1498 – João Ormond lança novo álbum e leva ouvinte em viagem poética pelo rio que corre ao contrário e pega carona para chegar ao mar

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Tietê – Rio dos Sonhos é amarrado por lindos versos e poesias em forma de canção com o intuito de emocionar do começo ao fim quem o ouvir

Está disponível desde 14 de janeiro nas plataformas digitais Tietê – Rio dos Sonhos, o mais recente álbum do cantor e compositor João Ormond, mato-grossense de Arenápolis residente em Jundiaí, no Interior paulista. Composto por dez canções inéditas, com parcerias novas e de longa data do autor tais como Paulo Simões, Divino Arbués, Pescuma Morais, Chico Lobo, Clemente Manoel, Zé Geraldo, Amauri Falabella e Milton Bezerra, Tietê: Rio dos Sonhos é amarrado por lindos versos e poesias em forma de canção com o intuito de emocionar do começo ao fim quem o ouvir. O disco, comentou ainda Ormond, deriva da gravação de um audiovisual inédito, com o mesmo nome, produzido com apoio do ProAc do governo do estado de São Paulo

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1434 – Álbum de João Ormond e Divino Abrués destaca ritmos, temas, saberes e falas do povo mato-grossense

Cantos do Mato, lançado apenas nas plataformas digitais, tem dez faixas que suprem a carência de conteúdo de conhecimentos culturais que domina atualmente a maioria das músicas comerciais que inundam as mídias

Está disponível nas plataformas digitais Cantos do Mato, álbum lançado em junho que traz 10 músicas compostas em parceria pelos cantores João Ormond e Divino Arbués, além de contar com participações da cantora Ana Rafaela. Cantos do Mato,  dentre outras virtudes,  registra a junção da musicalidade e da criatividade desses consistentes protagonistas da música feita em Mato Grosso. O fato de suas composições terem se consolidado e angariado público ao longo dos últimos 15 anos já fala por si só, pela qualidade e autenticidade de cada autor, que, além de oferecerem pesquisas de ritmos e temas, entregam conteúdo da história, dos saberes e falares do povo de cada uma de suas regiões sem, entretanto, abrirem mão da música romântica e dos ritmos como o xote e o pagode. Ambas as obras vêm suprir a carência de conteúdo de conhecimentos culturais da música comercial que domina atualmente a maioria das mídias.

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1391 – Milton Guapo (MT) lança, pela Kuarup, álbuns com Orquestra de Mato Grosso e regência de Leandro Carvalho

#MT #Berrante #MúsicaPantaneira #PantanalMT  #Rasqueado #Cáceres #OEMT #CulturaPopular #BrasilProfundo

O Berrante Pantaneiro e Pantanal Sinfônico já podem ser ouvidos exclusivamente nas plataformas digitais

Já está disponível nas plataformas digitais O Berrante Pantaneiro, álbum do músico Milton Guapo, em parceria com a Orquestra de Mato Grosso (OEMT), lançado pela produtora e gravadora Kuarup. As composições são de autoria de Guapo, nascido em Cáceres (MT), e trazem como “solista” o berranteiro Chico do Berrante, que entoa seu instrumento de trabalho junto com a OEMT para acompanhar os movimentos da sinfonia. Guapo é um pesquisador da cultura mato-grossense, em especial a da Baixada Cuiabana e do Pantanal e, certo dia, sentiu uma vibração que mais parecia o eco de um cânone das escalas e modos que ouvia quando criança.

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1004 – Jair Marcatti recebe Sidnei de Oliveira para mais um bate-papo da série Retratos do Brasil – Prosa e Música, na BMA

Jair Marcatti (Foto: Daniel Kersys)

Dedos de prosa, boa conversa e muita música. Essa é a receita do Projeto Retratos do Brasil – Prosa e Música que será promovido na Biblioteca Mario de Andrade (BMA/São Paulo) uma vez por mês, às quintas-feiras, entre agosto e dezembro, sempre começando às 19 horas. O idealizador Jair Marcatti, historiador e professor do curso de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM),  pretende mostrar nos cinco encontros o Brasil que a música de cada convidado reflete; um país mais para dentro, mais regional, dos rincões, escondido, mas muito vivo. A cada nova rodada, Marcatti conversa com músicos que, em comum, apresentam olhar aprofundado sobre o Brasil, somado ao trabalho de pesquisa e de resgate das nossas mais entranhadas tradições, com a vantagem dos bate-papos serem pontuados no calor da prosa, ao vivo, pelo som dos instrumentos.

