1622 – Vivian Carvalho e Marcelo Fernandes apresentam Oráculo, em Belo Horizonte, para homenagear Luiz Celso Carvalho (MG)*

#MPB #Belo Horizonte #Itajubá #SuldeMinas #Unifei #CulturaPopular

*Com João Marcos Veiga

Cantora e violonista se juntam em Oráculo, tributo que estreou em 2022 com repertório de 15 canções do renomado compositor sul mineiro, pai da cantora, já disponíveis em álbum nas plataformas digitais

Todo homem tem um barco para navegar no mar da sua vastidão/Um balão para voar nas alturas dos seus sonhos.

(Gildes Bezerra)

O palco do Teatro da Assembleia, situado em Belo Horizonte (MG), estará reservado na quinta-feira, 20 de abril, para a cantora e compositora Vivian Assis Carvalho e o violonista Marcelo Machado Fernandes. A partir das 19 horas a dupla apresentará Oráculo, tributo a Luiz Celso Carvalho, pai de Vivian, renomado compositor sul mineiro que morreu em 2021 de Covid-19. O repertório de quinze canções, reunido em álbum já disponível nas plataformas digitais com capa da artista visual Leonora Weissmann, traz quinze músicas de autoria de Luiz Celso, oito em parceria com o poeta e letrista sul mineiro Gildes Bezerra. O violonista e arranjador homenageado viveu por quase duas décadas em Itajubá (MG) e participava intensamente dos movimentos culturais na região. Luiz Celso é autor do hino da cidade, com letra da Bezerra, integrou o grupo Água Doce ao lado de Ivan Vilela e Clóvis Maciel e em sua carreira recebeu vários prêmios em festivais.

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1611 – Mais um talento de Poços de Caldas (MG), cantor e compositor Pedro Cezar lança Matutando Sonho, primeiro álbum solo

#MPB #PoçosdeCaldas #MinasGerais #Luanda #Angola #Bolívia #Cochabamba

Disco com canções concebidas durante a reclusão imposta pela pandemia de Covid 19 já está nas plataformas digitais e traz parcerias de sul mineiros e de artistas internacionais

Está disponível em todas as plataformas digitais de música o primeiro álbum do cantor e compositor Pedro Cezar, mineiro de Poços de Caldas. Matutando Sonho traz 14 faixas inéditas e apresenta ao público o universo intimista do autor, que ao lançar o disco colhe o doce fruto de um processo de pesquisa iniciado ainda durante o período mais agudo de reclusão e isolamento social impostos pela pandemia de Covid-19. O repertório reúne composições recentes e antigas, recolhidas especialmente para este projeto. Apesar de ser o pontapé de sua carreira solo, Cezar é adepto de trabalhos coletivos e reúne em Matutando Sonhos diversas participações especiais, do Brasil e do Exterior. Das novas parcerias, as faixas Para beber de las estrellas e Bwé de Mambo ainda contam, respectivamente, com a artista boliviana Alexia Loredo e do cantautor angolano Bona Ska. A cantora Tatiana Meirelles, o clarinetista Otávio Quartier e o violonista e compositor Gustavo Infante completam o time de colaborações. Rafael Moreira (baixo), Michel Nascimento (bateria e percussão) e Fábio Leandro (piano e teclados) também foram convidados para a gravação.

Pedro Cezar é mais um talento da área musical que desponta na acolhedora cidade sul mineira, na qual já são famosos entre outros o casal Jucilene Buosi e Wolf Borges e já se destacam entre outros o Duo Rodrigo Mendonça e Flávio Danza, Nego Moura & Os Camarás, Dons Maria e Mununu. De acordo com suas observações no texto de divulgação do álbum primogênito, é um disco de movimento, de andanças, de entender a rua como lugar onde o conhecimento e os encontros se dão e se convergem.

