1615 -Batuque de Lapinha, Pereira da Viola e Trino Caipira abrem o 6º Viola de Feira, no Padre Eustáquio, em Beagá

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Projeto da Picuá Produções que resgata a tradição da viola caipira com canções autorais e peças da cultura popular brasileira em suas diversas óticas e arranjos volta ao formato presencial, com apresentações gratuitas, em centros culturais de Belo Horizonte (MG)

* Com Lílian Macedo

Preservar valores da cultura popular e tradições do país se torna cada vez mais importante à medida que desejamos manter aquecidas as conexões com as raízes que formam nossa diversificada identidade. Depois dos tempos de distanciamento forçado no auge da pandemia da Covid-19, resgatar a boa música, o convívio entre famílias e os finais de semana temperados com viola caipira é a oportunidade de curtir um “calorzinho” a mais. E de graça é ainda melhor!

Esta é a proposta da empresa Picuá Produções Artísticas com as apresentações programadas para o 6º Viola de Feira – Circulação nos Centros Culturais, projeto que conta com recursos da Lei Municipal de Belo Horizonte (MG) de Incentivo à Cultura nº 2194/2021 e patrocínio do Instituto Hermes Pardini S/A. As novas rodadas presenciais começarão no domingo, 26 de março, no Centro Cultural Padre Eustáquio e nesta edição serão oferecidas aos sábados, além dos domingos, e também no Centro Cultural Venda Nova, em ambas as datas sempre a partir das 11 horas.

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1605 – Apoie a campanha de assinaturas do Barulho d’água Música lançada pela Catarse

#MPB #CulturaPopular #VaquinhaVirtual #Crowdfunding #JornalismoIndependente

O Barulho d’água Música conta com seu apoio para seguir divulgando a produção e os projetos do segmento independente da música brasileira que revelam o Brasil profundo, mas são historicamente ignorados pela mídia!

O Barulho de Água Música (BaM) completará em junho deste ano nove anos de atividade ininterrupta, autônoma e imparcial, com um trabalho que já soma mais de 1.600 matérias (atualizações) produzidas com o rigor e o zelo profissionais que pautam o bom jornalismo na construção de um veículo de comunicação ético e que seja referência para seu público, seguidores e leitores. Desde a apuração das informações até a redação do texto que é publicado, nunca deixando de observar regras e critérios previstos nos melhores escolas e manuais da categoria — como, por exemplo, atribuição de créditos a fotógrafos e colaboradores –, este trabalho tem sido exercido sem concessões, com dedicação em período quase integral e sem remuneração, contando apenas com apoios eventuais de parceiros e de amigos.

Parafraseando o saudoso mestre Rolando Boldrin e guardadas as devidas proporções, o que nos deixa feliz é ajudar “a tirar o Brasil da gaveta”. Nosso trabalho abre espaço para apresentação de obras valiosas, diversas e plurais por conterem elementos que preservam nossas raízes e tradições populares, mas são pouco divulgadas. Esta nossa apaixonante causa, no entanto, sempre demandou recursos que ora se tornam ainda mais difíceis de se obter, colocando em risco a manutenção desta tarefa.

POR QUÊ?

Porque o Jornalismo que exercemos, a Comunicação como pensamos, com qualidade inquestionável, plural, diversa e abrangente, para ser de fato independente (nossa mais cara bandeira e exigência) provoca consequências que incluem, paradoxalmente, dependência em juntar recursos que permitam suprir gastos na sua maioria permanentes e crescentes. Captar e transmitir dados à medida que se quer e se busca crescer, custa alto! Recolher, conferir, checar, pesquisar, locomover-se, entrevistar e cobrir eventos para registrar e redigir dados geram despesas e investimentos! E nesta conta se incluem remunerar o profissional, ter e manter os serviços de tecnologia de informação e divulgação, como um domínio registrado, para que o texto e a imagem cheguem até você!

Por este motivo, lançamos o projeto de apoio coletivo e recorrente do BaM. A partir de R$20,00 mensais, você se tornará um amigo apoiador. Nossa meta de arrecadação está divulgada e o ideal é que consigamos ao menos atingi-la, o que nos permitirá não apenas pagar os custos para a geração de matérias, bem como investir em modernização do próprio blog e em maneiras de oferecermos justas contrapartidas aos amigos apoiadores!

