1521 – Colabore com a campanha para gravação de Alpendre, sexto álbum de Cláudio Lacerda (SP)

#MPB #MúsicaCaipira #ModaDeViola #Botucatu #ArtesGráficas

Disco terá 10 faixas que celebram parcerias do cantor e compositor e poderá ser ouvido no aconchego da própria casa ou empresa dos colaboradores a partir de setembro

Amigo e seguidor, vai ouvindo…

A campanha do cantautor de Botucatu (SP) Cláudio Lacerda, disparada na plataforma Catarse para gravar o Alpendre, seu 6º álbum de estúdio, está fluindo até que bem: já tinha alcançado 52% do objetivo quando começamos a escrever esta atualização, em 14 de abril. Mas vamos combinar? Dá para melhorar e muito este trem, gente! Com 25 dias ainda restando para novas colaborações, vamos fazer como as 99 pessoas que já tinham levado a mão ao bolso e apoiado este projeto lindo, cuja primeira etapa é esta, captar recursos por meio de depósitos de amigos e fãs até às 23h59m59s de 09 de maio. Sim, tem a tal da crise econômica, da inflação que faz o caraminguá evaporar, mas se você for ver, os recursos, cujo total está lá na página aberta para o financiamento (https://local.catarse.me/cd_alpendre_4d86?ref=ctrse_explore_featured), conforme o Cláudio explica direitinho, é para pagar de maneira bem apertada arranjadores e músicos, assessoria de imprensa, a arte gráfica do álbum, a prensagem (de apenas 500 unidades!), confecção e postagem das recompensas, sobre as quais informaremos mais abaixo.

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1100 – Cláudio Lacerda lança “Canções para acordar o Sol” e, mais uma vez, lava nossa alma!

Disco com arranjos de  Neymar Dias, Toninho Ferragutti e Levi Ramiro, com participações especiais de Mônica Salmaso e Rolando Boldrin encontra o caipira que existe em compositores como Chico Buarque, Tom Jobim e Gonzaguinha

O cantor, compositor e intérprete paulistano Cláudio Lacerda, hoje radicado num ranchinho beira-chão naquela serra mágica que abriga  Botucatu, no interior de São Paulo, possui não é de hoje o dom de nos deixar de alma lavada! Desde o primeiro dos seus agora cinco álbuns autorais, à frente de projetos solos ou em parcerias com expoentes e companheiros de estrada como Rodrigo Zanc, Luiz Salgado, Wilson Teixeira, Lula Barbosa, Zé Paulo Medeiros, Juca Novaes, Neymar Dias, Thadeu Romano, Alzira E., Daniel Franciscão, Pinho, Paulo Simões, Rodrigo Delage, Júlio Bellodi, Turcão, André Rass, Leonardo Padovani,  Amelinha, Renato Teixeira, sem contar dezenas de participações (sempre especiais) em trabalhos de outros artistas, Cláudio Lacerda nos embevece cantando com a voz que, nele, reside no coração, como um poeta ao narrar todas as cores e sensações de um amanhecer ou entardecer na roça; como um peão que acaba de apear com sua comitiva e narra magnetizando a plateia a longa jornada, tangendo bois e atravessando rios pelo sertão afora; ou como um miguilim com as manhas de contar um causo (verdadeiro!), de pescar sem demora um dourado ou jaú dos “bitelos”, que véve do milho ou feijão que planta e, ainda, conta com os acalantos de uma doce e apaixonada morena, sempre a sua espera em uma palhoça — na qual por mais humilde que seja, para os compadres e amigos, nunca faltam um pedaço de queijo, de bolo de fubá e um gole de café, ou, claro… daquela mais marvada.

Em toda a obra de Cláudio Lacerda é a pluralidade das histórias deste universo e são estes personagens, reais e imaginários, que saltam das notas musicais, ganham vida nas cordas de suas violas ou do violão Gibson e em arranjos que incluem até a participação de orquestras: tudo para (en) cantar e contar, com aguda devoção e quase em louvor, as belezas de um mundo e de uma vida que muitos de nós sonhamos ou um dia sonhávamos ter, mas desgraçadamente, por razões das mais variadas, deixamos ou deixaremos pelo caminho.