“São minhas lembranças de criança, de família, as ausências e presenças no cotidiano, a saudade e o amor em outras palavras”, apontou. “O aprendizado na cidade grande, a calmaria da vida no interior, o sonho em curso, tudo isso com trilha sonora”, acrescentou. Ainda segundo ele, talvez as canções selecionadas sejam aquelas que possibilitem “mostrar às pessoas um pouquinho do meu mundo sonoro, das minhas observações sobre a vida, detalhes que vão se revelando e que, às vezes, passam despercebidos”. Ao mesmo tempo, são músicas que abrem o caminho para Cezar assumir o protagonismo como intérprete, empunhando o violão enquanto canta, ao lado de músicos e musicistas que julga terem mais qualidade e competência.

Matutando Sonho faz parte do YES, TUPI, selo gerido pela pesquisadora musical Thabata Arruda, que também assina o projeto gráfico e a edição do álbum visual. A ilustração da capa é do artista pernambucano João Lin. O álbum é coproduzido, mixado e masterizado por Deivid Santos e foi gravado nos estúdios DS Estúdio (Poços de Caldas), Michel Nascimento (na cidade do Rio de Janeiro), Cassette Estúdio de Som (Luanda, Angola) e Estúdio Crom (Cochabamba, Bolívia).

Este trabalho é a materialização de um sonho, reflete minha vivência musical e, sobretudo, minha admiração por todas as pessoas que se dedicaram e se dedicam para inventar e manter viva a Música Brasileira”, exclamou Cezar. “Quem sabe eu possa, humildemente, contribuir com esta história.”

Para ver, ouvir e saber mais informações acesse os links

https://ditto.fm/matutando-sonho

https://www.youtube.com/pedrocezar

https://www.pedrocezarmusica.com/matutandosonho

https://youtu.be/MwW9Bwd2d6A

Leia mais sobre a produção musical em Poços de Caldas e outros conteúdos relacionados à cidade sul mineira aqui no Barulho d’água Música ao visitar o link abaixo

https://barulhodeagua.com/tag/pocos-de-caldas-mg/

SANTA AJUDA! Ajude o Barulho d’água Música a se manter ativo: colabore a partir de R$ 20 com nossa campanha pela Catarse em busca de assinantes ou envie um PIX de acordo com suas possibilidades!

https://www.catarse.me/barulhodeaguamusica?ref=ctrse_explore_pgsearch

1492 – Composição Ferroviária homenageia Mercedes Sosa em retorno do público à estação de Poços de Caldas*

#MPB #MúsicaSulMineira #MinasGerais #PoçosDeCaldas #CidadeDasRosas #CulturaPopular #ComposiçãoFerroviária #MercedesSosa

*Com João Marcos Veiga

Projeto cultural retoma ocupação criativa de plataformas ferroviárias no Interior de Minas Gerais com Soy Sosa, protagonizado por Lívia Itaborahy, e abertura de Isabela Morais

O projeto Composição Ferroviária retomará as aguardadas e sempre celebradas apresentações presenciais em Poços de Caldas, cidade do Sul de Minas Gerais, nesta quarta-feira, 22 de dezembro. A apenas três dias de mais um Natal — momento de festa e congraçamento, sem dúvida, mas ideal para refletir e agradecer, em uma data especial que significa tanto a chegada de uma vida nova, quanto a gratidão por estarmos vivos neste momento ainda perturbador –, a atração será a cantora Lívia Itaborahy, fluminense, de Volta Redonda (RJ), mas radicada em Minas Gerais desde os 8 anos. Precedida a partir das 19 horas por Isabela Morais, de Três Pontas (MG), Lívia Itaborahy cantará em homenagem à argentina Mercedes Sosa, oferecendo à plateia o espetáculo Soy Sosa, na Estação Mogyana da antiga Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa).

