1576 – Em mais um concerto para marcar seus 20 anos, Orquestra Filarmônica de Violas (SP) recebe em Jundiaí Toninho Ferragutti

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A Orquestra Filarmônica de Violas (OFV), estabelecida em Campinas (SP), já com 21 anos de atuação e três álbuns gravados, foi contemplada pelo Programa de Ação Cultural (ProAc) da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo para promover três concertos comemorativos às duas primeiras décadas de contribuições à cultura popular. A série de apresentações passou por Campinas em 24 de agosto, quando contou com a participação do compositor, pesquisador, professor e violeiro Ivan Vilela, idealizador da OFV; em 26 de agosto, em Piracicaba, a convidada para a segunda rodada foi Ana Luiza, poeta, cantora e compositora. Para a noite de 30 de setembro, a atração que estará ao lado dos 14 músicos atualmente regidos por João Paulo Amaral será o acordeonista Toninho Ferragutti, no palco do Teatro Polytheama, em Jundiaí.

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1574- Natália Lepri e André Siqueira costuram voz e violão em disco lançado pela gravadora Kuarup

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Com a espontaneidade dos concertos ao vivo, Macramê foi gravado em apenas dois dias. Traz em 13 faixas releitura de clássicos brasileiros e latino-americanos, com a participação de André Vercelino. O disco está disponível nas plataformas digitais e em versão física.

O álbum Macramê, que tem distribuição e lançamento pela produtora e gravadora Kuarup nas plataformas digitais, surgiu do diálogo musical criativo e constante dos artistas. O duo formado por Natália Lepri (voz) e André Siqueira (violão, violão barítono, viola caipira e flauta contralto), traz em sua textura o conceito do contraponto, linha versus linha, ponto contra ponto, como princípio criador. O formato camerístico e a opção de utilizar os instrumentos alinhavando linhas melódicas, além do acompanhamento harmônico tradicional, geram texturas pouco ouvidas neste formato de violão e voz.

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1236 – Mônica Salmaso apresenta “Caipira”, álbum de 2017, em duas sessões no MASP (SP)

No palco a cantora estará acompanhada pelos músicos Neymar Dias (viola caipira), Lulinha Alencar (acordeon), Teco Cardoso (flautas), Luca Raele (clarinete) e Ari Colares (percussão)

Em mais duas apresentações da turnê Caipira, seu mais recente álbum, a  cantora Mônica Salmaso cantará na cidade de São Paulo, nos dias 28 e 29 de setembro, às 21 horas e às 19 horas, respectivamente. O palco de ambas as cantorias será o mesmo: o auditório do Museu de Artes de São Paulo (MASP), onde ela passará pelo belo repertório que contempla a mágica sonoridade da raiz caipira brasileira e que tem origem numa pesquisa realizada pelo violeiro Paulo Freire, por encomenda da própria Mônica, há mais de 10 anos.

A história de Caipira, produzido por Teco Cardoso com arranjos conjuntos da cantora com Neymar Dias (viola caipira e baixo acústico), Nailor Proveta (clarinete e sax tenor) e Toninho Ferragutti, vai além da pesquisa e registra um momento ímpar na carreira de Mônica Salmaso. Ela mergulhou nessa estética musical e canta não necessariamente músicas antigas e releituras, mas um trabalho guiado pela interpretação singular e precisa — um trabalho caipira com originalidade e assinatura. “Esse é o ‘meu disco caipira’, com todo o respeito que eu tenho pelo Brasil mais profundo e pelas nossas qualidades criativas que beiram o infinito”, disse Mônica. “Neste momento é mais urgente do que nunca respeitarmos o que somos e cuidarmos da gente”, emendou sobre  o álbum lançado em 2017, com show no Sesc Vila Mariana.

No palco do MASP estará acompanhada por Neymar Dias, Lulinha Alencar (acordeon), Teco Cardoso (flautas), Luca Raele (clarinete) e Ari Colares (percussão). Silvestre Júnior assinará a iluminação, Carlos Rocha será o responsável pela engenharia de som e Carla Assis pela produção executiva.

Caipira já passou por capitais como Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS). Antes do retorno a São Paulo, a turnê girou por Recife (PE),Salvador (BA)e Belém (PA), viabilizada pela Lei de Incentivo a Cultura, com patrocínio de um grande banco privado.

