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Disco com canções concebidas durante a reclusão imposta pela pandemia de Covid 19 já está nas plataformas digitais e traz parcerias de sul mineiros e de artistas internacionais
Está disponível em todas as plataformas digitais de música o primeiro álbum do cantor e compositor Pedro Cezar, mineiro de Poços de Caldas. Matutando Sonho traz 14 faixas inéditas e apresenta ao público o universo intimista do autor, que ao lançar o disco colhe o doce fruto de um processo de pesquisa iniciado ainda durante o período mais agudo de reclusão e isolamento social impostos pela pandemia de Covid-19. O repertório reúne composições recentes e antigas, recolhidas especialmente para este projeto. Apesar de ser o pontapé de sua carreira solo, Cezar é adepto de trabalhos coletivos e reúne em Matutando Sonhos diversas participações especiais, do Brasil e do Exterior. Das novas parcerias, as faixas Para beber de las estrellas e Bwé de Mambo ainda contam, respectivamente, com a artista boliviana Alexia Loredo e do cantautor angolano Bona Ska. A cantora Tatiana Meirelles, o clarinetista Otávio Quartier e o violonista e compositor Gustavo Infante completam o time de colaborações. Rafael Moreira (baixo), Michel Nascimento (bateria e percussão) e Fábio Leandro (piano e teclados) também foram convidados para a gravação.
Pedro Cezar é mais um talento da área musical que desponta na acolhedora cidade sul mineira, na qual já são famosos entre outros o casal Jucilene Buosi e Wolf Borges e já se destacam entre outros o Duo Rodrigo Mendonça e Flávio Danza, Nego Moura & Os Camarás, Dons Maria e Mununu. De acordo com suas observações no texto de divulgação do álbum primogênito, é um disco de movimento, de andanças, de entender a rua como lugar onde o conhecimento e os encontros se dão e se convergem.
“São minhas lembranças de criança, de família, as ausências e presenças no cotidiano, a saudade e o amor em outras palavras”, apontou. “O aprendizado na cidade grande, a calmaria da vida no interior, o sonho em curso, tudo isso com trilha sonora”, acrescentou. Ainda segundo ele, talvez as canções selecionadas sejam aquelas que possibilitem “mostrar às pessoas um pouquinho do meu mundo sonoro, das minhas observações sobre a vida, detalhes que vão se revelando e que, às vezes, passam despercebidos”. Ao mesmo tempo, são músicas que abrem o caminho para Cezar assumir o protagonismo como intérprete, empunhando o violão enquanto canta, ao lado de músicos e musicistas que julga terem mais qualidade e competência.
Matutando Sonho faz parte do YES, TUPI, selo gerido pela pesquisadora musical Thabata Arruda, que também assina o projeto gráfico e a edição do álbum visual. A ilustração da capa é do artista pernambucano João Lin. O álbum é coproduzido, mixado e masterizado por Deivid Santos e foi gravado nos estúdios DS Estúdio (Poços de Caldas), Michel Nascimento (na cidade do Rio de Janeiro), Cassette Estúdio de Som (Luanda, Angola) e Estúdio Crom (Cochabamba, Bolívia).
“Este trabalho é a materialização de um sonho, reflete minha vivência musical e, sobretudo, minha admiração por todas as pessoas que se dedicaram e se dedicam para inventar e manter viva a Música Brasileira”, exclamou Cezar. “Quem sabe eu possa, humildemente, contribuir com esta história.”
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Uma das cinco filhas para as quais a mãeentoava cantigas como forma de tentar amainar a barra de criá-las sozinha, cantora africana com passagem por Portugal e por Salvador (hoje radicada na França, ao lado do parceiro Edouard Heilbronn, também músico), traz em seu novo álbum um grito de resistência que reafirma sua ancestralidade e mestiçagem
O Barulho d’água Música volta a navegar por águas fora do Brasil para trazer de além-mar e apresentar aos amigos e seguidores o Pwanga, terceiro disco da carreira de Lúcia Carvalho, angolana de Luanda, maior cidade e capital do país lusófono da África Central. Com 13 faixas e participação do paraibano Chico César em Desperta (#2), Pwanga está disponível nas plataformas digitais e saiu em formato laser e vinil no final de 2021, pela produtora francesa Zamora. O B’aM o encontrou disponível para ser baixado em formato MP3 pelo blogue La Uva y La Parra, cujo endereço estará ao final desta atualização, mas fica a dica para que a equipe de Lúcia seja contada por suas redes sociais e o álbum comprado diretamente dos produtores, não apenas pelas composições e para apoiar o trabalho dos artistas, mas ainda porque tem um encarte de belíssima identidade visual.