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1437 -Wolf Borges (MG), cantor e compositor, lança oitavo álbum e comemora 40 anos de carreira

#MPB #PoçosdeCaldas #MinasGerais #MúsicaIndependente #CulturaPopular

Wolf Borges, por Simone Guimarães

­O cantor e compositor Wolf Borges (MG) reuniu um time de respeitados músicos para gravar o oitavo álbum de sua carreira, em comemoração aos 40 anos de estrada: Canto Para Manter Viva a Nossa Arte. O título não poderia ser mais sugestivo diante não apenas da pandemia de Covid-19,  flagelo que tomou conta do mundo e vem causando dor, desespero, empobrecimento crônico, o aumento de mazelas sociais e mortes mundo afora, mas também face à destruição gradativa da cultura e da arte que vem sendo posta em prática como política pelo governo de Jair Bolsonaro. O disco de Borges, com 12 faixas, enviado de Poços de Caldas (MG) pelo autor ao Barulho d’água Música, abriu as audições matinais deste sábado, 11/9, aqui no Solar do Barulho, onde está a redação do blogue, em São Roque, interior de São Paulo.

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1282 – Do concreto armado ao horário nobre: como, após ser apresentado a Elis, Tunai ganhou notoriedade na MPB

Cantor e compositor que emplacou vários sucessos em trilhas de telenovelas e a exemplo de Belchior morreu dormindo, resolveu trocar o diploma de Engenheiro Civil pelo microfone e pelo violão depois de a Pimentinha gravar As aparências enganam, uma das mais de 200 criações da obra do autor de Frisson. E o projeto de um DVD, com algumas inéditas, pode, em breve, chegar para amenizar a dor dos amigos e fãs

O feeling de Elis Regina para sacar músicas de outros autores que ela podia interpretar com a graça e o talento que possuía se não ajudaram Belchior, Renato Teixeira, Adoniran Barbosa e Ivan Lins a chegarem aonde chegaram após ela dar voz a Como Nossos Pais, Romaria, Tiro ao Álvaro e Madalena, entre outros compositores e canções, no mínimo, deu um empurrãozinho. Entre eles os que por ventura já não estavam depois caíram no gosto do público, e pelos próprios méritos se tornaram ícones incontestáveis da MPB, construindo trajetórias de tamanha grandeza que as canções deles interpretadas pela Pimentinha hoje são “apenas” uma das pulsantes estrelas das próprias constelações que iluminam as respectivas carreiras. Para o mineiro Tunai, a influência de Elis Regina não foi menor; na verdade talvez, conforme ele mesmo chegara a declarar aos dar os primeiros passos rumo á fama, tenha sido decisiva, levando-o a trocar sem pestanejar projetos de engenharia civil pelos palcos, microfones e seu violão.

Para tristeza dos que gostam do perfil da música do qual estamos tratando aqui, na manhã do domingo, 26, Tunai foi encontrado pela esposa, morto, em sua casa, no bairro carioca de Santa Tereza. O atestado de óbito indica que ele sofreu parada cardíaca enquanto dormia — assim como Belchior em abril de 2016, entretanto no caso do cearense autor de Como Nossos Pais devido ao rompimento de uma parede da artéria aorta, conforme foi confirmado mais tarde pela autópsia. Tunai era José Antônio de Freitas Mucci, e estava com 69 anos, foi cremado na tarde da segunda-feira, 27, depois do velório no Memorial do Carmo, no bairro carioca do Caju, situado na zona portuária do Rio de Janeiro, para onde acorreram à despedida amigos, admiradores e familiares, dentre os quais o irmão, o sambista João Bosco, também natural de Ponte Nova, município da Zona da Mata mineira, mas quatro anos mais velho.