Temos consciência de que o mar não está para peixe e que na imensa comunidade musical com a qual interagimos todo mundo rala, e muito, para não perder a corrida contra os boletos, as contas de consumo, as despesas domésticas e pessoais – para enfim, manter a dignidade sem apertos ou, no mínimo, receber para o gasto do dia a dia -, prova que nem sempre se consegue vencer sem malabarismos, endividamentos ou renúncias e sem ser ultrapassado por um estouro qualquer não previsto no orçamento, por exemplo. Entretanto, a economia colaborativa e solidária e dentro dela a categoria do financiamento coletivo (vaquinha virtual/crowdfunding), sem se falar nos editais públicos de fomento às manifestações artístico culturais, têm se tornado em âmbito global não apenas um modelo de negócios cada vez mais aceito e em voga, mas, e sobretudo, uma saída honrosa e legal para, justamente, fazer frente às dificuldades que se agravaram neste momento de recessão e pós pandemia de Covid-19 e que impedem vários projetos de inegável valor e importância decolarem e se sustentarem!

Participe deste projeto, colabore com o mínimo ou com o que lhe for possível! Ajude este trabalho dedicado de tirar o Brasil da gaveta, ampliar o público que ama, respeita e preserva as tradições da nossa cultura popular e revelar trabalhos de excelência dos mais diversos gêneros e ritmos ignorados pela mídia comercial!

O trabalho do Sr. Brasil Rolando Boldrin para tirar o Brasil da gaveta e revelar suas joias culturais é um dos inspiradores do Barulho d’água Música (Foto: Marcelino Lima/Acervo BaM)

“JOGA ÁGUA NELE…!”

Marcelino Jesus de Lima, produtor do Barulho d’água Música, é natural de Bela Vista do Paraíso (PR) e reside na Estância Turística de São Roque, no Interior paulista. Formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), começou o curso em 1986. Exerce a profissão desde 1984 e depois de passar por redações como as dos jornais Primeira Hora, Diário de Osasco, Terça-Feira e Página Zero, para o qual ainda é redator freela da editoria de Esportes, criou o Barulho d’água Música em junho de 2014. Nos citados veículos de imprensa, foi revisor, repórter, editor, e fotógrafo.

Antes de se tornar blogueiro atuou, ainda, como assessor de imprensa em órgãos públicos e entidades como sindicatos e a 56ª Subsecção Osasco da Ordem dos Advogados do Brasil. Em 2014 ouviu o coração: afastou-se da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Jandira, na Grande São Paulo, e lançou o Barulho d’água Música movido pela paixão por música popular brasileira, em especial a caipira e as modas de viola/regionais que o arrebataram ainda na infância, quando ouvia ao amanhecer em rádios de pilha e aos pés da cama do pai, Geraldo Lima, programas como o comandado por Zé Béttio e, mais tarde, já na adolescência, Viola Minha Viola (com Inezita Barroso e Moraes Sarmento) e Empório Brasil e Sr. Brasil, com Rolando Boldrin. Foram os icônicos locutor e apresentadores de emissoras de rádio e de televisão o inseriram no apaixonante universo campesino e das tradições devocionais e populares brasileiras cantadas por Cascatinha & Inhana, Lio e Léu, Duo Glacial, Zilo e Zalo, Irmãs Galvão, Pedro Bento e Zé da Estrada, Milionário & José Rico, Belmonte e Amaraí, Angelino de Oliveira, Raul Torres, Léo Canhoto & Robertinho, Pena Branca e Xavantinho, José Fortuna, Dércio Marques, Diana Pequeno, João Bá, Ivan Vilela, Levi Ramiro, Paulo Freire e Katya Teixeira, entre outros.

