Sem medo de atacar quem precisa, falando o que pensa e o que sente, cantor e compositor sergipano vai do micro ao macro valendo- se da poesia, da sonoridade do rock e do linguajar regional nordestina para abordar temas cotidianos como violência urbana e política
O cantor, compositor e poeta Déo Miranda, residente há 14 anos em Mogi das Cruzes, cidade paulista situada na Região Metropolitana da Capital de São Paulo, lançou em julho do ano passado (como parte do 11º Festival de Inverno Serra do Itapety) Poesia Dura, Língua Ferina, Coração Justo. O álbum com 10 faixas é o segundo da carreira de Miranda, artista nascido em Aracaju, capital do estado do Sergipe, e na estrada desde 1989 atuando também como produtor cultural — à frente da Malungada Produtos Culturais, tornou-se idealizador, por exemplo, entre outras iniciativas, do Festival de Arte Popular do Alto Tietê. Poesia Dura, Língua Ferina, Coração Justo indica um momento de releitura do artista em relação à própria trajetória cujo embrião foi bandas de punk e hardcore como Cleptomania, Sublevação e Karne Krua, passando ao longo de seu amadurecimento pelo universo das cantorias e do regionalismo, que sempre fizeram parte de sua alquimia musical e estão entre suas paixões; neste gênero, destacou-se no grupo Batequejé e com o quarteto Cantadores dos Quatro Cantos, entre outros.