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1242 – João Bá: uma dádiva que não se apagará, uma facho de fogo que seguirá apontando os caminhos a seguirmos

Poeta, cantador, compositor, ator, violonista, homem de bondade e de sabedoria irrefutáveis, agora transmutado em estrela, o Bacurau Cantante sobe para o Plano Elevado deixando um legado que o aproxima de São Francisco de Assis e o transforma em em sinônimo de Humanidade

Lidar com e aceitar a morte costuma ser para a maioria das pessoas um desafio, doloroso, sobretudo no hemisfério católico-cristão, que a associa à perda, ausência, fim. Pessoalmente e à medida que envelheço e ficamos mais próximos, venho tentando me esforçar para Encará-la como São Francisco de Assis a considerava, uma Irmã redentora; ao mesmo tempo, exercito o esforço pra internalizar a convicção kardecista que preconiza a reencarnação — ou seja, a volta do espírito que um dia abrigou um corpo à matéria, credor de novas oportunidades de aprendizado que o levem à evolução até que, ao final de um ciclo, mereça residir em alto grau de felicidade e perfeição em planos mais elevados e sublimes.

Esta reflexão, mais uma vez, alcança-me nestas últimas horas em que tentamos aceitar que o querido amigo, cantor e compositor João Bá foi brincar no mar — justamente ele, o  menino que nós todos que o conhecemos (e o amaremos sempre) assim julgávamos, e, brincávamos, de fato, seria: eterno, invencível, resistente ao passar do tempo, á chegada do inexorável definhamento e do esgotamento dos órgãos e da mente, aos tombos do palco, uma espécie de alma de sete gatos, de entidade que pairaria acima deste desfecho pela força de sua personalidade risonha, generosa, poética, lúcida, abundante em luz e em sabedoria.

Fui acordado pela companheira Andreia Regina Beillo nas primeiras horas da manhã da sexta-feira, 4, com a notícia da passagem dele, lá em Caldas (MG), onde residia. Ainda estava meio imerso nas brumas do sono e demorei a processar e a apreender a informação, mas enquanto sob o impacto do anúncio tentava por meus circuitos para funcionar, a própria Andreia já se corrigia afirmando, com um tom de gratidão: “Notícia triste, na verdade, não totalmente, porque, claro, embora o João Bá nos fará falta, neste instante ele deve estar feliz pela vida que teve e pelo que nos legou, repleta de amigos, de encontros, de contribuições para o bem e para a nossa cultura, notadamente a popular”. Era o momento em que depois de alguns segundos e incredulidade a minha ficha caía. Eu até concordei com a Andreia quanto a sua sensata observação, mas no mesmo instante não consegui conter um suspiro profundo e soltei um “puta, que merda!”

Não encontramos informações sobre a causa do encantamento, mas, de fato, acredito que isto pouco interessa, olhando pelo prisma da Andreia. Melhor mesmo (não por amarga resignação, mas por fé e maturidade), é perceber que João Bá seguirá sendo uma dádiva inesgotável, um mimo enquanto por aqui estivermos arreunidos, um facho de fogo candeeiro a apontar o caminho que devemos seguir trilhando: pela música, pela cultura popular, por nossas tradições, pela humanidade. Agora que ele é todo passarinho, deixemos que os do Alto o aninhem no lugar em que merece, já plenamente completo, encantando com seu jeito de baiano-mineirim quem por ventura Lá também tenha merecido pousar. E como ele mesmo dizia que no Céu não há marmelada, vocês conseguem imaginar a festa que estão fazendo entre as nuvens Pixinguinha, John Lennon, Elis Regina, Beethoven, Tom Jobim, Bibi Ferreira, Ariano Suassuna, Mário Quintana, Manoel de Barros, Marília Pêra, Bach, Villa-Lobos, Gonzaguinha e Gonzagão? Posso até ver o comunicado que São Pedro mandou Dércio Marques ler:

Em virtude da superlotação do nosso Teatro Celestial para a apresentação de boas-vindas do Bacurau Cantante, Jesus pede para avisar que promoveremos mais quantas sessões do show forem necessárias até que todas as almas que Aqui no Mundo Perfeito se encontram e queiram aplaudir nosso companheiro consiga seu lugar na plateia.”