Casado com a advogada Andreia Regina Beillo, é pai de Jorge Henrique Barna de Lima.

https://www.catarse.me/barulhodeaguamusica

https://www.facebook.com/barulhodaguamusica

1576 – Em mais um concerto para marcar seus 20 anos, Orquestra Filarmônica de Violas (SP) recebe em Jundiaí Toninho Ferragutti

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A Orquestra Filarmônica de Violas (OFV), estabelecida em Campinas (SP), já com 21 anos de atuação e três álbuns gravados, foi contemplada pelo Programa de Ação Cultural (ProAc) da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo para promover três concertos comemorativos às duas primeiras décadas de contribuições à cultura popular. A série de apresentações passou por Campinas em 24 de agosto, quando contou com a participação do compositor, pesquisador, professor e violeiro Ivan Vilela, idealizador da OFV; em 26 de agosto, em Piracicaba, a convidada para a segunda rodada foi Ana Luiza, poeta, cantora e compositora. Para a noite de 30 de setembro, a atração que estará ao lado dos 14 músicos atualmente regidos por João Paulo Amaral será o acordeonista Toninho Ferragutti, no palco do Teatro Polytheama, em Jundiaí.

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1492 – Composição Ferroviária homenageia Mercedes Sosa em retorno do público à estação de Poços de Caldas*

#MPB #MúsicaSulMineira #MinasGerais #PoçosDeCaldas #CidadeDasRosas #CulturaPopular #ComposiçãoFerroviária #MercedesSosa

*Com João Marcos Veiga

Projeto cultural retoma ocupação criativa de plataformas ferroviárias no Interior de Minas Gerais com Soy Sosa, protagonizado por Lívia Itaborahy, e abertura de Isabela Morais

O projeto Composição Ferroviária retomará as aguardadas e sempre celebradas apresentações presenciais em Poços de Caldas, cidade do Sul de Minas Gerais, nesta quarta-feira, 22 de dezembro. A apenas três dias de mais um Natal — momento de festa e congraçamento, sem dúvida, mas ideal para refletir e agradecer, em uma data especial que significa tanto a chegada de uma vida nova, quanto a gratidão por estarmos vivos neste momento ainda perturbador –, a atração será a cantora Lívia Itaborahy, fluminense, de Volta Redonda (RJ), mas radicada em Minas Gerais desde os 8 anos. Precedida a partir das 19 horas por Isabela Morais, de Três Pontas (MG), Lívia Itaborahy cantará em homenagem à argentina Mercedes Sosa, oferecendo à plateia o espetáculo Soy Sosa, na Estação Mogyana da antiga Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa).

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1488 – Makely Ka (PI) lança novo disco, instrumental de viola, com homenagem aos rios e ao meio ambiente

MPB #ViolaCaipira #ViolaDe10Cordas #ViolaInstrumental #Craviola #AlaúdeÁrabe #ViolaDeQueluz #LiteraturaBrasileira #GuimarãesRosa #EuclidesdaCunha #ElomarFigueiradeMelo #GrandeSertãoVeredas #OsSertões #ValençadoPiauí #Piauí #Bahia #Canudos #Goiás #MinasGerais #ValeDoUrucuia #RioDoce #RioParacatu #VazaBarris

Rio Aberto integra a Trilogia dos Sertões iniciada com o projeto Cavalo Motor e que deverá ser finalizada com Triste Entrópico

O novo trabalho de Makely Ka, o disco instrumental Rio Aberto, surgiu da curiosidade e do interesse do músico piauiense pela sonoridade e pelas possibilidades da viola de 10 cordas a partir de uma viagem que ele fez pelo Vale do Urucuia, região do Noroeste do estado de Minas Gerais, onde aprendeu afinações alternativas como a que chamam “rio abaixo”, utilizada pelos violeiros locais. Essa afinação, também chamada de “sol aberto”, deu origem ao nome do disco de doze faixas autorais de um total de treze que formam o repertório e levam nomes de rios, cursos d’água que costuram elementos da geografia, da história e da literatura brasileira. As trilhas ainda ligam o sertão de Guimarães Rosa aos sertões de Euclides da Cunha, passam pelo universo mítico do cantor Elomar Figueira de Melo e relembram profundas feridas que não se fecham, abertas pelas tragédias dos rompimentos de barragens que atingiram milhares de vidas, causaram centenas de mortes e devastaram o meio ambiente e rios, provocados por atividades de mineração, sob responsabilidade da Vale do Rio Doce, a partir de Mariana (MG) e Brumadinho (MG), em 2015 e em 2018, mas que se estendeu até o Espírito Santo, além de comprometer mares e praias. As músicas são experimentais, dialogam com a tradição popular, mas incorporam referências contemporâneas como a microtonalidade, a polirritmia e a pesquisa de timbres.