 

Mônica Salmaso iniciou a carreira na peça O Concílio do Amor, em 1989. Em 1995, gravou o disco Afro-Sambas, um duo de voz e violão com o instrumentista Paulo Bellinati, incluindo todos os afro-sambas de Baden Powell e Vinícius de Moraes. Em 1997, foi indicada ao Prêmio Sharp como revelação na categoria MPB. Lançou Trampolim, em 1998, e Voadeira, um ano depois, com o qual ganhou o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).

O quarto álbum de Mônica, Iaiá, nasceu em 2004, seguido por Noites de Gala, Samba na Rua, de 2007, com músicas de Chico Buarque. Nesse ínterim, foi convidada como solista de várias orquestras, como a Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), OSB, Jazz Sinfônica de São Paulo e Orquestra Jovem Tom Jobim, entre outras, tendo inclusive participado de um disco da Osesp, com regência de John Neschling, em 2006.

Alma Lírica Brasileira, com Teco Cardoso e Nelson Ayres, lançado  em 2011, recebeu o 23º Prêmio da Música Brasileira, na categoria Melhor Cantora. Corpo de Baile  (2014), com músicas de Guinga e Paulo César Pinheiro, recebeu quatro indicações ao Prêmio da Música Brasileira, das quais venceu duas – Melhor Cantora de MPB e Melhor Canção. Em 2017, lançou Caipira, que tem recebido elogios da crítica especializada, sendo premiado como Melhor Álbum e Melhor Cantora na Categoria Regional pelo 29º Prêmio da Música Brasileira. Em dezembro de 2018, saiu o DVD Corpo de Baile, pelo Selo SESC, com direção de Walter Carvalho e produção musical de Teco Cardoso.

Os projetos recentes da cantora Mônica Salmaso inclui uma turnê pelo Japão com Guinga e a turnê nacional de Caipira.

As canções gravadas em Caipira: A Velha (D.P., adaptada por Nivaldo Maciel), Alvoradinha (D.P.), Feriado na Roça (Cartola), Açude Verde (Sérgio Santos e Paulo C. Pinheiro), Minha Vida (Carreirinho e Vieira), Água da Minha Sede (Roque Ferreira e Dudu Nobre), Baile Perfumado (Roque Ferreira), Bom Dia (Nana Caymmi e Gilberto Gil), Caipira (Breno Ruiz e Paulo C. Pinheiro), Leilão (Heckel Tavares e Joracy Camargo), Primeira Estrela de Prata (Rafael e Rita Altério), Saracura Três Potes (Cândido Canela e Téo Azevedo) e Sonora Garoa (Passoca).

O violeiro Paulo Freire (Foto: Marcelino Lima/Acervo Barulho d’água Música)

Cada enxadada uma minhoca

Paulo Freire, violeiro 

Caipira, quem é caipira? Muitos se perguntam se o caipira mudou, ou mesmo sumiu, dando lugar a uma nova gente que vive nos interiores. Na verdade, o caipira está cada vez mais presente, sem que muitos se deem conta. 

Vai ouvindo…

Com o movimento de migração para os grandes centros, desde o século passado, o povo da roça veio ocupar as cidades. Buscar oportunidade de trabalho e estudo, deixando a terra de lado. Mas até onde isso é bom? Para que morar tudo socado, um em cima do outro? Que vantagem pode trazer o trabalho na cidade grande, que dá um dinheiro insuficiente para tentar consumir o que muitas vezes nem se precisa? E tem mais… muito mais! 

siora e o siô podem reparar o tanto de gente que hoje em dia sonha em ter sua casinha no campo para passar os finais de semana, ou morar quando a idade apertar. É que existe um “movimento da volta”: a necessidade de largar o pé no riacho, de perceber a real dimensão do tempo, além da importância do sol e da chuva, de conhecer a terra, o nosso chão. Sabe quando a gente acha que está sem chão, que não dá pé? É isso que estamos sentindo falta. E ainda tem mais, tem mais! 

