos poucos artistas franceses a fazer sucesso nos dois lados do Atlântico, suas canções não só fizeram parte da trilha sonora de gerações, como ainda influenciam jovens cantores que despontam em seu paí­s e mundo afora; ele apreciava essa juventude que pretende continuar a tradição, mas não gostava dos imitadores. Foi lição que aprendeu com Edith Piaf, durante os anos que passou em sua companhia como bom amigo e gentil secretário.

 “Vivi no séquito de Piaf por 8 anos, seguindo-a por toda parte, e fui seu amigo até o final da vida. Para um jovem cantor e escritor era uma oportunidade fantástica vê-la cantando todas as noites. Eu costumava ajudar com a iluminação, com o microfone…, mas não era exatamente um secretário… Piaf exerceu grande influência sobre mim, com ela aprendi que não devia fingir ser outra pessoa no palco, que devia ser eu mesmo, uma pessoa real.”

Aznavour subiu ao palco pela primeira vez em 1933. Filho de imigrantes armênios que escaparam do genocí­dio perpetrado pelos turcos em 1914, nasceu na capital francesa em 22 de maio de 1924. Foi chamado de Charles porque a enfermeira não conseguia pronunciar Varenagh Aznavourian, o nome escolhido por seus pais. Misha e Knar fugiram do paí­s pensando nos Estados Unidos da América, mas tiveram de rumar para a França porque a cota máxima de imigrantes armênios para ser levada à terra do Tio Sam já estava esgotada. Ele era barítono, ela atriz. Para sustentar a famí­lia apresentavam-se em lugares onde havia comunidades armênias populosas: Lyon, Marseille, Valence… Foi numa dessas performances que Charles estreou, aos 3 anos, recitando poemas para sua irmã, Aà¯da. Mas a renda era pouca, por isso o casal abriu um pequeno restaurante na Rue de la Huchette.

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Aznavour não se intimidou com as críticas e provocações e desafiando preconceitos no início da longeva carreira cantou ao seu modo a canção francesa, além de atuar por causas sociais fora dos palcos que lhe renderam menções e comendas de organismos internacionais. No Brasil foi atração em várias capitais de estados, entre as quais São Paulo, Recife e Curitiba

Os negócios foram bem por algum tempo, apesar da depressão que assolava a Europa; o problema maior era Misha, que, simplesmente, não conseguia cobrar dos imigrantes que jantavam em seu restaurante, o que resultou na primeira falência de outras pelo mesmo motivo: generosidade. Nessa época Charles fazia parte de uma companhia de teatro infantil e passou meses em turnê pela França e pela Bélgica como cantor e dançarino, até seu pai se alistar no exército voluntariamente.

Quando a Segunda Guerra eclodiu, Charles foi vender jornais nas ruas para ganhar o sustento. A situação começou a melhorar quando ele entrou num grupo de artistas e reduziu seu nome para Aznavour, tornando-se a principal atração do Club de la Chanson. Ali, conheceu Pierre Roche, pianista e compositor de quem foi parceiro por quase uma década e, juntos, cantaram onde puderam e viveram boas aventuras, como ir de bicicleta à Normandia, ocupada por tropas alemãs.

Ele descobriu prazer em compor quando se viu entediado com a tradicional chanson, e enquanto Roche colecionava conquistas. Aznavour contava que começou a escrever porque não estava feliz com as canções que interpretava. “E não era só isso, elas não se adequavam à minha figura. Naqueles dias você tinha que ser alto e bonitão, ser o tipo de pessoa que se via em filmes, e eu não era. Eu tinha muito a dizer ao público que não estava acostumado a ouvir em canções, mas podia encontrar nas páginas dos jornais. Então comecei a escrever sobre problemas e a falta de entendimento entre as pessoas, o que se tornou a minha marca. Fui o único a fazer isto durante anos, depois descobri ser bem comum em outros lugares.