Encontro das Águas, clássico de Tavinho Moura, fecha o álbum de Makely Ka que está sendo lançado pela gravadora e produtora Kuarup, da cidade de São Paulo, já disponível nas plataformas digitais e que neste dia 11 abriu as audições matinais que promovemos aos sábados no Solar do Barulho, onde fica a redação do Barulho d’água Música, em São Roque (SP). Entre as doze faixas autorais, dez remetem a afluentes do São Francisco, outras duas são referências a rios que deságuam direto no mar — Doce, também chamado Watu pelos Krenak — e o Vaza-Barris, que banha Canudos, no sertão baiano, e frequenta o imaginário popular desde a publicação do livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, no início do século passado. “Tento simular o movimento desses rios, os sons de suas corredeiras, quedas d’água, seus poços profundos, remansos, a barra ou a foz, onde eles encontram o grande rio, os animais que frequentam suas margens e dependem dele para viver”, declarou Makely.

Há também algumas relações entre as faixas. O Rio do Sono, por exemplo, que banha o vilarejo do Paredão de Minas, local onde transcorre a batalha épica entre o bando dos Hermógenes e os Ramiro comandados por Riobaldo Tatarana descrita no romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, deságua no Paracatu. A harmonia de um entra nas águas do outro, alguns movimentos se repetem, o ritmo fluente das corredeiras rápidas do rio de Morfeu se torna mais arrastado quando se encontra com o Paracatu. Um incorpora o outro, mas assume algumas das suas características. A síncope simula o encontro, a força das correntes contrárias medindo forças para, afinal, confluírem no mesmo fluxo. Nas músicas Makely toca viola de 10 cordas, também chamada caipira; viola dinâmica, conhecida também como nordestina; craviola, instrumento criado pelo músico brasileiro Paulinho Nogueira, produzido em escala industrial pela empresa Giannini a partir da década dos anos 1970 e que a cantora, compositora e multi-instrumentista sul-mato-grossense Tetê Espíndola também toca.

A viola vem do alaúde árabe, que se popularizou na Península Ibérica a partir da invasão dos mouros. Em algumas localidades de Portugal, ainda é possível encontrar a viola de arame, ancestral da viola atual. Vinda nas caravelas, o instrumento de madeira com pares de cordas ganhou nos trópicos outras formas de construção, com madeiras, afinações e maneiras de tocar diferentes. Uma das primeiras violas construídas em série no Brasil foi a de Queluz de Minas, apreciada na corte, inclusive por Dom Pedro I. Ela, provavelmente, impôs o padrão de corpo delgado e acinturado replicado em todo o país. A longa tradição da viola no Brasil está intimamente relacionada às folias de reis, aos folguedos e brincadeiras da cultura popular. “Toco nesse álbum com uma violinha de bigode construída em cedro brasileiro pelo luthier Wagner França, de Jaboticatubas [MG], em 2012 e uma viola modelo clássico construída em jacarandá e cedro pelo luthier Lúcio Jacob de Viçosa [MG] em 2020”, informou Makely.

A viola dinâmica tem cinco pares de cordas, a estrutura do corpo é semelhante à de um violão, mas ela possui um ressonador metálico, que projeta o som por meio de pequenas bocas dispostas no tampo. Foi muito utilizada pelos repentistas e cantadores em feiras populares em todo o Nordeste brasileiro. “A que uso é um modelo de sete bocas, fabricada pela Del Vecchio, em 1975”, explicou o músico. “A craviola foi desenhada pelo violonista e compositor campineiro Paulinho Nogueira. Ele queria aliar a sonoridade do cravo e da viola de dez. Ela foi patenteada pela Giannini, que começou a produzi-las em 1970. O músico Jimmy Page toca uma dessas no disco III do Led Zeppelin. A que tenho é um modelo Giannini de 1974”, prosseguiu o autor de Rio Aberto.

Nesse trabalho Makely Ka presta tributo a expoentes como Manoel de Oliveira, Renato Andrade, Tavinho Moura, Almir Sater, Heraldo do Monte, Paulo Freire e Ivan Vilela, que considera suas principais referências no universo da viola. A regravação de Encontro das Águas, de Tavinho Moura, que Makely conheceu apresentado por Almir Sater, ganha aqui um sentido ampliado, tornando-se a confluência de todas essas águas num grande rio aberto a todas as influências. Num momento em que estamos na iminência de uma nova crise hídrica, com os aquíferos e mananciais ameaçados por mineradoras e empreendimentos imobiliários, o trabalho ganha também um caráter de alerta e de denúncia pela necessidade de preservação das nossas bacias.