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Cláudio Lacerda: a arte de cultivar orquídeas e colher poesias para a viola e o violão

Foto: Adriano Rosa

Especial para o blog da Rádio UOL, publicado em 15 de julho de 2007

O cantor Cláudio Lacerda, paulistano filho de mineiros, tem um currículo de composições próprias e de participações em álbuns de vários companheiros de estrada que o qualifica como um dos mais criativos e genuínos nomes da atual safra das músicas regional brasileira e de raiz. Entrevistado recentemente pelo violeiro Yassir Chediak, que apresenta o programa “Bom Dia Campo”, no Canal Rural, Lacerda revelou durante um agradável bate-papo entremeado por músicas da carreira parte de suas potencialidades e desta identidade ao cantar o clássico “Boiadeiro Errante”, de Teddy Vieira.

Autor de “Canto brasileiro”, em parceria com o trovador urbano Eduardo Santhana e com participação do saudoso Dominguinhos durante a gravação do álbum “Cantador” (terceiro e mais recente da carreira, lançado em 2010), Cláudio Lacerda revelou a Chediak peculiaridades de uma vida atenta à natureza e regrada com modos simples, como cultivar orquídeas no sítio em que mora com a família, paciente trabalho conjunto que desenvolve com a esposa, agrônoma. Aproveitando a ocasião, também prestou tributo a baluartes da moda caipira ao lembrar que dedicou à memória de José Fortuna, Nonô Basílio, Angelino de Oliveira, Serrinha, Tonico, Cornélio Pires, e Capitão Furtado as faixas do segundo disco, “Alma Caipira”, de 2007.

Neste trabalho, o músico tornou públicas composições menos consagradas dos mestres revisitados, “aquelas que estão meio escondidinhas” dentro do amplo repertório de cada um deles. Ou seja: embora tenha o dom de compor as próprias obras com muita singularidade, sensibilidade e arte, Cláudio Lacerda inclina-se e vai às fontes mais cristalinas e doces do nosso cancioneiro de raiz não apenas buscar referências e inspiração, mas reverenciá-las, a elas levar nosso agradecimento. Se revelações tais quais ajudam a explicar de onde vem a riqueza e a poesia presente nas letras das suas canções, também evidenciam humildade.

Cláudio Lacerda, filho de mineiros, traz em sua formação raízes caipiras, mas suas composições também se inspiram em bambas da MPB e têm parcerias com Renato Teixeira (Marcelino Lima)

Citamos Dominguinhos como parceiros que Cláudio Lacerda já encontrou na estrada e com os quais subiu ao palco, entretanto a lista é grande. Renato Teixeira, Lula Barbosa, Pinho, Levi Ramiro, Wilson Teixeira, Rodrigo Zanc, Luiz Salgado, Miriam Mirah, Turcão, Paulo Simões, Pena Branca, Rodrigo Delage, Alzira Espíndola, Noel Andrade são alguns exemplos presentes em sua discografia, ou com os quais compartilhou trabalhos assinados pelos amigos. Ao optar por deixar de lado a carreira em Zootecnia, Cláudio Lacerda entrou de corpo e de alma para o time de cantadores das belezas do país, e, no silêncio de seu retiro, procura trabalhar tenazmente para formatar novos projetos, tarefa que põe de lado apenas para atender contratos de shows — por sinal, vários, em centros como a Capital, Presidente Prudente, Taubaté, Araraquara, Franca, Marília, Bauru, Guarulhos e Brasília, passando por lugarejos como a acolhedora Clementina, distante mais de 500 km de São Paulo.

Um destes projetos ainda inéditos, intitulado “Olhos d’Água”, levanta a bandeira em defesa dos rios brasileiros, alguns inspiradores de músicas que se aninharam no inconsciente popular com força de hinos e que no dia a dia servem não apenas de meio de subsistência às populações ribeirinhas, de equilíbrio para o meio-ambiente e os biomas nacionais, mas ainda de vias pelas quais circulam fatos e lendas que constituem a alma dos povos; que em subidas ou descidas das embarcações por suas correntes já trouxeram ou levaram personagens que alegraram ou feriram muitos corações.

É uma forte mensagem de apoio e de preservação à natureza, em síntese, tendo como suporte um elemento que outrora corria mais farto e límpido e servia ao homem sem riscos, que as rodas do progresso pelo progresso ameaçam de extinção. O projeto foi apresentado a uma empresa de comercialização de cosméticos produzidos de forma sustentável, desenvolvidos a partir de plantas encontradas em nossas ricas e variadas espécies de vegetação. “Olhos d’Água” poderá colocar Cláudio Lacerda lado a lado novamente com grandes cantores e compositores, entre os quais Paulo Simões, Paulo Freire, Levi Ramiro, Rodrigo Delage e Luiz Salgado. E prevê, da maneira como está formatado, apresentações em Belo Horizonte, Bonito (MS) e Piracicaba, com um fecho de ouro em Campinas para gravação do material audiovisual. Lacerda conta com uma resposta positiva e o videoclipe inserido em redes sociais já despertou o interesse de organizações como o SESC: um show sobre o tema está garantido para outubro, em Campinas.

