895 – Estreia em Porto Alegre (RS) “Violas ao Sul”, projeto para difusão da música gaúcha e clássicos do cancioneiro nacional

A Fundação Ecarta reservou o palco onde está acostumada a receber em Porto Alegre (RS) grandes talentos da resistência cultural gaúcha para o primeiro concerto, transcorrido na noite do sábado, 25, do grupo Violas ao Sul, reunião de quatro violeiros, quatro vertentes, quatro mentes e quatro corações que se dedicam à guerrilha artística por meio da música. Valdir Verona, Mário Tressoldi, Angelo Primon e Oly Júnior têm a viola de 10 cordas permeando seus trabalhos ao longo dos anos e agora, juntos, irão se dedicar à apresentação de canções autorais, clássicos do cancioneiro gaúcho e brasileiro, bem como da música contemporânea. No programa de estreia constaram Milonga Blues e Desculpe Meu Filho (Oly Júnior), Das Bandas do Poente e Chamamé Blues (Valdir Verona), 10 de Fole (Angelo Primon), Violas do Sul do Brasil (Chico Saga/Mário Tressoldi), Na Volta que o Mundo Dá (Vicente Barreto/Paulo Cesar Pinheiro), Lamento (Fernando Reis Júnior), Maré Baixa (Ivo Ladislau/Mauro Moraes), Portas dos Sonhos (Mário Barbará/Sérgio Napp), Cantiga de Eira (Barbosa Lessa) e Os Homens de Preto (Paulo Ruschel).

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854- Cláudio Lacerda mescla em “Trilha Boiadeira” clássicos e composições próprias sobre personagem que representa a brasilidade e tem força de mito

O cantor e compositor paulistano Cláudio Lacerda lançará nesta sexta-feira, 15, o quarto álbum de sua carreira, no palco da unidade Pompeia do Sesc de São Paulo. Trilha Boiadeira, inicialmente gravado para marcar os 10 anos do canal de agronegócios Terra Viva, reúne 12 faixas e está acondicionado em um belíssimo estojo cujo encarte traz figuras de boiadeiros em atividade ou solitários, paisagens e animais com os quais deparam na, além de apetrechos da lida como se entalhadas em madeira ou curtidas em couro. Os arranjos da maioria das composições, releituras de clássicos dos gêneros caipira e regional, são de Neymar Dias, multi instrumentista da melhor cepa que fará parte da comitiva levando a viola de dez cordas à garupa, ao lado de Igor Pimenta (baixo acústico), Thadeu Romano (acordeon) e Kabé Pinheiro (percussão).

Além de Disparada, obra de Théo de Barros e Geraldo Vandré vencedora do lendário festival da TV Record de 1966 em interpretação do saudoso Jair Rodrigues, o repertório inclui duas das consideradas mais belas músicas do cancioneiro rural de todos os tempos, Boiadeiro Errante (Teddy Vieira) e Boi Soberano (Carreirinho, Izaltino Gonçalves e Pedro Lopes), de acordo com avaliações e pesquisas do  jornalista José Hamilton Ribeiro apontadas na edição revista e ampliada em 2015 Música Caipira: As 270 maiores modas. O conjunto da obra de Cláudio Lacerda e seus ponteiros, no entanto, não guarda apenas estas virtudes, mas recoloca em foco uma das mais marcante e mítica personagem da cultura popular, a qual estão associadas tradições e valores que evocam a brasilidade que constitui a alma típica e autenticamente sertaneja.

Mais do que uma profissão vinculada a uma atividade comercial presente no mundo rural, exercida coletivamente, posto que uma de suas formas de organização são as comitivas (nas quais há, inclusive, funções predeterminadas), é individualmente que o boiadeiro se afirma e se insere no cenário que representa e na história. Nas jornadas com os bois ou boiadas, este se torna protagonista de sagas que percorrem paisagens de tirar o fôlego, sim, mas transcorrem quase sempre em ambientes rústicos ou hostis, o que exige dele valentia e bravura.

O boiadeiro, entretanto, para além de um homem bruto que em certa medida ou contraditoriamente também se diviniza, possui também habilidades e é dotado de sensibilidades terrenas que ajudam a consolidar mais do que a lenda de um herói o perfil de homem ideal, justo e admirado, tanto pelos companheiros, quanto pelos patrões e, claro, pela correspondente feminina.  Isto sem contar que é, ainda, a ligação espiritual entre o sacro e o profano à medida que se torna o eleito para, sempre com justeza e respeito, inclusive, zelar pela sorte do próprio boi, animal que também possui sua aura mística e sagrada, impedindo que o bicho, em sua condição de animal, sofra mais do que o aceitável ou permitido para que sua carne, leite e couro sirvam às nossas necessidades; ainda que do boi só não se aproveite o berro, como sacou  o cearense Ednardo, desenvolve-se entre ambos os seres ligações afetivas tão intensas a ponto de, na hora cruel do abate, o carrasco evitar baixar o cutelo por reconhecer ali seu animal de estimação e ser lambido por este.