Os valores do caipira. Ali, onde a palavra empenhada tem mais valor que um contrato assinado com firma reconhecida no cartório da cidade. Onde se faz um mutirão para socorrer um vizinho necessitado. Onde todos se cumprimentam, enquanto na cidade nem o vizinho de apartamento a gente conhece é na roça que as pessoas se juntam para um catita, para o giro da folia de reis, sem esperar recompensa de dinheiro para isso, mas o agradecimento da graça alcançada. De Deus, dos santos, ou da própria natureza, Falar nisso, tem tanta gente que se diz defensor da natureza sem nunca ter apanhado um torra de terra roxa sequer…

Na verdade, estamos sentindo uma falta tremenda de tudo o que significa o caipira. Vou dar um exemplo simples aqui: Inezita Barroso nos deixou no dia 8 de março de 015. Desde o final de 2014, ela não gravava mais o Viola, minha viola. Este programa está no ar desde 1980! É o mais longevo da TV brasileira. Como se isso já não fosse suficiente, repare, o falecimento de nossa rainha já completou quatro anos e o Viola continua no ar com suas reprises! Justamente o programa que trata desse mundo caipira. Inezita é nossa bandeira. Comoo explicar que a viola continue no ar?¹ Tem aí um segredo que vive dentro de urna frase do incrível violeiro Renato Andrade, Ele viveu a época de maior preconceito com a viola e o caipira. E dizia assim: “Viola é que nem mortadela: todo mundo gosta, mas tem vergonha de comer na frente dos outros”. 

Pois bem, essa vergonha virou necessidade, urgência do ser humano abraçar tudo o que significa ser caipira. Matar essa saudade, conhecer nossa terra, viver mais de acordo com a natureza, os valores e inté o sabor que verve numa lata de banha de porco para cozinhar o feijão, no tempo esticado de um fogão de lenha.

E é justamente nessa roça que a querida Mônica Salmaso buscou o seu Caipira. Tanto nas composições de quem é nascido e criado ali, onde canta o sabiá, inté do povo da cidade que tem a sensibilidade de buscar no campo a qualidade de sua poesia. Não se trata de imitar o caipira, de querer ser corno ele, mas de aproveitar o que temos de mais sincero e trabalhar os cantos e desejos de nossa terra. No Caipira não tem desperdício, cada enxadada é uma minhoca Das graúdas! E a Mônica se atira nesse mundo, com toda sua categoria e seriedade. Trabalho. Escutar o disco é sentir o cheiro do jatobá. Vai ouvindo… A siora sabia que “jatobá’ em tupi significa ‘fruto da casca dura”? Pois é ansim que nóis semo: continuamos ali, firmes, espalhados pelo nosso chão, O jatobá é sagrado. Uma das madeiras mais valiosas do mundo — como o Caipira que a Mônica nos apresenta. É aproveitado e admirado, de cheiro adocicado e de casca dura. Hummm, é caipira e jatobá Sim, somos caipiras! E como diz o grande Zé Mulato: “Semo porque semo. E também porque podemo”.

FICHA TÉCNICA 

Mônica Salmaso: voz/Neymar Dias viola caipira/Lulinha Alencar: acordeon e piano/Teco Cardoso: sax e flautas/Luca Raele: clarinete/Ari Colares: percussão/Carlos Rocha-Som Vivo: Som/Silvestre Garcia Júnior: iluminação/Ruth Freihof-Passaredo Design: design/Paulo Rapoport: fotos/Carla Assis: Coordenação de produção 

¹Pouco tempo depois deste texto ser produzido por Paulo Freire e publicado no flyer da turnê nacional de Caipira, a TV Cultura decidiu no começo de agosto acabar com o Viola, Minha Viola, que estava há 39 anos no ar e nos dois mais recentes anos vinha tendo como apresentadora a cantora e violeira Adriana Farias, O Viola Minha Viola não terá novos episódios e como os derradeiros inéditos já foram gravados em 2018, a emissora optou por apenas reprisar os arquivos por tempo indeterminado, mantendo o programa no ar desde 11 de agosto às 7 horas, antes da Missa de Aparecida, com Adriana Farias ainda no comando, mas já fora do elenco da TV, que não renovou o contrato dela.

O Viola, Minha Viola estreou em 25 de maio de 1980, com Moraes Sarmento (1922-1998) e Nonô Basílio (1922-1997). No mesmo ano recebeu Inezita Barroso no palco. Ela cantou A Moda da Mula Preta, contou sua história e agradou ao público. De convidada, passou para o posto de apresentadora até a morte em 2015, apresentando mais de 1.500 edições.

