1542 – Leyde &Laura (MT) são destaque do projeto Viola Encanto de Mulher, homenagem a pioneiras do gênero caipira

MPB #MúsicaCaipira #MúsicadeViola #MulherVioleira #VioleirasdoBrasil #CulturaPopular

Dupla de irmãs mato-grossenses e revelações como Lizandra e Victória e Mel Moraes vão se apresentar a partir de 1º de junho em teatros e em praça no bairro paulistano da Penha, sem cobrança de ingresso. Concertos serão tributos a Inezita Barroso, Helena Meirelles e As Galvão, entre outras vozes femininas. Com Cristina Aguilera, Midia Brazil Comunicação Integrada

Com objetivo de dar voz ao gênero feminino na música e como instrumentista de viola caipira, será promovido no sábado, 4 de junho, a partir das 14 horas, o projeto Leyde e Laura – Viola Encanto de Mulher. O espetáculo sem cobrança de entradas levará ao público relevantes expoentes do gênero na atualidade como as irmãs  Leyde & Laura reconhecidas pela crítica e pelos fãs como um dos mais aplaudidos duetos femininos da história da música caipiraCarol Viola & Duda Cintra, revelações da música de raiz; Lizandra e Victória, meninas violeiras da cidade de Nova Odessa (SP); Jéssica & Juliana, que participaram do programa Esquenta (Rede Globo) e foram finalistas do concurso Esquentanejo, revelador de novos talentos da música sertaneja; e  Mel Moraes, selecionada no Festival Viola da Terra, com a composição instrumental Primavera dos Pássaros. Os concertos da série terão por palco a Praça do Rosário, no bairro da Penha, reconhecido ponto turístico da Zona Leste da cidade de São Paulo, onde está a Igreja do Rosário dos Homens Pretos, construída no século XIX, patrimônio histórico tombado. 

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1405 – Dupla com 74 anos de histórias de sucessos e mais de 30 prêmios, As Galvão (SP) anunciam final da carreira

#MúsicaCaipira #CulturaPopular #Palmital #Ourinhos #ParaguaçuPaulista

Marilene, a mais nova das irmãs que são joias do universo caipira, tem Alzheimer e devido à doença não consegue mais se lembrar das letras de quase trezentas músicas 

Após 74 anos de carreira e uma trajetória que as consagrou como um dos tesouros da vertente caipira da música brasileira, As Galvão estão deixando o palco e, para tristeza do seu numeroso séquito, vão parar de cantar e de se apresentarem em público. Se já não bastassem a pandemia de coronavírus (Covid-19) e suas múltiplas variantes que vinham impedindo as cantorias das admiradas irmãs, juntas na estrada desde 1947, Marilene (a mais nova, que toca viola) está acometida por mal de Alzheimer, conforme anunciou Mary (Meire, sanfoneira) ao blogue do jornalista André Piunti.

Marilene, aos 79 anos, já não consegue se lembrar das letras das canções do repertório da dupla que soma cerca de 300 letras –muitas das quais ambas ajudaram a imortalizar, como Beijinho Doce, de Nhô Pai, e que encheram mais de 30 álbuns, entre os quais Canta Inezita, que o selo da produtora e gravadora paulistana Kuarup lançou em 2019, com produção e direção de Thiago Marques Luiz em homenagem a Inezita Barroso, com as participações de Maria Alcina, Consuelo de Paula e Cláudio Lacerda. Antes de o disco sair, foi promovida uma concorrida turnê de shows que percorreu várias cidades paulistas.