As tradicionais audições matinais aqui na redação do Barulho d’água Música, no Solar do Barulho, na Estância Turística de São Roque (SP) começaram neste dia 12 de junho com Olorum, terceiro disco solo do baiano de Cachoeira Mateus Aleluia, disponibilizado apenas em versão digital pelo Selo Sesc no ano passado. O disco, que sucede Cinco Sentidos (2010) e Fogueira Doce (2017), traz em 13 faixas um tributo à divindade Olorum (Dono Além do Céu) que, na mitologia Yorubá e em algumas religiões de matriz africana é o ser supremo, responsável pela existência da humanidade e dos orixás. É o criador de tudo e de todos.
Como é o deus supremo, Olorum significa o Dono do Céu. Foi ele o responsável por criar todos os deuses – ou orixás – e também por dividir o universo sobrenatural, o Orum, do mundo em que os homens vivem – Aiê. Por fim, ele também pode ser reconhecido como Olodumare. .
Fábula escrita há quase 40 anos, que estava na gaveta do consagrado capista, é lançada por editora premiada no segmento de obras didáticas; antes de chegar às prateleiras das livrarias virou disco na voz do baiano tropicalista
O jornalista, artista gráfico e cenógrafo paranaense de Rolândia radicado em São Paulo Elifas Andreato, conhecido por conceber algumas das mais belas capas de discos de todos os tempos da música brasileira, muitas premiadas e expostas em mostras até fora do país ¹, acaba de estrear na literatura também como escritor de histórias infantis. Em 6 de outubro, em uma concorrida livraria da rua Fradique Coutinho, em São Paulo, seus amigos e fãs mais uma vez o prestigiaram, desta vez para o lançamento de A Maior Palavra do Mundo, uma Fábula Alfabética, que conta com 56 páginas ilustradas por Fê, considerado uma dos mais criativos ilustradores da atualidade.
A Maior Palavra do Mundo… é o abre-alas da nova fase da Palavras Projetos Editorias, liderada pelo editor Cândido Grangeiro e formada no segmento de didáticos, destacada por inúmeros títulos aprovados pelo Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD), e que, agora, aposta fichas também no segmento infanto-juvenil. Para Elifas Andreato levar o livro ao prelo, entretanto, demorou 37 anos, tempo no qual os originais ficaram na gaveta do autor. O trabalho teve origem a partir de uma das muitas histórias que Elifas contava para seus filhos quando eram pequenos: contos envolvendo as letras do abecedário.
Depois de pronta, Elifas Andreato enviou a obra para que um amigo especial a musicasse: Tom Zé. “Para mim, uma boa narrativa sempre vem acompanhada de música”, explicou o artista gráfico. Na época, Andreato gravou as composições feitas por Tom Zé em uma fita cassete, que os filhos acabaram levando à escola, fazendo com que toda a turma decorasse as canções e “cansassem” de brincar com as cantigas.
Capa e contracapa do disco de Tom Zé sobre as fábulas de Elifas Andreato
O projeto da fábula musical foi retomado no ano passado, dando origem, primeiramente, ao álbum para o público infantil Sem você não A, que Tom Zé lançou na semana do Dia das Crianças, em outubro de 2017. O livro e o CD, portanto, estão prontos, mas o projeto poderá ganhar, ainda um novo formato, agora como musical.
A Maior Palavra do Mundo, uma Fábula Alfabética envolve um mistério, que se inicia quando o ressentido Silêncio, habitante mais antigo daquelas terras, resolve sequestrar a Curiosidade, a regente de todas as letras. Para libertá-la, Silêncio propõe um enigma: descobrir qual a maior palavra do mundo: “Ela começa com E, tem pelo meio Amor, Alegria, Vontade, Amizade, Felicidade, Solidariedade, Respeito e acaba com as últimas das vogais”.