Lido o comunicado, até Deus voltará inúmeras vezes à fila de entrada e, mesmo Todo Poderoso, tentará descolar selfies e autógrafos da atração após cada cantoria, ô, se vai!

Amigo carinhoso, alegre e de coração humilde

Fato raro quando o artista que morre é um João, mas Bá, não Gilberto, pelo menos um veículo da grande mídia nacional, o Correio Braziliense, tirou o chapéu para repercutir a viagem astral do cantador. Também a versão online do Correio do Sul, de Poços de Caldas (MG), informou o fato aos seus leitores, lembrando que em julho recente ele e o seu pupilo João Arruda, de Campinas (SP), participaram do projeto Composição Ferroviária, promovido naquela cidade mineira pelo casal Jucilene Buosi e Wolf Borges, e que teve, ainda, Déo Lopes em cena.

Uma das mais tocantes homenagens e lembranças, entretanto, foi escrita pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), que publicou a seguinte nota de falecimento em sua página virtual:

João Bá foi um menino que dedicou toda sua vida à cultura popular e ao povo brasileiro. Nascido no sertão baiano, em Crisópolis, Bá é filho de lavradores. Ele contava que começou a trabalhar ainda criança, quando caiu o primeiro dente. Seu pai decidiu que ele estava pronto para ir à lavoura. Foi ajudando a família que ele começou a observar a natureza, grande motivo de inspiração para toda sua obra.

Aos 12 anos ele também já era cantor e compositor. Durante a trajetória, compôs mais de duzentas músicas, gravadas por artistas celebrados no cenário popular como Hermeto Pascoal, Almir Sater, Diana Pequeno, Dércio Marques, entre outros. Mas para o coração do povo Sem Terra a principal gravação é O menino e o mar, realizada junto com as crianças sem terrinha de Itapeva (SP), para o CD Plantando Ciranda 3.

João Bá esteve presente em muitos momentos de luta e de construção da cultura do MST. Ele participou dos Encontros de Violeiros, do II Festival Nacional de Arte e Cultura da Reforma Agrária, do Encontro com o Saci, em São Paulo, dos Festivais da Reforma Agrária em Minas Gerais, sempre alegrando e colocando as crianças mais adultas para brincar com suas canções.

Observado pelo olhar carinhoso e atento do filho Danilo Marques Oliveira, João Bá em abril de 2015, quando fez apresentação no Sesc Interlagos, da cidade de São Paulo, voltando á ativa depois de meses de internação e recuperação de problemas urinários (Foto: Marcelino Lima/Acervo Barulho d’água Música)

A música de João Bá é expressão de poesia, vida, natureza e luta. Ele foi o pioneiro na construção do lugar protagonista da cultura popular, do sujeito povo, que como criador de cultura e nas suas composições, que ele mesmo definia como orgânicas, por serem ligadas organicamente à natureza. A estética simples, mas intensa, despertava o senso crítico e retratava a luta de forma sensível e simples. João nos deixa um legado de humanidade, de fazer artístico e olhar sensível. De falar da luta como se fala da vida.”

Este texto do MST deixa de forma inequivocamente clara qual foi a opção preferencial de João Bá enquanto esteve encarnado: ao lado do povo, dos humildes, dos explorados de toda sorte.

Outro singelo tributo veio do violeiro natural de Salinas (MG) e radicado em Belo Horizonte Joaci Ornelas, um dos muitos músicos com quem João Bá conviveu. Ornelas escreveu, em forma de poema, o texto que segue:

O encantado se encantou!

Era menino feito de passarinhos
de anuns, araras, andorinhas e bacuraus
Era feito de rios e correntezas
Jequitinhonha e São Francisco
de barco e leme
calmaria do igarapé…
Era feito de areia, de mar e estrelas
de arvoredos e de matas
de uruçus e borboletas
Era feito de cerrado e sertão
de vales, sertanias!.