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1262 – Rumo aos cem anos, guarânia ganha livro acadêmico e campanha para virar Patrimônio da Humanidade

Para Fazer Chorar as Pedras (…) de Evandro Higa, traz uma investigação etnomusicológica sobre o ritmo que existe desde 1925 e aborda também a polca e o chamamé, para explicar as contribuições, semelhanças e diferenças da música paraguaia no cenário musical brasileiro

A Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade do Estado de São Paulo (USP) promoveu hoje, segunda-feira, 25 de novembro, durante aula da disciplina Música Caipira e Enraizamento, ministrada pelo professor Alberto Ikeda, o lançamento de Para Fazer Chorar as Pedras: Guarânias e Rasqueado em um Brasil Fronteiriço, livro de Evandro Rodrigues Higa publicado pela Editora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Para Fazer Chorar as Pedras é essencialmente uma investigação etnomusicológica sobre a guarânia e o rasqueado no Mato Grosso do Sul nas décadas de 1940 e 1950, mas também passa por outros gêneros musicais, como a polca paraguaia e o chamamé, para explicar as semelhanças e diferenças entre eles no cenário musical brasileiro.

Bem além da terra do samba, somos também a terra da guarânia, da polca paraguaia brasileira, do chamamé, entre outros gêneros musicais, afirmou Ikeda, professor do Programa de Pós-Graduação em Música da ECA. Para ele, a obra é a primeira a mostrar com propriedade e referências as influências da música paraguaia no Brasil, principalmente na região de fronteira entre os dois países. Ainda segundo Ikeda, a obra se destaca por ser pioneira no assunto e preencher um vácuo da pesquisa histórico musical sobre as influências ibéricas na música popular e caipira no Brasil.

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1165- Kuarup lança “Canta Inezita”, álbum que homenageia Rainha da Música Caipira

Consuelo de Paula, Maria Alcina, As Galvão e Cláudio Lacerda interpretam 15 clássicos eternizados na voz da dama da viola,  a imortal Inezita Barroso

Ontem, 8 de março, data dedicada ao Dia Internacional da Mulher, completaram-se quatro anos da morte de Inezita Barroso — apenas quatro dias depois de ela ter completado 90 anos de vida.  Em homenagem à data global e para reverenciar a memória e a obra da Rainha da Música Caipira, o selo Kuarup lançou nas plataformas digitais e nas lojas Canta Inezita, aproveitando o espetáculo gravado ao vivo reunindo intérpretes de diferentes estilos e gerações no teatro do SESC Santo André, em São Paulo, nos dias 17 e 18 de agosto de 2018, com sucessos da apresentadora do programa Viola Minha Viola, cantora, atriz, violonista, professora e folclorista, uma das principais personagens da história da música popular brasileira. O álbum, gentilmente enviado à redação pela Kuarup, pelo qual mais uma vez agradecemos ao amigo Rodolfo Zanke e equipe, foi o escolhido para as tradicionais audições aos sábados pela manhã neste dia 9 de março aqui no Barulho d’água Música.

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649 – Cláudio Lacerda no Imagens do Brasil Profundo: a arte de melhorar o que já é ótimo!

cródio bma

Cláudio Lacerda, cantor e compositor paulistano, acompanhado por Daniel Franciscão (viola caipira) e Leonardo Padovani (violino), protagonizou na noite de quarta-feira, 16, mais um dos seus memoráveis shows, durante o qual cantou na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, sucessos da carreira que já soma três álbuns gravados, um prestes a ser colocado à disposição dos amigos e fãs (inúmeros, mas ainda poucos para um artista da sua magnitude e capacidade interpretativa e veia composicional!) e vários projetos dedicados à pesquisa, preservação e divulgação das tradições populares que abastecem o inesgotável e rico manancial da  música regional e de raiz nacionais, concebidos e costurados independentemente não sem mergulhar em dedicados estudos.  Cláudio Lacerda atendia ao convite do curador do projeto Imagens do Brasil Profundo, o professor de Sociologia Jair Marcatti, e mais uma vez provou: quando ele sobe ao palco o que já é normalmente ótimo pode ficar ainda melhor!