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Óleo sobre tela disponibilizado na internet, sem atribuição do crédito ao artista plástico, representa a lida de boiadeiros

O  campo e os ofícios que ele contém, enfim, é representativo do todo: evoca belezas naturais e inocência, paz, tranquilidade, redenção e poesia, mas também esboça um território no qual se manifestam ódio e brutalidade; há rivalidades, inclusive as inflamadas pela inveja e pelo amor, provocativas de dores e de conflitos, tragédias, sofrimento e morte (“boiadeiro veio tarde, veja a cruz no estradão!”). Este universo está bem delineado e presente não apenas na mais nova obra Cláudio Lacerda cuja discografia já oferece aos amigos e fãs Alma Lavada, Alma Caipira e Cantador. O berrante para que comece o aboio de lançamento de Trilha Boiadeira soará às 21 horas, ajeite a sela, prepare o seu coração e aproveite a viagem: vai ter poeira cobrindo a estrada, sol queimando o rosto, rios caudalosos a serem atravessados, caboclinhas acenando à janela, mas ninguém terá pressa de chegar…

Cláudio Lacerda já dividiu palco e faixas de seus discos com Dominguinhos, Renato Teixeira e, recentemente Amelinha, compõe com Luiz Salgado (Araguari/MG), Rodrigo Zanc (São Carlos/SP) e Wilson Teixeira (Avaré/SP) o projeto cultural 4 Cantos; com Zanc protagoniza ainda tributos a Pena Branca e Xavantinho. Em Trilha Boiadeira assina parcerias com Adriano Rosa e vários ícones da música de raiz como Neymar Dias, Zé Paulo Medeiros, Teddy Vieira, Almir Sater, Renato Teixeira e Paulo Simões.

O Sesc Pompeia fica na rua Clélia, 93, e para mais informações disponibiliza o número de telefone 11 3871-7700.

832 – Chico Lobo (MG), Cláudio Lacerda (SP) e João Triska concorrem ao Prêmio Fernando Brant de música regional

Chico Lobo (MG), Cláudio Lacerda (SP),  e João Triska (PR) estão entre os 117 finalistas das 39 categorias do 2º Prêmio Profissionais da Música, conforme apontaram os 4967 votos de profissionais cadastrados (entre os quais o autor deste blogue, o jornalista Marcelino Lima), em processo encerrado no domingo, 13 de março. Os três disputarão, agora, o título da categoria Raiz Regional, representado pelo Troféu Fernando Brant, previsto para ser entregue entre os dias 1 e 3 de abril, no Teatro Nacional de Brasília (DF), evento que terá entrada franca mediante retirada de ingresso e que oferecerá como parte da programação várias atividades e eventos correlatos, incluindo exposição sobre a vida e a obra de Fernando Brant, um dos ícones do Clube da Esquina, que morreu em 2015 e entre outros foi parceiro de Milton Nascimento.

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765 – Casa Aberta, segundo álbum de Wilson Teixeira: entre, puxe sua cadeira, aprecie sem moderação e fique o quanto quiser….

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Junto ao portão, o violeiro Wilson Teixeira espera amigos e admiradores para os quais tem a Casa Aberta e uma vez lá dentro conduzirá a um pomar repleto de goiabeiras, laranjeiras e outras árvores carregadas de frutos, incluindo uma buriti, os que aceitarem o agradável convite para ouvir as 10 faixas do seu novo álbum, o segundo da carreira e que acabou de sair do forno – conforme ele mesmo, à lenha, já que não foi assado com pressa para assim ser melhor degustado, de forma que guardasse todos os sabores de uma autêntica iguaria de roça à qual se incluiu pitadas de baunilha urbana em doses certas para não macular o equilíbrio da receita elaborada para transitar entre o campo e a cidade.

Casa Aberta é uma mescla de música caipira, MPB e folk dedicada ao parceiro de estrada Salatiel Silva (São Paulo), mas todos os que já integram a lista que forma o público sempre crescente de Wilson Teixeira e os eventuais que se juntarem no caminho com certeza nela vão querer passar temporadas: o cantor e compositor de Avaré (SP), além da tradicional viola de dez cordas, sentou-se ao piano e, entre outros instrumentos, também toca na roda violão aço, ganzá e ukulelê.

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649 – Cláudio Lacerda no Imagens do Brasil Profundo: a arte de melhorar o que já é ótimo!