Seus ‘faits de societe’ são recortes que falam de violência, acidentes de trânsito, divórcio, homossexualismo, um apaixonado por uma surda-muda “com apuro nem sempre impecável”. O single La Mamma vendeu 1,5 milhão de cópias, mas demonstra tremendo mau gosto versando sobre uma famí­lia reunida para velar a matriarca morta. Foi escrita em parceria com Robert Gall para um filme televisivo de 1964, seguindo estritas especificações de roteiro: crianças brincam em silêncio perto do corpo; Giorgio, o ‘mau filho’, retorna à casa arrependido; todos cantam ‘Ave Maria’”.

“UM QUEIJO NA GARGANTA”

A primeira canção a repercutir seu nome foi J’ai Bu, que, gravada por Georges Ulmer um dia após a libertação de Paris das mãos nazifascistas, recebeu o Grand Prix du Disque de 1947. Jacques Canetti, descobridor de talentos, sugeriu que Roche e Aznavour gravassem quatro discos 78 RPM. Eles gravaram; em seguida toparam cantar numa rádio pública que alcançou os ouvidos de Charles Trenet, í­dolo de Aznavour, e Edith Piaf, a estrela maior dos períodos pré e pós-guerra.

Encantada com a dupla, Piaf propôs que abrissem os concertos que faria nos Estados Unidos da América e eles foram, por conta própria. Desembarcaram em Nova York sem vistos de entrada e passaram dias na prisão, até Piaf ir resgatá-los. Assim­ nasceu a amizade entre Charles e Edith. Quando ela lhe escrevia assinava “com afeto, sua pequena irmã das ruas”, e por este afeto ele aguentou seus caprichos e arroubos de ira, pacientemente, no tempo em que moraram juntos. Ele aprendia com ela. “Tí­nhamos muito em comum, ela cantou na rua, eu também. Ela veio de uma famí­lia pobre e eu também. Não fui tão pobre quanto ela, mas não era rico.”

“Escrevi sete canções para ela. Eu não era o tipo de compositor para Piaf, mas ela gostava do meu jeito de escrever, razão por que gravou algumas de minhas canções”, emendou. Entre elas, Plus bleu que tes Yeux e Jezabel, ambas sucessos, mas nenhuma como Je Hais les Dimanches, que ela recusou e acabou sendo gravada por Juliette Gréco, num estilo muito diferente do que o público estava habituado. A canção impulsionou a carreira de Gréco e recebeu prêmio da SACD (a associação francesa de Autores e Compositores).

A partir disso, Aznavour se transformou em criador de estilo, com diversos artistas solicitando canções, embora ainda não tivesse sucesso como performer. Seu porte fí­sico e sua voz não eram bem aceitos pelo público, e ainda havia a crí­tica, que se esmerava em comentários sarcásticos, às vezes cruéis, como “o homem feio que não sabe cantar”. Mesmo assim, ele continuou a fazer apresentações em casas noturnas parisienses, com o produtor Raoul Breton entre os poucos a encorajá-lo. Mais tarde zombava de si mesmo, dizendo que soava “como [se tivesse] um queijo Gruyere cheio de buracos entalado na garganta”.

Ironicamente, a popularidade de Aznavour deve-se principalmente ao desempenho de palco, desenvoltura que atraiu muitos produtores de cinema antes de agradar à audiência. Sua carreira cinematográfica começou em 1938, mas foi La Tête Contre les Murs (1959), de Georges Franju, que lhe deu o L’étoile de Cristal de melhor ator. Ao todo foram 73 filmes, sem contar autoria de roteiro ou trilha sonora, que somam mais 45 produções. Entre os filmes mais citados estão Ararat, do diretor canadense de origem armênia Atom Egoyan, e Tirez sur le Pianiste, de François Truffaut, que virou um amigo. “Na primeira vez que Truffaut veio me ver quase não nos falamos. Ele era tímido, eu também. Foi um bom começo.”