Era feito de brisa e ventania
de versos e melodias
de João, José e Hermeto
de Rosa e Severininha
Era feito de sonhos
de esperança
da mais pura alegria

João… o encantado se encantou!

Também mineiro e violeiro, Gustavo Guimarães comparou João Bá a São Francisco de Assis, santo cujos maiores louvores são promovidos justamente no dia em que João Bá torna-se luz:

Hoje é mesmo um dia especial, dia que é lembrado pela passagem de São Francisco de Assis e dia que o nosso querido João Bá também segue a sua viagem em direção a uma nova vida.

João foi uma espécie de São Francisco para nós e para nossa cultura, um amigo carinhoso, alegre e de coração humilde, poeta, sábio e professor. Um homem cheio da presença de Deus, que sempre procurava colocar o amor acima de tudo. Obrigado e siga em paz João, vá menino, brincar no mar do amor de Deus. No coração tudo permanece.”

Vale a pena, ainda, reproduzir o artigo do Correio do Sul, que observou

João Bá (…) reunia diversos talentos artísticos, como atuar, contar histórias, cantar e tocar violão. Como violeiro, começou a participar de shows e festivais em 1966, como o Festival da TV Tupi, no qual teve uma de suas músicas, Facho de Fogo, como destaque do evento. A canção foi composta em parceria com Vidal França. Seu primeiro disco, Carrancas, trouxe diversas participações especiais, como Hermeto Paschoal e Osvaldinho Acordeom. Sua discografia é composta também por Carrancas II, Ação dos Bacuraus Cantantes, Pica-Pau Amarelo (e o último, Cavaleiro Macunaíma, com o qual em 2014 ele festejava 80 anos] ¹.

Soma mais de 200 composições musicais. Teve seus trabalhos usados na trilha sonora de documentários como Entre o Mar e o Sertão, de 2007, sobre Gláuber Rocha, e Nas Terras do bem-virá, de Alexandre Rampezzo. Três músicas do disco Pica-Pau Amarelo foram inseridas na coletânea italiana Aruanã, sendo que a faixa Bicho-da-seda também foi usada no documentário Sindicato Operário Bolonha (Itália). Entre outras participações, João Bá também subiu ao palco do Conexão Vivo em 2009, como convidado do grupo Lavadeiras de Almenara.

Se o mundo precisa redescobrir o significado da palavra Humano, que estudem João Bá”, escreveu o produtor do programa Sr. Brasil, Lenir Boldrin, sobrinho do apresentador Rolando Boldrin. “João Bá, em um mundo em que ouvimos e conhecemos o poder e a destruição que pode causar o ego, sempre comentei que foi nele que aprendi o que pode ser a força e o poder da humildade, a riqueza de ser gente, de ligar o verdadeiro elo da humanidade.”

João Bá também atuou no cinema como autor e foi protagonista da sétima arte em um documentário de 60 minutos da Itoby Filmes há pouco mais de três anos.

Leia outros conteúdos sobre João Bá ou a ele relacionados aqui no Barulho d’água Música clicando no linque abaixo!

https://barulhodeagua.com/tag/joao-ba/


¹Também integram a discografia de João Bá: 50 Anos de Carreira (2004), Aruanã – Amigos da Orchestra do Mundo(2005) e Amigo Folharal (2010). Comprar os CDs do João Bá é possível enviando mensagem para Nanah Correia pelo endereço virtual nanahcorreia22@yahoo.com.br.

http://www.itobyfilmes.com.br/equipe-fitipaldi-1

https://quadradadoscanturis.blogspot.com/2014/01/joao-ba-discografia-para-download.html

https://www.mst.org.br/2019/10/04/joao-ba-foi-brincar-com-as-estrelas-do-mar.html

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2019/10/04/

http://correiodosul.com/regiao/morre-aos-87-anos-o-cantor-e-compositor-joao-ba/

996 – Juliana e João Paulo Amaral apresentam “Açoite” como atração do Composição Ferroviária em Poços de Caldas (MG)