Crédito: Adriano Rosa

Um dos projetos de Cláudio Lacerda o uniu aos amigos Rodrigo Zanc, Wilson Teixeira e Luiz Salgado. “Olhos d’Água”, ainda inédito, abordará rios brasileiros (Foto: Adriano Rosa)

As violas e violões de Cláudio Lacerda têm percorrido várias cidades do Interior paulista e fora do Estado de São Paulo, clubes, auditórios de teatros como Cacilda Becker e Crowne Plaza, palcos, estúdios de televisão — para entrevistas com Hebe Camargo e Ana Maria Braga, por exemplo –, e de emissoras de rádio. Além da recente entrevista para Yassir Chediak, Lacerda esteve com Rodrigo Zanc no programa “Dia Dia Rural”, levado ao ar em 13 de junho pelo canal de agronegócios “Terra Viva”, com apresentação de Tavinho Ceschi. Ao vivo, ambos comentaram como surgiu e vêm levando adiante projeto de tributo à Pena Branca e Xavantinho, o qual já completou quatro anos. Os primeiros programas e atividades deste resultaram em gravações no SESC Pompeia com a presença e o consentimento do próprio Pena Branca, que, infelizmente, morreria semanas depois.

Lacerda e Zanc também encantam plateias quando constituem o projeto “4 Cantos”, com o reforço de Luiz Salgado e Wilson Teixeira. Em suas apresentações, todos cantam exclusivamente músicas autorais que vão abrindo as suas próprias trilhas. Ao se encontrarem, estes caminhos evidenciam talentos prontos para realentarem e revigorarem a cultura popular por meio de uma de suas vertentes mais expressivas. São encontros de oito mãos e de múltiplas afinidades e afinações, atados não exatamente por fios condutores, e sim pelos arames utilizados nas cordas das respectivas violas caipiras, sempre bem entrosadas e temperadinhas no capricho, com o cuidado de quem alisa os cabelos da cabrocha, acabou de vir do pomar onde colheu uma fruta de delicada tez e sabor para ofertá-la à plateia.

Por onde o quarteto passa, há lotação na certa. O povo chega e se ajunta, vai ficando, vai ouvindo. Não demora, escutam-se pessoas perguntando a um colega do lado de onde saíram quatro moços assim tão bons; o rol de fãs, amigos e seguidores aumenta. Rolando Boldrin, que dispensa maiores comentários, admirou-se com esta formação. A convite do Sr. Brasil, em agosto de 2013, o “4 Cantos” gravou participação no programa que Boldrin conduz na TV Cultura. Em outubro, a cantoria foi ao ar e vem motivando visualizações em número cada vez maior na internet, com inúmeros compartilhamentos nas redes sociais.

Discografia de Cláudio Lacerda

Alma Lavada”, de 2003, “Alma Caipira”, de 2007 e “Cantador”, de 2010 são os discos lançados por Cláudio Lacerda, agraciado por três vezes consecutivas pelo Instituto Brasileiro de Viola Caipira, promotor das respectivas edições do Prêmio Rozini de Excelência de Viola Caipira (2005, 2010 e 2013).

A discografia e as láureas comprovam que ele traz no peito raízes estreitas com as músicas regional e caipira, elo que se estreitou com a graduação em Zootecnia na cidade de Botucatu, encravada na região onde se localiza um dos berços da cultura caipira paulista. Botucatu é para quem não se recorda ou conhece terra lavrada por Angelino de Oliveira, que lá viveu e constituiu família, legando para a cultura nacional a legendária “Tristeza do Jeca”. Neste solo frutificou outra expressiva voz do universo de raiz, Osni Ribeiro, com quem Lacerda articula tabelinhas perfeitas.

Crédito: Marcelino Lima

Cláudio Lacerda já fez apresentações em cidades como Franca e Ribeirão Preto, além de Brasília, e em teatros como o Crowne Plaza, sempre empunhando a viola e o violão (Marcelino Lima)

Então vai ouvindo, vai ouvindo, pois até os gringos da revista “Rolling Stones” já elogiaram as composições de Cláudio Lacerda. No mesmo diapasão soaram críticas elogiosas de veículos como o “Estado de São Paulo”, “Estado de Minas” e “Correio Brasiliense”, jornais de circulação nacional e de público eclético. Os três álbuns merecem ser ouvidos sem pressa como sugere a dica de Aquiles Riques Reis, músico e vocalista do MPB 4, para o qual se deve “deixar o tempo de lado, ao menos por alguns minutos” na hora de rodá-los na vitrola, curtindo sua voz forte e marcante, o seu macio e virtuoso toque nas cordas.