Antes de gravar o álbum Sem Você não A, Tom Zé ainda estava às voltas com a repercussão do disco de 2016, com temática sexual, Canções Eróticas de Ninar(2016). Guinou de um universo ao outro mostrando o quanto é eclético e sua obra abrangente em apenas 30 dias, após receber um convite do Sesc para apresentar algo novo como parte da programação da entidade para o Dia das Crianças de 2017, da qual ele seria atração. O baiano tropicalista tinha em seus armários a fita cassete que Elifas enviar e sacou que chegara a hora de , enfim, musicá-la. Recorreu a alguns amigos e na empreitada que arremataram em 30 dias buscou colocar elementos que são marcantes para a petizada, deixando com cara de gente miúda o disco que tem participações de Leandro Paccagnella (bateria), Daniel Maia (violões), Paulo Lepetit (baixo, guitarras), Jarbas Mariz (percussões), Adriano Magoo (sanfona, teclados), Luanda, Andreia Dias, Daniel Maia e Jarbas Mariz (coro).
“As repetições, por exemplo. Crianças gostam muito de repetições, por isso eu fiz algumas poucas alterações nas letras do Elifas para colocar um pouco mais desse recurso“, disse Tom, complementando: as letras seguiram a ideia central da fábula criada por Elifas Andreato, explicada minuciosamente no encarte. “Esta fábula não começa com ‘era uma vez…’ porque acontece no abecedário, terra onde vivem os habitantes do alfabeto”, explicou Elifas. A história em que “não há reis nem rainhas, nem princesas, sapos ou fadas” tem as letras como protagonistas. As maiúsculas precisam das minúsculas e as vogais, das consoantes. “Elas bem entendem que letra nenhuma escreve nada de fundamental sozinha.”
A música de Tom Zé para o episódio do enigma proposto pelo Silêncio (lembram dele?) mata a charada: “A maior palavra do mundo é eu / Eu, eu, eu, eu, digo eu / Simplesmente Eu / Eu, eu, eu, eu digo eu / Simplesmente eu.” A música continua: “O Eu é tão gorduchão / É tão gigante grandão / Que o mundo é um pigmeu / Diante de um simples Eu / E como, não se sabe como”.
Tom Zé recordou que em shows de lançamento do disco no ano passado, no Sesc Pinheiros, e a reação das crianças a músicas como esta foi das mais gratas, conforme disse em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo. “Resolvemos usar elementos que usamos em shows, mas trocando símbolos para o universo infantil”, contou Tom. O capacete dos integrantes da banda, um artifício incorporado em outros shows de Tom Zé, era golpeado por um martelo. “Mas, se eu colocasse isso no show de agora e elas fizessem isso em casa, iriam parar no hospital. Trocamos então o martelo por frutas”.
Mas e o Silêncio, esse esperto que cria o conflito na história ao sequestrar a Curiosidade? Tom Zé fala sobre ele na música A Praga do Silêncio, valendo-se à vontade das repetições. “Eu vou te rogar uma praga / Praga, praga / Abracadabra te pega / pega, pega / Assim como flor arrancada do chão / Murcha, murcha, ah ah ah / Estrela tirada do céu / Apaga, apaga, apaga, apaga, apaga.” “Isso (no show) foi uma grande felicidade. As crianças subiram no palco, contra a orientação do próprio Sesc. Olha, quando eu fui fazer esse disco, pedi ao espírito que ele fizesse uma música interessante, e ele respondeu. As crianças, como escreveu alguém, são o mundo a começar de novo.”
Curiosidade fica presa para sempre, mas as letras começam a se solidarizar. Elas se juntam e começam a pensar no enigma, até que o A se desespera e foge para tentar resolver o caso sozinho. E quem se desespera agora são as outras letras, que sentem a falta que um A faz no alfabeto. O mágico G dá uma solução para o problema, quando faz descer do céu algumas de suas amigas estrelas. Elas ocupam as lacunas deixadas pelo A e fazem a leitura ainda possível. Alivia, mas não cura. “Sem você não haverá luas / Nem teremos o azul do mar pra navegar / Ai ai, hum hum / Sem você não A / Sem você não haverá canção”, canta Tom Zé na faixa-título Sem Você Não A.
As letras e as palavras passam por uma revolução desde a chegada das novas tecnologias. Ao mesmo tempo em que as pessoas começaram a escrever mais, o tempo todo, nunca a língua portuguesa foi tão maltratada em abreviações de postagens em Twitter, Facebook e WhatsApp. Tom Zé acredita que o buraco é mais fundo. “Há mais de 20 anos que a universidade forma pessoas que não sabem ler, nem escrever. Antes da internet, a língua portuguesa já estava depreciada pelas autoridades públicas.”