Piaf e Aznavour tiveram estreita relação, por oito anos. Ela abriu para o amigo as portas da “América” e ele gravou sete canções para sua companheira de estrada

A reputação de Aznavour se espalhou pelo mundo gradualmente. Ator, cantor, compositor, escritor. Ele aprendeu inglês sozinho para gravar versões de suas músicas, fez o mesmo em espanhol, italiano e alemão e extraiu o máximo de todas as fontes, incluindo a música pop francesa dos anos 1960, muito criticada pela imprensa. Empolgado com esses novos artistas, compôs para eles ficando indiretamente no topo das paradas, enquanto ele próprio estava nas rádios com o hit Que C’est Triste Venise [que abre o álbum interpretado por Fábio Jorge]. “Basicamente, sou letrista”, dizia Aznavour. “Poemas e letras encerram música própria, têm ritmo próprio, por isso me tornei melodista. Escrevo melodias, não sou compositor, não sei escrever partituras.”

Em meados da década de 1960, ele vendia milhões de discos pelo mundo e já havia grandes nomes, de Ray Charles a Liza Minelli, interpretando suas canções. “Foi em 1962 que decidi ir cantar no exterior”, recordava. “Eu tinha guardado dinheiro para alugar o Carnegie Hall, coloquei 150 jornalistas em um avião particular e lotei a sala: 3.400 lugares! Como não falava inglês, usei um púlpito para dispor as letras e os norte-americanos acharam perfeitamente natural. Eu fazia sucesso na França, tinha repercussão no Exterior. Mais tarde aprendi inglês e até hoje, em todos os paí­ses por onde me apresento, canto boa parte de minhas canções no idioma local.”

ARTISTA DO SÉCULO

Por muitos anos Aznavour alternou concertos no Exterior e performances na França, com o mesmo prazer dos primeiros anos, talvez mais. Mas, às vezes, perguntava-se: “se eu não cantasse o que iria fazer em casa?”. E concluía que uma aposentadoria seria o mesmo que morrer de tédio. Com orgulho afirmava nunca ter trabalhado para vender discos, mas para cantar no palco. “Esta é minha verdadeira profissão. Diante de uma nova canção, eu só penso em uma coisa: será que vai acontecer algo novo no palco?”

Em 7 de dezembro de 1988, o terrí­vel terremoto de Erevan matou 50 mil pessoas e deixou 500 mil desabrigados, na Armênia. Profundamente abalado, o cantor fundou a Associação Aznavour para a Armênia e reuniu noventa cantores e atores franceses para o videoclipe da música Pour toi Arménie; no país também há um time de futebol com o nome dele, o Aznavour FC. O disco vendeu mais de 1,5 milhão de cópias e permaneceu no topo das 50 mais por 13 semanas. “Descobri a Armênia em 1963, durante uma turnê pela União Soviética. Eu conhecia a história do genocí­dio, mas nunca fui um militante. Foi depois do tremor de terra e dos massacres do Alto Karabakh que me senti realmente envolvido.” Todo o dinheiro foi encaminhado ao paí­s.

 Pela iniciativa, Aznavour foi nomeado Embaixador Permanente da Unesco e Embaixador Itinerante da República Armênia pelo presidente Lévon Ter Petrossian. Dez anos mais tarde, recebeu a comenda da Legião de Honra pelo ex-presidente da França Jacques Chirac, que sublinhou sua ação humanitária com uma elogiosa saudação: “Charles Aznavour é um homem extremamente generoso, um artista incomparável e incontestado, um maravilhoso embaixador da canção e da lí­ngua francesa, provavelmente admirado no mundo inteiro.”

De fato, no ano seguinte, aos 74 anos, ele foi eleito o Artista do Século na pesquisa online realizada pela CNN e pela revista Time. Recebeu cerca de 18% do total de votos, concorrendo com Elvis Presley, John Lennon e Bob Dylan, este admirador confesso, que regravou The Times We’ve Known. Quando perguntado se sempre teve certeza de possuir talento, Aznavour sorria complacente, e arrematava: “Minha vida deve ser uma lição de esperança para as pessoas que não são atraentes e vieram de lugar nenhum”.