Rio Aberto é o quinto álbum de carreira de Makely, o sétimo se considerar os álbuns em colaboração com outros artistas.

SONS QUE ESCORREM PELOS DEDOS

Ivan Vilela (Foto: Adriano Rosa)

Por Ivan Vilela, professor da Universidade de São Paulo (USP), pesquisador, compositor e violeiro de Itajubá (MG)

O disco que você tem em mãos é, na realidade, um mapa sonoro-afetivo onde Makely verte impressões obtidas em viagens que empreendeu pelo sertão mineiro e baiano. Ele próprio nos diz: “As músicas levam nomes de rios que eu passei, cursos d’água que costuram elementos da geografia, da história e da literatura brasileira ligando, por exemplo, o sertão de Guimarães Rosa aos sertões de Euclides da Cunha (Vaza-Barris) além da tragédia dos rios devastados pela mineração (Doce e Paraopeba).”

Makely é mais um grande músico brasileiro que se encantou com a sonoridade da viola e viu nela um canal para exprimir a maneira como vê e sente o mundo. Seu toque é vigoroso e denso. As filigranas que afloram de seus dedos impõem às suas composições – todas vertidas em águas nos nomes dos rios – paisagens que nos fazem conhecer de perto cada um desses locais, mesmo sem lá termos ido. Makely compõe com a propriedade de quem já andou muito no caminho da música. A viola de Makely sugere caminhos que nos trazem a ideia de loopings dada a reafirmação das ideias musicais que, diga-se de passagem, nada têm de repetitivas. Evocam mais a ideia do espelho d’água do rio que na sua serenidade guarda um “sem fim” de movimentos dentro de seu leito. Qual fazemos com a visão quando queremos ver mais de perto, o ouvinte desavisado precisará focar sua audição para perceber que por detrás de uma prosódia quase constante descortina-se um universo de toques, ideias rítmico-melódicas amparadas por caminhos harmônicos novos. Estes diluídos no fraseado das melodias que evocam as sonoridades das violas do norte mineiro já desfiadas por Zé Coco do Riachão, Minervino da Viola, Manelim, Renato Andrade e Tavinho Moura. Nesse disco líquido, um Rio Aberto, Makely nos deixa claro que o músico criador, adiante de qualquer juízo que se possa ser feito sobre ele, está além como um observador do mundo que o cerca, da natureza da terra e de todas as contradições que possam aflorar na relação do homem com o espaço que o circunda. Mais uma grande aula sobre cultura brasileira em seus vários aspectos vertida em sons que além de nos embalarem, nos trazem a consciência de que nada conseguiremos ser sem a estrutura do mundo que nos ampara e envolve.

SOBRE MAKELY KA

Natural de Valença do Piauí, município que fica a 216 quilômetros de Teresina, a capital do Piauí, Makely Ka é hoje um dos mais requisitados compositores de sua geração e pode ser ouvido na voz de Lô Borges, Samuel Rosa, Titane, Ná Ozzetti e José Miguel Wisnik. entre dezenas de outros intérpretes. Lançou o disco coletivo A Outra Cidade, em 2003, e Danaide, em 2006 com a cantora Maísa Moura. O primeiro trabalho solo veio em 2008 com Autófago, considerado pela crítica um dos melhores discos de “roque brasileiro”. Em 2014 compôs, ao lado de Rafael Martini, a peça sinfônica em cinco movimentos Suíte Onírica, gravada com a Orquestra Sinfônica da Venezuela, o Coral do Teatro Teresa Carreño e sexteto sob regência do maestro português Osvaldo Ferreira. 

