
O cantor e compositor Cláudio Lacerda será o convidado do projeto Imagens do Brasil Profundo da quarta-feira, 16 de setembro, quando será recebido a partir das 20 horas no auditório da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, pelo curador, professor de Sociologia Jair Marcatti. Paulistano filho de mineiros, Cláudio Lacerda estreou em 2003 a sua carreira musical ao lançar Alma Lavada. Dois anos depois, faturou como melhor intérprete uma das estatuetas do I Prêmio Rozini Nacional de Excelência da Viola Caipira, promovido pelo IBVC (Instituto Brasileiro de Viola Caipira). O IVBC o distinguiu, novamente em 2010 e em 2013.
Em sua trajetória, que recentemente ganhou as páginas da edição de agosto da revista Dinheiro Rural, Cláudio Lacerda já dividiu palco e faixas de seus discos com nomes como Dominguinhos e Renato Teixeira e em 2007 gravou seu segundo álbum, Alma Caipira. Em 2010, saiu Cantador. Atualmente grava um novo trabalho, Estradas do Sertão, com participações de Neymar Dias (viola caipira, baixo, violão) e Toninho Ferraguti (acordeon), que reunirá músicas de autores consagrados como Tom Jobim e Chico Buarque cujas letras abordam o sertão e suas belezas. Ele também planeja colocar no mercado Trilhas Boiadeiras, álbum que gravou a pedido da emissora Terra Viva, canal que está completando uma década de atividades.
Cláudio Lacerda, além da carreira solo e dos projetos pessoais, integra desde 2011 o grupo 4 Cantos, com o amigos e violeiros Luiz Salgado, Rodrigo Zanc e Wilson Teixeira. O quarteto conquistou fãs em cidades paulistas tais quais Avaré, Araraquara, Botucatu, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santa Bárbara d’Oeste, São Carlos e Santa Fé do Sul; em julho estreou na Capital com duas concorridas apresentações. Com Rodrigo Zanc protagoniza, ainda, shows em tributo a Pena Branca e Xavantinho e sem fazer proselitismo ecológico, estreou Olhos d’água em outubro de 2014, no Sesc de Campinas, semente plantada e que vem sendo regada desde 2008 quando Cláudio Lacerda, junto com o compositor Paulo Simões, realizou a viagem de barco pela extensão da hidrovia Tietê-Paraná.

Olhos d’água tem repertório inspirado em rios e na sua importância na vida das comunidades ribeirinhas, atividades humanas e equilíbrio da natureza. Uma das composições é Mar Caipira, escrita em dupla com o parceiro de empreitada pela hidrovia. Deste giro, trouxe consigo o desejo de produzir um trabalho falando sobre e necessidade de cuidarmos dos nossos mananciais e lençóis d’água muito antes do alarde da crise do abastecimento que atualmente assola o país. Com este brado, ele revela o lado engajado do zootecnista que se formou em Botucatu e cultiva orquídeas, pedindo a palavra, ou melhor, pedindo par dar um recado inadiável “Eu senti que precisava fazer algo. Acho importante sensibilizar os ouvintes, não só para a poesia e para a música que a água pode nos inspirar, mas também para a importância de respeitar os nossos mananciais”, afirma. “Sabemos que somente pelo consumo responsável poderemos nutrir a vida dos rios e impactar menos seus cursos e nascentes”.
Em sua passagem pela Biblioteca Mário de Andrade, Cláudio Lacerda estará acompanhado por Daniel Franciscão (viola) e Leonardo Padovani (violino).
Os objetivos do projeto Imagens do Brasil Profundo, cuja primeira temporada ocorreu no ano passado, de acordo com Jair Marcatti é trazer à tona um país mais interior. Em 2015, o programa, ampliado em relação ao formato do ano anterior, passou a abranger vários aspectos das diversas culturas regionais do Brasil, desvendados em diferentes shows, bate-papos musicais, debates e palestras que já receberam entre outros neste ano Katya Teixeira e Cássia Maria, Paulo Freire, Benjamin Taubkin, Luiz Salgado, Galileu Garcia Júnior, Paulo Dias, Ivan Vilela, José Miguel Wisnick e João Arruda. Quinzenalmente e sempre às quartas-feiras, a partir das 20 horas, e com entrada franca, o projeto neste ano têm ainda programados Consuelo de Paula, Trio José, Renata Mattar, Jean e Joana Garfunkel e o trio Conversa Ribeira.
Serviço:
Imagens do Brasil Profundo recebe Cláudio Lacerda (com Daniel Franciscão e Leonardo Padovani)
Data: quarta-feira, 16 de setembro
Horário: 20 horas
Local: Auditório da Biblioteca Mário de Andrade
Rua da Consolação, 94, São Paulo, a 500 m da estação Anhangabaú da linha Vermelha do Metrô
Entrada franca

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