1555 – Com viola na canoa, Zebeto Corrêa (MG) navega rios de Guimarães Rosa e volta à margem com Nonada

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Disco lançado em parceria com Jorge Fernando dos Santos já tem dois anos de estrada e revela mais uma vez que apesar de recorrente o rico universo popularizado pelo escritor de Grande Sertão: Veredas segue  fonte inesgotável de inspiração

Os romances de Guimarães Rosa, notadamente Grande Sertão: Veredas, de 1956, sempre inspiraram cantores e compositores e embora o tema seja dos mais recorrentes e possa em certa medida até parecer já um tanto quanto esvaziado, ótimos discos sempre resultam do fascínio daqueles que se aventuraram a passar a nado por estes caudalosos rios. Um destes álbuns é Nonada, que já completou dois anos de nascimento e foi lançado em abril de 2020 pelo mineiro Zebeto Corrêa, cantor, compositor e multi-instrumentista da cidade de Itaúna. Zebeto Corrêa é um campeoníssimo de festivais e já levou para casa mais de 300 troféus conquistados país afora. Autor de 16 discos e parceiro de inúmeros outros compositores, em Nonada ele prova ainda mais que a versatilidade é uma de suas virtudes, pois além de cantar e tocar diversos instrumentos, também exibe sua familiaridade com a viola caipira. Desta vez, todas as 12 faixas têm letras de Jorge Fernando dos Santos e foram feitas e tocadas no instrumento de dez cordas.

A primeira parceria entre Zebeto e Jorge Fernando resultou em Violinha de Pau, música que saiu em Poemas para Cantar e Dançar, para o qual Zebeto musicou poesias de vários autores do antigo Coletivo 21, em 2014. De lá para cá, ambos assinaram várias canções, a maioria dedicada ao universo da viola caipira, que Jorge Fernando considera o “instrumento-síntese da cultura interiorana do Sudeste brasileiro”.

Zebeto Corrêa despontou com a banda Fogo no Circo, com a qual gravou o primeiro elepê. Pouco depois, lançou Muito Prazer e Cine Metrópole (1991), ambos solo. A partir de 1993, juntou-se a Bartholomeu Mendonça, com quem lançou Além da Curva do Rio. Cinco anos depois voltou aos estúdios e trouxe à luz Princípios, com direito a estreia na Tom Brasil, casa noturna da cidade de São Paulo. Alma Brasileira, de 1999, levou Corrêa e Mendonça à semifinal do Prêmio Visa de MPB, promovido pela Rádio Eldorado.

Somente em 2001 o  filho de Itaúna abraçou em definitivo sua carreira solo e, logo na largada, mereceu de Mauro Dias, jornalista do jornal O Estado de S. Paulo, o elogio de quem o considerou “um dos maiores cantores brasileiros surgidos na última década”. De lá para cá, Zebeto produziu mais de dez discos, com diversos parceiros, entre eles Caio Junqueira Maciel – com o qual compôs cerca de 40 canções – e o gaúcho de Jaguarão Martim César. Este trabalho coerente e sólido, sempre pautado pela qualidade e pelo bom gosto de letras, arranjos e interpretação, pode se conferido, por exemplo, em Era Uma Vez (2005); Trilhas da Literatura Brasileira – Ouvir e Ler (2007); Recados de Minas (2009); e Amores e Outras Flores (2019).

O álbum Nonada, título que remete à palavra com a qual Rosa inicia Grande Sertão: Veredas foi gravado entre dezembro 2019 e março 2020, no Estúdio Zim, do próprio Zebeto, no momento, portanto, que o mundo começava a ser flagelado pela pandemia do coronavírus. Zebeto também fez a mixagem, juntamente com Sérgio Danilo, que tem participação especial como clarinetistas na faixa-título. Outros convidados são o próprio letrista, Jorge Fernando, e o flautista Murilo Ribeiro, ambos na faixa Casarão de Fazenda.

Todas as faixas estão disponíveis nas plataformas digitais e o álbum, entre outros de Zebeto lá disponíveis, pode ser baixado em formato MP3 do blogue Em Canto Sagrado da Terra. O link é http://cantosagradodaterra2.blogspot.com/2022/06/zebeto-correia-nonada.html

Para conhecer mais sobre Zebeto Corrêa leia a entrevista que ele concedeu em 19 de fevereiro de 2018 ao jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa publicada na revista Ritmo Melodia.

https://www.ritmomelodia.mus.br/entrevistas/zebeto-correa/

1453 – Jean Garfunkel (SP) homenageia aniversário de Vinicius de Moraes com nova edição do Canto Livro

#MPB #LiteraturaBrasileira #CulturaPopular #ViniciusdeMoraes

O compositor e poeta paulistano Jean Garfunkel fará neste sábado, 16 de outubro, uma apresentação ao vivo a partir das 19 horas no canal de Youtube do projeto Canto Livro. Com cinco discos lançados e músicas gravadas por vozes importantes da MPB como Elis Regina e Zizi Possi, Jean Garfunkel aderiu às “lives” e tem feito apresentações virtuais, formato tão disseminado durante a pandemia da Covid-19. Em cada uma, sem que alguém precise sair de casa, ele nos acalenta com boa prosa, poesia e música. Nesta apresentação, Garfunkel aproveitará para homenagear o aniversariante do mês, Vinícius de Moraes. Farão parte do roteiro crônicas rimadas (gênero presente em seu último livro, Poemania Crônica), poemas e canções de sua autoria que dialogam com a obra de nosso Poetinha- que estará presente com poemas declamados pelo cantor.