Em 2015, lançou o álbum Cavalo Motor, resultado de uma longa viagem realizada pela região Noroeste de Minas Gerais, na divisa entre Bahia e Goiás, o primeiro da trilogia que prossegue com este Rio Aberto e terá ainda Triste Entrópico; Cavalo Motor tem participação de Arto Lindsay, Susana Salles, Décio Ramos (grupo Uakti) e O Grivo, entre outros, e foi transformado também em DVD. O trabalho foi considerado um dos melhores lançamentos do ano e recebeu vários prêmios, entre eles o Grão da Música de melhor álbum de Música Brasileira. Em 2018, emplacou o prêmio Simparc de Artes Cênicas de melhor trilha sonora original para o espetáculo de dança Espelho da Lua, da Companha Mário Nascimento.

Letrista inspirado e versátil, Makely acumula parcerias com diversos compositores em todo o país, com destaque para o álbum Dínamo, inteiramente composto com Lô Borges e lançado em 2020. Como intérprete de suas próprias canções destaca-se pela sua voz grave e rascante e pelo violão vigoroso tocado de forma muito peculiar. O humor, a ironia e o sarcasmo estão sempre presentes nas apresentações ao vivo, que podem ser em formato solo ou com banda. Já tocou em alguns dos principais palcos do Brasil e excursionou por Portugal, Espanha, Dinamarca, Lituânia, Turquia, Grécia e México.

Grande interlocutor da cena musical em Minas Gerais, Makely organizou mostras e festivais, participou de curadorias, produziu discos de outros artistas, fez direção artística de shows, criou trilhas para cinema, dança e teatro, realizou documentários, compôs textos para peças sinfônicas e camerísticas, participou de conselhos estaduais e federais de cultura, fundou cooperativas e fóruns de música e escreveu diversos textos sobre política cultural, música, literatura e cinema que foram publicados em jornais, revistas e sites. Também publicou três livros de poemas e atuou como editor de revistas de poesia. No momento, prepara o lançamento do livro Música Orgânica e está compondo a trilha sonora do balé Rios Voadores, da coreógrafa Rosa Antuña.

COMPRE DIRETAMENTE DO PRODUTOR!

Makely Ka publicou a seguinte nota em uma de suas mídias sociais:

“Chegaram as caixas com o álbum Rio Aberto. Pessoal sempre me pergunta porque eu ainda faço discos físicos na era das plataformas e eu vou responder mais uma vez. Em primeiro lugar é preciso entender que a música disponibilizada nas plataformas de streaming em geral têm a qualidade muito pior do que aquela que ouvimos nos CDs. Ela é compactada para reduzir o tamanho do arquivo e suas frequências são cortadas. O que ouvimos nos plataformas geralmente é uma versão muito piorada da música original.

Em segundo vem a questão da remuneração. As plataformas são ótimas para divulgar nossa música mas péssimas pra remunerar pela execução das mesmas. O valor pago pela execução das músicas no Spotify por exemplo é tão irrisório que mesmo músicas com milhões de visualizações recolhem míseros reais para seus autores. Além disso as plataformas não pagam os direitos conexos, que são os direitos dos músicos e intérpretes que tocam nas faixas.

Depois vem a falta de informações técnicas, importante para músicos, técnicos e produtores, pois é o trabalho deles. Nas plataformas em geral você não tem como saber quem tocou na faixa, na maioria das vezes nem o nome do autor é disponibilizado nos créditos.

Isso sem contar a questão da arte dos encartes, que se reduz a uma mera capinha de tamanho reduzido e em baixa resolução. A arte da Gisele Moura para esse disco está belíssima por sinal.

Outro problema é o catálogo reduzido, superficial e desorganizado oferecido pelas plataformas. Falta critério, falta vontade e falta interesse para preencher as imensas lacunas discográficas.

Ainda tem a questão das plataformas serem empresas privadas, estrangeiras e muitas não possuírem sequer um escritório de representação no país. Você coloca seu disco lá e não tem mais controle. Se um dia eles fecharem, acabarem com a plataforma, resolverem por um motivo qualquer tirar suas músicas do ar, onde vamos encontrar o disco do artista que queremos ouvir?

Por fim tem a questão dos equipamentos. Já pensou por que os computadores e os carros não vem mais com tocadores de CD? Porque não há demanda. E por que não já demanda? É claramente uma imposição da indústria. Se as pessoas começam a usar um determinado equipamento a indústria produz. Isso aconteceu com o vinil por exemplo, que reativou a produção de vitrolas.