 O cantor francês Charles Aznavour morreu aos 94 anos, em 1º de outubro de 2018, em Mouriès, na França. Chamado de “Frank Sinatra da França”, o artista de ascendência armênia chamava-se Shanour Vaginagh Aznavourian. Rebatizado Charles Aznavour, tornou-se o cantor e compositor do amor. Sua amizade com outros artistas rendeu parcerias. Elvis Costello fez uma versão de She para a comédia romântica Um Lugar Chamado Nothing Hill. Plácido Domingo gravou a versão de Aznavour para Ave Maria. E cantaram com ele Fred Astaire, Bing Crosby, Ray Charles e Liza Minnelli. Apesar da pequena estatura (1,6 metro), era gigante no palco. O mito ultrapassou-o e, no Japão, como Char Aznable, virou personagem de uma famosa animé de ficção científica, Mobile Suit Guindam. Aznavour também foi ligado ao Canadá e à causa de Quebec Livre, por conta de sua origem armênia.

Entre seus prêmios recebeu a Legion d’Honneur na França, o título de Herói Honorário da Armênia, e o MIDEM Lifetime Achievement Award. Arrebatou, ainda, o Leão de Ouro honorário em Veneza pela trilha de Morrer de Amor (de André Cayatte), um César (Oscar francês) honorário e o prêmio de carreira do Festival do Cairo. Apresentou-se diversas vezes no Brasil, como em 25 de maio de 2013, em Recife. Esteve ainda em outras capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Goiânia, e Belo Horizonte.

Pai de seis filhos, Aznavour se casou três vezes. “Na primeira eu era muito jovem; na segunda, muito estúpido; e na terceira me casei com uma mulher de uma cultura diferente e aprendi a tolerância“, afirmou.

O atual presidente da França, Emmanuel Macron, que também estava no posto em 2018, lamentou a morte do artista que julgava ter um brilho único. “Orgulhosamente francês, visceralmente ligado às suas raízes armênias, conhecido no mundo todo. Charles Aznavour acompanhou as dores e alegrias de três gerações.”

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Capa do disco que Fábio Jorge dedica-se de modo emocionado parte da copiosa obra do francês de ascendência armênia

GRITO DE RESISTÊNCIA (por Thiago Marques Luiz)

Fábio Jorge é um apaixonado obstinado

Entusiasta da música francesa por influência da sua saudosa e divertida mãezinha, Dona Renné, teve desde muito cedo paixão pelo idioma, as vozes e os sons da França, herança da família materna.

Claro que por isso, o icônico cantor Charles Aznavour é para ele uma grande referência, tal qual Edith Piaf.

Meados dos anos 2000 e Fábio Jorge era aquele amigo da música que trocava figurinhas, ia a shows, comprava cds, de Bethânia, Alcione, Edith Veiga, Shirley Bassey e muitas vozes que mexiam com o nosso imaginário jovem e ao mesmo tempo antigo.

Ele gostava de cantar e me mostrou uma demo sua cantando Brigas. Sugeri, então, que fizesse um show em sua festa de aniversário com seu amigo pianista Marcelo Manzano numa casa pequena e simpática chamada Villagio Café, que ficava na praça Dom Orione, no Bixiga.

Assim foi feito. Naquele dia a música entrou por todas as suas veias e tomou conta do seu corpo e da sua mente. Um caso de paixão à primeira vista pelo palco.

Algum tempo depois, veio o teatro ópera buffa, na Praça Roosevelt, incentivado e dirigido pelo diretor teatral Heron Coelho. Gravar um disco naquela altura virou necessidade e assim produzimos “Chanson Française”. Dali a pouco mais shows, mais discos, programas de tv, rádio, e uma carreira feliz, porém difícil, com pouca abertura, mas muita vontade. Fábio não se tratava de um jovem galã cantando música da moda pra agradar nem o grande público e nem a mídia lobista. Era um artista de trabalho bem específico, sem patrocínio e gravadora, portanto 100% independente.

Fábio Jorge se tornou um batalhador da canção francesa, persistente e convicto. Um artista que precisava (e precisa!) estar na música de alguma forma, sobretudo gravando discos bem feitos e caprichados com começo, meio e fim, como se fazia antigamente.