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1414 – Ouça SerTão Andante, quarto disco de Aldy Carvalho (PE), e viaje ao NE com xote, baião, coco, xaxado, galope e martelo

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Álbum de 2018 traz 12 faixas, entre as quais duas instrumentais, e é o quarto da trajetória do cantador, compositor e cordelista que aprendeu ainda na infância a valorizar as raízes artísticas da família pernambucana

A música de Aldy é diferente do chamado forró — quase sempre vulgar e barulhento demais. Seu canto é sereno, sua voz é limpa, bonita, melodiosa, agradável”.

Dirceu Soares, Jornal da Tarde

selo papo retoO álbum SerTão Andante, do cantador, compositor, escritor e poeta Aldy Carvalho, foi o escolhido para abrirmos neste dia 17 já do mês de julho as tradicionais audições dos sábados pela manhã aqui no Solar do Barulho, redação do Barulho d’água Música, em São Roque, cidade do Interior paulista. SerTão Andante é de 2018 e traz 12 faixas nas quais o pernambucano de Petrolina mapeia o universo afetivo e a natureza que traduzem as belezas de um sertão real e imensurável, universo onde nasceu e do qual, mesmo vivendo desde os anos 1980 na cidade de São Paulo, não se distanciou, pois jamais deixou o frenético ritmo e os hábitos cosmopolitas matarem suas raízes nordestinas. A sensibilidade e a resiliência de Aldy Carvalho vêm da infância, período no qual começou a se maravilhar com as cantorias e a poética cordelista, ensinadas pelo saudoso pai, João Joaquim de Carvalho.

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1375 – Livro de Sidnei de Oliveira (RS/SP) que traz visão sem estereótipos do caipira já pode ser encomendado

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Obra em fase de impressão recebeu o Prêmio Marcus Pereira de Pesquisa em Música Popular Brasileira. com distribuição planejada para o começo do segundo semestre, terá três capítulos

A arte da capa do livro inserida nesta publicação é de Renato Pontello

 jornaslistas antifascistasFicará aberta até 15 de maio a campanha de pré-venda do livro Requiem: O arquétipo e a transfiguração do caipira, que o compositor e professor gaúcho radicado na cidade de São Paulo, Sidnei de Oliveira, lançará com produção de Leonor Bianchi, patrocínio da Editora Flor Amorosa, promoção e divulgação da Revista do Choro. Contemplado pelo Prêmio Marcus Pereira de Pesquisa em Música Popular Brasileira na cidade do Rio de Janeiro, o livro, composto de três capítulos, começará a ser entregue em 1º de julho, podendo a distribuição, inclusive, vir a ser iniciada antes desta data. Detalhes para a operação de reserva de exemplares estarão em um linque ao final desta atualização. Cada volume custará durante a fase de pré-venda R$50,00, mais R$10,00 para o frete, totalizando R$60,00.

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1348 – Burro Morto, Zabé da Loca, Jackson Envenenado, Flávio José: conheça, ouça e curta conterrâneos de Genival Lacerda no blogue Música da Paraíba

Álbuns de ritmos e gêneros tradicionalmente nordestinos ou resultantes de fusões aparentemente incongruentes  compõem o  eclético cardápio de músicos e  de grupos conterrâneos de Zé Ramalho, Chico César e Socorro Lira disponíveis para serem baixados na faixa

“Nós somos irmãos por afinidade/já que a humanidade ergueu-se do pó/a mãe Natureza não tem preconceito/nem separa o peito para um filho só…” Otacílio Batista

A Covid-19 levou, recentemente, Genival Lacerda, um dos ícones da nossa cultura popular, que deixou como legado uma copiosa obra de valorização de ritmos nordestinos como o forró, o xote e o coco.

O Rei da Munganga conquistou várias gerações e sua majestade de quase sete décadas se espraiou para além do Nordeste a partir de sua cidade natal, Campina Grande (PB), contagiando o Brasil inteiro. Seu legado, certamente, ainda terá força e representatividade por muitos mais anos; o mercado comercial da música pode, logo menos, até começar a interferir e se mexer para que seja imposto ao gosto popular um novo ídolo, à feição do mainstream, contudo, assim como as contribuições de Luiz Gonzaga e outros nordestinos, será muito difícil, mesmo que a indústria do entretenimento force a barra, desidratar a marca do criador de Severina Xique Xique e todo o conteúdo cultural que seu nome carrega!