Por todas estas virtudes, o futuro quarto disco da carreira já nos imerge em curiosidades e expectativas. Cláudio Lacerda informou que já está debruçado em sua feitura e produção, mas prefere guardar comentários e revelações sobre quando o lançará e a temática que gravará, se manterá o perfil caipira, se trará contribuições sobre a preservação do meio-ambiente, ou se ecoará outros gêneros. Lacerda, já sabemos, é antenado no amplo sentido definido por Ezra Pound, e também admira compositores e cantores tais quais Tom Jobim e Rita Lee. Como também não é ruim de cabeça, tem interesses e cultua obras para além do universo regional, transita entre outras vertentes musicais das terras onde tem palmeiras e cantam aves de matizes diversas, do tico-tico que espalha fubá e o sabiá que perfura as laranjeiras ao cuitelinho da beira do porto; bom matuto sabedor que todos somos um tanto quanto macunaímas, pode extrair dos versos de Chico Buarque sotaques do interior, encontrar guardados de Caetano Veloso uma composição nascida à beira de um fogão de lenha cuja letra tenha o condão de nos conduzir às belezas dos grandes sertões e veredas, abrir uma porteira no Mato Grosso, animar uma roda de mate nos pampas.

Então, vai ouvindo, vai ouvindo, siga-nos, caboclo. E seja qual for a novidade que Cláudio Lacerda venha lavrando, uma bandeja bem servida do melhor café coado em pano, com direito a um bom naco de bolo de broa de milho e outras brevidades será posta à mesa, isto topo e aposto em qualquer parada!

Novidades do acervo do Barulho d’Água: Júlio Santin, Eujácio Rocha, Almir Cortês…

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Júlio Santin (Foto: Adriano Rosa)

O Barulho d’Água Música está com o acervo mais rico e registra com carinho e agradecimento as doações dos álbuns “Quitanda” (Carol Ladeira), “Capim Dourado” (Júlio Santin); “Matuto Moderno 5” (Zé Helder e Ricardo Vignini); “Moda de Rock ao Vivo” (Zé Helder e Ricardo Vignini); “M.úsica P.ropositalmente B.izarra” (Subtotal); “Sina de Violeiro” (Pinho); “Orquestra de Violeiros de Americana” (Bruno Papiroti) e “Baile na roça” (Eujácio Rocha), cedidos diretamente pelos cantores e por Cláudio Lacerda, que nos repassou o “Sina de Violeiro”, mais o DVD da noite de entrega da segunda edição do Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira, gravado em 18 de janeiro de 2011, no Centro de Convenções Minascentro, em Belo Horizonte, pelo Instituto Brasileiro de Viola Caipira.

O vídeo traz o registro do show de Chico Lobo e Pereira da Viola com participação de Sérgio Reis, contemplados naquela ocasião. Já o trabalho magnífico do sanfoneiro Eujácio Rocha, em cujo encarte há uma pintura de Cândido Portinari, também é gentileza de Júlio Santin. A dedicatória em “Capim Dourado”,  cujo autor além de violeiro e produtor musical é cardiologista, por sinal, merece destaque: “Para Barulho d’Água, Uso Interno: uma moda de viola de seis em seis horas”. Grato, Júlio Santin, fica repassada a tua receita para os seguidores e amigos pois esta, com certeza, vem livre de contra indicações!

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Carol Ladeira (Foto: Marcelino Lima)

 

 

O blog ainda adquiriu preciosidades como “25 anos não são 25 dias” (Quinteto Violado); “Rock Rural” (Sá, Rodrix e Guarabyra); “Nosso Quintal” (Levi Ramiro); “Violeiro Bugre” (Índio Cachoeira); “Alto Grande” (Paulo Freire); “Acordar com os passarinhos” (Tião Mineiro); “Pássaros Urbanos” (Fagner); “Rabecas e Violas” (Valmir Rosa & Bob Mendes); “Limiar” (Almir Cortês); “Orquestra Filarmônica de Violas II”; “Angudadá”; “Fala de Bicho, Fala de Gente” (Marlui Miranda, John Surman, Rodolfo Stroeter, Nelson Ayres e Caíto Marcondes) e “Bojo Elétrico” (Matuto Moderno).

Almir Cortês, autor de “Limiar” (Foto: Marcelino Lima)