Este Aznavour é exatamente assim. É mais um grito de resistência. Ele se divide entre o orgulho de saber e poder fazer o que quer e a tristeza de saber que canta para poucos e que o mercado não abraça o seu trabalho como deveria.

Eu aplaudo Fábio Jorge. Aplaudo a audácia. Aplaudo a paixão. Aplaudo a vontade de fazer bem feito e com amor. E tenho certeza: ele quer sempre mais porque sabe que pode oferecer mais. Sorte de quem pode ouvi-lo com atenção e perceber o grande chansonier que ele é. Siga em frente, meu amigo, e faça mais porque você pode! 

Saiba mais sobre Fábio Jorge e leia conteúdos a ele relacionados aqui no Barulho d’água Música ao visitar o link:

https://barulhodeagua.com/tag/fabio-jorge/

A biografia de Charles Aznavour aqui publicada baseia-se em textos extraídos das seguintes fontes:

https://trivela.com.br/franca/aznavour-fc-o-time-da-elite-armenia-que-homenageava-charles-aznavour-lenda-da-musica-francesa/

https://www.antena1.com.br/artistas/charles-aznavour    

https://www.dw.com/pt-br/morre-o-%C3%ADcone-franc%C3%AAs-charles-aznavour/a-45714852

https://revistaogrito.com/definidos-os-valores-dos-ingressos-para-show-de-charles-aznavour-no-recife/

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1221- Forte, mas sem perder a ternura: Com “Maryákoré”, Consuelo de Paula (MG/SP) volta a erguer a voz frente aos desafios dos nossos tempos*

Sétimo álbum autoral inaugura uma nova assinatura para a cantora, compositora e escritora mineira por meio de dois movimentos que, expressos em dez faixas, traduzem uma arte guerreira e simultaneamente amorosa, que se alimenta da força das brisas e das tempestades em meio às batalhas cotidianas pela vida e pela arte

*Com Verbena Comunicação (Eliane Verbena/João Pedro)

A cantora e compositora Consuelo de Paula está lançando o sétimo disco da carreira, Maryákoré: uma obra provocadora naquilo que tem de mais feminina, mais negra, mais indígena e mais reveladora de nós mesmos. O título pode ser entendido como uma nova assinatura de Consuelo de Paula: maryá (Maria é o primeiro nome de Consuelo), koré (flecha na língua paresi-haliti, família Aruak), oré (nós em tupi-guarani), yakoré (nome próprio africano). Um exemplar do disco de 10 faixas já está rolando aqui na vitrolinha do boteco do Barulho d’água Música, em São Roque, cidade do Interior de São Paulo, pelo qual agradecemos às queridas amigas Consuelo e Eliane Verbena, da Verbena Comunicação, estabelecida na cidade de São Paulo (SP).

Além de assinar letras e músicas – tendo apenas duas parcerias, uma com Déa Trancoso e outra com Rafael Altério -, Consuelo é responsável pela direção, pelos arranjos, por todos os violões e por algumas percussões de Maryákoré (caixa do divino, cincerro, unhas de lhama, entre outros). A harmonia entre Consuelo e sua música, sua poesia, sua expressão e a estética apresentada é nítida nesse novo trabalho. Ao interpretar letras carregadas de imagens e sensações, ao dedilhar os ritmos que passam por Minas Gerais e pelos sons dos diversos “brasis”, notamos a artista imersa em sua história: ela traz a vida e a arte integrada às canções.

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1189 – Bemti, mineiro autor de um dos melhores disco de 2018, apresenta-se na Sala Itaú Cultural (SP)

“Com a viola em mãos e vários convidados do mais alto escalão do indie brasileiro, cantor e compositor mineiro abre o coração para falar sobre rupturas, paixões desenfreadas, auto-aceitação, inseguranças, tensões, desequilíbrios e retomada da confiança.
Do site Hits Perdidos

O músico mineiro radicado em São Paulo Bemti está confirmado como atração no sábado, 25 de maio da galeria Itau Cultural, situada em São Paulo, e a partir das 20 horas cantará as faixas do álbum era dois, que ele lançou em agosto de 2018. Eleito entre os melhores daquele ano pela revista Rolling Stone Brasil e pelo blogue online do jornal O Povo, era dois tem como base a viola caipira de dez cordas e mistura timbres orgânicos e eletrônicos.