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Em Araraquara (SP) cala-se a segunda voz do Duo Glacial: menos de um mês depois de Ana, morre Miguel Cervan

duo glacial

Duo Glacial, com Inezita Barroso, em uma das edições do Viola, Minha Viola: o nome da dupla que imortalizou a toada clássica Poeira é sugestão de José Fortuna

A data de hoje, 13 de junho, era para ser apenas de alegria, por ser de louvor a Santo Antônio, o primeiro do trio festejado em junho, mas o transcorrer deste dia não está sendo nada feliz. Depois de registrar a passagem ao andar de cima do músico e compositor Fernando Brant, cumpre ao Barulho d’água Música publicar mais este texto de luto e de pesar, agora sobre a morte de Miguel Cervan, em Araraquara (SP), também na sexta-feira, 12. Miguel formou com a irmã, Ana, uma das duplas mais simbólicas e queridas do cancioneiro rural, o Duo Glacial. A morte decorreu de uma série de infartos que se iniciou ainda em casa e prosseguiu no Hospital Beneficência Portuguesa, da Morada do Sol. Ele tinha 79 anos e, por aqueles fatos que apenas a vida (ou a morte explica), perdera Ana pela mesma causa (paradas cardíacas agudas, associadas a suspeita de dengue e infecção urinária) há menos de um mês, em 19 de maio. Na ocasião, Miguel já passava por tratamentos e era Ana quem zelava pela saúde do irmão.  

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Lucas Ventania estará no Sr.Brasil; Boldrin tira da gaveta do tempo Pery Ribeiro

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Lucas Ventania, mineiro de Alpinópolis residente em São Paulo, cantou clássicos das músicas caipira e regional no banco em que dividiu com o apresentador Rolando Boldrin (Fotos: Marcelino Lima)

O programa Sr.Brasil que a TV Cultura levará ao ar neste domingo, 5 de outubro, às 10 horas, terá entre as atrações o cantor Lucas Ventania, natural de Alpinópolis (MG) e, atualmente, residente em São Paulo. Ventania gravou com Rolando Boldrin em 4 de junho, no teatro do SESC Pompeia, acompanhado de Sérgio Turcão (baixolão) e Daniel Franciscão (viola), ocasião em que cantou “Orgulhosa” (Mário Zan e Nhô Pai), Felicidade de Caboclo (Pichincha e Gino Alves), e Peão (Almir Sater e Renato Teixeira), esta tocando gaita.

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Noite para contar aos netos!

A noite de 4 de junho ficará na memória! Estive no teatro do SESC Pompeia e em privilegiado assento na primeira fila acompanhei a gravação de mais uma participação do Rodrigo Zanc para o programa Sr. Brasil. Ao meu lado estavam Wilson Teixeira, Cláudio Lacerda, Andreia Regina Beillo, Elisa Espíndola, Enos Emerick, Isaías Andrade e tantos outros bons amigos.

Zanc cantou três faixas de "Fruto da Lida"

Zanc cantou três faixas de “Fruto da Lida”

Zanc cantou com apoio de Bruno Bernini, Thadeu Romano e Thiago Carreri as faixas “Eu sou da roça”, “Entalhes da Vida” e “Luz das Candeias”, contidas em “Fruto da Lida”, lançado em outubro de 2013. Este é o segundo trabalho do compositor de Araraquara, atualmente morando em São Carlos. Em 2006, Zanc colhera do seu variado e fértil pomar o álbum “Pendenga”.

O anfitrião, Rolando Boldrin, estava ainda melhor do que sempre é. Descontraído, iniciou o programa com o poema de sua autoria “Vamos tirar o Brasil da gaveta”. Assim que Zanc concluiu a primeira canção, Boldrin solicitou a viola do convidado e por um instante mostrou para a plateia o quanto é exímio no trato com as cordas. Era apenas uma “palhinha”, um “esquenta” para o ponto alto que ocorreria no terceiro bloco, quando brindou o público com duas composições dele. Que honra foi presenciar o próprio criador há apenas alguns metros cantando e tocando com brilhosos olhos de felicidade, como quem realmente se sente entre amigos, sua peça mais famosa: “Vide e Vida Marvada”! Moço vai ouvindo, vai ouvindo: não sei como contive as lágrimas por tamanha benção caída do céu, onde com certeza, Deus repetia o refrão fazendo um sinal de positivo para São Pedro “é que a viola fala alto no meu peito humano…”

Boldrin contou causos divertidíssimos e cantou "Vide e Vida Marvada".