Serviço

Show: Mônica Salmaso em Caipira

Datas:27 e 28 de setembro. Sexta e sábado, às 20h
Ingressos: R$ 60 (inteira), R$ 50,00 (Vale Cultura) e R$ 30,00 (meia)
Bilheteria: Terça a domingo – 10h às 17h30 ou até o início do espetáculo
Ingressos online:  https://masp.org.br/
Meia-entrada: estudantes, idosos, professores e pessoas com deficiência + acompanhantes (apresentar o comprovante de meia-entrada na compra e na porta do espetáculo).
Classificação: Livre. Duração: 1h30.
MASP Auditório
Avenida Paulista, 1578,- Bela Vista, São Paulo
Tel: (11) 3149-5959

 

1211 – Wallace Oliveira Trio abre turnê paulista com concerto gratuito na Casa de Cultura Ipiranga*

Proposta dos músicos  é apresentar a versatilidade da guitarra portuguesa, acompanhada por violão e percussões, com repertório que vai do rock à milonga, da world music ao baião em uma narrativa musical que une o tradicional ao contemporâneo, parte do repertório do álbum lançado em 2018 com concorridas apresentações além-mar

Com Eliane Verbena, da Verbena Comunicação

Após turnês de sucesso em Portugal, o Wallace Oliveira Trio traz a versatilidade da guitarra portuguesa, instrumento tradicional do fado, para espaços da cidade de São Paulo, em quatro concertos gratuitos neste mês e em agosto, e ao 19º Festival de Inverno de Paranapiacaba (FIP), em Santo André (SP). Formado por Wallace Oliveira (guitarra portuguesa), Sérgio Borges (violão de sete cordas) e Adriano Busko (percussão), o trio tocana Casa de Cultura Ipiranga, neste domingo, 21 de julho, às 16 horas. Duas apresentações no FIP estão previstas para uma semana depois, no dia 28 de julho: a partir das 15 horas, no Palco Mercado, e, depois acompanhada pela fadista luso-brasileira Ciça Marinho, no Palco Rua Direita, às 18 horas. Wallace, Borges e Busko regressarão à Capital para novas rodadas em 16 , 21 e 23 de agosto (ver a guia Serviços)

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789 – Sesc Ipiranga promove em janeiro atividades e espetáculos com expoentes da Vanguarda e do Lira Paulistana

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O Lira Paulistana começou como um pequeno teatro em Pinheiros, depois acolheu várias outras formas de manifestação artística dos integrantes da Vanguarda Paulistana engajada com a renovação de linguagens e do conceito de entretenimento durante seis anos, agitando os parâmetros culturais não apenas em Sampa, mas país afora (Foto: Arquivo Pessoal de Calil Neto)

O Sesc Ipiranga está promovendo espetáculos musicais e atividades protagonizados por expoentes da turma de artistas que formou a Vanguarda Paulista entre 1979 e 1986, inicialmente concentrada no teatro Lira Paulistana, que ficava situado no bairro de Pinheiros, na cidade de São Paulo. Batizado Lira Paulistana: 30 anos. E depois?, o projeto pretende gerar reflexões e por em debate a produção contemporânea, convidando-os para discorrer sobre os caminhos da criação e como se desenha hoje, em Sampa, os espaços catalisadores da nova produção e do experimentalismo. O cronograma começou a ser cumprido com apresentações de Luiz Tatit, Arrigo Barnabé e Lívia Nestrovski e Cida Moreira, nos dias 8, 9, e 10, e terá sequência até o último dia de janeiro, com ingressos cotados entre R$ 6 e R$ 20,00.

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757 – Casa do Núcleo (SP) recebe concerto Prisma, do Duo Bico de Pena

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O Duo Bico de Pena tem 22 anos de estrada (Foto: Andreia de Souza, acima e  no destaque)

A Casa do Núcleo receberá na sexta-feira, 11, o Duo Bico de Pena, para executar o concerto Prisma, a partir das 21 horas. Formado por Renato Camargo (flauta) e  Angelique Camargo (violoncelo), no primeiro bloco o Duo Bico de Pena apresentará algumas das composições e arranjos mais significativos que produziu em 22 anos de carreira, seguidos de peças inéditas nas quais explora experiências novas como as vozes de ambos, em improvisos coletivos que visam a atingir o desafio de expressar a riqueza da música brasileira pelas entrelinhas de suas composições e arranjos.