Tudo isso para dizer que habemus CD e quem quiser pode encomendar por aqui, pelo meu site, pelo site da Kuarup ou procurar nas melhores lojas do ramo. Para comprar basta fazer um PIX no valor de R$ 30,00 para esse número de CPF (028526366-89) e enviar o comprovante para (31 988639531) informando o endereço que enviamos o álbum pelo correio para qualquer lugar do Brasil com um brinde surpresa.

SOBRE A KUARUP

Especializada em música brasileira de alta qualidade, o seu acervo concentra a maior coleção de Villa-Lobos em catálogo no país, além dos principais e mais importantes trabalhos de choro, música nordestina, caipira e sertaneja, MPB, samba e música instrumental em geral, com artistas como Baden Powell, Renato Teixeira, Ney Matogrosso, Wagner Tiso, Rolando Boldrin, Paulo Moura, Raphael Rabello, Geraldo Azevedo, Vital Farias, Elomar, Pena Branca & Xavantinho e Arthur Moreira Lima, entre outros.

Kuarup Música, Rádio e TV/www.kuarup.com.brTelefones: (11) 2389-8920 e (11) 99136-0577 Rodolfo Zanke rodolfo@kuarup.com.br

Leia entrevista de Makely Ka  concedida ao jornalista Antonio Carlos da Fonseca Barbosa, da Revista Ritmo Melodia, ao clicar no linque abaixo:

https://www.ritmomelodia.mus.br/entrevistas/makely-ka/

1424 – Zé Paulo Medeiros (MG/SP) prepara LARAS, álbum com faixas já disponíveis nas plataformas digitais

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*Com dados informados pelo artista, por Denil Nogueira, extraídos do blogue Em Canto Sagrado da Terra e do Dicionário Cravo Albin da Música Brasileira

As tradicionais audições aos sábados pela manhã aqui no Solar do Barulho, redação do Barulho d’água Música em São Roque (SP), começaram neste dia 14 de agosto com LARAS, título do álbum que está sendo preparado pelo cantor e compositor mineiro Zé Paulo Medeiros. O disco, em cujo título o autor presta homenagem às netas Clara e Lara, terá ao todo 10 faixas, 6 das quais já estão disponíveis em seu canal do Youtube, plataformas digitais e também podem ser ouvidas durante a programação da Rádio Sudeste FM, pilotada por Denil Nogueira, emissora que fica 24 horas no ar via satélite com acessos pelo site e aplicativos gratuitos. Em LARAS, Zé Paulo Medeiros celebra novas parcerias que incluem o produtor e maestro goiano Eliel Carvalho e o radialista Nogueira, ambos respectivamente compositores de Esqueci de te esquecer e Terapia Rural. Carvalho ainda responde pelos arranjos, violões e ukulelê. Outra parceria terá Sergio Turcão, da dupla Jica y Turcão, e uma das faixas na voz de Zé Paulo será Estradeiro, por enquanto gravada apenas por Cláudio Lacerda em seu álbum Cantador

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1397 -Disco de estreia da dupla Élcio Dias & Amorim celebra a obra de Pena Branca & Xavantinho

#MúsicaCaipira #ViolaCaipira #MúsicaIndependente #CulturaPopular #EmbudasArtes

Álbum que recebe as participações especiais de Elisa Dias e grupo Folia de Reis do Lajedão ganha edição exclusiva nas plataformas digitais

Já está disponível nas plataformas digitais, lançado pela produtora e gravadora Kuarup, a versão digital de Élcio Dias & Amorim Cantam Pena Branca e Xavantinho. A dupla reside em Embu das Artes, cidade da Região Metropolitana Oeste da Grande São Paulo e nesta homenagem aos irmãos José Ramiro Sobrinho (Pena Branca, de Igarapava/SP) e Ranulfo Ramiro da Silva (Xavantinho, nascido em Uberlândia/MG) realizou um trabalho apaixonado, interpretando entre grandes sucessos consagrados nas vozes dos “manos véio” Ramiro pérolas como O Cio da Terra, Vaca Estrela e Boi Fubá, Cuitelinho e Cálix Bento. Gravado no estúdio Don Produções e Estúdio de Gravações, em Itapecerica da Serra (SP), o álbum demandou oito meses de trabalho e dedicação. O projeto tem produção e direção musical assinada pelo duo embuense e arte gráfica da concidadã artista plástica Silvia Maia.