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1164 – Com novo show, Oswaldo Montenegro cantará em evento de aniversário de Barueri (SP)

Agenda do cantor de Bandolins inclui apresentações em várias cidades ao lado de Renato Teixeira em outro projeto do Menestrel

Em comemoração ao aniversário de 70 anos de emancipação político-administrativa de Barueri, em 26/3, a Secretária de Cultura e Turismo da cidade situada a 26 quilômetros da cidade de São Paulo, lindeira a Oeste pela rodovia Castello Branco,  organizou uma agenda de eventos para durar todo o mês, com atrações e atividades para toda a família.  Para este domingo, 10/3, está previsto que o cantor e compositor Oswaldo Montenegro deverá apresentar gratuitamente o show O Azul e o Tempo, no Parque Municipal Dom José,  gratuitamente, a partir das 11 horas.

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1130 – Ednardo (CE) rememora “Romance do Pavão Mysterioso” em duas rodadas, no Sesc Belenzinho (SP)*

Cantor e compositor que já conta com 45 anos de trajetória volta à São Paulo para apresentar com sua banda repertório do seu mais famoso disco, cuja faixa-título é inspirada em um clássico folhetim da literatura de cordel
* Com Eliene Verbena, Verbena Comunicações

A unidade Belenzinho do Sesc da cidade de São Paulo reservou o palco de seu teatro para as apresentações de Ednardo, um dos mais aclamados cantores e compositores do país. Natural de Fortaleza (CE), Ednardo e a banda de sete músicos que o acompanham – entre os quais o violeiro Manassés de Sousa, que participou da gravação do disco e assina trabalhos importantes da música brasileira desde a década dos anos 1970 — serão atração nos dias 1º e 2 de dezembro para relembrarem, na íntegra, as músicas do primeiro e mais famoso disco dele, Romance do Pavão Mysteriozo (veja detalhes na guia Serviços). Os shows integram o projeto Álbum da unidade, pelo qual o Sesc visa a remontar a memória da música brasileira por meio de registros fonográficos.

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1127 – Novo álbum de Arthur Noronha (GO) já está disponível em streaming e explora lado oculto da viola caipira

Viola Cancioneira, que sucederá o excelente De tudo de mim , alia as composições do jovem músico e traços de artista plástica goiana com quatro diferentes afinações e violas para realçar o passeio pelo mundo das lendas

O cantor, compositor e violeiro Arthur Noronha, jovem talento da região Centro-Oeste do Brasil que nasceu e reside em Goiânia (GO), com bala na agulha para ter logo menos seu nome consagrado entre os maiorais do país que tocam o instrumento, está prestes a lançar seu novo álbum, Viola Cancioneira, que sucederá o excelente De tudo de mim e já pode ser ouvido em plataformas de streaming. O primeiro disco, tema da atualização 1058 do Barulho d’água Música (1º de maio de 2018), reúne 11 faixas, das quais apenas a que fecha o trabalho, Viola Destoada, não é cantada. Já o novo, com 10, é totalmente instrumental e revela o quanto Arthur Noronha é fera tanto na arte de compor, quanto na do ponteio das cordas.

O músico emprega em Viola Cancioneira quatro violas e recorre a quatro afinações diferentes (Rio Abaixo/Boiadeira/ Cebolão em E/Cebolão em D) com a intenção de ir além de apenas gravar mais um disco. Apoiado nas músicas e em elementos como as imagens do encarte, Arthur e seus amigos músicos trazem à luz (com o perdão do trocadilho!) um projeto artístico com primorosos elementos gráficos, dedicado aos amantes da viola caipira instrumental.  A proposta é explorar o misticismo que há por trás da viola, o lado dela que penetra os terrenos do oculto e do cinematográfico, com reforços do baixo elétrico e acústico de Sardinha, da percussão de Sinho e do violão aço de Túlio César.