Mas, por outro lado, a internet tem amantes e críticos e tanto pode entrar na roda para promover, quanto para denegrir e esvaziar talentos, ajustando seus holofotes para incensar A ou B segundo conveniências de emissoras, mídias e empresas do mercado fonográfico. Vendo pelo lado bom, trata-se uma ferramenta capaz de integrar e ampliar boas ofertas de entretenimento e trabalhos culturais dos mais interessantes, reduzindo por meio do compartilhamento as distâncias e tornando mais democrático o contato entre o artista e os fãs, ajudando a formar novos públicos; fazendo aquilo que o Sr.Brasil, Rolando Brasil, chama de “tirar o Brasil da gaveta”. E os blogues cumprem bem este papel à medida a qual seus idealizadores e mantenedores (geralmente idealistas e um pouco desparafusados) se esforçam para garimpar e trazer à luz obras escondidas ou esquecidas pelo Brasil profundo à dentro.

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1318- Negro, destemido e forte, Nelson Sargento, autor de sambas clássicos e até conto erótico, chega aos 96 anos

#Samba #Mangueira #Carnaval #CulturaPopular #MusicaBrasileira

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#ForaBolsonaro

A vida do músico carioca, ex-operário de uma fábrica de vidros, confunde-se com a própria história da Estação Primeira da Mangueira

Do original publicado no portal Brasil de Fato, em 2 de agosto, por Luiz Ricardo Leitão

Ilustração: MAM

Quando o menino Nelson Mattos nasceu, na Santa Casa do Rio de Janeiro, em 25 de julho de 1924, os negros já estavam “livres do açoite da senzala”, mas viviam presos “na miséria da favela”, como advertiram os versos [para o samba-enredo da Mangueira] de Hélio Turco, Jurandir e Alvinho no desfile carioca de 1988 (Cem Anos de Liberdade, Realidade ou Ilusão?). Àquela época, lutando contra o preconceito das elites e a repressão do regime oligárquico da Primeira República, o samba, sem renegar seu passado rural, buscava se afirmar como expressão musical dos negros humildes que habitavam os morros e cortiços da cidade.

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1303 – Produtora cultural paulistana promove apresentações virtuais para comemorar 90 anos de Sivuca (PB)

Autor de composições e trabalhos que incluem, dentre outros ritmos, choros, frevos, forrós, jazz, baião, música clássica e até blues, ele ganhará homenagens das mais especiais pelo aniversário durante uma semana inteira, a partir da terça-feira, 19, ancoradas por Thadeu Romano e Marcelo Caldi

#luluculturalinfluencer #redecolaborativalulu #luciapro

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Um dos mais queridos multi-instrumentista, maestro, arranjador, compositor, orquestrador e cantor brasileiro, o paraibano Sivuca passou ao Mundo Maior em dezembro de 2006, mas ao lado de outros “bambas” como Luiz Gonzaga e Dominguinhos continua presente no nosso dia a dia, influenciando novos artistas e reverenciado em todos os setores da cultura popular. Natural de Itabaiana (PB), Sivuca era Severino Dias de Oliveira, nascido em 26 de maio de 1930, data que dentro de alguns dias completará 90 anos. Autor de composições e trabalhos que incluem, dentre outros ritmos, choros, frevos, forrós, jazz, baião, música clássica e até blues, ele ganhará homenagens das mais especiais pelo aniversário durante uma semana inteira, a partir da terça-feira, 19, promovidas pela paulistana Rede Colaborativa LuLu. Com rodas de conversas, debates, vídeos, indicações de música e apresentações ao vivo (lives), o projeto terá como âncoras os acordeonistas, pianistas, compositores e arranjadores Thadeu Romano e Marcelo Caldi, que são artistas que têm muita intimidade e interpretam com propriedade o repertório do mestre.

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1300 – Fique em casa com boas músicas ouvindo playlists e lançamentos da gravadora Kuarup

Selo disponibiliza seleções de sucessos de cantores e compositores de seu catálogo e anuncia novos discos de Tuia Lencioni e das irmãs Célia e Celma

#Fiqueemcasa #ForaBolsonaro

Em tempos de pandemia por conta da propagação do novo coronavírus (Covid-19), ouvir boas músicas pode nos ajudar a cumprir a quarentena com mais tranquilidade e aliviar, ao menos, parte dos pesares que possam abalar o espírito. A Kuarup, que recentemente disponibilizou nas plataformas de streaming duas listas com sucessos de artistas que gravaram álbuns pelo selo (As Mais Tocadas e Renato Teixeira e Convidados), mesmo impedida de promover novos lançamentos com a presença de público, realizando, por exemplo, os seus já tradicionais pocket-shows em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, segue anunciando a chegada de novos álbuns às lojas e às plataformas, aumentando a oferta que em seu catálogo já é uma das mais ricas e ecléticas do mercado fonográfico. Dentre estes mais recentes discos, a Kuarup destaca Tuia, Versões de Vitrola 1, com Tuia Lencioni, e 50 anos Duas Vidas Pela Arte Ao Vivo, das irmãs Célia e Celma.

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