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719 – MinC confere a Rolando Boldrin grau de Comendador da Ordem do Mérito Cultural

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A presidenta Dilma Rousseff homenageou na segunda-feira, 9 de novembro, em Brasília (DF), artistas brasileiros agraciados com a Ordem do Mérito Cultural de 2015, concedida pelo Ministério da Cultura (MinC) nos graus Grã-Cruz, Comendador e Cavaleiro a personalidades, grupos ou instituições como reconhecimento por suas contribuições ao país. Com direito a show com Caetano Veloso, que entre outros dos seus sucessos cantou Alegria, Alegria, a edição deste ano teve como maior homenageado o poeta paulista Augusto de Campos – criador, ao lado do irmão, Haroldo de Campos, e de Décio Pignatari, do movimento nacional de poesia concreta, na década de 1950. Entre os laureados vinculados à musica estiveram Daniela Mercury e as Ceguinhas de Campina Grande (Grã-Cruz), Arnaldo Antunes e Rolando Boldrin (Comendador), além de Humberto Teixeira, cearense reconhecido Cavaleiro póstumo por entre outras obras ser o coautor de clássicos em parceria com o Rei do Baião, Luiz Gonzaga (PE).

Rolando Boldrin dispensa qualquer tipo de apresentação. Cantor, compositor, ator de cinema, de teatro, de televisão e escritor, tornou-se o querido Sr. Brasil, deferência pela qual seus fãs e amigos passaram a tratá-lo e que faz referência ao programa que já está há 35 anos no ar, dos quais a década mais recente com gravações no teatro do Sesc Pompeia, em São Paulo, acolhidas pela TV Cultura.

Em 20 de julho, Boldrin pode sentir todo o carinho que merece do público nacional — que alcançou por ser um defensor e promotor dos valores tradicionais da cultura popular — durante o programa especial que a emissora da Fundação Padre Anchieta gravou na Sala São Paulo, com a presença de expoentes como Vital Farias, Saulo Laranjeira, Arismar do Espírito Santo, Jane Duboc, Casuariana, Quinteto Violado e os membros do grupo Pau-Brasil, entre os quais Mônica Salmaso, Léa Freire, Paulo Bellinati, Teco Cardoso e Nélson Ayres. Em 25 de setembro, um pouco menos  de um mês antes de completar 78 anos, Rolando Boldrin recebeu o título de Cidadão Guairense, conferido pela Câmara Municipal de Guaíra, cidade do Interior paulista no qual iniciou a carreira aos doze anos e que integra a região da terra natal, São Joaquim da Barra.

Da lavoura ao cinema, hoje esquecidas

As irmãs Indaiá, Maroca e Poroca são as Ceguinhas de Campina Grande, alusão à cidade paraibana em cujas ruas Francisca Conceição Barbosa (Indaiá), Maria das Neves Barbosa (Maroca) e Regina Barbosa (Poroca) começaram a cantar, antes dos sete anos. O reconhecimento do trio veio em 1999, ano do lançamento do documentário A pessoa é para o que nasce, que conta a vida delas, mas as três vêm se queixando de terem sido esquecidas após o sucesso do filme, conforme relataram em programa da qual foram destaque, levado ao ar pela TV Record, em rede nacional, no dia 4 de outubro, e gravado na residência de uma amiga onde há um ano vivem de favor após perderem tudo que ganharam na carreira por má administração dos gestores dos seus bens.

 As Ceguinhas de Campina Grande já se apresentaram com Gilberto Gil e os Paralamas do Sucesso. Cegas de nascença, as três trabalharam na lavoura desde crianças.  E chegaram a ser alugadas como mão de obra temporária pelo próprio pai, que era alcoólatra. O pai morreu quando Indaiá tinha sete anos e elas passaram a se apresentar nas ruas de Campina Grande, cantando emboladas e tocando ganzá. Com as doações que recebiam, sustentavam 14 parentes.

O repertório do trio, aos poucos, passou a incluir cantigas, cocos e outros ritmos do cancioneiro nordestino que as irmãs reprocessaram com acréscimo de improvisos. Em 1997, foram levadas pelo cineasta Roberto Berliner para uma participação no programa Som da Rua, da TVE. Em seguida, Berliner utilizou as gravações feitas para o programa e montou o documentário de curta-metragem A pessoa é para o que nasce.

O sucesso do curta levou a um convite para participar do festival de percussão Percpan de 2000, em Salvador (BA). O grupo recebeu elogios de Naná Vasconcelos e de Otto, além de ser homenageado numa composição de Gilberto Gil. Em 2004, Berliner lançou a versão em longa-metragem do seu documentário. No mesmo ano as três irmãs receberam pela primeira vez a Ordem do Mérito Cultural.