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1086 – Brasil dá adeus a Amaraí, eternizado por “Saudade de Minha Terra”

Voz que gravou uma das joias do nosso cancioneiro foi parceiro de Belmonte, com quem legou à cultura caipira mais de 20 sucessos de todos os tempos
Marcelino Lima

O corpo de Domingos Sabino da Cunha, o Amaraí, foi sepultado no domingo, 22, em Alfenas, cidade mineira na qual também descansa Índio Cachoeira, que morreu em abril. Amaraí não resistiu a um infarto sofrido na véspera e deixou quatro filhos, entre os quais Francis Júnior, cantor que aparece no vídeo abaixo, compositor, músico, produtor e intérprete atual do antigo parceiro mais afamado do pai, Belmonte — que se chamava Pascoal Zanetti Todarelli e partiu tragicamente bem antes do combinado em 1972, vítima de um acidente automobilístico no interior paulista, prestes a completar 35 anos. Ao lado de Belmonte, Amaraí ganhou fama como um dos intérpretes da canção Saudade da Minha Terra, considerada o hino do meio caipira.

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1072 – Roda ao ar livre, em Beagá, comemora reconhecimento da viola como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais

Patrimônio cultural imaterial é uma categoria definida pela Unesco que abrange expressões culturais e  tradições que um grupo de indivíduos preserva em respeito da sua ancestralidade para conhecimento das gerações futuras

Marcelino Lima

Os violeiros Chico Lobo, Pereira da Viola e Wilson Dias vão se apresentar, juntos, a partir das 19 horas da quinta-feira, 14 de junho, na Praça da Liberdade, em palco que será armado entre o Memorial Minas Gerais Vale e o Museu de Minas e do Metal da Gerdau, em Belo Horizonte (MG). A cantoria celebrará a análise pelo Conselho Estadual de Patrimônio Cultural de Minas Gerias (Conep) que — antes da roda de viola ao ar livre,  em reunião prevista para começar às 16 horas — analisará o Dossiê do Registro dos Saberes, Linguagens e Expressões Musicais da Viola em Minas Gerais para reconhecimento do instrumento como patrimônio imaterial do Estado. Com direção artística de Chico Lobo e produção da Viola Brasil, o show ao ar livre terá como convidados Letícia Leal, Gustavo Guimarães, o mestre e folião Seu Odorino e a Orquestra Estudo Viola de Betim.

Chico Lobo, Pereira da Viola e Wilson Dias são três dos mais populares representantes da viola caipira em Minas Gerais

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1063 – Pedro Vaz (SP/GO) comemora quinze anos de carreira com álbum de viola instrumental

Paulistano que adotou Goiânia e marca presença em Brasília como músico, maestro e professor profissionalizante explora diversas sonoridades em álbum com 12 faixas com participações de Pedro Macedo, Thomas Roher, André Rass e Milla Tuli

Marcelino Lima

Pedro Vazvioleiro e compositor paulistano, goiano de coração e músico dos mais destacados na atual cena cultural de Brasília (DF) e do Planalto Central, está comemorando 15 anos de carreira com o lançamento do primeiro álbum solo, Dê Espaço ao Tempo. Com 12 faixas instrumentais nas quais dá seu recado com a viola caipira – companheira de estrada já há dez anos -, o disco produzido por Ricardo Vignini no estúdio Bojo Elétrico (SP) é uma síntese de belos arranjos e composições do músico que já foi pupilo dos mestres Roberto Corrêa e Marcos Mesquita, graduou-se em Música pela Universidade de Brasília (UnB), tocou guitarra e percussão e, atualmente, é professor  do CEP/EMB – Escola de Música de Brasília, além de maestro da Orquestra Roda de Viola — entre outros projetos e participações em grupos de referência como Cega Machado, Caboclo Roxos, Banda Judas e Encontro Violado.

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