O violeiro, autor e cantor Paulo Mourão junto com a cantora e professora de canto Adriana Lopes, apresentará seu novo show, Pedra de Luz, na quarta feira, 9, a partir das 19h30, no Cine Teatro Brasil Vallourec, situado em Belo Horizonte (MG), em mais uma rodada do projeto Canto & Viola, coordenado por Luiz Trópia e Tadeu Martins. Pedra de Luz tem direção artística de Regina Milagres e contará, ainda com a percussão de Sal Ribeiro. “Trata-se de um momento de catarse nos meus 18 anos de carreira”, relata o artista, acrescentando que a união com Adriana Lopes fez crescer em muito as interpretações e que a direção de Regina Milagres é fantástica, precisa: “Até o silêncio faz parte do show!”
Com seis álbuns lançados, Paulo Mourão conhece o Brasil na palma da mão. O violeiro destaca que “carrega o mundo no oco da viola” e, intuitivo, viu na junção com Adriana Lopes o caminho para encher de flores sua própria trajetória. Jornalista com 38 anos de atividades, não faz concessões ao mercado, não confunde cultura com entretenimento e prega: alegria não é palhaçada!
Ao longo de seus 60 anos morou praticamente em todo país. Onde não residiu, trabalhou em reportagens. “Conheço lugares que sequer nomes tinham!”, conta, ciente de que traz na bagagem o aprendizado da solidariedade, do respeito e um compromisso com o sentimento de ser brasileiro. “Canto o Brasil menino, o Brasil da minha infância, da minha lembrança do futuro, pois no meu coração não há sentimento obscuro”, garante com a contundência que o caracteriza. “Canto com jeito, com muito respeito, com uma força bonita que vem do fundo do peito”, prossegue, antes de complementar: “Canto pra saudar os Preto-Veio, os Caboclos, os Juremeiros, os Hoasqueiros; canto o povo brasileiro pra mostrar pro mundo inteiro a Força, a beleza, a bondade e a humildade do Grande Terreiro brasileiro: Saravá meus irmãos, Saravá!”
Também poeta, Paulo Mourão insiste: “Não há poesia sem o sentimento verdadeiro de Humanismo!” Por tais posturas sua trilha no mundo da viola encontra resistências, mas guerreiro velho, acostumado a muitas pressões (algo que é inerente e uma das características mais presentes em sua exigente profissão), segue seu caminho.
Em Pedra de Luz o convidado de Trópia e Martins não contará causos, declamará poemas. Entre eles, há dois, de dois autores baianos, Quito Nonato e Azulão Baiano. “Meu dom quem me deu foi Deus”, observa, taxativo. “Ganhei por merecimento. Eu canto com alegria para trazer bom sentimento. Em meio às estrelas do céu, em meio às estrelas do Mar, tem um segredo bonito, eu vim aqui te contar: tem areia, tem areia, no fundo do mar mora a Sereia.”
O projeto Canto & Viola oferece mensalmente apresentações de expoentes da viola caipira nascidos em Minas Gerais, sempre no Cine Teatro Brasil Vallouréc, com coordenação de Luiz Trópia e Tadeu Martins. O palco das cantorias fica na Avenida Amazonas, 315, Centro de Belo Horizonte. Para saber mais e comprar ingresso há o (31) 2626-1251