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724 – Vinícius Alves, autor de Violas e Veredas, é atração do Viola & Café, projeto do Sesc Campinas (SP)

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O Sesc Campinas receberá Vinícius Alves neste domingo, 15, a partir das 10 horas, em nova rodada do projeto Viola & Café. Considerado um virtuose da viola caipira por utilizar várias afinações enquanto toca, Vinícius Alves interpreta e compõe trazendo ao palco a bagagem e a alma do homem do Interior, características que já o premiaram em vários festivais. Em outubro, acompanhando a cantora e compositora Walgra Maria (São João da Boa Vista) ao programa Sr.Brasil, recebeu elogios de Rolando Boldrin e após as gravações entregou ao blogue um exemplar de Violas e Veredas, primoroso disco instrumental que gravou em 1998 e mereceu reedição em 2009. 

Atualmente, entre um show e outro pelo Brasil, Vinícius Alves coordena o Projeto Guri. Para a apresentação gratuita em Campinas com direito a café com sabor de roça acompanhado por bolo de milho, preparou repertório com músicas do disco, novas obras e clássicos da música caipira sempre pedidos pelo público.

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Vinícius Alves em foto reproduzida do álbum Violas e Veredas

A Viola e o Sabiá, por Zé Jabur*

Se o sabiá é um sábio e natural sabedor da arte do “devorteio” do assoviar, ninguém melhor que ele para afirmar que a beleza repousa nas notas e acordes violados desse primeiro trabalho de Vinícius Alves. Explico: assim que botei o cd pra tocar, foi um tal de sabiás passando pela janela de meu quarto, pousando no flamboyanzinho em flor, como que pra saber que som seria aquele? Bom presságio, pensei! Passavam, faziam um duetinho e seguiam seu curso: uma canjinha na minha seleta audição!

Vinícius Alves é fruto da “terceira onda” de violeiros, pois a viola brasileira sofreu verdadeira revolução do século passado (ou seria milênio?) para cá. A “primeira onda” reuniu clássicos como Tião Carreiro, Renato Andrade, Badia Medeiros e outros desbravadores e reinventores desse instrumento português e mouro. Na “segunda onda” vemos uma revolução ainda maior capitaneada por Almir Sater, Roberto Corrêa, Ivan Vilela, Tavinho Moura, Braz da Viola, Paulo Freire e outros bambas que modernizaram a viola trazendo um fraseado mais refinado, misturando os acordes duetados e múltiplas afinações da tradição da viola a solfejos e acordes como o do violão clássico e popular. Os estilos mineiro e mato-grossense passaram a ter roupagem muito sofisticada a partir de então, fundidos às influências que vinham do flamengo, do violão clássico, do blues.

A “terceira onda” revela violeiros entre os quais há Fernando Deghi, Pereira da Viola e Chico Lobo integrando uma lista que parece não acabar mais e traz só uma conclusão: a viola cresce dentro cultura brasileira, diversifica-se e se enriquece, fundindo-se e recriando-se. O caboclo Vinícius Alves é figura de proa nesta cena.  Apresenta jeito reservado como caipira paulineiro que é, intransigente em seus princípios de arte e ética, com sua pureza artística e de coração. Em seu “imborná” cultural todas as influências ancestrais e contemporâneas estão presentes, tanto que no primeiro disco, reeditado em 2009, podemos ouvir multiplicidade de estilos: o violeiro passeia com tranquila autoridade, sem fazer força, fluindo como chalana no Rio Paraguai.

Os traços dos mestres de boa lavra como diria meu avô e seresteiro Zé Pifani enobrecem o álbum. Assim como Elis Regina, que tinha grande influência de Ângela Maria no início da carreira, em Violas e Veredas podemos perceber as fontes de onde Vinícius Alves bebeu de boa água, porém há algo muito particular no fraseado desse violeiro: a limpeza, a claridade, a verdade das coisas feitas com coração e arte, sem excesso de técnica, medida das mais difíceis de ser atingida (que o digam os grandes instrumentistas que criaram escola).

Então, para os afortunados que tiveram acesso a esse trabalho, só resta degustar a mestiça seleção de repertório bem brasileiro, com pagode de viola, guarânia, valsa, folk-blues, chamamé e outros mais… e aguardar o segundo disco que já está no forno. Bom proveito!!!

*Médico-psiquiatra, violeiro aprendiz, poeta nas horas febris e fotógrafo de cultura popular

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