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O amigo do Rei

Humberto Teixeira, nascido em Iguatu (CE) em 1915, é um dos mais representativos e produtivos compositores da música popular brasileira. Músico e poeta, criou com Luiz Gonzaga clássicos como Asa Branca. Teixeira exerceu mandato de deputado federal e criou lei que leva seu nome para divulgar a arte e a cultura brasileira pelo mundo por meio das Caravanas de Música Popular Brasileira. Conhecido como “O Doutor do Baião” e como “O Grande Poeta da Seca”, faleceu em 3 de outubro de 1979, no Rio de Janeiro.

 

Homenagem ao Sr. Brasil pelos 10 anos na TV Cultura deixa lotada a Sala São Paulo

O Barulho d’Água Música acompanhou, ontem, 20 de julho, a gravação do programa especial que marca os 10 anos do Sr. Brasil, com Rolando Boldrin, na TV Cultura. O apresentador recebeu no palco da Sala São Paulo Mônica Salmaso e o grupo Pau Brasil, Vital Farias, Saulo Laranjeira, Luís Carlos Borges, Arismar do Espírito Santo e Jane Duboc, Casuarina, Luca Bulgarini e o Quinteto Violado, entre outros músicos. E também cantou e declamou, além de contar pitorescos e curiosos causos, uma das marcas do programa. Na plateia que ocupou praticamente todas as cadeiras, Boldrin contou com o prestígio dos músicos que formam o Projeto 4 Cantos Cláudio Lacerda, Luiz Salgado, Rodrigo Zanc, Wilson Teixeira, mais Zé Geraldo, Fábio PorteConsuelo de Paula, Osni Ribeiro, Jaime Alem e esposa Nair Cândia, Daniela Lasalvia, Lucas Ventania, Danilo Gonzaga Moura, do Trio José, e Socorro Lira e vários outros cantadores e artistas de diversos segmentos.

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Novidades do acervo do Barulho d’Água: Júlio Santin, Eujácio Rocha, Almir Cortês…

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Júlio Santin (Foto: Adriano Rosa)

O Barulho d’Água Música está com o acervo mais rico e registra com carinho e agradecimento as doações dos álbuns “Quitanda” (Carol Ladeira), “Capim Dourado” (Júlio Santin); “Matuto Moderno 5” (Zé Helder e Ricardo Vignini); “Moda de Rock ao Vivo” (Zé Helder e Ricardo Vignini); “M.úsica P.ropositalmente B.izarra” (Subtotal); “Sina de Violeiro” (Pinho); “Orquestra de Violeiros de Americana” (Bruno Papiroti) e “Baile na roça” (Eujácio Rocha), cedidos diretamente pelos cantores e por Cláudio Lacerda, que nos repassou o “Sina de Violeiro”, mais o DVD da noite de entrega da segunda edição do Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira, gravado em 18 de janeiro de 2011, no Centro de Convenções Minascentro, em Belo Horizonte, pelo Instituto Brasileiro de Viola Caipira.

O vídeo traz o registro do show de Chico Lobo e Pereira da Viola com participação de Sérgio Reis, contemplados naquela ocasião. Já o trabalho magnífico do sanfoneiro Eujácio Rocha, em cujo encarte há uma pintura de Cândido Portinari, também é gentileza de Júlio Santin. A dedicatória em “Capim Dourado”,  cujo autor além de violeiro e produtor musical é cardiologista, por sinal, merece destaque: “Para Barulho d’Água, Uso Interno: uma moda de viola de seis em seis horas”. Grato, Júlio Santin, fica repassada a tua receita para os seguidores e amigos pois esta, com certeza, vem livre de contra indicações!

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Carol Ladeira (Foto: Marcelino Lima)

 

 

O blog ainda adquiriu preciosidades como “25 anos não são 25 dias” (Quinteto Violado); “Rock Rural” (Sá, Rodrix e Guarabyra); “Nosso Quintal” (Levi Ramiro); “Violeiro Bugre” (Índio Cachoeira); “Alto Grande” (Paulo Freire); “Acordar com os passarinhos” (Tião Mineiro); “Pássaros Urbanos” (Fagner); “Rabecas e Violas” (Valmir Rosa & Bob Mendes); “Limiar” (Almir Cortês); “Orquestra Filarmônica de Violas II”; “Angudadá”; “Fala de Bicho, Fala de Gente” (Marlui Miranda, John Surman, Rodolfo Stroeter, Nelson Ayres e Caíto Marcondes) e “Bojo Elétrico” (Matuto Moderno).

Almir Cortês, autor de “Limiar” (Foto: Marcelino Lima)