Boldrin contou causos divertidíssimos e cantou “Vide e Vida Marvada”.

Não chorei, mas como ri e gargalhei de até perder fôlego. Aliás, mentira: chorei sim, mas de tanto rachar o bico com os causos que Boldrin contou já que meus dois de ver ficaram bem marejados. Uma das anedotas era sobre um caipira que resolveu criar uma galinha “americana”, gringa da crista aos pés, altiva, de olhos verdes, lavada a xampu e, perfumosa. Ao chegar ao galinheiro onde já “veviam” algumas aves brasileiras depenadas, feias, magras, piolhentas, a nova moradora bota banca, marrenta e com saracoteios de superioridade joga terra nos olhos das veteranas ao ciscar, entre outras hilárias tentativas de se impor.

Só estes momentos valeriam pelo valor do ingresso — que, se por acaso fosse cobrado, teria sido muito bem pago. Lucas Ventania, Daniel Franciscão e Sérgio Turcão ocuparam o palco durante o segundo bloco para a apresentação de mais três músicas. Ventania narrou que adotou como artista o nome antigo da aprazível cidade de Minas Gerais da qual saiu para a estrada. O município, atualmente, é Alpinópolis, cantinho emoldurado por montanhas na porção Norte das Alterosas.

 Lucas Ventania é de Alpinópolis (MG), antiga cidade cujo antigo nome ele adotou para tocar viola

Lucas Ventania é de Alpinópolis (MG), cidade cujo antigo nome ele adotou para tocar viola

Além dos mimos para Boldrin (uma “branquinha”, pimenta cumaru curtida em cachaça, queijo, uma colherzinha de madeira para os goles), o violeiro trouxe na bagagem os três álbuns da carreira e uma gaita. Com o instrumento de boca, Ventania iniciou a execução de “Peão”, sucesso de Almir Sater e Renato Teixeira, atendendo ao pedido do Sr. Brasil. Antes cantara “Orgulhosa” (Nhô Pai e Mário Zan) e “Felicidade de Caboclo” (Liu e Léo). Boldrin ainda fez uma reverência a Nhô Pai, abrindo esta parte do programa cantando, em coro com a plateia “Beijinho Doce”.

Encerradas as apresentações, a poesia das cantorias virou prosa no camarim. Entre um gole de café, novos e pitorescos causos ou piadas cheia de picardia e bom humor todos os convidados se confraternizaram, com Cláudio Lacerda e Wilson Teixeira reforçando a talentosa roda. Elogios mútuos e troca de gentilezas não faltaram. Turcão (integrante da famosa dupla com Jyca) e Daniel Franciscão (um dos membros da Orquestra de Violeiros Terra da Uva, de Jundiaí), por exemplo, presentearam este blogueiro com exemplares de álbuns de suas carreiras, pelos quais agradeço muitíssimo!

O Sr. Brasil gravado em 4 de junho ainda não tem data para ir ao ar. Mas fique atento às chamadas da TV Cultura e, enquanto ele não rola, vá curtindo outros que já estão programados e que costumam ser apresentados aos domingos, a partir das 10 horas, com reapresentação na quarta-feira posterior, a partir das 22 horas.

Agradecimentos especiais a Patrícia Maia Boldrin, produtora do Sr. Brasil, pela acolhida tão especial e simpatia.

Da dir. para a esq.: Bruno Bernini, Thadeu Romano, Thiago Carreri, Rodrigo Zanc e o Sr. Brasil, Rolando Boldrin

Da dir. para a esq.: Bruno Bernini, Thadeu Romano, Thiago Carreri, Rodrigo Zanc e o Sr. Brasil, Rolando Boldrin

Da dir. para a esq.: Sérgio Turcão, Daniel Franciscão, Lucas Ventania e Rolando Boldrin

Da dir. para a esq.: Sérgio Turcão, Daniel Franciscão, Lucas Ventania e Rolando Boldrin