O traço das ilustrações de Elifas Andreato não é conhecido apenas das capas de discos, como a antológica de Bebadosamba, de Paulinho da Viola: ele também é autor de cartazes que marcaram época como o da imagem central
¹Elifas Andreato nasceu em 1946. É jornalista, artista gráfico, capista e cenógrafo com carreira permeada de trabalhos artísticos e jornalísticos; às vezes, simultâneos. Como mostra do reconhecimento pela qualidade de sua obra, recebeu diversos prêmios, entre eles: em 1997, o Prêmio Sharp de Música pela capa do CD Bebadosamba, de Paulinho da Viola; em 1999, o Prêmio Aberje (Nacional e Regional) pela exposição itinerante O Brasil Encantado de Monteiro Lobato; em 2011, o Prêmio Especial Vladimir Herzog, concedido pelo Instituto Vladimir Herzog e outras entidades a pessoas que se destacam na defesa de valores éticos e democráticos e na luta pelos direitos humanos. Entre seus trabalhos mais conhecidos, vale mencionar o musical infantil Canção dos Direitos da Criança, em parceria com Toquinho, que ganhou os palcos em 2017.
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A cantora, compositora, guitarrista e produtora Aline Frazão (Luanda/Angola) percorrerá cinco cidades do Brasil durante abril para divulgação do álbum três de sua carreira, Insular, que apresenta novas parcerias — com a poetisa conterrânea Ana Paula Tavares, , e a rapper portuguesa Capicua– além de uma versão para Susana, de Rosita Palma, com a participação especial de Toty Sa’Med. Aline Frazão vem se firmando desde o lançamento do primeiro disco Clave Bentu (2011) como um dos nomes sonantes da nova geração de músicos angolanos. Embora atualmente viva em Lisboa, simultaneamente ao trabalho musical integra o painel de cronistas do jornal Rede Angola, para qual assina uma crônica por semana.
Clave Bantu oferece repertório autoral gravado em Santiago de Compostela e conta com duas parcerias inéditas com os escritores angolanos José Eduardo Agualusa e Ondjaki. Depois deste primeiro trabalho, Aline Frazão trouxe a amigos e fãs Movimento, em 2013. Com este vieram as turnês internacionais que a conduziram a Cabo Verde, Quênia, Etiópia, Tanzânia, Alemanha, Brasil, Portugal, Suíça, Noruega e Áustria. Já Insular a levou a Jura, uma pequena ilha da Escócia, e contou com a produção do britânico Giles Perring, mais a considerada decisiva participação do guitarrista Pedro Geraldes (Linda Martini). Luanda acolheu o primeiro concerto, a 31 de outubro do ano passado.
Críticos têm apontado que o mais recente compacto como “um manifesto de economia poética” feito “da mesma matéria dos grandes discos de Paul Simon e Caetano Veloso, porque respira da mesma universalidade e sabedoria”. Ao tecer os elogios, eles ainda observam: “É um caso sério esta rapariga de 27 anos, que finta as suas origens e as baralha com iguais doses de profundidade e simplicidade, tarefa a que muitos autores se dedicam, mas poucos conseguem”.
A primeira escala neste retorno ao Brasil de Aline Frazão será em Belo Horizonte (MG), conforme cronograma abaixo. Em São Paulo ela cantará a 13 de abril, na casa Mundo Pensante, situada no tradicional bairro do Bixiga. Irão acompanha-la a portuguesa Susana Travassos, Socorro Lira (Brejo do Cruz/PB) e Ceumar (Itanhandu/MG).
Apresentações de Aline Frazão no Brasil
8 de abril, 20h Sesc Palladium, Belo Horizonte (MG) Participações de João Pires e da Nath Rodrigues Ingressos: R$ 25,00 (inteira) e R$ 12,50 (meia)
10 de abril, 18h Santander Cultural, Porto Alegre (RS) Ingressos: R$ 12,00
13 de abril, 20h Mundo Pensante, São Paulo Participações: Ceumar, Socorro Lira e Susana Travassos Rua Treze de Maio, 825, Bela Vista (Bixiga), 11 5082-2657 Ingressos: R$ 15,00
11 de abril, 20h Teatro Esperança, Jaguarão (RS) Ingressos: R$ 20,00
15 de abril, 22h Participação: Natasha Llerena Bar Semente, Rio de Janeiro (RJ) Ingressos: R$ 30,00