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Cláudio Lacerda, cantor e compositor paulistano, acompanhado por Daniel Franciscão (viola caipira) e Leonardo Padovani (violino), protagonizou na noite de quarta-feira, 16, mais um dos seus memoráveis shows, durante o qual cantou na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, sucessos da carreira que já soma três álbuns gravados, um prestes a ser colocado à disposição dos amigos e fãs (inúmeros, mas ainda poucos para um artista da sua magnitude e capacidade interpretativa e veia composicional!) e vários projetos dedicados à pesquisa, preservação e divulgação das tradições populares que abastecem o inesgotável e rico manancial da  música regional e de raiz nacionais, concebidos e costurados independentemente não sem mergulhar em dedicados estudos.  Cláudio Lacerda atendia ao convite do curador do projeto Imagens do Brasil Profundo, o professor de Sociologia Jair Marcatti, e mais uma vez provou: quando ele sobe ao palco o que já é normalmente ótimo pode ficar ainda melhor!

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602 – Festival gastronômico de Brotas (SP) terá show com Rodrigo Zanc e banda no Centro Comunitário

 

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Rodrigo Zanc, cantador araraquarense residente em São Carlos, será uma das atrações do 4º Festival Brotas Gourmet, que a cidade de Brotas (SP) realizará entre 13 e 15 de agosto, com o tema Receitas Recheadas de Lembranças, evento oficial do município desde 2012, organizado pela Associação de Empresas do Turismo de Brotas e Região (Abrotur), em parceria com a Prefeitura de Brotas e a agência local do Senac. Rodrigo Zanc estará no palco montado no Centro Comunitário na sexta-feira, 14, a partir das 21 horas, acompanhado por Bruno Bernini (bateria), Ricieri Nascimento (baixo), Rodrigo Zanin (guitarras)  e Thadeu Romano (acordeon), além do técnico de som Dado Pires.

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Luiz Salgado recebe Galba e Cláudio Lacerda em mais uma rodada do Imagens do Brasil Profundo, em SP

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O Barulho d’Água Música acompanhou na noite de ontem, 15 de julho, Sina de Cantadô, apresentação do cantador, violeiro e pesquisador Luiz Salgado (Patos de Minas/MG) no auditório da Biblioteca Mario de Andrade, em São Paulo, em mais uma rodada do projeto Imagens do Brasil Profundo, que tem curadoria de Jair Marcatti. Salgado cantou músicas de sua carreira presentes nos álbuns homônimo ao show (aberto com o Canto a Oxalá), Trem Bão, já lançados, e Quanto mais meus óio chora mais o mar quebra na praia, que está em produção e terá financiamento coletivo pela plataforma partio.

Antonio Joao Galba, ao violino, e Cláudio Lacerda (Cláudio Lacerda), ao violão voz, fizeram participações das mais especiais em músicas consagradas da carreira de Salgado, como Noite e Viola, e ainda em Sinal, uma folia do goiano Domá da Conceição. O convidado de Marcatti mostrou, ainda, a novidade Flores de Outono, parceria dele com Consuelo de Paula (que estava na plateia)e gravará em Quanto mais meus óio chora…. O mineiro prestou seu tributo ao conterrâneo Dércio Marques cantando Leilão de Jardim, que ficou conhecida na voz de Diana Pequeno, entre outros intérpretes. Tudo sob as bençãos de São Gonçalo e prestigiado, ainda, pelo violeiro Sidnei de Oliveira, autor do álbum Prólogo e de um artigo recentemente publicado na revista da Editora Escala Filosofia, Ciência e Vida, na qual Oliveira aborda o risco de extinção das tradições ligadas à viola caipira pela aproximação da indústria cultural que, em breve, o blog publicará, na integra, como página especial.

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Biblioteca Mario de Andrade recebe Luiz Salgado (MG) para mais uma rodada do Imagens do Brasil Profundo

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Luiz Salgado, natural de Patos de Minas, atualmente residindo em Araguari (MG), é uma voz quase solitária em defesa do Cerrado mineiro e em suas composições também trata dos temas tradicionais, religiosos e folclóricos da região que representa e se insere no Brasil profundo abrangido pelo projeto de Marcatti (Foto: Marcelino Lima/Barulho d’água Música/Acervo do Projeto Cultural 4 Cantos

O cantor e compositor Luiz Salgado (Patos de Minas/MG) está de volta a São Paulo para ocupar na noite de hoje, 15, a partir das 20 horas, o palco do auditório da Biblioteca Mario de Andrade. Em uma apresentação que será gratuita, Salgado vai animar com o espetáculo Sina de Cantadô mais uma rodada do projeto Imagens do Brasil Profundo, que tem curadoria do professor Jair Marcatti e vem sendo promovido desde 2014 às quartas-feiras, sempre começando no mesmo horário.