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1393 – Conheça o premiado “one man band” que o Inter (RS) perdeu para o lugar de Falcão: Oly Jr.

“Um homem é um sucesso se pula da cama de manhã e vai dormir à noite, e, nesse meio tempo faz o que gosta” – Bob Dylan

“Pedras que rolam não criam musgo.” – Muddy Waters

“O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro.” – Mario Quintana

As tradicionais audições aos sábados pela manhã aqui no boteco do Barulho d’água Música, em São Roque (SP), começaram neste dia 15 de maio excursionando desde o Guaíba ao Mississipi com Dedo de Vidro, o 11º título da discografia de treze autorais ou com participação do premiado gaúcho Oly Jr, nascido em e morador da Capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Dedo de Vidro tem como força motriz, em termos estéticos e sonoros, a intervenção do slide em todas as faixas. O slide é um objeto cilíndrico (ou um tubo) que pode ser feito de vários materiais, mas os mais usados são os de metais, de vidro ou de porcelana, como o de Oly. É usado para produzir efeitos sonoros, deslizando-o em algum instrumento de cordas, geralmente violão ou guitarra.

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1380 – Mais cinco atrações encerram o 4º Viola de Feira, da Picuá Produções

#ViolaCaipira #ViolaInstrumental #ViolaBrasileira #Viola10Cordas #MúsicaBrasileira #CulturaPopular

A hora do almoço com música de raiz e com ambiente de feira de eventos, o que unirá boa comida e ótima companhia.

A Picuá Produções Artísticas promoverá neste domingo, 25, a rodada de encerramento do 4º Viola de Feira, que teve início em 4 de abril, com apoio do Ministério do Turismo e do Governo do Estado de Minas Gerais, agora contemplado pelo Edital da Lei Aldir Blanc (Edital Nº 16/2020  processo nº 1397)l. Violeiros consagrados vem se revezando a cada domingo deste período a partir das 11 horas e suas apresentações podem ser acompanhadas pelo canal https://m.youtube.com/user/picuaproducoes, sem a necessidade, portanto, de sair de casa e promover aglomerações neste grave momento da pandemia de Covid-19 em todo o país.

O projeto Viola de Feira é idealizado por Wilson Dias com o apoio da esposa Nilce Gomes à frente da Picuá Produções. O casal entende do riscado e convidou conterrâneos mineiros e de outros estados para embalarem a hora do almoço com música de raiz e com ambiente de feira de eventos, o que unirá boa comida e ótima companhia. Os concertos do projeto Viola de Feira sempre lotaram o Centro Cultural Padre Eustáquio, em Belo Horizonte (MG), formato agora inviável devido à expansão do coronavírus. Em 2021, apesar de hoje o palco ser virtual, não faltará a qualidade que já popularizou o evento.

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1376 – Viola de Feira traz Josino Medina entre as atrações da terceira rodada de 2021

#ViolaCaipira #ViolaInstrumental #ViolaBrasileira #Viola10Cordas #MúsicaBrasileira #CulturaPopular

A hora do almoço com música de raiz e com ambiente de feira de eventos, o que unirá boa comida e ótima companhia.

jornaslistas antifascistas

A Picuá Produções Artísticas promoverá neste domingo, 18, a terceira rodada da quarta edição do projeto Viola de Feira, que teve início em 4 de abril e terá concertos virtuais até 25 de abril, com apoio do Ministério do Turismo e do Governo do Estado de Minas Gerais, agora contemplado pelo Edital da Lei Aldir Blanc (Edital Nº 16/2020 – processo nº 1397)l. Violeiros consagrados se revezarão a cada domingo deste período a partir das 11 horas e suas apresentações poderão ser acompanhadas pelo canal https://m.youtube.com/user/picuaproducoes, sem a necessidade, portanto, de sair de casa e promover aglomerações neste grave momento da pandemia de Covid-19 em todo o país.

O projeto Viola de Feira é idealizado por Wilson Dias com o apoio da esposa Nilce Gomes à frente da Picuá Produções. O casal entende do riscado e convidou conterrâneos mineiros e de outros estados para embalarem a hora do almoço com música de raiz e com ambiente de feira de eventos, o que unirá boa comida e ótima companhia.

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