A voz marcante de Juliana Amaral e a viola vigorosa de João Paulo Amaral serão atrações neste domingo, 10 de setembro, em Poços de Caldas, cidade do Sul de Minas Gerais. Os irmãos levarão ao público que prestigia o projeto Composição Ferroviária o espetáculo Açoite, baseado no nome do quarto álbum de Juliana (selo Circus) disco de 2016 cuja direção musical e arranjos couberam a João Paulo. Marca registrada em todas as edições do projeto Composição Ferroviária, o show de abertura sempre é reservado a músicos locais e começa às 10 horas, no pátio da estação da antiga rede Mogyana. Para esta nova rodada, os produtores Wolf Borges e Jucilene Buosi convidaram Jesuane Salvador, intérprete que  oferecerá à plateia um repertório que contempla da MPB ao Jazz.

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982 – Tunai e Wagner Tiso apresentam “Saudades da Elis” na estação ferroviária de Poços de Caldas (MG)

Em mais uma rodada do projeto Composição Ferroviária, moradores de Poços de Caldas e região e turistas que estiverem aproveitando o inverno passeando pelo município sul mineiro poderão curtir, gratuitamente, na manhã de domingo, 30 de julho, apresentação dos músicos Tunai e Wagner Tiso, protagonistas do show Saudades da Elis. Antes de eles subirem ao palco do pátio da estação ferroviária, o público terá a oportunidade de matar saudades de músicas que embalam a memória afetiva de várias gerações, recordadas a partir das 10 horas pelo Choro a Dois. O duo é formado por Gabriel Carbonari (violão) e Jéssica Rosado (bandolim), novos talentos que têm encantado a cidade.

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979- Jucilene Buosi recorda sucessos de Elis e de Mercedes Sosa como atração do Julho Fest, em Poços de Caldas (MG)

Cantora e atriz, Jucilene Buosiexpoente dos mais representativos da música sul mineira e do Estado, protagonizará neste domingo, 23, apresentação em Poços de Caldas durante a qual o público poderá matar saudades de Elis Regina e de Mercedes Sosa — duas consagradas expressões latinoamericanas. O show previsto para começar às 20 horas, na Casa de Cultura do Instituto Moreira Salles (IMS), intregra a programação do JulhoFest e brindará o público com canções imortalizadas tanto pela gaúcha Elis Regina, quanto pela argentina Mercedes Sosa, cujas vivências, atitudes e histórias construíram as biografias de duas mulheres que direcionaram fundamentais conquistas femininas em seus países, utilizando o canto como instrumento. Acompanhada por Albano Sales (piano) e Eduardo Sueitt (percussões), Jucilene Buosi interpretará com sua performance vocal sempre expressiva Volver a los 17, Gracias a la vida, Casa no campo, O bêbado e a equilibrista e Yo vengo a oferecer mi corazón, entre algumas das mais aclamadas músicas do repertório tanto da Pimentinha, quanto da La Negra, como carinhosamente os fãs e admiradores tratavam as homenageadas.

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898 – Composição Ferroviária está de volta com shows gratuitos do Cobra Coral e do Tarumã em Poços de Caldas (MG)

Neste domingo, 17 de julho, o público de Poços de Caldas e dos municípios  vizinhos deste aprazível cantinho sul mineiro voltará a curtir no pátio da antiga estação de trens da Mogyana as apresentações musicais do Composição Ferroviária. Coordenado pelos músicos e produtores culturais Wolf Borges e Jucilene Buosi, o projeto que já faz parte do calendário cultural da cidade nesta primeira rodada da temporada 2016 será oferecido como parte da programação do Julhofest.  E como a retomada será mais do que especial, eles prepararam uma Edição Vocal que brindará a plateia com dois shows, ambos sem cobrança de ingressos, levando ao palco a partir das 10 horas o Quarteto Cobra Coral (BH) e o Grupo Tarumã (SP).

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