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Projeto 4 Cantos encerra turnê por Sampa após show no Sesc Santo Amaro

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Rodrigo Zanc, Ricieri Nascimento (baixo), Wilson Teixeira, Cláudio Lacerda, Luiz Salgado e Bruno Bernini (bateria): encontro de alegria e amizades no palco e no hall de acesso ao teatro do Sesc Santo Amaro (Fotos: Marcelino Lima/Barulho d’água Música/Acervo Projeto Cultural 4 Cantos®

Gente chegou lá de trem, pegou Metrô, encarou ônibus, foi de carro e até fez sacrifício para, mesmo apoiada por muletas, não perder a chance. Eram pessoas de cidades por onde os músicos já haviam passado e deixado saudades tais quais Araraquara, Avaré, São Carlos, Americana, Piracicaba, São José dos Campos, Osasco ou parceiros de estrada como Noel Andrade, Julio Bellodi e Sarah Abreu, misturados a quem ainda não os tinha visto no palco. Agora, quem já está com saudades e perguntando “quando é que eles voltam?” é boa parte do público paulistano que teve a oportunidade de curtir, em duas apresentações, em unidades do Sesc, o projeto cultural 4 Cantos. Primeiro no bairro de Campo Limpo, apesar da noite fria e chuvosa. Era 4 de julho, data da estreia em Sampa, depois de quatro anos de estrada. Em seguida, no dia 11 de julho, quando Cláudio Lacerda, Luiz Salgado, Rodrigo Zanc e Wilson Teixeira atraíram seguidores, amigos, familiares e anônimos que se tornaram fãs de carteirinha e após a cantoria, no hall de entrada do teatro, espremeram-se entre os demais em busca de um autógrafo, um abraço, uma selfie, ou um imagem ao lado dos quatro.

Os shows do projeto cultural 4 Cantos, que contam ainda com as participações de Bruno Bernini (bateria) e Ricieri Nascimento (baixo), além do técnico de som Dado Pires, mesclam autêntica moda caipira, folk, samba, folias de reis e “rock pé rachado”, com doses de contação de causos na medida certa para o riso. São cantadores independentes que encaram a labuta quase colocando grana do bolso para levar além a proposta de valorizar as tradições, a beleza e a simplicidade da vida no campo, sem malhar o ritmo urbano hoje muito bem expresso pelo termo “correria”. Juntos no palco, Cláudio Lacerda, Luiz Salgado, Rodrigo Zanc e Wilson Teixeira sugerem uma “pausa”, uma respirada mais funda para percebermos o que há de melhor tanto no idílio da roça, quanto no pulsar frenético da cidade, experimentado um modo de vida mais descontraído e harmônica, no qual caiba tanto o trabalho, quanto a prosa descompromissada, o direito à poesia, ao sonho, e por que não? ao choro gostoso da saudade que compõem os rios interiores cujas águas, com o correr do tempo, acabam sendo poluídas e perdem o encanto, deixando às margens as pequenas alegrias e celebrações que deveriam ser cotidianas. 

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4 Cantos canta no SESC Santo Amaro (SP) após estreia no Campo Limpo

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São Paulo conheceu, enfim, o projeto cultural  4 Cantos,  que conquistou cidades do interior do Estado e que com mais um memorável show aqueceu a fria noite de sábado, 4 de julho, quando estreou na Capital , ampliando o crescente fã clube de Cláudio Lacerda, Luiz Salgado,Rodrigo Zanc e Wilson Teixeira, músicos que formam o grupo. Agora, neste sábado, 11, é a vez do público que frequenta a unidade Santo Amaro do Sesc curtir a partir das 20 horas o espetáculo que mescla autêntica moda caipira, folk, samba, folias de reis e “rock pé rachado”, com doses de contação de causos na medida certa para o riso. O ingresso já está à venda!

A proposta dos cantadores  é valorizar as tradições, a beleza e a simplicidade da vida no campo, sem criticar o ritmo urbano hoje muito bem expresso pelo termo “correria”. Juntos no palco, Cláudio Lacerda, Luiz Salgado, Rodrigo Zanc e Wilson Teixeira propõem uma pausa para percebermos o que há de melhor tanto no idílio da roça, quanto no pulsar frenético da cidade, experimentado uma vida mais descontraída e harmônica, com direito à poesia, ao sonho, e por que não? ao choro gostoso da saudade que compõem os rios interiores cujas águas, com o correr do tempo, acabam sendo poluídas e perdem o encanto, deixando às margens as pequenas alegrias e celebrações que deveriam ser cotidianas. 

Os músicos Bruno Bernini (bateria) e Ricieri Nascimento (baixo) acompanham o projeto cultural 4 Cantos em todas as apresentações.

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